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Os 'argumentos' do técnico Enderson

Depois de ouvir a looonga entrevista coletiva do sr. Enderson Moreira, no final da tarde desta sexta-feira, cheguei à conclusão de que o grande legado do treinador em sua passagem pelo Grêmio será levar para o campo de jogo o verbo ‘argumentar’.

O sr. Enderson transformou o jogo de futebol num diálogo, num colóquio.

Ele usou o verbo pelo menos três vezes – perdi alguns trechos da entrevista.

Segundo ele, o Grêmio está ‘argumentando’ bem nos jogos e por isso faz boa campanha.

Ele disse que viu os últimos jogos do Coritiba e constatou que o time de Celso Roth está ‘argumentando’ bem nos jogos.

Usou o verbo ‘argumentar’ também em ações individuais, referindo que o jogador tal ‘argumentou’ bem no treino ou no jogo.

Sobre os  7 a 0 no treino, o técnico tratou de reduzir a importância do placar a pó, o que não chega a ser surpresa partindo de quem conseguiu diminuir a relevância dos 4 a 1 no Gre-Nal.

Segundo o técnico, um sujeito simpático, trabalhador, o time principal teve dificuldades porque ficou preso a determinado posicionamento enquanto o time reserva jogou com mais liberdade, sem igual responsabilidade tática.

Foi mais ou menos isso que o treinador do Grêmio afirmou.

Não sei se é de rir ou de chorar.

Acreditando que foi isso mesmo que ocorreu, minha sugestão é que o sr Enderson deixe o time – pode ser o titular mesmo – sem amarras táticas para enfrentar o Coritiba neste domingo.

Quem sabe não assistiremos a um Grêmio que todos nós queremos – inclusive o treinador -, eficiente na marcação e ágil e competente para atacar e fazer gols?

Um time livre, leve e solto, ‘argumentando’ com naturalidade.

O 'highlander' do Grêmio e o da Seleção

Barcos é um caso a ser estudado. Um fenômeno.

Começa pelo fato de que é um centroavante que não faz gol ou, para ser mais preciso, com extrema dificuldade para fazer gol.

Sua noção de tempo e espaço é tão precária quanto meus conhecimentos sobre física nuclear. Ele e a bola dificilmente conseguem estar no mesmo ponto da grande área ao mesmo tempo.

Um exemplo oposto dessa característica absolutamente inaceitável para um centroavante que vive de cruzamentos e lançamentos é Romário. Mas há outros. Dezenas, centenas de outros. O problema é que nenhum está no Grêmio.

Quem está é Barcos. Por ele já passaram Luxemburgo e Renato Portaluppi. Os dois sucumbiram. Enderson resiste, mesmo levando 4 a 1 em Gre-Nal.

Se Barcos não fosse um ‘highlander’ talvez as coisas tomassem outro rumo. Sim, Barcos é indestrutível.

Agora mesmo ele andou manifestando uma lesão, ou, como está na moda, um desconforto muscular ou algo parecido.

Alàn Ruiz, que começa a dar esperança ao torcedor, também sentiu uma lesão.

A questão é que Barcos, que há tempo deixou de ser uma esperança para os gremistas, está recuperado e Ruiz não.

Barcos quase não se lesiona. É um indestrutível. Vai jogar domingo. Ruiz está fora.

O argentino me lembra o goleiro Manga, com quem convivi na década de 70 como estagiário de jornal. Manga nunca se lesionava. E mesmo lesionado ele jogava. Não dava chance para ninguém. Lembro do Ademir Maria treinando, treinando, esperando por uma chance que não vinha nunca.

Dedo destroncado? Manga jogava com todos os dedos destroncados. Permanentemente destroncados. Eu vi. As mãos do grande Manga eram deformadas.

Coisa de filme de terror, como costumam ser as atuações de Barcos, em especial nos últimos tempos. Ele tem perdido cada gol que chego a desconfiar que só pode ser de propósito, porque ninguém tem conseguido ser tão ruim nas conclusões.

