Inter e os efeitos da volantolatria

Quando liguei a TV pra dar uma espiada no jogo do Inter eram 44 minutos do segundo tempo. Não gosto de ver jogos do Inter porque sou pé-frio.

Arrisquei: afinal, o que pode acontecer faltando um minuto para o apito final?

Nem cheguei a sentar. Vi a bola sendo cruzada, um ‘americano’ cabeceando sozinho (lembrei-me na hora da defesa gremista), a bola subindo alto o suficiente para fugir do alcance do goleiro, e depois cair mansa no único lugar que poderia cair sem que o goleiro colorado salvasse.

Mas isso é gol de quem está destinado ao rebaixamento! – exclamei, feliz.

Decididamente, o Inter é o único clube que tem me proporcionado grandes alegrias, com exceção do Grêmio em algumas raras situações, os 5 a 0 no Gre-Nal, por exemplo.

Escutei, depois, Fernando Carvalho e Celso Roth. O chororô vermelho numa hora dessa pode ser um bálsamo para quem vem acumulando frustrações recentes, como a de domingo na Arena.

Os dois defenderam o sistema de três volantes, que estava garantindo o empate diante do lanterna do campeonato, e que o América só ameaçou e acabou fazendo seu gol quando Roth tentou deixar o time mais ofensivo, arriscando a vitória.

Em síntese, é o que disseram os dois. Eles jogam por música.

É a volantolatria.

Essa dupla, que estava junta em 2010 contra o Mazembe, despreza um detalhe: os volantes colorados são jogadores de segunda divisão. Fossem volantes de qualidade o esquema talvez até desse certo.

Não entendo como duas pessoas que conhecem futebol não levem isso em conta.

É mais ou menos como escalar um time com três zagueiros, sendo que todos são inconfiáveis.

Então, começar um esquema a partir de volantes de qualidade tão insuficiente é injustificável. Difícil de entender.

O fato é que o Inter perdeu com ‘gol espírita’, coisa de quem está com a alma encomendada.

RENATO

Fui à Arena na apresentação de Renato Portaluppi. Rápidas impress~es:

Renato me pareceu mais centrado, humilde e compenetrado. É a impressão que tive durante a entrevista coletiva.

Ele adiantou que Douglas será titular. Elogiou o meia.

Eu, que defendi a não renovação de Douglas no começo do ano, tenho de admitir que pelo grupo atual não tem mesmo como abrir mão de Douglas.

Minha esperança para a posição era Lincoln. Era. 

Agora, arrisco um palpite: Renato vai aproveitar Lincoln jogando pelos lados, marcando e chegando na frente.

Sei de muita gente que não gosta de Renato. 

Mas, queiram ou não, ele é o treinador que mais teve sucesso em Brasileirão no Grêmio nos últimos 15 anos.

Levou o time duas vezes a ficar no G-4.

Ah, times que ele herdou. Quer dizer, algum mérito Renato tem. 

Além do mais, ele está contratado. Gremista que é gremista agora torce, não esperneia, e muito menos seca.

Então, o momento é de torcer para que a dupla Renato/Espinosa dê muito certo. 

E deixar de lado ao menos por enquanto teses e preconceitos.

O desafio de Renato e Espinosa

Um time que vem de sete jogos sem vitória, duas goleadas diante de adversários medianos e que faz hoje uma campanha de quem se esforça para ser rebaixado.

É o que Renato Portaluppi vai encontrar em seu retorno ao Grêmio. Desta vez, com o sempre campeão do mundo, Valdir Espinosa, ao seu lado.

O desafio da dupla não é pouca coisa. Mas também não é pior do que as duas situações anteriores encontradas por Renato, em 2010 e 2013.

Neste domingo, os dois puderam conferir pela TV o que vão encontrar a partir desta segunda-feira, quando começam a trabalhar na Arena.

O Grêmio conseguiu ser batido pelo Fluminense, que vinha de derrota em casa para a Chapecoense.

