Felipão descobre um ‘Jardel’ na base gremista

Depois de ‘achar’ Walace e ter coragem de lançá-lo no Gre-Nal, assumindo risco enorme, Felipão agora parece determinado a investir em outro guri da base, o Ronan, de apenas 19 anos.

Confesso que eu nunca havia ouvido falar nesse nome. Apesar de considerar que é na base que o Grêmio deve buscar jogadores antes de ciscar fora do galinheiro.

Ronan tem quase dois metros de altura. No meu tempo de guri, quando ainda se tomava Grapette, a original, e a Polar era fabricada unicamente em Estrela e era conhecida apenas na região, a gente dizia de um cara que havia crescido muito que ele havia sido tratado à base de Toddy. Naquele tempo não havia esse negócio de Todynho contaminado. Bons tempos.

Pois Felipão em poucos dias está ‘descobrindo’ outro possível talento. Eu acredito até que se trata de um jovem de muito futuro para Felipão estar apostando nele.

Então, temos que o técnico gremista está lançando um jovem por lance e outro por sorteio.

Se esse Ronan, que é emprestado pelo Fluminense, segundo ouvi, corresponder e fazer os gols que o time precisa, estaremos diante de uma preocupante situação de incompetência coletiva no departamento de futebol profissional.

Por que diabos Walace não foi lançado antes? Teriam, no mínimo, economizado um bom dinheiro, porque não precisariam trazer Edinho.

O fato mostra ainda que Felipão não está satisfeito com o que encontrou no grupo principal. Tanto que sai por aí garimpando jovens com potencial e que estavam lá na base quando poderiam ser úteis no time profissional.

Por um momento, me passa a ideia que Felipão tenta repetir o grande time vitorioso da década de 90.

Ramiro na lateral-direita repete Arce, que era volante no Paraguai. Considero a aposta em Ramiro um acerto, as chances de dar certo são enormes, embora tenha gente que considere isso um absurdo. Vamos ver quem tem razão. Fico com Felipão nessa.

Walace pode ser o Dinho que Felipão não encontrou no grupo. Felipe Bastos seria o Goiano.

Bem, falta o Carlos Miguel nesse time.

Já o Émerson, que era um misto de meia com volante, sera mais ou menos como Giuliano. Guardadas as proporções, claro.

Na frente, Felipão encontrou Barcos e Lucas Coelho, que, bem ou mal se aproximam de Jardel, mas não fazem os gols que Jardel fazia.

Então, Felipão colocou o olho clínico em Ronan, que, coincidência ou não, também é oriundo do futebol carioca.

Esse guri pode ser o meu novo Jardel, deve ter pensado.

Pensamento mágico? Desespero? Ou convicção?

Vamos ver. Eu acredito em Felipão.

MACONHA

Desde quando o Ministério Público ESTADUAL tem competência para impedir que uma torcida vá a jogos em estádios fora do RIO GRANDE DO SUL?

Mas é o que li no Correio do Povo. Confiram:

O Promotor José Francisco Seabra, responsável pela Promotoria do Torcedor, anunciou na tarde desta quarta-feira que a Geral do Grêmio está proibida de entrar com faixas e instrumentos nos próximos cinco jogos do Tricolor no Brasileirão. A punição se dá pelo descumprimento da determinação da Brigada Militar (BM) em relação ao local de concentração dos gremistas para a ida ao Gre-Nal de domingo no Beira-Rio. A proibição vale também para os jogos fora da Arena.

Corta pra mim de novo: gostaria de ver o MPE agindo com igual rigor contra os bandidos que massacraram um guri de 15 anos no Gre-Nal de domingo, acionando a Polícia para descobrir os responsáveis.

E o que foi feito em relação ao bando que praticamente destruiu uma loja de conveniências semanas atrás? Eram integrantes de duas facções coloradas.

Assim como tentam descriminalizar a maconha, quem sabem não começam a fazer o mesmo com a Geral. Descriminalizem a Geral. Ou criminalizem todas as torcidas da mesma forma, sem discriminação.

