Giuliano, sim ou não?

Giuliano, sim ou não?

Considerando o custo benefício – pelo menos uns 6 milhões de euros -, sou contra.

Considerando a precariedade criativa do Grêmio do meio para a frente, sou a favor. Sem entusiasmo, mas a favor.

É uma contratação difícil. O Grêmio tem duas alternativas para fechar o negócio: conseguir investidor com bala na agulha e disposto a investir em Giuliano, ou esperar que o clube ucraniano faça o que é muito comum quando o jogador força sua saída, que parece ser o caso. O ex-jogador colorado tem contrato até o fim de 2015. Na metade do ano que vem pode assinar pré-contrato e os ucranianos ficam sem nada. Então, eles costumam emprestar o jogador por um ano, desde que o jogador prorrogue seu contrato pelo mesmo período. Se o negócio sair deverá ser por esse caminho: o empréstimo.

Se eu fosse investidor não colocaria tanto dinheiro em Giuliano.

Optaria por investir, por exemplo, em Breno, Matheus Biteco ou em Everton, trio campeão sub-20 na China, defendendo a amarelinha, conquista ocorrida neste domingo e informada pelo Francisco Coelho – nosso especialista em categorias de base – no post anterior.

Mas voltando ao Giuliano. Ele não é exatamente o que o Grêmio precisa: um meia articulador, um armador. Tampouco é aquele jogador que coloca a bola debaixo do braço e lidera o time a uma reação. A não ser, claro, que tenha mudado muito na Ucrânia.

Mas Giuliano tem qualidade suficiente para vir e assumir a titularidade no lugar dos meia-bocas que hoje fazem figuração no meio.

Conversei com um amigo setorista do Inter em 2010, quando o Inter foi bi da América. Giuliano foi apontado o melhor jogador da competição. Pode não ter sido o melhor, mas foi decisivo para o Inter, mesmo sendo reserva. Entrou no decorrer dos jogos e decidiu. A conquista passou pelos pés de Giuliano. Não é pouca coisa.

Pois esse setorista confirmou que Giuliano é um meia-atacante, pode ser também um segundo atacante. No esquema de Enderson Moreira, que continua treinador do Grêmio, ele seria um dos três meias.

Hoje, ele poderia jogar ao lado de Alan Ruiz e Dudu, como um atacante que, parece mentira!, continua sendo ele o Barcos.

Então, resta torcer que o Grêmio contrate Giuliano, até porque não há nada melhor no horizonte tricolor.

MARKETING

Eu e Gunther e a filha dele, Julia.

Ontem foi ao Salgado Filho pegar umas muambas que o Gunther, representante oficial do Boteco em Miami, trouxe pra mim.

O Gunther mal colocou os pés no saguão e já foi dizendo que queria tirar uma foto dos paineis colocados pelo Grêmio no aeroporto. Tiramos a foto, claro.

Olha, ficou muito legal, grande jogada.

Quem quiser saber mais não espere pela mídia tradicional. A dica é do Querubini e do Tremarin.

Acesse:

http://www.palpiteros.com/news/gremio

Fernandão dignificou o futebol

Sempre admirei jogadores inteligentes. Fernandão, além de muito bom tecnicamente, foi um jogador inteligente. Um dos mais inteligentes que vi jogar.

Fernandão era Abel Braga dentro de campo. Feliz é o treinador que pode contar com um jogador assim em campo. O Grêmio, por exemplo, não tem esse jogador.

Lembro-me que o Grêmio tentou a contratação de Fernandão, que começava a destacar-se no Goiás.

A morte de Fernandão aos 36 anos é um golpe em todos os torcedores do Inter, mas choca também todos aqueles que gostam do futebol praticado com elegância, vibração e lucidez.

Eu era admirador de Fernandão, embora torcesse contra ele.

Fernandão é, talvez, o maior ídolo moderno do torcedor colorado.

E ídolos, a gente sabe, são eternos. Ainda mais quando morrem cedo e de forma tão trágica.

Morreu Fernandão, um atleta que dignificou o futebol.

FERNANDÃO NO GRÊMIO?

Em 2004, o então diretor de futebol do Grêmio, Evandro Krebs, tinha tudo alinhavado para contratar Fernandão, salário, tudo.

Havia até uma grana reservada para o negócio. Na hora H o presidente Flávio Obino preferiu usar o dinheiro da compra de Fernandão para quitar um débito que o clube tinha com um banco. Obino havia conseguido reduzir o débito de maneira substancial, desde que fizesse o pagamento naquele momento.

Obino conseguiu uma boa economia para o clube. Mas o Grêmio perdeu Fernandão.

A arte de perder uma Copa do Mundo

No começo de junho de 2006, enumerei dez razões que me levaram a afirmar, peremptoriamente – gosto dessa palavra, ela me lembra um momento importante da política gaúcha – que o Brasil perderia a Copa do Mundo daquele ano, na Alemanha.

É claro que a situação hoje é diferente – nem tanto -, mas algumas coisas me lembram o que aconteceu nos dias que antecederam à estreia do Brasil.