É preciso ressaltar que não faltou empenho aos jogadores, pelo menos a meu ver. O Grêmio jogou todo o primeiro tempo no campo do adversário, que resistiu a uma pressão infernal. 

Mas aí aconteceu um contra-ataque, a partir de um erro de Ramiro. Em três passes a bola foi parar nos pés de Gustavo Scarpa – uma das revelações do campeonato. Habilidoso, Scarpa não teve dificuldade para fazer 1 a 0, o gol da vitória.

O gol teve impacto forte no time tricolor. Murmúrios vindos da arquibancada contribuíram para perturbar ainda mais o time.

No segundo tempo, o técnico interino James Freitas se manteve fiel à herança deixada por Roger Machado. Manteve o trio de volantes, inclusive com Ramiro, que disputa com Marcelo Oliveira a posição de mais odiado pela torcida.

Bem, o time ainda seguiu tendo mais posse de bola, mas já sem a pressão inicial. E sem nenhuma objetividade e efetividade ofensiva. Muito toque de bola, chutes de longe e pouca infiltração.

É visível a queda de rendimento de alguns jogadores. Edilson, por exemplo, que acumula quase uma dezena de cartões amarelos.

Kanemann é outro que gosta de bater. Wallace é melhor que ele.

Enfim, Renato e Espinosa terão muito trabalho pela frente. 

E a resposta precisa ser rápida, começando por garantir vaga na próxima fase da Copa do Brasil na quarta-feira diante do Atlético Paranaense.

Basta um empate. Mas para garantir a vaga o Grêmio terá de jogar bem mais do que apresentou neste domingo diante de seus torcedores assustados, revoltados e preocupados.

Conhecendo Renato, o Grêmio será sem dúvida mais vibrante e objetivo.

Renato, Espinosa e Cia.

Nesses 15 anos de seca, o Grêmio teve treinador de tudo que é tipo. Profissionais de vários perfis, talvez de todos os perfis possíveis.

Teve o melhor de todos, Tite, nesse período, mas por intrigas e má avaliação o mandou em frente. E Tite foi, deixando suas ‘ovelhinhas’. Acumulou títulose hoje treina a seleção brasileira. 

Agora, o Grêmio segue sua sina de cada temporada: a busca de um treinador.

O nome da vez é Renato Portaluppi. O nome gera aplausos entusiasmados e ranger de dentes. Ninguém consegue ficar indiferente.

Para atenuar o efeito negativo e poupar os dentes dos mais resistentes ao retorno do velho ídolo dos gramados e hoje visitante ocasional de casamatas, a direção do Grêmio, sabiamente, estaria trazendo Valdir Espinosa no pacote, que teria como comandante o experiente e disciplinador Adalberto Preis.

Aplaudo a iniciativa. Falam também em Tcheco para diretor de futebol. Outra boa ideia. Ao menos, é do ramo.

Futebol é dinâmico. Há quem pense que o Grêmio deveria projetar 2017. Esquecem que há uma eleição pela frente.

Tudo o que não quero é que se repita a permanência de um técnico de ano para outro sem harmonia total com a direção que assume.

Então, Renato é para uma emergência. Se tiver sucesso, ou seja, conquistar a Copa do Brasil, deve permanecer. Desde que a atual diretoria se reeleja.

A outra vez em que Renato ficou depois de uma campanha EXITOSA foi mantido pela diretoria seguinte, de oposição, pela força das circunstâncias, não por convicção e convergência de pensamento. Aconteceu o mesmo na relação Koff/Luxemburgo.

Em 2010, Renato, com seu time jogando um futebol ofensivo, tirou o Grêmio da zona de rebaixamento e o levou ao quarto lugar, conquistando vaga à Libertadores.

Era um Grêmio de futebol ofensivo, veloz, objetivo. Na época, seus mais duros questionadores, ficaram aliviados e comemoraram.

Renato foi indicado como candidato ao prèmio de melhor técnico do Brasileirão. Hoje, os amargos críticos de Renato desprezam esse dado, valorizando chorumelas. 