Crônica esportiva muda a frase de Dino Sani

Nunca pensei que viveria para ver aquela que eu considerava a única verdade incontestável do futebol ser tão abalada.

Na distante década 70, da qual me considero um sobrevivente depois do massacre colorado, o técnico Dino Sani – como jogador atuou no SP, Milan e Boca Jrs entre outros – do alto de sua sabedoria, filosofou, sem a pose de Paulo Autuori, claro:

– Em futebol, se ganha, se empata e se perde.

Diante de descoberta tão retumbante, o ponta-direita Arquimedes, titular da equipe de Siracusa, na Grécia pra lá de antiga, mais antiga que eu, saiu correndo nu pelas ruas da cidade, sem ser perturbado pela Brigada Militar, que estava preocupada em embretar a torcida do Grêmio:

– Eureka, eureka!

Era uma frase para ser gravada em bronze.

Um erro em bronze é um erro eterno. Lembrei dessa frase do Mário Quintana, com o qual compartilhei uma velha Remington (ou seria Olivetti?) na redação do velho Correio do Povo no limiar dos anos 80.

Seria um grande erro, porque essa frase acaba de receber um acréscimo de peso de setores da crônica esportiva gaúcha, considerada pela crônica esportiva gaúcha – inclusive por mim nos tempos em que dela participei profissionalmente -, como uma das mais sérias, competente e ética do país.

Não é que no futebol, pelo li e principalmente ouço desde cedo nesta terça-feira, não existe apenas o vencer, o empatar e o perder?

Não, a coisa é mais complexa.

Existe também o ‘optar por não vencer’.

É a conclusão a que chego depois de ler e ouvir gente, e gente graúda da crônica, afirmar que a melhor decisão do Inter neste momento é optar por não vencer o Ceará, para poder se concentrar na disputa da Sul-Americana. Coisa mais estranha.

O curioso é que nenhum desses filósofos modernos do futebol defendeu esse tese antes de derrota surpreendente diante do Ceará, no Beira-Rio, onde, aliás, o Inter faz campanha espetacular no Brasileirão.

De repente, então, a Copa do Brasil virou um estorvo. De repente, o Ceará virou um Barcelona do Sertão.

Então, o Inter, no caso de cair em Fortaleza, não terá fracassado. Terá optado pela Sul-Americana, que, ao contrário do que defendem alguns analistas, é mais difícil que a Copa do Brasil, haja vista o que aconteceu com os grandes clubes brasileiros na Libertadores.

A conclusão a que cheguei: o Inter não perde, opta por não vencer.

Dino Sani, hoje, faria a seguinte frase:

Em futebol, se ganha, se empata, se perde e se opta por não vencer.

O bom disso tudo é que o futebol continua me surpreendendo.

TORCIDA

A direção do Grêmio errou ao não entrar num acordo com sua torcida sobre o local da concentração para o Gre-Nal. Decidiu de alto pra baixo. Faltou habilidade política. Deu no que deu. Cada vez mais nos encaminhamos para Gre-Nal sem torcida adversária.

Prevalece de novo superioridade técnica do Inter

O Inter venceu mais um Gre-Nal. Se isso não confirma uma superioridade técnica não sei mais nada.

É preciso reconhecer que o Inter tem mais jogadores decisivos e qualificados.

O Grêmio tem um excesso de jogadores medianos e poucos de qualidade superior.

Vejamos o caso de Dudu. Ele e Pará são parecidos na vontade, na disposição, na entrega, mas nos lances em que é preciso qualidade na definição eles sucumbem.

Dudu teve em seus pés a melhor chance de gol do Grêmio. Jogada de Giuliano pela direita, bola lançada para Barcos na área. O argentino de forma inteligente deixou passar para Dudu, livre pela esquerda.

Dudu teve de ajeitar. Jogadores medianos fazem gols decisivos de vez em quando, mas na maioria das vezes desperdiçam a oportunidade.