Percebo muito ufanismo de todos, a começar pelos meios de comunicação. Parreira, personagem decisivo em 2006, não se conteve dias desses: “Chegou o campeão”.

Quem percebeu isso e parece estar tomando providências é o técnico Felipão. Confiram em http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,felipao-tenta-resgatar-o-espirito-da-copa-das-confederacoes,1505287

Mas duvido que o Brasil perca. Logo adiante tem eleição e é importante demais um título mundial na nossa casa. Um fracasso terá reflexo nas urnas.

Agora, se o apito não ajudar, o Brasil não ganha.

Mas vamos ao que escrevi, resumidamente, há oito anos no meu blog anterior, criado no início daquele ano mesmo, o WWW.ilgowink.zip.net:

1 – PARREIRA

O treinador é Carlos Alberto Parreira. Esta frase já diz tudo, mas não são poucos os fãs de Parreira. Por isso, comento: é um treinador da mesmice, do futebol chato, que não estimula a criatividade e abafa os talentos.

O seu limite de ousadia são as telas que ele pinta – tem alguém que as compre?

Foi campeão do mundo nos Estados Unidos. E daí? Foi salvo pelo Taffarel e pela ruindade de um italiano. Tinha no grupo nada menos do que Romário no auge. E outros jogadores talentosos. Era um baita time, que nas mãos dele sofreu para vencer os Estados Unidos. Eu disse Estados Unidos. Sem contar que a arbitragem, como sempre, ajudou.

O Brasil jogou um futebol medíocre, marcou poucos gols, a maioria feita pelo Romário. O Brasil foi campeão apesar do Parreira. Enfim, Parreira é um chato, não é mesmo ‘mano’ (expressão que ele incorporou ao seu linguajar e que não cansa de repetir)?

Além disso, já deu o que tinha que dar.

2 – ZAGALO

Prestem atenção na figura dele, no que ele fala e como fala. Parece gagá, não? Por exemplo, outro dia, assim de graça, falou que Kaká será o grande nome da Copa. Pra que dizer isso? Quer provocar ciúme nos outros candidatos (R. Gaúcho e Ronaldo)? Quer provocar disputa interna? É que ele fala sem pensar, talvez porque já nem pense, se é que um dia pensou.

Depois, vem com a história do número 13. Além do mais, nunca foi um bom treinador. Ganhou a Copa de 70 meio sem querer, comandado pelos líderes do time, Gérson, Carlos Alberto e Pelé. E nos clubes como foi o Zagallo treinador? Nada, um zero.

TEXTO COLOCADO HOJE: fora isso: convocou Paulo Nunes para viajar com a Seleção, desfalcando o Grêmio em jogo decisivo pela Libertadores em 1997. IMPERDOÁVEL.

3 – SALTO ALTO

Se o otimismo exacerbado fosse apenas da torcida e da imprensa, que, de um modo geral está enlouquecida, sem qualquer senso crítico, não haveria problema.

A questão é que quase todos na Seleção estão assim, tipo levando de barbada. É só prestar atenção nas declarações de jogadores e do comando técnico. Tem gente mais preocupada em saber quem será o destaque da Copa, se o Kaká, se o Ronaldinho ou o Ronaldo, como se o hexa já estivesse garantido. O hexa ficou em segundo plano para algumas pessoas, tanto de dentro como de fora da Seleção. Não vou me estender nesse tópico, porque isso está evidente demais e nós sabemos que ninguém ganha um jogo antes dos 90 minutos.

4 – LEGIÃO ESTRANGEIRA –

A Seleção Brasileira é composta por jogadores que há bastante trabalham no exterior. Vivem a maior parte do tempo em outros países. A realidade brasileira é algo distante pra eles. Uma realidade da qual até preferem – com alguma razão – manter distância.

O Robinho, por exemplo, teve a mãe seqüestrada e apressou-se a sair daqui. O ‘mensalão’, a frustração que o PT causou aos seus milhões de eleitores, a farsa do Fome Zero, a força do PCC, a liberdade da Susanne. São coisas que não lhes dizem respeito.

Então, qual o real envolvimento desse pessoal com o Brasil, com o povo brasileiro e suas mazelas? Esses jogadores vão entrar em campo com algum espírito patriótico? Realmente imbuídos do que é representar o país em que nasceram?

Resumindo: essa Seleção Brasileira tem muito pouco de brasileira e nós sabemos que para ganhar uma Copa do Mundo a pátria precisa estar no coração e na ponta da chuteira de cada jogador, e não apenas de alguns.

5 – OS MILIONÁRIOS

Nunca o Brasil disputou uma Copa do Mundo com tanto jogador rico e milionário. Todos eles já ganharam mais dinheiro que o Pelé. E alguns superam o Maradona, que já é de uma época em que até cabeça-de-bagre tinha um salário de fazer inveja a deputado que recebeu o mensalão.

Então, com tanto dinheiro, com tanto prestígio e alguns com inúmeros troféus no armário, consagração mundial e tudo o mais, será que esse grupo da Seleção vai jogar com aquela disposição de quem, sedento,  disputa um copo de chope?