Em seu retorno, mais uma vez Renato herdou um time que não foi por ele montado – outro dado que seus críticos ‘esquecem’. Havia, de novo, o risco de rebaixamento.

Sua única indicação: o zagueiro Rodolfo. Foi um tempo em que o Grêmio dificilmente levava gol de cabeça.

Pois Renato levou o time ao vice brasileiro, mas aí jogando um futebol realmente irritante. Muuuuito diferente daquele de 2010.

Um futebol de marcação, com três ‘volantes corredores’ como diz meu amigo Ricardo Wortmann (um dos que quer ver Renato longe da casamata tricolor).

Esse time acabou eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético Paranaense.

Coisas do destino: o Atlético pode ser o adversário de estreia de Renato, e de novo pela CB.

Minha esperança que esteja voltando o Renato de 2010. Se for assim, nada mais será impossível.

REBAIXAMENTO

Essa vem do cornetadorw:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/09/imaginem-se-os-humanos-nao-tivessem.html

 

 

 

Roger Machado sinaliza fim de um ciclo

O técnico Roger Machado teria colocado o cargo à disposição depois dos 4 a 0 em Curitiba.

Eu mesmo sugeri, aqui neste espaço, que ele, como bom gremista, fizesse isso para o bem do clube. Roger fez a sua parte. Mostrou que é um bom gremista. O pedido não foi aceito.

Nesta noite, em Campinas, outra atuação deprimente. Levou 3 a 0. Nos últimos cinco jogos, três derrotas fora de casa, sendo que duas por goleada diante de equipes medianas, e dois empates em casa. 

Não há nada no horizonte que sinalize para uma melhoria. Nada. Pelo contrário, a maionese desandou. Não tem mais salvação.

E escrevo isso com amargura, porque Roger foi uma luz no cenário de penumbra que vivia o Grêmio na no período Felipão.

Foi com Roger que o Grêmio chegou a empolgar não apenas a torcida gremista, mas todas as torcidas pelo beleza e eficiência de seu futebol.

Provocou muita inveja, muito rancor dos adversários, mas houve também reconhecimento. Não durou muito tudo isso.

Mas durou o suficiente para o Grêmio, com Roger Machado no comando, proporcionar uma das maiores alegrias deste século ao torcedor gremista: os 5 a 0 sobre o Inter.

Então, é com tristeza que vejo o ciclo de Roger terminar. 

Não há muito a escrever sobre a derrota diante da Ponte Preta. 

Apenas registrar que falta qualidade, mas a qualidade que hoje existe no clube não é inferior a da Ponte Preta, nem a do Coritiba.

Roger Machado, ao que parece, embaralhou suas convicções, não encontrou outros caminhos para superar adversidades e acabou se perdendo nos labirintos que o futebol cedo ou tarde reserva a todos.

Então, no momento em que escrevo, minutos após outra humilhação, Roger deve estar pedindo as contas, agora de maneira mais enfática.

Dificilmente a direção recusará esse pedido.

Uma pena. Mas a fila anda. E no futebol não anda, atropela.

Vaga no G-4 e eleição no Grêmio

Quer irritar um gremista, além do que ele já está? Diga que o time ainda briga por vaga no grupo da Libertadores/2017.

O gremista, pelo menos a maioria maciça (entre os quais eu me incluo) cansou de vaga. Gremista quer título.

Havia uma perspectiva boa no atual Brasileirão. Mas o time tropeçou diante de clubes inferiores e viu o título se distanciando rodada após rodada.

Depois de algumas exibições alentadoras, aumentou a expectativa de enfim festejar um título de expressão depois de 15 anos.

Atuações obscenas e resultados pornográficos resultaram numa enorme frustração.

Por isso, essa cantilena de vaga na Libertadores é irritante.

Ao menos no momento. Se ela vier mais adiante, é claro que muitos irão festejar, discretamente, mas muito mais por uma questão de rivalidade.

O Inter anda lambendo o piso da tabela de classificação e até corre o risco de se acomodar no grupo do rebaixamento.