Não foi a hora de Dudu. O chute saiu como uma piada de mau gosto. Dudu é assim, afoito e ansioso. Dá para perceber isso cada vez que ele pega a bola.

Outro que começou o jogo, Rodriguinho. Assim como Dudu, ele tentou, se esforçou, ajudou na marcação e aí talvez tenha sido sua melhor participação no jogo.

Rodriguinho não é mau jogador. Dudu também não é mau jogador. O mesmo vale para o lateral Pará e mais uns dois ou três.

São todos jogadores medianos que eventualmente podem dar boa resposta, mas que normalmente jogam isso que costumam jogar.

É claro que o técnico Felipão pode armar uma equipe competitiva com esses mesmos jogadores. Mas não em poucos dias de treinamento.

Com mais alguns treinos quem sabe o Grêmio não fica igual ao Ceará e também consiga vencer o Inter. Jogador por jogador, o Grêmio é superior ao Ceará.

Apesar disso, o Grêmio perdeu para o Inter enquanto o Ceará venceu o time de Abel em pleno Beira-Rio.

O Grêmio poderia ter vencido o Inter. Por que não venceu?

DARONCO

A começar pela atuação do sr. Daronco, que a continuar assim será apontado em breve como sucessor de Carlos Simon na arbitragem gaúcha.

Daronco vai rápido a dar cartões amarelos para os azuis, e comedido com os vermelhos.

Mais uma vez o D’Alessandro se mostrou um auxiliar eficiente da arbitragem. Penso que já merece o título de sócio convidado do Sindicato de Árbitros do RS.

QUALIDADE OFENSIVA

É claro que se o Grêmio tivesse mais qualidade especialmente no meio para a frente – tecla em que eu e outros integrantes aqui do Boteco temos batido desde o ano passado – passaria por cima da arbitragem, que, a bem da verdade, não cometeu erros grosseiros, mas minou o time gremista, inclusive psicologicamente.

Qualidade ofensiva é um problema que já existia com Luxemburgo, permaneceu com Renato e Enderson e segue agora porque a direção decidiu contratar jogadores de nível médio e/ou promessas, que até agora não vingaram completamente.

O fato é que o Grêmio perdeu mais um Gre-Nal. Jogou de igual para igual no primeiro tempo, com superioridade em alguns momentos e com a melhor chance de gol, essa perdida por Dudu.

TENISTA

No segundo tempo, o Grêmio tinha o controle do jogo. Penso até que Abel recuou seu time de propósito, esperando explorar contra-ataques. Inverteu tudo. O dono da casa é que tinha de pressionar. Mas quem ficava com a bola mais tempo no campo de ataque era o Grêmio, mas sem objetividade, porque a marcação ali era cerrada.

O Inter, como o tenista experiente, jogou no fundo da quadra e explorou a ansiedade do adversário. Foram dois gols de contra-ataque. No primeiro, jogada de Alex, Fabrício cruzou com perfeição e Aranguiz cabeceou com muita felicidade. Não foi falha de Werley nem de Grohe.

Foi qualidade ofensiva do Inter, aproveitando espaços defensivos de um time que jogava não apenas para vencer, mas também para vingar os dois últimos grenais.

No segundo, Cláudio Winck -não tenho nada a ver com isso – mostrou que é realmente um jogador diferenciado. Teve a calma que faltou, por exemplo, a Dudu, e mandou para a rede.

É isso, qualidade não se compra na esquina.

Então, duas chances de gol, dois gols. Depois, o Inter poderia ter ampliado com o W. Paulista numa falha de Walace no meio de campo.

Aliás, a única falha do jovem que Felipão encontrou na reserva da reserva. Walace mostrou muito futebol, muita personalidade. Tem ainda que amadurecer, como disse Felipão na entrevista coletiva, mas isso só se consegue jogando. Portanto, Walace é titular de Felipão.