6 – FOGUEIRA DAS VAIDADES

A impressão que tenho, aqui de longe, mas atento às declarações e ao comportamento dos jogadores da Seleção, que existe uma disputa de beleza nos bastidores, algo disfarçado, mas que pode ser constatado a partir de uma observação mais atenta.

Alguém aí acredita que o Ronaldo não se sente incomodado por já não ser a maior atração da Seleção? E mais, sempre tem alguém falando que ele está gordo e até superado.

Primeiro, Ronaldinho, o Gaúcho, lhe roubou o nome. O Ronaldo antes era Ronaldinho. Ronaldo não falou nada. Depois, Ronaldinho ocupou seu espaço na Seleção e no coração dos torcedores. E Ronaldo continua sem falar nada. Ele se corrói por dentro, estou certo disso.

Ninguém mais invade o campo para abraçar Ronaldo. Os carinhos são todos para Ronaldinho. Não sobra nem para Kaká, menos ainda para Roberto Carlos e Adriano. Só dá Ronaldinho, que ainda por cima não se cansa de manter e estimular a imagem de bom moço, do cara simpático, sempre pronto para um sorriso, o que, no caso dele, é muito, muito, fácil. Ronaldinho é a Seleção. Ele, portanto, que resolva os jogos, devem pensar alguns de seus companheiros.

Vamos ver se ele resolve. Duvido.

7 – ESQUEMA TÁTICO

O treinador Parreira me lembra o Fernando Henrique Cardoso (‘esqueçam tudo o que escrevi’) e o presidente Lulla (esqueçam tudo o que prometi).

O sujeito que ganhou a Copa dos Estados Unidos com três volantes no meio de campo e que sempre preferiu esquemas mais fechados quer desmentir a sua biografia, que até é das melhores, como técnico.

Pois o Parreira começa a Copa com apenas um volante (Émerson), o que, somado ao fato de que seu time tem dois laterais veteranos, e uma zaga suspeita, é pedir para perder. Tem ainda o Zé Roberto, mas este ainda não conseguir definir bem qual é a dele.

Só sei que o Émerson, há uma semana, declarou o seguinte após um treino: “Eu fico mais atrás, quase sozinho. O Zé vai ao ataque e até ajuda bastante lá na frente, mas não é pela cabeça dele que ele faz isso e me deixa aqui na marcação”.

Ah, agora uma previsão: o Émerson, sozinho na frente da área, e como já não é um guri, ficará como um louco correndo de um lado para o outro. Vai chegar atrasado em algumas divididas. Vai levar cartão sobre cartão. Acho que no primeiro ou no segundo jogo será expulso.

Parreira aposta tudo na qualidade de seus meias delicados (nenhuma insinuação, apenas é que são jogadores de grande técnica, frágeis como marcadores) e na força dos dois touros na frente. O certo seria tirar um deles (Adriano ou Ronaldo) e colocar o Gilberto Silva.

É uma aposta e tanto, de alto risco. E eu não tenho dúvidas de que, mantida a atual formação, é uma aposta que Parreira já perdeu.

8 – DIDA E A DEFESA

A defesa é fraca e está ainda mais vulnerável no esquema armado por Parreira, conforme referi anteriormente. Os dois laterais têm experiência, mas já não contam com a mesma força, pique e velocidade de quatro anos atrás. Eles são problemas.

A zaga está muito exposta. Felipão, em 2002, fez de tudo para deixá-la bem protegida, porque conhece as deficiências de nossos zagueiros, em especial pelo alto. Lúcio, se tiver que sair muito para o combate, é um perigo. Juan me parece lento e calmo demais. Tem dificuldade na antecipação.

O maior perigo, porém, é Dida. Não confio nele. Está sempre aprontando. Ele não irá fugir à sua natureza.

9 – RIVALDO

Sim, Rivaldo, ou alguém como ele, faz falta. E vai fazer falta. Na Copa de 2002, na minha opinião, ele foi o melhor do Brasil. O Felipão, se não me engano, também pensa assim. Por mais que o RG e o Kaká joguem, ainda assim não têm as características básicas de um organizador de equipe. Juninho Pernambucano, sim, poderia fazer a função de Rivaldo, mas sem a mesma qualidade, a mesma chegada na frente.

Saudade de Rivaldo.

10 – RONALDINHO GAÚCHO

Por tudo que vi, li e ouvi até agora, por todo o circo que se armou em torno dele, por todo marketing que envolve tudo o que o RG faz, como a preocupação permanente de ser simpático, acessível a todos (foi o que mais apareceu pra dar entrevistas e se aproximou dos torcedores nessa preparação), acho que ele está mais preocupado com a sua imagem do que com qualquer outra coisa.

E isso não é de agora. Nos jogos finais do Barcelona, antes da Copa, ele ficou devendo futebol, ainda mais pelo grande futebol que tem. Pareceu mais preocupado em brilhar individualmente, fazer o lance genial que dele todos esperam a todo instante. RG parece ter incorporado a necessidade de provar que não apenas é o melhor do mundo como é o melhor de todos os tempos.

