É duro torcer pelo Cruzeiro

Hoje senti na pele o que anda sofrendo o torcedor do Cruzeiro. Que time medíocre, comandado por um técnico que vira e mexe joga apenas por uma bola. É duro torcer pelo Cruzeiro.

E tem gente que reclama do Grêmio…

O problema no esquema de Mano Menezes é que única bola é uma melancia, ou assume outras formas geométricas, como um quadrado.

Impressionante como um time de tradição, com uma grande torcida e multicampeão consegue apequenar-se tanto.

Em 90 minutos contra o Inter não criou nenhuma chance de gol.

O que mais criou e arriscou foi Pedro Rocha. Esse Thiago Neves, que alguns gremistas queriam trocas por Luan, é se arrasta em campo e sequer consegue dominar uma bola para dar andamento a uma jogada.

Um time que tem como referência técnica esse Thiago Neves de hoje realmente não pode ser grande coisa. Isso ajuda a explicar por que o Cruzeiro está há oito jogos sem marcar gol.

E o que dizer de Fred? Silêncio.

O Inter venceu por 1 a 0, e não seria injusto de marcasse mais um gol, que só não aconteceu graças ao goleiro Fábio, que eu pensei que só defendesse contra o Grêmio.

Resumindo, o gol de Edenílson dá uma vantagem muito grande ao Inter, que joga em seu estádio, onde o time se impõe e quando não consegue isso conta com a ajuda dos erros humanos e da máquina.

Agora, apesar dessa ruindade técnica e tática, não duvidem se o Cruzeiro não aplicar.

Mano Menezes arma uma retranca – ele é especialista nisso – e espera o Inter. Aí, é só resistir e explorar contra-ataque. Difícil, mas não impossível.

Tem um detalhe, Mano pode cair nas próximas horas.

A tendência no Beira-Rio é que o Inter avance na Copa do Brasil. Se o Grêmio passar, e vai passar pelo Atlético PR, teremos Gre-Nal.

Grandes emoções nos aguardam.

Atuação decepcionante e ainda um VAR pra complicar

O VAR mais uma vez decidindo contra o Grêmio. É o que aconteceu nesta noite de segunda-feira, na ponta do rabo da rodada, onde o Grêmio tinha tudo para somar 3 pontos e ficou apenas com 1 no empate por 3 a 3, em plena Arena, contra a Chapecoense, time candidato ao rebaixamento.

Foi pênalti em kannemann. Empurrão pelas costas. Quando a vítima é alguém do Grêmio nesses empurrões, nunca é com intensidade suficiente para derrubar ou algo assim. Foi o que aconteceu com o zagueiro argentino (ele e Geromel em jornada bem abaixo do normal) no lance de pênalti que o juiz marcou, mas voltou atrás depois da intervenção do VAR, sempre tão generoso e compreensivo com o Inter neste Brasileirão.

Então, a arbitragem prejudicou o Grêmio.

Agora, quem mais prejudicou o Grêmio foi o próprio time gremista. Começou indolente, desatento, sem concentração, e chegou a estar perdendo por 3 a 2, uma derrota evitada pela dupla Luan e Tardelli, este autor do gol de empate na reta final do jogo, após cruzamento meticuloso de Luan. Os dois entraram na metade do segundo tempo para apagar o incêndio.

Generalizando, praticamente ninguém jogou bem no time do Grêmio. A rigor, apenas Éverton e Matheus Henrique se salvaram. Os demais desenharam o quadro da dor.

Está certo que o time foi mal, mas ainda assim, com sua melhor formação do momento, tinha obrigação de somar três pontos, e nunca sofrer três gols de um time modesto apesar de muito aplicado que foi a Chapecoense.

E assim, de empate em empate, o Grêmio vai se distanciando da ponta de cima do campeonato. Era jogo para vencer e encostar no G-6. Sábado, 19h, é contra o Flamengo, no Rio.

O primeiro campeão da Copa do Brasil

A história do Grêmio é preservada por alguns abnegados, gente preocupada em manter acesa a memória do clube.

Uma dessas pessoas conheci no final dos anos 70, dona Ema Coelho de Souza, que tratava de juntar aqui e ali, literalmente, peças de uma quebra-cabeça que conta a história do clubes. Muita coisa estava jogada em alguma dependência do Olímpico.

Perseverante, dona Ema, em 1984, conseguiu criar a Sala dos Troféus, que deu origem a esse museu maravilhoso instalado na Arena, fundindo passado e presente.

Lembro também de um torcedor que registrou em super 8 a primeira excursão do Grêmio nos anos 50 (quem tiver detalhes me ajude).

São pessoas como essas duas, entre outras anônimas, que contribuíram para manter vivo o passado glorioso deste clube que é um dos maiores do mundo.

Uma história que se depender do pesquisador Daison Sant’anna não será esquecida jamais. Dono de memória privilegiada e incansável em suas pesquisas, Daison está lançando o livro 1989, que conta conta detalhes da conquista do primeiro título da Copa do Brasil pelo Grêmio.

Eu vivi intensamente como repórter essa caminhada gloriosa do Tricolor rumo ao título da primeira edição da CB. Portanto, tenho grande interesse pelo assunto.

Bem, os autores, Daison e Alberto Franco, estão lançando a obra nesta terça, 19h, no Bar do Beto. Eu estarei lá para garantir um exemplar e tomar um chopp no capricho.

Briga de cachorro grande

Agora é briga de cachorro grande. Os guaipecas foram eliminados, se bem que sobrou um que há tempo só assistia a Libertadores muito de longe, de luneta.

Mas vamos ao que interessa, o Grêmio – mesmo com um ‘jogador a menos’ na maioria dos jogos – está entre os oito melhores times da América do Sul e entre os quatro melhores do país.

No jogo em que ‘o jogador a menos’, conseguiu desencantar, deu goleada, e uma classificação tranquila dentro do que se projetava quando a Libertadores começou – derrota para esse mesmo Libertad na Arena.

André continua sendo um atacante muito mais ou menos, mas é preciso admitir que ontem, em Assunção, ele mandou bem, esteve ‘irreconhecível’, marcando não apenas um, mas dois gols. Espero que ele tenha mais alguns reservados para o Palmeiras.

Já projetando esse embate entre o Mestre Felipão e o Renato Midas (será que ele está transformando também o André para espanto dos incréus?), espero que o time mantenha a estrutura do time que bateu o Libertad por 3 a 0.

Espero, por outro lado, que o Grêmio não dê os espaços oferecidos aos paraguaios, que deram muito trabalho ao grande Paulo Vitor. Um time mais qualificado como o Palmeiras certamente será mais efetivo.

No mais, é manter o futebol que vem apresentando nos mata-mata, prioridade número 1 dos gremistas, e de todos os clubes brasileiros que disputam a CB e a Libertadores.

Os outros olham e invejam tanta emoção.

OBSERVAÇÃO

Faltou luz na minha zona. Vi o jogo pelo celular, e só agora consegui escrever alguma coisa sobre a grande vitória.