FRAUDE

Gostei também do Felipe Bastos, outra aposta do treinador. Agora, por favor, gostaria de saber quem plantou a ideia de que ele bate bem na bola?

No primeiro gol do Inter, eu escrevia um twitter para reclamar das péssimas cobranças de escanteio e dos chutes altos desse jogador quando saiu o 1 a 0.

No segundo gol, eu repetia a dose, quando ele cobrou um escanteio de novo no primeiro pau, deu um contra-ataque, 2 a 0.

Prometo não tuitar mais contra o FB, mas não me apliquem que ele chuta bem. Fraude.

MEDIANOS

Seguindo na análise dos medianos do Grêmio:

Fernandinho, contribuição zero. Fincado na esquerda pouco fez para quem dele tanto se espera.

Giuliano, uma atuação mediana. Mas teve uns dois ou três bons lances. Pouco pelo que custou e custa.

Barcos fez o que podia. Errou alguns lances, acertou outros. A derrota não passa por ele, que não recebeu uma bola sequer para concluir.

Na defesa, destaque para Ramiro, que pra mim passa a ser titular. Breno vai receber oportunidade na esquerda, não já, mas Felipão disse que espera contar com o guri.

Confio que Felipão vá arrumar o time.

Não, espero título no Brasileirão. Nem vaga para a Libertadores.

O importante é jogar jogo a jogo e ver o que acontece, sempre com a preocupação de manter distância da zona de baixo.

Fora isso, entrar com força total na Copa do Brasil.

As inúmeras possibilidades de Felipão

Enquanto o técnico Abel Braga se esforça para criar mistério sobre o time que começa o Gre-Nal neste domingo, seu colega Felipão, aproveitando o fato de que precisa conhecer melhor o grupo, faz experiências de todo o tipo, confundindo os observadores da imprensa ‘falada, escrita e televisada’.

No Inter, Abel trabalha com a dúvida Aranguiz/Wellington.

Já Felipão se delicia lançando inúmeras possibilidades. Alguém arrisca dizer quais serão os laterais que começam o jogo?

Sim, Pará um deles, até porque Pará tem lugar cativo. A questão é se ele começa na direita ou na esquerda.

Eu acredito que Felipão vá colocar Pará, que é experiente e forjado em grandes confrontos, na esquerda. Sua missão será impedir que D’Alessandro, que tem jogado pelo lado direito do ataque colorado, faça a festa por ali como fez em inúmeros clássicos.

Assim, resta a lateral-direita. Felipão andou testando Ramiro por ali. Muitos gremistas há tempo imploram para que Ramiro seja testado nessa posição. Estou convencido de que ele começa o Gre-Nal ali.

E a dupla de área? Rodolpho joga, claro. Werley ou Geromel? Meu palpite é que Werley volta. Depois daquele gol de Caio, de cabeça, Geromel caiu no meu conceito. Zagueiro que é zagueiro não deixa atacante montar em suas costas para fazer gol. O zagueiro Felipão enfiaria o cotovelo na barriga do adversário.

A coisa complica ainda mais no meio de campo. Li no Correio do Povo que Walace é muito bom, e de porte avantajado, confirmando informação que Francisco Coelho, nosso especialista em categorias de base no Boteco do Ilgo, me passou no nosso encontro no Bar do Beto.

http://www2.correiodopovo.com.br/Esportes/?Noticia=532641

Sendo assim, eu escalaria o Walace, que é primeiro volante clássico. Sacaria Edinho, que anda dando muita entrevista, o que me faz lembrar a tática do quero-quero. Dá impressão de que ele irá jogar, mas é puro despiste. Será mesmo?

O fato é que Edinho andou lustrando um banco recentemente. Que continue mais um pouco. É o que eu penso, não sei de Felipão pensa da mesma forma.

Depois, colocaria Riveros e Giuliano. Se Riveros não puder jogar, continua Walace, mas volta Edinho, este mais posicionado entre os zagueiros.