Ele quer desbancar o Pelé. E, enquanto pensar assim, RG será no máximo um Maradona, o que, para ele, já está de bom tamanho. RG será mais um na galeria dos que tentaram e não conseguiram destronar Pelé.

DEPOIS DE FECHAR A LISTA DOS DEZ MOTIVOS, ACRESCENTEI MAIS UM:

11 – Cometí um erro imperdoável ao esquecer o Ronaldo na lista dos motivos que levarão o Brasil e voltar mais cedo (se bem que a maioria não volta, fica lá pela Europa mesmo, onde vivem). Assim, o Ronaldo, tão importante na conquista do penta, passa a ser o motivo de número 11 (temos um time completo agora).

Outro grande título de Fábio Koff

Se Fábio Koff fosse um goleiro, seria Danrlei ou Mazaropi. Zagueiro? Seria Baidek, De León ou Adilson; Lateral? Paulo Roberto, Arce ou Roger; Volante? China, Dinho, Goiano ou Émerson; Meia? Osvaldo, Tita ou Carlos Miguel; Atacante? Renato, Paulo Nunes ou Jardel. Técnico: Valdir Espinosa ou Felipão.

Koff seria todos eles. Com suas qualidades e seus defeitos, porque se tivesse só qualidades seria Deus. Mas Koff é humano. No futebol, um ser humano superior, um vitorioso. Não há dirigente no futebol gaúcho mais vencedor.

Nesta segunda-feira, dia 2 de junho, Koff encaminhou a conquista talvez de seu maior título: transformar em vinho de classe o vinagre de terceira linha que era o contrato firmado pela direção anterior com a OAS. Um contrato que comprometia o presente e o futuro do Grêmio.

Nessa negociação espinhenta e pedregosa, o presidente multicampeão foi um goleiro estupendo na defesa do Grêmio;

um lateral consciente do momento certo de recuar e de avançar;

um zagueiro ao mesmo tempo elegante e vigoroso, para jogar o fino ou engrossar quando necessário;

um volante capaz de desarmar o inimigo na técnica ou na força, o que for preciso para vencer;

um meia imprevisível, sábio e hábil na armação de jogadas para superar o bloqueio inimigo;

um atacante rápido, atrevido e impetuoso, sempre bem colocado em qualquer circunstância, pronto para marcar o gol;

e um treinador inteligente na leitura do jogo e na elaboração de estratégias para alcançar a vitória.

Koff e seus companheiros de diretoria, os integrantes do Conselho de Administração, trabalharam duro para chegar a um acordo favorável ao Grêmio, mas ao mesmo tempo aceitável pela empreiteira.

O aditivo firmado contém conquistas importantes que viabilizam o Grêmio financeiramente, inclusive para investimento em futebol.

Além disso, a cereja do bolo, Grêmio e OAS estão em sintonia para que o clube assuma plenamente a gestão da Arena, com a empresa dedicando-se aos seus empreendimentos imobiliários.

É uma grande conquista de Fábio Koff.

Fora de campo, é verdade, mas uma conquista que abre caminho para o Grêmio retomar o rumo dos grandes títulos.

O Grêmio multicampeão está voltando…

A lei da inércia e o beijo na novela das 9

Por inércia, um corpo em repouso tende a continuar em repouso”

De vez em quando, por inércia, me flagro assistindo a um capítulo de Em Família, novela um tanto monótona, mas que tem as belas Giovana Antonelli e Tainá Muller vivendo um romance.

Diante de mim, tenho o controle remoto, uma das grandes invenções da humanidade. Se uma coisa na TV te incomoda e te irrita – como a maioria dos jogos do Grêmio já faz um bom tempo -, é só estender o braço e mudar de canal.

Mas eu estou numa fase que lembra muito a da direção do Grêmio desde a eliminação prematura da Libertadores.

Hoje me toquei que eu, Rui Costa e Chitolina estamos seguindo a primeira lei de Newton, que em resumo diz mais ou menos o seguinte: “Por inércia, um corpo em repouso tende a continuar em repouso”.

Então, fico eu ali acomodado, vendo um programa que não me interessa, a não ser pelas presenças das duas beldades já referidas. Poderia usar o controle e mudar de canal. Mas e se nos outros canais não tiver nada melhor? Então, por inércia, deixo fico ali entediado com os dramas da novela, tendo como consolo a possibilidade de ver Giovana e Tainá juntas na tela, trocando olhares maliciosos, sorrisos arteiros e carícias sutis para não assustar os moralistas de plantão.

No fundo, no fundo, ou nem tão no fundo assim, meu estado de inercia é turbinado pela esperança de ver as duas lindas trocando um beijão daqueles, seja beijo técnico ou não.

Desconfio que a inercia dos dirigentes do Grêmio diante da visível decadência técnica e tática do time se deve à esperança de que Enderson Moreira arrume a casa durante a Copa e o Grêmio, no segundo semestre, volte a ser aquele time aguerrido, vibrante e vencedor que vimos poucas vezes nos últimos doze anos.

Será mais fácil, no entanto, rolar um beijo das duas meninas do que Enderson ajustar a equipe e conquistar um título nacional com o Grêmio.