Se ao menos Barcos não fosse indestrutível, Lucas Coelho teria, então, uma sequência de jogos pra mostrar se tem condições ou não de ser titular do Grêmio.

Mas além de não sofrer lesão de espécie alguma, nem resfriado, enxaqueca, nariz entupido, unha encravada, nada, Barcos tem muita sorte.

Alguém lembra de alguma falta mais forte que ele tenha sofrido? Eu lembro de uma mais ou menos. Foi contra o Figueirense, mas logo Barcos se levantou lépido e faceiro.

É curioso isso: um atacante passar jogos inteiros sem sofrer uma entrada mais dura.

Assim como a bola nunca o alcança na área – pelo menos a ofensiva, porque pra defender de cabeça ele é melhor que qualquer qualquer zagueiro – não há chuteira que o atinja.

Temos, então, um centroavante que não faz gols e não sofre faltas.

Não que eu deseje o mal de Barcos. Na verdade torço por ele. Gostaria que ele fizesse muitos gols e saísse correndo com a mão tapando o olho.

Mas já perdi a esperança. Esse Barcos está afundando, e com ele a esperança de algum título neste ano.

SEGUNDA CHANCE

Sou favorável a que todos tenham uma segunda chance. Bem, nem todos.

Mas Dunga merece uma nova oportunidade na Seleção. Seu trabalho anterior foi muito bom. Na seleção da Alemanha, que todos enaltecem, e com razão, ele teria sido mantido após a derrota para a Holanda.

Afinal, havia conseguido armar uma equipe competitiva e conseguido ótimos resultados, em especial as vitórias sobre os argentinos. Os argentinos penaram com Dunga de técnico da Seleção. Tem ainda os títulos, mas nada supera as surras nos vizinhos.

Então, sou a favor da volta de Dunga. É briguento, sem dúvida, mas sempre na defesa de seus pontos de vista. Não se intimida e parece gostar de duelar com a imprensa. Parece não, ele gosta, curte muito.

Dunga é um toque de seriedade, transparência e responsabilidade numa CBF comandada por cartolas que talvez nem saibam o significado dessas palavras.

Além do mais, a Seleção Brasileira é um assunto que realmente não me interessa tanto. No ranking das minhas prioridades ela está tão bem colocada quanto alguma música do Chico Buarque na parada de sucessos.

Portanto, pra mim tanto faz, tanto fez.

Mas acho que o Dunga na Seleção funciona melhor do que em clube.

Não tem jogador de clube e de Seleção? Pois Dunga é treinador de Seleção, não de clube.

Dunga, ainda mais que Barcos, é um highlander.

Quando se pensa que ele acabou, eis que está aí de volta, ainda mais forte.

Alàn Ruiz, vestígios de ser um articulador

O melhor da vitória sobre o Figueirense, além dos 3 pontos, claro, foi a atuação do Alan Ruiz.

Antes que me joguem tomates podres, me apresso a explicar. Esse argentino está começando a desabrochar.

O desempenho dele foi bom, regular ao longo do jogo, Nota 7,5. Um pouco abaixo do melhor do time, Giuliano, autor do gol e de algumas boas jogadas e muita aplicação tática. Muitas vezes quase um volante.

O que eu gostei mesmo Alán Ruiz é que ele mostrou nesse jogo em Floripa vestígios, traços, sinais de ser um articulador.

Sim, um articulador. Figura que o Grêmio não tem faz algum tempo. Mas não um articulador preguiçoso como o Douglas, porque este, a meu ver, não tem mais lugar no futebol moderno.

O articulador moderno precisa dar velocidade às jogadas e ele próprio ser rápido. Articulador tipo pensador ficou na poeira do tempo.

Respeito quem pense o contrário.

É cedo ainda para se entusiasmar, mas Alán Ruiz dá sinais muito claros, ao menos pra mim, de que pode ser o cérebro do time, coadjuvado nesse sentido pelo Giuliano, outro que talvez tenha condições de assumir essa função.

