As listas de Felipão e Luxemburgo

No mesmo dia, com poucas horas de diferença, Felipão e Luxemburgo anunciaram suas listas.

Felipão, o técnico que o Grêmio queria para 2013; Luxemburgo, o técnico que gostaria de estar no lugar de Felipão.

Os dois caminham juntos. Ambos são vitoriosos. Ambos se deram mal na Europa. Já trocaram farpas, se estranharam e acho até que trocaram uns tabefes. Ambos queriam o lugar de Mano Menezes.

Particularmente, eu preferia ver o Felipão divulgando a lista do Grêmio para a Libertadores; e Luxemburgo anunciando os convocados no Rio, seu território, sua Pasárgada, onde ele é amigo do Rei, da imprensa. Enfim, lá onde espera estar para disputar a presidência do Flamengo.

Nada é perfeito. Se Luxemburgo fosse o indicado pela CBF, Felipão estaria hoje no Grêmio. As chances de título da Libertadores aumentariam significativamente, embora haja quem pense o contrário.

Nas listas dos dois, alguns problemas, a começar pela insistência com Ronaldinho, que vira e mexe tem nova chance de mostrar que a Seleção Brasileira há muito tempo não é o seu lugar.

Entre as duas listas, apenas uma me interessa: a do Grêmio.

Uma rápida olhada e a gente constata quais os pontos vulneráveis: todos na defesa.

Os laterais relacionados são de assustar. A não ser que Alex Telles surpreenda. E isso parece difícil. O guri pelo jeito não está agradando muito porque Luxemburgo cogita deslocar Pará para a esquerda – pânico! – e Tony na direita – cruz-credo.

Depois, a zaga. Saimon é bom jogador, mas inconfiável. Não pelo temperamento, que não é pior que o de Damião, embora a imprensa despreze essa superioridade do atacante colorado. Saimon, na verdade, ainda não convenceu plenamente, para uns, nem minimamente.

Seu companheiro de zaga é Cris. Um ponto de interrogação. Quem é Cris hoje. No passado, foi um zagueiro firme, de imposição. Mas e hoje?

Ah, nem é bom olhar para trás, porque ali não estará Marcelo Grohe. E sim Dida.

Portanto, se a LDU forçar um pouco, fará ao menos um gol, mesmo que esteja com um time todo reformulado e desentrosado.

Se a defesa preocupa como um todo, o meio-campo e o ataque tranquilizam.

Por isso, acredito que o Grêmio tem condições de garantir ao menos um empate, o que será um resultado formidável.

Até porque na volta o time terá Vargas.

CARLOS EDUARDO

O Inter faz o diabo para ter uma pauta positiva. Agora, deixou transitar a informação de que Carlos Eduardo pode ser contratado. Setores da imprensa estimularam a ideia. Assim, dá mais ânimo aos colorados, angustiados com os reforços que estão sendo anunciados.

Carlos Eduardo, sim, seria uma contratação digna da grandeza do Inter. Não um Gabriel, desprezado pelo Grêmio depois de dois anos de come e dorme.

Mas Cadu é um sonho, um delírio. Entre Flamengo e Inter, quem ele ou a maioria dos jogadores escolheria? Claro que o Flamengo, o Rio, as praias, a noite fervilhante.

Ficarei surpreso se Cadu optar pelo Inter. Muito surpreso.

Ainda mais que o vídeo em que ele toca flauta no Inter depois da derrota para o Mazembe – vai uma bem gelada, aí? – segue circulando.

Teve um dirigente graduado do Inter que chegou a afirmar, depois de ver as imagens, que Cadu estava descartado.

Mas se ele vier,  será interessante: Cadu e Gabriel, dois que gozaram muito com o vexame, juntos no Inter.

Gabriel, um kidiaba no Inter.

O mundo do futebol é mesmo fascinante.

Depois de meio século, um centroavante da base

Lucas Coelho vai quebrar o longo jejum de centroavantes formados no Grêmio.

O último grande camisa 9 oriundo da base gremista foi Alcindo, no começo dos anos 60. Lá se vão 50 anos.

Meio século de secura. É claro que nesse período foram revelados alguns bons camisa 9, mas indiscutível mesmo só o Alcindo, o melhor centroavante que eu vi – na verdade mais ‘ouvi’  -jogar no Grêmio.