Não tenho dúvida de que o gremista comemoraria com mais entusiasmo um eventual rebaixamento colorado – o que não acontecerá como todos nós sabemos pelas razões que estão muito claras – do que o ‘título’ de terminar no G-4.

Mas voltemos à realidade atual.

O Grêmio enfrenta a Ponte Preta. É lá em Campinas, onde normalmente todos os times enfrentam dificuldades. O Grêmio entre eles.

Mas o Grêmio tem um reforço importante, e isso faz com que eu acredite numa vitória. 

O Grêmio precisa jogar pelos três pontos, indo pra cima, marcando a saída de bola. Empate e derrota é quase a mesma coisa.

O que interessa são os três pontos. Para isso, o time conta com um reforço realmente alentador:

a ausência de Douglas.

Como todos sabem, Douglas fora de casa é quase ridículo. Na Arena, sim, ele tem feito boas partidas, algumas até excelentes.

Sem Douglas, as chances de vencer a Ponte aumentam.

E aumentam ainda mais se Roger abrir mão dos três volantes.

Lincoln deveria começar no lugar do ‘maestro’. Mas desconfio que Roger vai de Negueba.

Se Lincoln não começar, ou sequer entrar no decorrer do jogo, vou dar razão ao meu amigo RW, titular do cornetadorw, que no começo da temporada, antevendo que Lincoln não teria chance, sugeriu o empréstimo do guri ao Santos.

Lá a gurizada tem vez.

ELEIÇÃO PARA O CONSELHO

Como todos sabem ou desconfiam, sou candidato ao Conselho Deliberativo do Grêmio.

Estou na chapa 4. Situação. Acredito demais no trabalho de Romildo Bolzan e seus companheiros.

Até porque as alternativas não são, ao menos pra mim, animadoras.

Bem, se um dia eu tiver poder de decisão no futebol: vou acabar com a cultura do ‘pontinho fora’ em jogos do Brasileirão.

Vou detonar com a cultura do conformismo: ah, ao menos podemos lutar por vaga na Libertadores.

Vou acabar com essa história de o ‘grupo’ (de jogadores) interferir de alguma forma na gestão do futebol. 

Mas isso se um dia eu tiver poder…

Ramiro, o Itaqui de Roger Machado

O empate deste domingo na Arena, 0 a 0, reflete em primeiro lugar uma injustiça. O Grêmio foi superior, mereceu a vitória, embora no final – com Ramiro já em campo – o Palmeiras por pouco não venceu, o que ele costuma fazer com frequência em jogos fora de casa.

Em segundo lugar, o jogo revelou a diferença essencial entre os técnicos. Cuca quer vencer, e não vacila em trocar um volante por um atacante, como fez ao sacar o excelente Moisés pelo atacante Lucas Barrios. Quase ao mesmo tempo, Roger Machado trocou Wallace por Ramiro, ou seja, seis por meia dúzia.

Para um time que não consegue vencer e anda frustrando e irritando toda sua torcida, Roger deveria ter colocado Lincoln ou algum outro jogador com mais qualidade técnica e vocação ofensiva.

A continuar assim, a torcida gremista verá Lincoln jogar talvez no time veterano ou em algum grande clube europeu no futuro. Ramiro pode ser o Itaqui (que era escalado por Celso toc-toc Roth em detrimento de Ronaldinho Gaúcho). Coincidência, os dois vieram da Serra.

Bem, como escrevi há alguns dias, Ramiro é o 12º jogador de Roger. Gosto é gosto.

O fato é que Roger se mostra um técnico assustado na hora de mudar, enquanto Cuca revela desassombro para ver seu time buscando a vitória, seja em casa ou fora. Por pouco, muito pouco, não conseguiu o gol que lhe daria mais três pontos. Dudu mandou uma bola na trave e Grohe fez milagre.

O terceiro aspecto a destacar: a absurda diferença de qualidade dos dois grupos, o que atenua um pouco a responsabilidade de Roger.