Por inercia, eu deixo de trocar de canal e a direção deixa de trocar de treinador, talvez porque acredite que não há nada melhor em outro canal.

O JOGO

O Grêmio foi mal de novo. Criou poucas chances de gol contra um Palmeiras. Era jogo para somar três pontos em cima do time que havia perdido para a Chapecoense. Mas acho que não alertaram os jogadores sobre isso. Jogo em casa contra adversário tão instável é para vencer. O empate, portanto, foi ruim.

O Grêmio foi previsível, errou passes demais e continuou sem aproveitar as bolas paradas, que era ponto forte da equipe em passado recente.

As individualidades estão afundando. Afundam por causa do esquema ou o esquema afunda por causa das individualidades. Dudu, que nunca foi craque, vive agora fazendo um vai e vem sem fim pelo setor esquerdo, de uma área para a outra. Virou um peladeiro. Culpa dele? Rodriguinho a mesma coisa. São dois jogadores que num esquema ajustado rendem muito mais.

Na frente, Barcos continua se posicionando mal na área. Hoje, errou passes em excesso.

Alan Ruiz foi o melhor do meio para a frente. A dupla de volantes foi eficiente de um modo geral. A zaga salvou. Rodolpho tirou um gol de cima da risca. Marcelo Grohe não chegou a ser muito exigido, o que já é um avanço.

Por outro lado, o goleiro do Palmeiras quase não trabalho, algo comum para os goleiros que enfrentam o Grêmio e seu ataque inofensivo.

A arbitragem deixou de marcar um pênalti sobre Barcos no começo do segundo tempo. Eu ouvi gente dizendo que Barcos se atirou, quando todos viram que o zagueiro se jogou à frente do argentino para impedir que ele alcançasse a bola.

Depois, Diogo teve um gol anulado. Ele estava em posição legal, mas havia dois em impedimento, o que serviu para confundir Grohe. Os palmeirenses reclamam muito, mas não falam da falta sobre Barcos.

Não gostei das substituições. Enderson trata de colocar em campo os medalhões. A substituição de Barcos foi correta, mas o melhor seria colocar Lucas Coelho, não o Kleber.

Suspeito que se Enderson cair, não será pelos maus resultados e futebol ruim, mas porque ele cometeu a ‘ousadia’ de sacar o capitão e líder do time, o intocável Barcos.

INTER

Assim como o Grêmio, faltou competência ao Inter para vencer o Fluminense, que foi batido pelo Grêmio, um resultado que não foi devidamente valorizado por setores da imprensa na ocasião.

O Flu é candidato ao título, que, na real, deve ficar mesmo é com o Cruzeiro.

O empate do Inter fora de casa contra adversário tão forte pode ser considerado bom resultado.

Esporte e entretenimento: o exemplo dos EUA

O texto abaixo foi publicado no setor de comentários do post anterior. O autor é Gunther Meyer, um velho amigo dos tempos de Lajeado e radicado em Miami há mais de 25 anos. Vale a pena ler e refletir.

Aqui vai minha opinião sobre o Barcos, partindo da maneira como o esporte é administrado nos Estados Unidos (e em alguns lugares do México). Não posso afirmar nada sobre a Europa porque não conheço de perto.

O esporte (American football, basketball, baseball, hockey, soccer) é visto como um entretenimento combinado com competição e por isso qualquer jogo enche o estádio. Se não enche estádios, o time é eliminado da liga ou mudam para outra cidade. Vejam o baseball, quando um time vai na cidade do outro, jogam 3 jogos (os mesmos dois times) em 3 dias seguidos e cada vez tem mais de 30 mil pessoas no estádio. O Barcos, sendo bem usado pelo marketing, pode encher estádios, vender camisetas, tapa-olhos, espadas de pirata, perucas e outras coisas mais (até pernas de pau). Se uma equipe dos Estados Unidos ou México levar o Barcos, ele vai virar celebridade e vai encher estádios. A equipe vai jogar para ele fazer alguns gols de raça e isso vai levar as pessoas ao delírio. Há uns 20 anos atrás a liga de soccer trouxe o Valderrama, só para a parte do entretenimento. Foi uma loucura, metade do estádio usava aquela peruca amarelada (e sabem quem as vendia? A liga, claro). Agora olhem como o futebol é visto abaixo da linha do Equador. Só competição, se ganha, quer bater no adversário, se perde quer matar o adversário, e olhem os estádios na Libertadores, quase vazios. Um jogo entre equipes grandes no Brasileiro (tem a coragem de chamar isso de Brasileirão) tem público de umas 2 mil pessoas. Numa reunião de família italiana tem mais gente que isso. No meu supermercado tem mais gente que num jogo do Brasileiro. Temos que olhar o esporte como competirão mas também como entretenimento. É como se fossemos a um show dos Serranos (entretenimento) e outro onde os Serranos e os Monarcas tocassem para ver que é melhor (competição). Teríamos dois grandes shows de música gaudéria com aquela necessidade do ser humano de ver competição em tudo.