Em relação ao jogo, outra droga intragável. Um desafio à paciência de qualquer um.

O gol foi uma jogada de Alán Ruiz, que foi ao fundo e cruzou rasteiro, depois de olhar como convém, para Giuliano, que bateu cruzado, de primeira. Categoria.

Também não gostei da atuação de Luan. Culpo o sr Enderson, que manda o guri recuar demais, até a zona da grande área.

Ele não joga com os odiados – por uns – três volantes, mas compensa isso mandando todo mundo marcar no campo de defesa. Na frente mesmo, só o Barcos, que também volta para cumprir o seu melhor papel: o de cabeceador nos escanteios do adversário, porque nos escanteios a favor do Grêmio ele NUNCA consegue vencer uma disputa pelo alto.

Alguém sabe informar quantos gols de escanteio o Grêmio fez este ano? Alguém vê alguma jogada ensaiada para bola parada? Tempo para isso não faltou ao sr Enderson.

Se eu fosse diretor de futebol do Grêmio, com plenos poderes, claro, eu aproveitaria e demitiria o sr Enderson agora, para ele sair por cima, com o time bem posicionado, ficando com a imagem de injustiçado.

De pronto, anunciaria Tite ou Felipão. Ou ainda Dunga, se ele não acertar com a CBF.

SELEÇÃO

Uma palavra que eu há tempo venho utilizando quando falo em Seleção brasileira tem sido repetida à exaustão pelo Gilmar Rinaldi: humildade. A Seleção precisa ter humildade, reconhecer que a ‘amarelinha’ já não assusta ninguém.

Por falar nisso, alguns neófitos metidos a entendedores diziam que seria muito bom pegar a Alemanha porque os alemães têm medo do Brasil. Eu vi. Imaginem se não tivessem.

Estariam fazendo gol até agora.

INTER

Goleada colorada na homenagem a Fernandão. Foi um momento comovente.

Depois, no jogo, contra um Flamengo muito desfalcado e com a auto-estima rastejando, o Inter se impôs e chegou aos 4 a 0.

Agora, assim como o Grêmio, ficou claro que precisa melhorar muito se quiser disputar o título.

Até porque o Cruzeiro já livrou seis pontos de vantagem em relação à dupla.

A força dos empresários no futebol

Quando Saimon foi escalado para jogar na lateral-esquerda eu fiquei intrigado. Muita gente não entendeu direito.

Agora, quando o sr Enderson começou a justificar a escalação alegando que o Breno é muito novo e precisa amadurecer, entrar no time devagar, sem a pressão de dar resposta imediata, aí eu comecei a desconfiar ainda mais.

Se ele próprio escalou Breno inúmeras vezes e o guri deu boa resposta, ao menos superior ao que o experiente Pará apresenta, por que só agora, assim de repente, ele decidiu investir em Saimon, jogador de pé direito, para ser lateral esquerdo?

Cheguei a comentar com um amigo que tinha dedo de empresário na jogada.

Hoje, ao ler ZH, vi que o Zini Pires, um jornalista bem informado embora não tenha acertado uma sobre a venda do Damião nos dois últimos anos, publicou que havia um representante do Standard, de Liege, assistindo ao jogo contra o Goiás, na Arena. Objetivo: observar Saimon.

Ele fará nova observação no jogo contra o Figueirense. Parece que Saimon está confirmado.

Quer dizer, vivemos sob o signo dos empresários. Eles mandam e desmandam. Mandam e não pedem.

E isso não é apenas no Grêmio, não.

Tal interferência vale também para os investidores, que aplicam muito dinheiro e não gostam de ver seu investimento no banco de reservas.

Então, quando se critica um treinador, não raro ele pode estar sendo forçado a tomar determinadas decisões.

Desconfio que esta última frase vale para o Barcos.

Só existe uma forma de ver Barcos navegando em outros mares: ele sendo titular.

No banco, ficará ancorado no Grêmio por muitos e muitos anos.