A estrela de Lucas Coelho passou a brilhar neste domingo, no vale do Vinhedos.

Há uns três ou quatro anos me entusiasmei com um camisa 9 do time B do Inter, também em jogo pelo Gauchão: Leandro Damião. Desculpem, olho clínico…

Na semana retrasada, na copinha em SP, ele havia chamado minha atenção, mas não a ponto de me entusiasmar.

De volta a Porto Alegre para disputar o Gauchão, Lucas Coelho marcou cinco gols num treino. Não é normal alguém marcar cinco gols em treino, ainda mais um guri de 18 anos. Curioso é que a imprensa, até onde acompanhei, nem deu bola para o jovem goleador. Melhor assim.

Sem pressão maior, além daquela natural de um guri que vai jogar sua primeira partida no time profissional, Lucas Coelho teve paz para desabrochar.

E foi um desabrochar lento, mas constante, como um peça de música erudita que começa com a suavidade dos violinos e irrompe grandiloquente, magnífica, arrebatadora.

Lucas Coelho começou mostrando tranquilidade diante da experiente e boa zaga do Esportivo. Não se intimidou e também não partiu para o choque, o corpo-a-corpo. Levou algumas entradas duras, mas não se abalou.

Nas poucas vezes em que recebeu a bola, a tratou com carinho, mostrando intimidade com ela, mostrando que é um centroavante com bons recursos técnicos. Tem domínio de bola, visão de jogo, posicionamento, frieza e altruísmo, ou seja, não é fominha. Pelo contrário, é solidário.

Mas como todo centroavante que se preze, há o momento em que é preciso sem egoísta. E o bom centroavante sabe qual é esse momento.

Aos 36min do segundo tempo, quando recebeu a bola de Léo Gago – que foi bem, mostrando que o time B é a turma dele -, Lucas Coelho dominou, deu um toque para dentro, livrando-se da marcação e clareando para o chute, que saiu forte, preciso, fulminante.

Um gol com carimbo de matador. Um matador precoce, de apenas 18 anos.

Um gol de alguém equilibrado, tranquilo, que ao deixar o campo foi o centro das atenções e se ainda assim se manteve sereno, como durante os 90 minutos do jogo.

Diante de câmeras e microfones, sua primeira lembrança foi a família, em especial o pai treinador de futsal em Lajes. Quer dizer, um bom filho, um sujeito que não se deixará afetar pela fama repentina.

Depois de 50 anos, o Grêmio está revelando, finalmente, um grande centroavante.

Escrevo isso sem qualquer temor de errar.

OS COADJUVANTES

Além do Lucas Coelho, gostei de Gustavo Xuxa, um atacante brigador, de boa técnica, chute forte com os dois pés. Um jogador com a cara do Grêmio.

No meio, o volante Ramiro é daqueles de não dar trégua ao adversário. É baixinho, mas peleador.

Misael entrou depois e deu mais equilíbrio ao meio de campo. É boa opção para o time titular.

Na zaga, senti firmeza no Gérson, que jogou ao lado de Werley. Foram bem os dois.

Como lateral tem problema, observei atentamente o Tinga e o Carlos Alexandre. Vejo potencial nos dois.

Jean Deretti entrou bem no segundo tempo. Agora, estrela mesmo tem o Paulinho, que em seu primeiro toque na bola marcou o segundo gol, também com participação de Lucas Coelho.

INTER

No sábado, o time B do Inter não teve a mesma sorte. Ficou no 1 a 1 com o Passo Fundo, sendo dominado amplamente no segundo tempo. Cassiano, autor do gol, foi o único que mostrou futebol de bom nível.

Difícil entender por que o Inter não faz um time mais forte, colocando alguns jogadores mais experientes. Afinal, o Gauchão é a competição que tem para o momento.

VARGAS

Com a contratação de Vargas, o Grêmio já começa a ter cara de time que pode brigar pelo título.

Se Insua for contratado, só vai restar uma posição realmente problemática: a lateral-direita.

INOPORTUNO

Só não entendi por que, num momento de comemoração, Mabília foi questionado após a bela vitória sobre o Esportivo, fora de casa, a respeito do caso de doping no time sub-20.

Sim, um problema que está a cargo do jurídico do clube foi levantado durante a entrevista coletiva após uma vitória alentadora.