Pode ser, também, que Alán Ruiz substituia Riveros, mas com uma função mais defensiva do que a habitual.

Restam três posições: Barcos, claro. Os outros dois seriam Dudu e Luan.

Mas há outras possibilidades para confundir a todos nós, principalmente ao Abel.

Só espero que Felipão não se perca nesse emaranhado de alternativas.

ENCONTRO DO BOTECO E DA CORNETA

Foi uma noite muito agradável.

Reencontrar o parceirão Ricardo W. é sempre uma alegria. Entreguei pra ele um copo com a logomarca Bardhal. RW não perdeu tempo e enche o copo do famoso líquido escuro que ele costuma beber diante de aberrações que percebe por aí.

Tivemos a oportunidade de conhecer o grande Francisco Coelho, que participa ativamente do Boteco, mesmo morando em Recife. Francisco abriu do uísque 12 anos para ficar só na cerveja. Temos que fazer outra reunião antes que ele volte para Recife.

Outra figura ilustre, o Gunther, meu amigo de juventude. Ele mora em Miami, mas se encontra em Lajeado, de onde veio unicamente para participar da reunião. Chegou às 20h e pegou ônibus de volta à meia-noite. Esse é de fé. Quase acabou com o estoque de cerveja do Bar do Beto.

Quem chegou cedo foi o Gabriel, o mais novo da turma. Jogou bola e conhece do assunto. Ele e o Francisco sabem muito sobre quem é quem na base gremista. Gabriel e eu evitamos falar no grande treinador Renato pra não provocar discussões mais acaloradas.

Aliás, Renato foi elogiado por Felipão em sua coletiva no final da tarde de hoje.

Destaque também para Jose Claudio Flain, cara que mediu e fotografou um avanço do Beira-Rio sobre a avenida.  Um escândalo. E ainda o Ricardo A., o sujeito que não deixa ninguém esquecer o homem da pipoca.

Enfim, foi uma noite legal, de muita paz e harmonia.

IW e RW com o copo Bardhal
Da esq. para a dir: Francisco, Ilgo, RW, Gabriel (ao fundo, Gunther, Flain e Ricardo A.

AGRADECIMENTO

Volto a agradecer o apoio e a solidariedade que recebi em razão da morte do meu pequeno Elvis, um companheiro, um amigo de todas as horas, que parecia adivinhar quando eu mais precisava de sua companhia e de sua alegria de viver.

É isso, vida que segue.

A morte do meu amigo

É estranho quando a morte chega de repente. Sem bater à porta, sem pedir licença, sem aviso, sem qualquer sinal.

Simplesmente chega e acaba com tudo. Anos de convívio amigo e acolhedor. Uma amizade sincera, espontânea, que fluía natural como o nascer do Sol a cada dia e o surgimento silencioso da Lua entre as estrelas.

Uma amizade sem cobranças. Sem rancores ou mágoas.

Bastava um olhar e tudo estava dito. Um olhar.

Uma amizade assim tão, tão amiga, precisaria de mais tempo para ser interrompida pela morte.

Seria necessário um preparo, assim como acontece com tantas e tantas mortes.

A morte repentina como um susto em alguém distraído pode ser boa para quem parte, mas nunca, nunca, para quem fica.

Ninguém está suficientemente preparado para ser surpreendido dessa forma.

Eu não estava. Ainda não estou

Faz poucas horas que o meu amigo, parceirão de todas as horas, se foi.

É difícil aceitar que hoje vou dormir sem ele por perto. Que amanhã vou acordar e que ele não estará na porta do quarto, abanando o rabo.

Ansioso que eu o leve para urinar na calçada, o que ele costumava fazer com o entusiasmo e a alegria da manhã anterior, e da outra, e da outra.

Uma verdadeira celebração da vida é o despertar de cada cão.

Temos muito a aprender com os cães.

Eu aprendi muito com o Elvis, nosso cãozinho, que vivia cada momento intensamente, como se sempre fosse a primeira vez, ou como se fosse seu último dia de vida.