Business.

SOFTWARE

O amigo Mazembiano definiu bem: o software é uma boa, o problema é anunciar esse tipo de coisa em meio ao mau desempenho do time. Parece coisa para desviar o foco.

O Grêmio precisa é de resultado dentro de campo. Pra ontem.

Além do mais, essa tecnologia só começará a dar resultados a longo prazo.

ARENA

Quem foi à Arena sofreu com problemas para estacionar, para sair do local e também na parte de alimentação.

Tudo isso e ainda ficar no zero com o Goiás…

Progressos no Grêmio? Uma página em branco

Se eu tivesse que escrever sobre os progressos do time montado pelo trio Koff/Chitolina/Rui Costa e comandado pelo sr. Enderson Moreira depois desse empate por 0 a 0 com o Goiás, este espaço ficaria em branco.

Foram 30 dias de pausa em função da Copa do Mundo. Tudo aquilo que os treinadores sempre reclamam aconteceu: um período maior para treinar, ensaiar jogadas, entrosar a equipe.

E o que se viu nesse Grêmio sem entrosamento, sem jogadas e, o que é ainda mais grave, sem indignação diante da iminência de um empate em casa contra um Goiás que parece ter perdido sua identidade com a saída do Walter? Um vazio do tamanho do cérebro de um sertanejo universitário. Um time amorfo, sem personalidade.

Por essa amostra, ficou claro que o sr Enderson não aproveitou bem a oportunidade de ajeitar a equipe.

Agora, a torcida do Grêmio é muito exigente.

Querer uma equipe entrosada, com sistema de jogo definido, jogadas? Onde já se viu? Recém estamos na metade da temporada…

O sr Enderson está mais perdido do que o sistema defensivo do Brasil contra a Alemanha.

A dupla Chitolina/Rui Costa parece ter caído de uma caminhão de mudança e não sabe para onde ir.

Onde já se viu recomeçar sem um centroavante para disputar com Barcos.

Se a ideia é apostar em Lucas Coelho e nele depositar todas as fichas, então que se obrigue o sr Enderson e fazer como fez com Edinho. Coloque o medalhão argentino no banco.

Outra coisa, li e ouvi que Matheus Biteco era a bola da vez no meio de campo. Treinava de titular. Edinho foi para o banco. Aí, quando se espera que Matheus jogue, eis que volta a dupla Ramiro e Riveros.

Gosto dessa dupla, mas o técnico parecia determinado em efetivar o Biteco.

Depois, às vésperas da retomada, ele escala um zagueiro de pé direito na lateral-esquerda. O que se viu contra o Goiás foi lamentável.

O sr Enderson dá a impressão de estar treinando o time B do Inter, do qual foi expurgado para mais ou menos um ano depois ser titular do Grêmio.

Por fim, eu que sou crítico do Barcos, não gostei das vaias ao argentino quando de sua substituição.

Ele jogou o que sempre jogou. Ele não tem culpa de estar ali vestindo a camisa titular do Grêmio.

As vaias foram mal direcionadas.

Sobre Giuliano, uma estreia discreta. Não se espere dele o que ele não é: um comandante do meio de campo. O cara que nem a seleção brasileira teve nesta Copa.

Dudu foi o melhor da noite. Mostrou sua verdadeira posição: reserva para entrar no segundo tempo.

Agora, num time desentrosado e desorientado é difícil que qualquer jogador consiga mostrar todo seu potencial.

Até Luan caiu de rendimento, apesar de meia dúzia de bons lances.

PREVISÃO

A seguir nesse ritmo, em breve teremos de volta alguém que está sempre de sobre-aviso para afastar a ameaça de rebaixamento.

Maitê, a nova Geni e o título alemão

Quando uma atriz linda como a Maitê Proença, do alto do seu salto, se acha no direito de passar uma carraspana no Neymar porque ele deu abraço em Felipão durante entrevista coletiva, e ainda exigir que o treinador peça desculpas à nação pelo fracasso, é sinal de que a Copa das Copas mexeu demais com a cabeça das pessoas.