Enquanto Roger colocava em campo Ramiro, Guilherme e Batista, Cuca tinha Lucas Barrios, Cleiton Xavier e Rafael Marques. Jogador prontos e de boa qualidade. Os três até poderia ser titulares do Grêmio, esta é que a realidade dura e cruel.

Então, assim vai o Grêmio. Restou a Copa do Brasil como esperança de título.

No Brasileiro, não enxergo nem vaga na Libertadores.

CERA

O Palmeiras fez cera técnica já no primeiro tempo. Cartão amarelo para esse procedimento, usado pelo menos umas quatro ou cinco vezes pelos palmeirense, só apareceu nos minutos finais, para o goleiro Jailson.

No primeiro tempo, teve um lance muito parecido com o levou à expulsão de Lucas Lima contra o Inter.

O jogador do Palmeiras ia cobrar o lateral, depois de ganhar alguns segundos, e desistiu, esperando que um companheiro se aproximasse para fazer a cobrança. O juiz nada fez. Sequer deu advertência.

Já o juiz de Inter e Santos…

Craque do Santos é expulso de forma inusitada

Nunca acreditei no rebaixamento do Inter. Acredito mesmo que nunca irá cair pra segundona, pelo menos enquanto tiver ao seu dispor o talento de Fernando Carvalho, que conhece como poucos o futebol brasileiro e tudo o que o cerca.

Se FC ainda pode contar com o empresário Delcir Sonda, colorado, rico, e sempre disposto a ajudar o Inter, tudo fica mais fácil.  “Vamos ajudar o Inter a sair dessa. Mas não posso te falar no que vamos fazer”, disse Sonda, em meados de agosto, após reunir-se com o comando da operação de guerra deflagrada no Beira-Rio, sem esclarecer essa frase, digamos, misteriosa.

Qualquer interpretação venenosa fica por conta de cada um.

O fato é que fica por isso mesmo. Assim como fica por isso mesmo a inovadora arbitragem do sr. Rodrigo Batista Raposo, que conseguiu a proeza de expulsar um jogador com dois cartões amarelos, ambos por uma suposta cera ainda no primeiro tempo.

Coincidência: o jogador expulso é apenas o melhor do time, e um dos melhores do país, Lucas Lima.

Sem seu craque, com um jogador a menos, o Santos, que vencia por 1 a 0, acabou sofrendo a virada.

Foi uma boa mãozinha do juiz, que, afinal, é humano e também sujeito a erros. 

Ele teve a contribuição de Lucas Lima, que em poucos minutos cometeu a mesma ‘grave infração’, o que culminou em sua expulsão absolutamente exagerada.

Como já disse, vai ficar por isso mesmo. Vida que segue. 

Com esse resultado o Inter deixa a zona de rebaixamento, para a qual não voltará a julgar pelos recentes acontecimentos.

GRÊMIO

Roger continua no comando. Cheguei a supor que haveria um choque de gestão no Grêmio.

Ficou tudo igual.

Resta esperar que o técnico Roger Machado consiga mobilizar o time e aparar arestas que eventualmente existam no vestiário para que os jogadores se unam e abracem a causa gremista.

Uma vitória sobre o Palmeiras pode melhorar muito a situação do técnico, hoje contestado pela maioria da torcida.

Bem, depois tem Atlético PR pela Copa do Brasil, a esperança de título ainda neste temporada.

Esses dois jogos definem o futuro imediato de Roger. 

 

Roger parece sem forças para reagir

“Uma vitória sobre o Coritiba mantém o time na briga pelo título, que está difícil, mas não impossível.

O empate nos deixa à espera de uma milagre, sonhando com uma vitória sobre o líder Palmeiras no domingo.

Já uma derrota leva ao caminho dos que podem chegar no máximo a uma vaga na Libertadores.

Sem contar que pode gerar uma crise das mais terríveis até em função do processo eleitoral.

O caminho a ser seguido depende também, e muito, dos torcedores.

A hora não é de incendiários, mas de bombeiros.”

Foram minhas últimas palavras no comentário anterior, no qual defendi a tese de um cessar fogo.