Hoje, 6 de agosto, início da noite, foi o último dia de Elvis.

E eu não tenho dúvida de que ele o viveu intensamente, como sempre.

Elvis, cheio de vida e disposição, morreu com menos de cinco anos, vítima de um fulminante ataque cardíaco após violenta emoção ao reagir – ele tinha personalidade forte – contra um inofensivo procedimento ambulatorial.

Elvis morreu em meus braços, sem despedida, sem adeus. Simplesmente partiu.

Só restou uma tristeza e um vazio do tamanho da imensa alegria de viver do meu amigo.

Adeus às ovelhinhas

Não sei como o técnico Felipão vai armar o time para o Gre-Nal.

O Abel todos nós sabemos. Não há muito o que esconder.

Já Felipão, que está chegando agora, tem tudo para fazer mistério e fazer disso um trunfo.

Não sei se o Grêmio terá três zagueiros, três volantes ou três atacantes. Não sei se Felipão será aquele dos anos 90 ou esse faceirinho que treinou a Seleção.

Eu só sei de uma coisa: Felipão e sua comissão técnica não podem cair na conversinha de que uma derrota será o caos, o fim dos tempos.

Leio e ouço gente opinando que uma derrota no Gre-Nal será um desastre.

É lógico que será péssimo, mas para quem conseguiu perder para o Goiás e o Vitória, perder para uma equipe de igual porte é normal.

O problema é que é Gre-Nal. Será traumático perder de novo, mas perder Gre-Nal tem sido uma rotina neste ano.

Não podemos exigir que Felipão estreie vencendo o clássico.

Aceitar que uma eventual derrota do Grêmio será o fim, é fazer o jogo de quem quer ver o fim logo no começo.

Felipão está apenas começando seu trabalho, que, tenho certeza, será mais uma vez exitoso.

Então, se houver mais uma derrota no Gre-Nal, será um golpe, um duro golpe, mas um golpe que pode ser assimilado com maturidade e tolerância.

O que podemos cobrar e exigir de Felipão, é que o seu time seja diferente, muito diferente animicamente, do time que herdou.

Se isso acontecer, se o Grêmio for vibrante, indignado, guerreiro e sábio para explorar a obrigação que o Inter, o anfitrião na casa remodelada, tem de atacar, ficará muito distante da derrota e mais próximo da vitória.

É só isso que espero de Felipão: um Grêmio diferente desse que tenho visto entrar em campo como ovelhinhas mansas a caminho da tosquia.

Adeus, ovelhinhas.

REUNIÃO DOS BOTEQUEIROS E CORNETEIROS

Será nesta quinta, 20h mais ou menos, no Bar do Beto da Venâncio Aires.

PESQUISA

Não deixem de ler:

http://www.cornetadorw.blogspot.com.br/2014/08/pesquisa-para-governador-do-estado.html

Inter é favorito para o Gre-Nal

O Inter fez a sua parte: venceu o Santos e se aproximou o líder Cruzeiro. São apenas quatro pontos de diferença. A vantagem colorada sobre o Grêmio é de humilhantes seis pontos.

Salvo engano, faz tempo que o Inter não tem vantagem tão larga sobre o Grêmio.

Já o Cruzeiro está com 10 pontos de distância do tricolor, que, a não ser que Felipão se revele um milagreiros, praticamente afasta o Grêmio da disputa do título.

A esperança, então, recairá na Copa do Brasil.

Antes de tudo tem o Gre-Nal.

O Inter é o favorito. Não muito, mas favorito. Tem o fator local, Aranguiz voltando e essa superioridade técnica que os números insinuam.

Caberá ao Grêmio arrumar a casa a partir do Gre-Nal. Time e treinador para vencer o Inter o Grêmio tem.

Se o Ceará fez isso em pleno Beira-Rio, por que o Grêmio não pode fazer?