Felipão errou ao acreditar que sua equipe mesmo sem entrosamento e com jogadores insuficientes como Fred, Jô, Daniel Alves, Marcelo e outros, poderia ser campeã. O título na Copa das Confederações poderia ter enganado os neófitos, as Maitês que falam de futebol de quatro em quatro anos, mas nunca os ‘especialistas’ de todas as instâncias, em especial os cronistas esportivos em geral,  mas jamais um profissional experiente como Felipão.

Todos aqueles que jogam pedra na nova Geni do futebol brasileiro também acreditaram na seleção com esse time e com essa formatação tática faceira, fruto da soberba que impregna grande parte dos brasileiros, torcedores, profissionais do esporte, jornalistas, dirigentes e os palpiteiros de plantão e de ocasião. Poucos, como eu, refletiram sobre o esquema armado por Felipão e o questionaram. Faltou um pouco de humildade a Felipão. Aquela humildade que ele teve quando conquistou seus títulos. A presença de Parreira ao lado deve ter contribuído para essa mudança de Felipão.

O resultado foi levar dez gols e fazer apenas um nos dois jogos derradeiros. Perder para Alemanha e Holanda em casa é ruim, ainda mais para quem sonhava com o hexa. Levar tantos gols assim é intolerável, indesculpável. O melhor que Felipão tem a fazer é entregar seu relatório e pedir demissão em caráter irrevogável. Não sei se ele terá humildade para fazer isso a julgar por suas declarações públicas e seus comentários mais reservados.

Sobre o jogo de despedida, penso que o Brasil melhorou muito em relação ao que desabou contra a Alemanha. Felipão povoou mais o meio, algo que sempre defendi e isso desde que ele assumiu, e manteve um duelo mais equilibrado com os holandeses. E isso que levou um gol a 3 minutos, num pênalti que não existiu. Para um equipe abalada e com auto-estima baixa, foi um golpe duro.

Depois, o segundo gol com a jogada iniciando em impedimento ignorado pelo bandeira, o mesmo que levou o juiz ao erro no lance do pênalti, que aconteceu, aliás, sem que o Brasil sequer tivesse tocado na bola até aquele instante.

A seleção teve ao menos uma atuação digna.

Fico imaginando como não seria a seleção se desde o começo Felipão não tivesse armado um meio de campo mais forte, mais consistente, mais compacto. Não tenho dúvida de que o resultado seria muito melhor, apesar, repito, da falta de entrosamento e de qualidade da equipe nas laterais e no ataque.

Algo que não pode ser esquecido nessa hora de encontrar culpados é que a safra dos últimos anos não é a boa, tanto que o Brasil foi para a Copa com dois centroavantes que sequer poderiam chegar perto do vestiário onde estivessem Romário  ou Ronaldo se fardando.

TIBETE

Minha sugestão a Felipão é que ele se afaste do futebol por um tempo. Aconselho que vá meditar com os monges do Tibete ou se recolha a um mosteiro franciscano, onde deve aproveitar para calçar a sandália da humildade.

Mas se ele preferir continuar trabalhando, que venha para o Grêmio e assuma o lugar do Enderson Moreira antes que seja tarde.

Agora, que venha o Felipão dos anos 90, não o atual.

ALEMANHA

A seleção alemã é a merecidíssima campeã mundial. É a vitória do planejamento, da organização, da execução competente e talentosa.

È disso que o futebol brasileiro precisa.

A Argentina foi valente, resistiu até a prorrogação. Mas a Alemanha foi superior e seria injusto ficar sem o título.

Schweinsteiger foi o grande craque da Copa.

Neuer provou que um time campeão começa com um grande goleiro. No caso, um goleiro que joga praticamente em duas posições: goleiro e líbero. Fantástico.