Uma pausa nos ataques a Roger e alguns jogadores. Percebia que o tiroteio nas redes sociais poderia afetar o ânimo e a confiança dos jogadores.

Bem, agora é tarde.

Os 4 a 0 sofridos em Curitiba são quatro punhaladas no coração de cada gremista. Três gols em menos de dez minutos.

Além de levar quatro gols de um time que ronda a zona do rebaixamento, duro foi aguentar o segundo tempo.

Foram os 45 minutos mais longos que já vivi no futebol.

Uma tortura.

Eu só pensava numa coisa: Roger, como bom gremista, vai pedir demissão, vai entregar o cargo. Ou será demitido no vestiário mesmo, levando consigo todos os seus bruxos. Nem vou citar nomes.

Não, Roger não entregou o cargo.

Na entrevista no final do jogo ele assumiu a culpa. Mas manteve a soberba que, a meu ver, acoberta um sujeito assustado, um sujeito que perdeu o rumo, a convicção, e se encaminha para o abismo.

Roger Machado viveu um belo momento no Grêmio. Ele próprio tratou de complicar sua trajetória – atingindo o clube. 

Primeiro, ele inventou de escalar um centroavante tipo aipim, contrariando o esquema que estava dando certo.

Segundo, é essa insistência com um esquema de três volantes, que pra mim foi armado para acomodar Maicon no time, porque o certo era seguir com Wallace e Jailson.

Assim, temos que Roger em dois momentos traiu aquilo que se pensava fosse uma convicção sua: atacantes de movimentação e dois volantes.

Na primeira oportunidade ele testou o aipim e implantou os três volantes.

Fora isso, a impressão que dá é que ele come nas mãos de alguns veteranos do grupo, os tais bruxinhos, os ‘bons de vestiário’. 

Porque não dá pra entender que Ramiro seja o 12º titular e Marcelo Oliveira um titular por decreto, contrariando o bom senso.

Roger plantou o que colheu.

Mas daqui a pouco ele vai embora e a torcida gremista fica aqui lambendo as feridas, buscando minimizar mais uma frustração, e projetando a Copa do Brasil.

Antes, tem o Palmeiras na Arena. Tudo pode acontecer.

RENATO

Não gostaria de ser dirigente do Grêmio neste momento: decidir se mantém Roger ou se contrata outro treinador.

Eu seria pela demissão porque não vejo em Roger condições de reagir. 

Meu técnico, nesta emergência, seria Renato Portaluppi. Mas há um probleminha: ele gosta do Douglas.

Solução: livrar-se de Douglas se for para trazer Renato.

Hora é de bombeiros, não de incendiários

O Grêmio está numa encruzilhada, e sob fogo cruzado, o chamado fogo amigo que se alastra nas redes sociais.

Está na hora de uma trégua. Aliás, já passou da hora.

Quem sabe não seria o caso de seguir o exemplo vermelho? Os colorados, constrangidos, emudeceram, com exceção de alguns que nunca perdem a pose, a soberba.

Os colorados fizeram uma pausa nos ataques ao time, ao técnico, aos dirigentes. 

Afinal, a segundona está aí, acenando. O que fazem os colorados? Se unem. Claro, é uma união momentânea, que pode se dissolver em caso de derrota para o Santos, por exemplo.

Aí, volta o ‘portão 8’. Porque a trégua no futebol não resiste a um resultado negativo.

Cabe neste momento ao gremista recolher suas bazucas, metralhadoras e ovos podres. Suspender o fogo pesado no tuíter, feice e tudo mais

Se o Inter está atormentado pelo fantasma do rebaixamento, os gremistas têm pesadelos pelos 15 anos sem grandes títulos – e ultimamente até títulos menores.

Sempre que o Grêmio entra em campo seus jogadores levam sobre os ombros 15 anos de frustrações, decepções e revolta de seus torcedores.

Não importa se eles chegaram agora e a responsabilidade deles nesse latifúndio de seca é pequena. Vale o mesmo para o técnico Roger e dirigentes.