Arbitragem desastrosa e futebol ruim

A arbitragem de Sandro Meira Ricci foi desastrosa.

Conseguiu superar de longe o futebol medíocre apresentado por Grêmio e Vitória.

Ricci, que não pode escapar de um gancho, só não errou mais porque bateu no teto.

A começar pelo primeiro gol. Barcos dominou com o braço esquerdo. É fácil dizer isso depois de ver o lance pela câmera colocada na linha de fundo.

Então, é desculpável esse erro do juiz. Modéstia à parte eu achei que houve toque na hora do gol, mas fiquei em dúvida.

Agora, o que dizer do juiz auxiliar colocado ao lado da trave esquerda, á frente da câmera. Ele viu o toque de Barcos e nada assinalou.

Não é a primeira vez que esse pessoal que fica ali se omite, ou se marca é ignorado pelo juiz principal.

O gol de empate foi falta de Caio em Geromel. Mas zagueiro que se preze jamais deixa que um atacante de menor porte use seu corpo para escalar e alcançar a bola.

Falhou Geromel. O ex-zagueirão Luiz Felipe Scolari vai saber corrigir essa postura paz e amor de Geromel, inaceitável para um zagueiro.

O gol da vitória dos baianos foi um pênalti cometido por Edinho. Ricci marcou com convicção. Eu acho que foi mesmo, mas é um lance duvidoso.

Agora, quem conhece Edinho sabe que ele costuma puxar atacante, de preferência dentro de sua área.

Depois, o juiz errou ao não marcar pênalti num chute do Everton que o zagueiro que estava à sua frente interceptou com a mão direita. A confissão de culpa do zagueiro foi que ele se encolheu todo para simular que a bola acertou sua barriga.

O resultado mais justo seria mesmo um empate, mas a exemplo do que aconteceu com o Goiás o time saiu de campo merecendo resultado melhor, porém derrotado.

E isso é o que importa: duas derrotas seguidas. Grave, gravíssimo. Nada que Felipão não possa consertar.

O técnico Jardine armou bem a equipe. Praticamente manteve a estrutura herdada. Breno qualificou o lado esquerdo, mas nada de especial.

Só achei que Jardine errou ao colocar Fernandinho e não Rodriguinho – time que tem muito ‘inho’ não me agrada, já começa se apequenando.

Rodriguinho entrou bem no jogo anterior e seria um substituto melhor para Luan, que realmente caiu de produção depois de um primeiro tempo muito bom.

Dudu, então, deveria ser substituído por Fernandinho.

A entrada de Lucas Coelho, que sempre pedi, foi equivocada. Barcos não estava recebendo bola. O problema era na armação. Giuliano era um jogador omisso, o que justificaria ainda mais a entrada de Rodriguinho para jogar ao seu lado.

Resumindo, Felipão tem muito trabalho pela frente.

RONALDINHO, NESTOR HEIN E O REPÓRTER

Transcrevo trecho de entrevista do vice Nestor Hein à ESPN: “É um irresponsável quem deu essa notícia. O Ronaldinho tomou rumo na vida, saiu daqui em situação muito complicada, jurou ficar, saiu pelos fundos com um pré-contrato assinado, fez leilão com presidente anterior, o Grêmio montou recepção para ele,aí acabou e foi para outro lugar. Saiu mal, foi hostilizado no Rio, tomou um rumo. Foi bem no Atlético-mg, mas seguiu a vida dele, nós seguimos a nossa”.

No passado, diante do mesmo tipo de especulação, Hein fez um repto ao repórter que havia divulgado a volta de RG. Ele sairia do Conselho de Administração do Grêmio se RG voltasse, mas em troca, se não houvesse o negócio, o repórter teria de pedir demissão.

Ficou por isso mesmo.

Fecho com o Nestor.

COMENTÁRIOS

Li os comentários sobre o jogo feito pelos parceiros de esperança e sofrimento.  Todos muito adequados.

Diferente do time do Grêmio, este blog joga por música.