E que gol o do Gotze. Lance de craque, provando que a Alemanha além de esbanjar tudo aquilo que não conseguimos ver na seleção brasileira nesta Copa, nem na anterior, ainda tem técnica e habilidade.

Que o futebol brasileiro pegue a Alemanha como exemplo e tire proveito dessa amarga lição.

Fernandinho parece incomodar

É interessante a preocupação que percebo em programas de debate com a contratação de Fernandinho.

Afinal, para quem tem Luan e Dudu não há necessidade de Fernandinho, alegam experientes jornalistas esportivos.

Ora, para um clube que ambiciona títulos, é preciso mais, muito mais do que onze titulares. É fundamental qualidade também nas peças de reposição.

E esse pessoal sabe disso.

O mais intrigante é que aqueles que se impressionam e não conseguem entender por que contratar Fernandinho é considerar que Dudu e Luan são titulares, daqueles incontestáveis, afirmados e reafirmados.

Não são. E eles, os analistas preocupados, sabem que Dudu até agora mostrou futebol insuficiente para ser titular em clube que sonha em alçar voos mais altos, não rasantes que levam apenas a campeonatos regionais.

Sabem, ou deveriam saber, que Luan é um jovem promissor, muito promissor, um projeto de craque. Mas um projeto, que como tantos pode não vingar.

Já Fernandinho é mais curtido e trata-se um jogador que vai agregar qualidade e sem dúvida será titular, principalmente se disputar com Dudu, que passará a ser boa alternativa. O que já estará de bom tamanho para ele.

Agora, por uma questão de equilíbrio, gostaria de saber se não vão criticar o monte de laterais-direitos que o Inter está contratando.

É um por lance e outro por sorteio.

COPA

Sigo com a Alemanha. A Argentina já chegou longe demais. Só espero que os alemães não me decepcionem.

Brasil e Holanda: sem opinião. Meu palpite é que dá Brasil. Os holandeses já estão cansados e de saco cheio.

O maior fiasco da Seleção Brasileira

O técnico Felipão se mostrou arrogante na entrevista coletiva depois dos 7  a 1, o maior fiasco da Seleção Brasileira em todos os tempos. Foi o Mazembe Day do Brasil.

Felipão disse que não se arrepende de nada, que fez tudo certo dentro das circunstâncias, etc.

Essa mesma arrogância se viu na equipe armada por Felipão. Ele começou o jogo contra a equipe mais organizada e entrosada do Mundial com três atacantes, um meia e apenas dois volantes.

Assim ficou fácil para a Alemanha conquistar o meio de campo e a partir daí chegar na cara de Júlio César.

Faltou humildade a Felipão. A humildade que lhe sobrava quando armava um time compactado, preocupado primeiro em não perder para depois tentar a vitória.

Faltou também competência para avaliar o real potencial do seu time.

Diferente de muitos oportunistas que agora dizem que tudo está errado e que até antes da histórica goleada pareciam tão felizes, eu há tempo escrevo que Felipão deveria voltar a ser Felipão, aquele vitorioso, humilde e compenetrado. É só olhar nos arquivos do blog.

Por exemplo, no dia 23 de junho, quando todos comemoravam a goleada sobre Camarões, eu escrevi o seguinte, destacando a fragilidade defensiva brasileira:

“A goleada de 4 a 1 sobre Camarões deve ser comemorada, mas não pode mascarar uma realidade: o sistema defensivo como um todo é uma gloriosa peneira.

Camarões, a pior seleção do torneio, entrou com facilidade na área no primeiro tempo. Felipão, atento, percebeu isso e corrigiu. No segundo tempo, os africanos quase não ameaçaram, enquanto o Brasil, com e também sem Neymar – outra vez o grande destaque – continuou criando chances de gol.

O Brasil tem dois laterais inconfiáveis em termos defensivos, em especial o Daniel Alves. No lance do gol africano, ele foi driblado. O Pará não faria pior. O problema é que Maicon não tem treinado bem, segundo o noticiário.