Quer dizer, esse tipo de assunto poderia ter sido pauta nos dias que antecederam ao jogo.

Depois, não querem que se fale em ‘agenda positiva’ contra o Grêmio.

Torpedos para a imprensa e as falsas crises

Que tipo de gremista é esse que manda torpedo e telefona para colunistas e/ou repórteres para informar sobre situações – nem sempre verídicas – que contribuem apenas para tumultuar, criar crises ou falsas crises, enfim, fomentar a discórdia, o ciúme, a inveja, e dar munição ao inimigo no momento em que o clube se prepara para iniciar a disputa pelo tri da Libertadores?

São gremistas que se escondem atrás do biombo do ‘off’, que não se expõem, não colocam a cara pra bater, agem nos bastidores, nos porões, vindo quem sabe dos esgotos, de ondem extraem o material para suas investidas que em nada ajudam o clube que dizem amar entre um copo e outro de chopp, combustível para seus sonhos delirantes de um dia assumirem ou voltarem ao poder.

Não que torcedores desse calibre não existam no Inter. Mas os críticos da gestão colorada são mais transparentes e podem ser facilmente identificados por todos, inclusive pelos gremistas. Assim, sem pensar muito, cito três que seguidamente tecem críticas públicas aos gestores do clube: Fernando Miranda, Siegman e Piffero.

Colorados que atuam na superfície, não no subterrâneo. Que encaram câmeras e microfones, sem apelar para mensagens sorrateiras.

Aqueles que municiam a mídia deveriam fazer suas intrigas abertamente. É complicado combater ou rebater informações cuja origem é desconhecida – em alguns casos nem tão desconhecidas assim.

Por exemplo, a saída de Omar Selaimen está sendo usada para passar a impressão de que existe uma crise importante no Grêmio. Haveria uma disputa entre ele e Remi Acordi, cuja existência eu desconhecia, não por culpa dele, mas minha mesmo, um desinformado dessas coisas administrativas do Grêmio.

E mais: que os nomes indicados por Remi estão sólidos como rochas, enquanto os indicados pelo PRESIDENTE do clube, Fábio Koff, têm a solidez de uma planta de banhado e estão sendo alijados. Quer dizer, o sr Remi teria mais poder que o PRESIDENTE do clube.

Tão de sacanagem. Não resisto e transcrevo a coluna do sempre polêmico e bem informado Hiltor Mombach, talvez o jornalista que mais recebe informações e fofocas sobre os bastidores do Grêmio. A coluna está no site do Correio do Povo de hoje:

Omar Selaimen era o homem de confiança de Fábio Koff no Grêmio.
Era.
Desde ontem não é mais.
Não ficou para não fazer o papel de mandalete.
A sua saída deve provocar a retirada de outro homem de confiança do presidente, no caso o filho Fabinho, que vinha assessorando Omar.
Há um governo paralelo no Grêmio.
Omar é mais uma vítima disto.
Teria perdido a batalha para o outro chefe do executivo, Remi Acordi.
Há os indicados de Koff e os de Acordi.
Estão ficando os de Acordi e saindo os de Koff.
Omar também não aceitou ser comandado por Luxemburgo.
Afinal, ele está acima na hierarquia do clube.
A crise está longe de terminar.
Pelo contrário, está apenas começando.

Tem vezes que eu sou muito chato. Há quem diga que normalmente eu sou muito chato. É quando eu fico indignado e vou atrás, furungo, cavoco, e até encontro algumas preciosidades. Vejam esta, do mesmo colunista, 23 de agosto de 2012:

“Tiro Livre

Remi Acordi, que em 2010, junto com grupo de gremistas, ofereceu ao Grêmio um plano de marketing, é uma das pessoas mais ouvidas por Koff. Terá papel importante caso Koff vença a eleição.”

Dito isso, realmente o colunista é bem informado. O sr Remi tem mesmo papel importante. Vejam, lá atrás ele já era ouvido pelo PRESIDENTE do clube. Então, Koff confiava nele. Já não confia?

Tudo é possível.

Só não é possível o PRESIDENTE do clube – ainda mais sendo ele Fábio Koff – perder disputa para alguém que ele pode afastar a qualquer momento.