Para ter uma idéia, Miami não é maior que Porto Alegre, mas tem uma equipe de American Football (Miami Dolphins), uma de Basketball (Miami Heat), uma de Baseball (Miami Marlins) e uma de Hockey, sim, hockey num lugar onde a temperatura nunca baixa dos 30 graus, tem um time que joga numa cancha de gelo (Florida Panthers). Além de algumas equipes de futebol que jogam nas ligas menores, e outras de Arena Football, etc. E todos os jogos tem estádios cheios. Um ingresso barato para um jogo do Miami Dolphins custa uns 80 dólares. Para o Miami Heat, uns 40 dólares. Baseball uns 30 dólares. O quarterback de um time de American Football de primeira deve ganhar mais que todo o time do Grêmio. E um time de American Football precisa ter 65 jogadores e o salário mínimo para esses jogadores é de uns 400.000 dólares por ano. Enquanto não fizerem futebol com profissionalismo, vai ser isso. Aqui em Miami passam todos os jogos de futebol da Europa, do México, da Argentina, mas nenhuma rede de TV daqui se interessa em comprar as transmissões do Campeonato Brasileiro. Por que? Porque não tem o ENTRETENIMENTO misturado com competição.

Grêmio sofre com desfalques e titulares ineptos

Quem ouviu os programas esportivos nesta quinta-feira ficou com a sensação de que o Grêmio é um ‘barcos’ afundando. Ao mesmo tempo, ficou convencido de que o Inter navega num lago sereno, próprio para a prática do stand up.

O Grêmio realmente não foi bem em Recife, onde sempre é complicado jogar, mas o Inter não foi tão bem assim. Venceu, mas teve dificuldades diante do esforçado grupo da Chapecoense – forte candidata ao rebaixamento.

A maioria dos analistas esportivos está levando livre o Inter e pegando pesado com o Grêmio, apesar de apenas um ponto separar um do outro na tabela de classificação.

Está certo que Abel Braga está mandando a campo um time bastante desfalcado, e isso contribui para amenizar as críticas. Agora, o próprio técnico destacou que o time foi mal contra a Chapecoense, algo que pouco se ouviu nos debates.

Contra o Sport, o Grêmio também teve desfalques. A começar pelo melhor jogador do time na temporada, Rodolpho, que está fora há vários jogos. Poderia citar aqui o lateral Wendell, mas este não volta mais. O problema é que em seu lugar está jogando Breno, um jovem muito promissor, mas ainda não preparado para assumir a titularidade.

No meio de campo, faltaram Ramiro e Riveros. Parece pouco, mas não é. Esses dois são volantes titulares, base do setor. Edinho até pode ser escalado no lugar de um deles, mas é muito mais pelo nome do que por futebol.

MEDALHÕES

E não há dúvida de que o currículo e as faixas no peito pesam na hora de definir a escalação. A opção de Zé Roberto – volante em tempos remotos – em fez de Matheus Biteco – mais afeito ao combate e ao ritmo atual do futebol – indica que o técnico Enderson, como a imensa maioria dos treinador, é sensível a um carteiraço.

Outro indicativo disso foi a troca de Dudu por Kleber, completamente fora de forma, tendo alternativas melhores para o momento no banco. Entre elas, Maxi Rodriguez, o homem dos gols bonitos e de uma intrigante instabilidade técnica.

Por 15 minutos, tivemos, então, a volta de dupla que provoca calafrios em qualquer gremista com bom senso: Kleber e Barcos.

Eu ainda relaciono Luan como titular. Mas agora, com a volta de Kleber, desconfio que o técnico não terá peito de colocar um dos dois medalhões ineficientes em campo.

Seria caso de demissão sumária, mas isso deveria ter acontecido após a eliminação na Libertadores, e, principalmente, após os 4 a 1 no Gre-Nal. Mas, como disseram na ocasião os doutos do futebol gremista, não se pode tomar decisões de cabeça quente.

RECUPERAÇÃO

Se o sr Enderson não estivesse tão temeroso de perder o cargo e conseguisse ficar imune aos medalhões, eu defenderia sua continuidade. Mas desconfio que ele já foi tragado pelo vestiário, até porque lhe falta um apoio mais forte e consistente da ‘dupla dinâmica’ do futebol tricolor. Sem contar o distanciamento que percebo, e posso estar equivocado, do presidente Koff dessa zona de conflitos.

Não responsabilizo o ex-técnico do Goiás. Ele não tem culpa de ter sido contratado para o desafio da Libertadores, muita areia para o caminhãozinho dele.

Ele não tem culpa de ter entrado na competição prioritária do clube e da torcida com apenas um centroavante, e um centroavante que não é exatamente um centroavante. E também com Pará irritantemente titular por tanto tempo.

Para concluir, sem reforços de nada adiantará trocar o treinador, uma solução, hoje, simplista, que serve apenas para tirar da reta a responsabilidade dos verdadeiros responsáveis por esse período de turbulência e dúvidas sobre as possibilidades do Grêmio no Brasileirão.

Grêmio, enfim, descobre a importância de um ‘sombra’

Todo grupo de trabalho tem de ser competitivo, tem de haver uma sombra. O Barcos sabe que, se não render, pode ser substituído. Ninguém tem lugar cativo.