Com dois laterais tão instáveis, é uma temeridade jogar apenas com dois volantes. E isso está aparecendo até contra adversários de porte menor”.

A diferença entre o primeiro tempo contra Camarões e o de hoje, é que os alemães raramente desperdiçam as chances de gol que criam.

Felipão não viu que seu esquema era vulnerável atrás e pobre ofensivamente com o Fred ou Jô.

Eu vi e escrevi sobre isso muito antes da tragédia deste histórico 8 de julho de 2014.

Defendi sempre um esquema mais cauteloso, de maior resguardo.

Bem, agora vamos ver se minha avaliação se confirma. Se Brasil e Alemanha fizeram uma final antecipada, conforme frisei, desde já comemoro a conquista alemã domingo, no Maracanâ.

Nada será mais justo.

PARREIRA

Quando vi Parreira na comissão técnica anunciada pela CBF, lá no início dos trabalhos, imaginei que o trabalho não daria certo.

Felipão e Parreira são como água e azeite, não se misturam.

Talvez esse fracasso monumental comece por aí. Talvez.

COPA DAS COPAS

E assim termina, para o Brasil, a Copa das Copas. Ninguém vai esquecer. Jamais.

Aqueles que esperavam tirar proveito eleitoral da tal Copa das Copas terão agora que explicar e justificar todo o dinheiro público gasto com a competição. E, principalmente, inventar alguma coisa para que algumas arenas faraônicas erguidas em locais em que quase não há futebol não ficarem ociosas pelo menos até a eleição.

Brasil e Alemanha: uma final antecipada

Brasil e Alemanha fazem uma final antecipada. Quem vencer, será campeão. É o que penso.

Argentina e Holanda estão num nível um tantinho assim abaixo, mas é tudo tão nivelado que elas também podem chegar ao título.

O Brasil perdeu Neymar, mas tem praticamente toda a torcida ao seu lado. Por isso, a Alemanha terá dificuldades, mas acredito que vença.

A Alemanha apresentou, sempre dentro da minha ótica, o futebol mais homogêneo, mais constante. Uma regularidade impressionante até nas falhas de marcação.

Sofreu muitas vezes, como todas as equipes, mas se manteve fiel à sua proposta de jogo, contando com um ‘décimo-segundo’ jogador, o seu excepcional goleiro, que joga de líbero quando necessário com muita precisão nos botes fora da área.

Não há nenhuma estrela no time alemão, alguém capaz de resolver o jogo em segundos, como Messi ou Neymar.

Agora, sem Neymar, o Brasil ficou mais ou menos do nível da Alemanha em termos de individualidades, mas continua perdendo no coletivo, no conjunto, no entrosamento.

Por isso, imagino que dê Alemanha.

Mas, como li em algum lugar, ‘o futebol é uma calcinha de surpresa’.

ARGENTINA X HOLANDA

A Argentina tem Messi, o melhor do mundo. A Holanda tem Robben, que é espetacular. Pra mim, os dois destaques individuais da Copa em termos ofensivos.

Neymar formaria o trio dos maiores talentos, mas está fora porque um colega de profissão decidiu alcançar a bola abrindo um buraco com o joelho nas costas do craque brasileiro.

A Holanda tem ainda Sneijder. A Argentina perdeu Di Maria. Ficou só com Messi.

Assim, jogo minhas fichas na Holanda.

E vou torcer pra Holanda só porque vi argentino fazendo piada em cima da contusão de Neymar.

INGRESSOS FIFA

Aprendemos muito com a Fifa, essa entidade que desprezo há muitos e muitos anos.

Quase sinônimo de corrupção. Sua sede poderia ser em Brasília.

A mais recente lição é esse derrame de ingressos descoberto pela polícia do Rio.

PUNIÇÃO FIFA

A punição aplicada ao atacante Suarez pela mordida no italiano é uma pena de morte na comparação ao veredito em relação ao Zuñiga, que foi absolvido.

O italiano segue jogando normalmente. Neymar fica sem poder exercer sua profissão por um tempo.