Mas o torcedor quer resultado agora, e faz a cobrança de quem está no comando, de quem entra em campo com o manto tricolor.

Agora, no momento de fragilidade e instabilidade, é hora de o torcedor fechar com a causa tricolor em todos os sentidos, a começar por acenar a bandeira branca nas redes sociais, acessada por muitos ou todos os profissionais do clube.

Mais do que nunca é hora de exercitar a tolerância, de torcer como quem busca o Nobel da paz.

O Grêmio se encontra numa encruzilhada, e nós ‘tamo junto’.

Uma vitória sobre o Coritiba mantém o time na briga pelo título, que está difícil, mas não impossível.

 

O empate nos deixa à espera de uma milagre, sonhando com uma vitória sobre o líder Palmeiras no domingo.

Já uma derrota leva ao caminho dos que podem chegar no máximo a uma vaga na Libertadores.

Sem contar que pode gerar uma crise das mais terríveis até em função do processo eleitoral.

O caminho a ser seguido depende também, e muito, dos torcedores.

A hora não é de incendiários, mas de bombeiros.

 

Grêmio se distancia do título

O Grêmio com dois volantes de origem funcionava, algumas vezes à perfeição. Contrariava alguns doutos da aldeia, gente influente, com espaço na mídia. 

Não sei se Roger Machado se deixou influenciar, ou se ele no fundo só esperava ter três bons volantes para desmanchar o esquema que ele mesmo consagrou no Grêmio e que o levou ao primeiro time dos técnicos do país.

No meu comentário anterior, alertei que era um equívoco essa mudança. 

O que se viu neste domingo de jogo isolado (atrasado) do Brasileirão foi um desastre. Os três bons volantes foram reduzidos a edinhos e ramiros. Wallace fez uma partida abaixo da crítica. Maicon foi apenas esforçado e Jailson, que vinha despontando com brilho, desabou.

Perdido o meio-campo, perdido o jogo. O Botafogo fez 2 a 0 e poderia ter feito até mais. O Botafogo que vinha de goleada diante do Cruzeiro, um time que recém saiu da zona de rebaixamento.

A derrota por 2 a 1 foi lamentável sob todos os aspectos. A começar pelo simples fato que praticamente soterra o sonho de título no Brasileirão.

Resta ainda a Copa do Brasil, mas não será nada fácil.

Aprendi que quando as individualidades fracassam em conjunto, é porque o time foi mal montado.

Vou apenas destacar o Luan pelo esforço em abrir espaço na frente. A dupla de área também esteve num nível aceitável.

Mas o que dizer de Marcelo Oliveira? Nada, não digo nada porque nada diz tudo sobre o que ele foi no jogo. 

O outro lateral, Edilson, pareceu perturbado com os xingamentos da torcida do Fogão, que tem má lembrança de sua passagem por lá.

Henrique Almeida na frente parecia uma barata tonta. É bem verdade que não foi privilegiado por uma das tais metidinhas de Douglas.

E por falar no ‘maestro’, que, é verdade, teve seu contrato renovado,  passou em branco pelo jogo. Deixou Luan jogando sozinho.

Pra não dizer que tudo foi ruim, restou o gol de Batista, coisa de atacante matador.

Claro, ele volta para o banco e talvez algum dia tenha nova oportunidade.

ROGER

Roger Machado está sofrendo um massacre nas redes sociais. Acho isso injusto pelo que ele já fez.

Agora, ele parece atrair raios. Mais ou menos como o Sartori no governo do Estado.

O Grêmio perdendo por 2 a 0, e ele saca um volante para colocar outro, que é pior que o que saiu.

Era o momento de tentar Lincoln, ou outra alternativa com mais vocação ofensiva.

Mas, como escrevi no comentário anterior, Ramiro é o 12º segundo jogador de Roger.

Enquanto ele seguir prestigiando jogadores como Ramiro, Marcelo Oliveira e Douglas não irá escapar do fogo cruzado nas redes sociais.

Uma pena, porque se trata de um técnico que já provou suas qualidades.