A frase acima, publicada hoje num site, é atribuída ao diretor-executivo Rui Costa. É de rir e de chorar.

Não acredito que ele tenha descoberto isso agora. Assim, consciente de que as ‘sombras’ fazem parte, não entendo como é que ele não providenciou nesse tempo todo, de preferência ainda em tempo de inscrever na Libertadores recém finda (para o Grêmio) um atacante para disputar com Barcos. E, claro, alguém para a lateral-direita. Um meia articulador talvez fosse pedir demais.

Agora, é irritante ler/ouvir uma frase dessa saindo de um dirigente que já mostrou ser competente, mas que agora se revela perdido. Sem pai nem mãe, como se dizia nas barrancas do Rio Taquari.

Sobre as sombras, outra preciosidade do RC:

– Lucas Coelho é jovem e entra com força. O Kleber é de frente e uma senhora sombra.

Ele só pode estar de brincadeira. Está de gozação. Se Lucas Coelho tem esse moral todo com ele, RC, por que não é dignamente aproveitado pelo técnico Enderson Moreira, que vê o mundo desabar mas não saca Barcos para colocar o ‘jovem’ que ‘entra com força’, seja lá o que signifique essa última frase?

Ah, essa frase é de gargalhar: “O Barcos sabe que, se não render, pode ser substituído. Ninguém tem lugar cativo”. Não acredito que Rui Costa tenha dito isso, só pode ser invenção da reportagem. É muita cara de pau.

E Kleber? Sombra para Barcos? Olha, tenho a impressão que RC pensa que somos todos uns neófitos em futebol. Kleber gosta muito de trombar na intermediária e jogar pelos lados quando está bem fisicamente. Ele raramente aparece na área, menos até do que o titular.

O Grêmio precisa de uma camisa 9. Poderia até ser esse que lidera o quadro de goleadores do Brasileiro e que Rui Costa, entre outros, mandou em frente. Hoje, Marcelo Moreno, administrado adequadamente, seria muito útil.

Com Marcelo Moreno, o Grêmio talvez ainda estivesse disputando a Libertadores.

REFORÇOS

Matías Rodríguez parece que vem aí. O currículo é bom, passou por grandes clubes. Alguém aqui disse que ficou entusiasmado com os lances ofensivos do lateral no youtube.

Não sei se ele é bom, mas pior do que Pará não pode ser. Portanto, uma contratação a ser saudada. E conferida.

O que me intriga é que não tem ninguém disputando esse argentino com o Grêmio. Se ele fosse bom mesmo teria outros clubes na briga pelo passe.

Se eu fosse fazer um vídeo do Pará, eu o tornaria o melhor ala do planeta.

Ainda sobre laterais, eu traria de volta o Neuton, que hoje se destaca na Chapecoense.

Resta, ainda, torcer para que Tinga se recupere e receba chances – o que já é mais difícil.

No Grêmio, os culpados não entram em campo

Perder para o São Paulo fora nunca foi uma calamidade. É até normal. Vencer, como aconteceu no 1 a 0, do ano passado, é que contraria a lógica.

Lembro que o Grêmio também jogou com três volantes. Dida foi o grande nome do jogo. O Grêmio jogou por uma bola. E realmente teve apenas uma chance de gol, contra meia dúzia do time do ranzinza Muricy, que, aliás, deveria se aposentar porque visivelmente trabalha com má vontade. Ele seria mais feliz e nos pouparia de ver aquela cara amarrada à beira do campo.

A única bola foi de Vargas. Barcos enfiou uma bola longa demais para o Alex Tellles – saudade -, que conseguiu chegar a tempo de cruzar da risca da linha de fundo na cabeça do atacante chileno, que chegou entre dois zagueiros e cabeceou.

Ontem, no Morumbi, o Grêmio também levou pressão e seu goleiro, agora Marcelo Grohe, fez defesas difíceis, evitando que o time levasse gol logo nos primeiros minutos. A diferença é que Grohe acabou levando um gol numa bola muito difícil, porque desviada pelo zagueiro a poucos metros dele, num lance complicado para o goleiro. Mérito do zagueiro. Uma bola defensável apenas para quem viu o jogo pela TV e não estava ali no lugar do Grohe diante de uma muralha de jogadores.

Os mesmos que mandaram Victor embora por lances como esse para colocar o ‘prata da casa e gremista’ Marcelo Grohe, hoje parecem determinados a mandar o Grande Grohe embora. Os problemas do Grêmio passam longe de Grohe, assim como passavam longe de Victor – hoje na Seleção do Brasil! – e do próprio Dida.

Por que tudo sempre tem que estourar no goleiro se o time praticamente nunca faz o goleiro adversário trabalhar?

Alguém lembra de algum jogo neste ano ou no ano passado em que o goleiro adversário foi o grande destaque. Ah, eu lembro de um, contra o Atlético PR, pela Copa do Brasil, quando o Grêmio foi eliminado na ARena mediante defesas extraordinárias do goleiro Weverton. Aliás, está aí um ótimo goleiro.