Neymar foi caçado nessa Copa. Desde o primeiro jogo, quando acertou uma cotovelada num adversário – como fizeram questão de lembrar aqueles que por uma razão ou outra odeiam o guri como se tivesse alguma semelhança nos dois casos –  talvez pra mostrar aos seus carrascos que também sabe bater.

Zuñiga agiu como aquele sujeito que ingere meia garrafa de uísque e depois pega seu carro. No caminho, atropela e mata um pedestre.

Ele jamais pensou em matar alguém, mas assumiu o risco.

O colombiano truculento só queria tirar Neymar do jogo, nada além disso.

Assumiu o risco de destruir a carreira de um colega de profissão. Foi absolvido. É a Fifa.

IMPRENSA

O NYT tem cometido alguns textos sobre a Copa. É algo tão inusitado quanto a mordida na Copa.

O jornal quase condenou Neymar pela agressão que sofreu.

É isso, chegou agora no futebol e quer sentar na janelinha.

CERVEJA

A 1983 é melhor, mas o comercial da Polar, enviado pelo botequeiro Gabriel, ficou legal:

http://www.youtube.com/watch?v=J9O-wSHVcac

Copa do Mundo fica sem o talento de Neymar

Zuñiga é o nome dele. Alguém conhece? É o espanhol que tirou Neymar da Copa com um joelhaço traiçoeiro, criminoso, nas costas.

O golpe fraturou uma vértebra lombar do craque brasileiro.

Zuñiga sequer levou cartão amarelo.

Agora, o desconhecido Zuñiga está nivelado com Neymar: ambos estão fora da Copa.

Zuñiga entra para a história como o sujeito que tirou Neymar de sua primeira Copa do Mundo.

Por trás de tudo, está a Fifa, que claramente orientou os árbitros a serem tolerantes, economizarem cartões amarelos. E isso, claro, estimula a violência.

Os criminosos diante de leis e normas frágeis e permissivas – como essas que existem no Brasil – tornam-se mais audaciosos, ficam à vontade para cometer seus atos criminosos. Há certeza de impunidade.

Foi o que aconteceu nesse jogo entre Brasil e Colômbia.

Em relação ao jogo em si, tenho a dizer que deu a lógica. Quando o Uruguai foi eliminado por esse time bem armado – em todos os sentidos – da Colômbia, previ que o Brasil passaria.

O Uruguai seria um adversário mais complicado, não por ser superior ao time colombiano. Mas por sua bravura, alimentada por uma rivalidade histórica.

O Brasil teve a seu favor um gol logo no início, marcado justamente por quem vinha sendo malhado, o ótimo Thiago Silva.

O gol desarticulou a Colômbia. O Brasil poderia ter feito pelo menos outro gol antes do intervalo.

E isso que Fred e Neymar não estavam bem. Neymar sendo caçado escandalosamente pelos colombianos.

O juiz Carlos Carballos deve ser penalizado. Não é possível. Ele foi bem tecnicamente, mas deixou o pau comer, de ambos os lados.

Agora, com Neymar ele foi impiedoso. Desconfio que exista alguma desavença entre eles no campeonato espanhol, alguma bronca.

No segundo tempo, o golaço de David Luiz deixou tudo mais fácil.

Mas aí Felipão, que havia armado bem o time para o jogo, começou a errar.

Ele deveria ter tirado um jogador que sequer entrou. O Fred. Parecia uma tia velha correndo, com todo o respeito às tias velhas.

Ele me lembrou Barcos. Era útil nas bolas aéreas na área do Brasil. Será que foi por isso que ficou em campo até o fim?

Em vez de sacar Hulk, o melhor atacante do time no jogo, para colocar Ramirez, aos 37, deveria ter tirado o Fred.

A Colômbia havia descontado de pênalti aos 34, com James Rodriguez, que cresceu muito nos minutos finais.

Agora, é a Alemanha.

Com Neymar já seria muito difícil. Sem ele, dá Alemanha.