A derrota de ontem tampouco passou pelo técnico Enderson Moreira. Criticam as substituições, mas alguém acredita que Maxi entrando antes ou começando mudaria alguma coisa? Talvez para pior.

No comentário anterior escrevi que Enderson deveria manter o esquema com dois volantes. Mas previa que ele entraria com Edinho, retomando os ‘malditos’ três volantes lançados por Renato que identificou faz tempo a precariedade ofensiva do time com ele, o onipresente Barcos, e o ‘gladiador’ Kleber, que leva a sério o apelido porque tem prazer em confronto físico. Sem contar que Edinho é um dos medalhões.

A exemplo do ano passado no Morumbi, Os três volantes não impediram que os goleiros do Grêmio evitassem goleadas.

A diferença básica é que havia Vargas entrando como centroavante para fazer o gol da vitória.

No sábado, coube a Barcos definir. Ele teve duas boas oportunidades. Mandou a bola longe.

E pelo jeito será assim sempre. O Grêmio criando pouco, o goleiro adversário saindo de campo com o calção impecavelmente limpo e o goleiro gremista levando o time nas costas e ainda assim sendo questionado.

Então, os verdadeiros culpados da derrota de ontem e de outras que virão – além da goleada no Gre-Nal e da eliminação na Libertadores – são os de sempre.

E eles não entram em campo.

Grêmio evolui, mas ainda falta qualidade

A atuação do Grêmio contra o Botafogo mostrou que o esquema do técnico Enderson Moreira começa a dar certo.

Mesmo levando um gol logo no início, o time teve maturidade e tranquilidade para fazer o seu jogo. O resultado é que o Botafogo chegou pouco, o Grêmio teve mais posse de bola e criou chances de gol o suficiente para vencer.

O aproveitamento foi muito bom, já que o time, como acontece já faz tempo, criou poucas chances de gol. E por que o Grêmio chega pouco? Insisto que falta mais de qualidade, um jogador ao menos que faça a diferença na armação, e um centroavante realmente eficiente e no qual se possa confiar.

Acrescente-se também as dificuldades conhecidas de Pará no apoio. Breno, por sua vez, começou a desabrochar, e pode até repetir Wendell.

Então, com todas esses problemas em termos de individualidades, é preciso destacar o trabalho de Enderson na armação da equipe, no conjunto, na estrutura, no padrão de jogo. O Grêmio foi bastante superior, em especial no segundo tempo diante do cansaço do Bota.

Há uma evolução. Mérito do treinador.

Será difícil o Grêmio manter esse percentual de aproveitamento até em função de não ter, por exemplo, um goleador. Sem contar a lateral-direita e um meia com mais técnica do que os atuais.

O problema mais grave e que precisa ser atacado o quanto antes é o ataque. Barcos é insuficiente. Não é mau jogador, tem algumas qualidades, mas não é aquele cara em que a gente pode confiar na hora de definir.

A impressão que tenho, além disso, é que ele intimida os mais jovens. Afinal, é o grande líder, parece ter a chave do vestiário. Se alguém ousa não passar a bola pra ele, que peça desculpas imediatamente.

Ontem, o jovem Breno arriscou um chute a gol, a bola foi para fora. Barcos, dentro da área, cobrou que a bola deveria ter sido lançada pra ele. Não foi acintoso, como de outras vezes, mas cobrou e o guri sorriu amarelo, dando a entender que a chance para o chute era boa e que ele não havia visto o grande capitão sozinho na área.

Assim como Barcos não viu Rodriguinho sozinho no jogo anterior e perdeu um gol de forma bisonha. Rodriguinho não reclamou – não é louco -, mas sinalizou que a bola poderia ter sido passada pra ele.

Assim, de longe, acho que essa gurizada – Dudu, Ruiz e Rodriguinho – vai render mais se não estiver sob o jugo de Barcos.

É urgente a contratação de alguém para ao menos disputar posição com o argentino. Aliás, estou pedindo desde o ano passado.

Barcos está virando um serial killer de treinador no Grêmio e um exterminador de sonhos da torcida gremista.

O PANINHO

Contra o SP, que levou 5 a 2 do Flu, este mesmo que o Grêmio bateu na Arena, o técnico Enderson deu a entender que pode retomar o esquema de 3 volantes. Acho que ele deve manter os dois volantes – Edinho fora, ele e sua latinha de cerveja. Para o lugar de Ruiz, ele tem Zé Roberto e Maxi. Em função das características, melhor começar com ZR, que marca melhor que Maxi.

Maxi, como já escrevi faz tempo, só pode jogar, para ter sucesso na carreira, nas proximidades da grande área, recuando no máximo até o meio de campo. Maxi, por sua qualidade, drible curto e chute colocado com precisão cirúrgica, precisa receber a bola normalmente em condições de concluir a gol. Como foi , aliás, contra o Botafogo. Um gol feito com arte e talento, coisa rara hoje no futebol.

O drible que ele deu entortando o marcador a gente dizia, em tempos idos, que era um ‘paninho’.

Maxi deu um paninho no cara. É o tipo de lance, com a bola colocada no canto, longe do goleiro, que faz a gente acreditar que ainda há lugar para a beleza no futebol.