Para quem não sabe: Koff tem pleno comando do Grêmio e todas as decisões passam por ele, inclusive aquelas que querem atribuir exclusivamente ao treinador Luxemburgo.

O resto é guerra de vaidades e intriga de quem gostaria de estar no centro do poder.

Afinal, que gremistas são esses?

São gremistas que pensam mais em si do que no clube. Simples.

A esses peço uma trégua com validade para todo o período que durar a Libertadores.

Depois, podem disparar seus torpedos de novo.

APAGAR DAS LUZES

Ah, esse apelo serve também para quem corneteia o Dida. Eu não queria a contratação dele. Mas é ele quem está escalado pelo treinador, que eu também não queria.

Agora, é torcedor pelo Dida e pelo Luxemburgo.

Quem não fizer isso é gremista do mesmo tipo que ajuda a criar crise no clube.

POR FALAR EM CRISE…

O técnico Luxemburgo afastou Wilson da delegação. O zagueiro teria reclamado por ser substituído por Saimon durante jogo-treino de ontem. Ele foi sacado ainda no primeiro tempo.

Douglas Grolli está viajando para Quito.

Será que não dava mesmo para contemporizar, hein Luxemburgo?

Assim fica difícil. Mais difícil.

Ainda bem que o Vargas está chegando. Mas a continuar nesse ritmo talvez esteja chegando tarde demais.

Entre o Saimon e o Wilson eu fico com o Wilson.

O time mediano do Inter e a agenda positiva

É ensurdecedor o silêncio dos analistas esportivos a respeito dos reforços do Inter.

É claro que não consigo acompanhar tudo o que se diz e se escreve, mas ainda não constatei nenhuma análise crítica a sobre jogadores como Vitor Junior, Caio, Helder, Willians e Gilberto, que foi embora não ter aprovado e agora retorna não se sabe exatamente por que. Ou por ter santo forte ou por ter empresário forte. Ou porque joga muita bola e todo nós não percebemos.

São todos jogadores medianos, jogadores que poderiam chegar de ônibus, como se dizia tempos atrás quando se queria diminuir o peso do contratado.

Reconheço algumas qualidades no Caio, um atacante rápido; no Willians, um volante de marcação forte e no Vitor Júnior, um meia rápido.

Contratar um ou outro desse nível, tudo bem, mas todos eles se equivalem. Todos são aposta, talvez com exceção de Willians, mas este tem um currículo que não fica muito distante de uma folha corrida, algo que tem sido omitido pela mídia em geral, salvo engano meu.

O fato é que o Inter está montando um time mediano, em princípio. É possível que todos eles mostrem aqui um futebol que até agora não foi suficiente para mantê-los como titulares em grandes clubes.

Pelo que tenho lido e ouvido, Dunga é capaz de transformar todos eles em craques, jogadores compenetrados, disciplinados e talentosos. Facilita, ele transforma ferro em ouro.

O que observo hoje é a imprensa paparicando o Dunga e evitando comentar as contratações, apenas fazendo o registro.

Sei que boa parte dos analistas está mais preocupada com a Arena e o Olímpico e não tem tempo para se dedicar a temas ‘menores’ como os jogadores que o Inter contratou até agora.

É numa hora dessa que sinto falta da voz valente de Wianey Carlet. Tenho certeza de que ele, por ser um comentarista combativo como o foi quando o MP quis interditar o Beira-Rio, estaria agora cuspindo fogo e cobrando mais qualidade nas contratações.

Aguardo também que alguém pergunte ao presidente Luigi por que sendo o Inter um dos clubes que mais faturou nos últimos anos não consegue trazer jogadores de maior qualidade, limitando-se a investir basicamente em apostas.

Talvez a situação financeira do Inter não seja tão boa quanto se apregoa.

Ah, mas é melhor não falar nisso, não faz parte da agenda positiva.

JUNIORES

Vi o time do Grêmio aplicar uma goleada hoje pelo torneio sub-20 em São Paulo. Gostei muito do meia Matheus, irmão do Biteco. Ele marca, arma, articula, dribla e lança.  Jogou muito o guri.

Gostei também do volante Barbosa, que é nome de funcionário de escritório. “O Barbosa, me alcança o grampeador por favor”. Mas gostei que ele marca forte e tem uma virtude, faz lançamentos precisos de longa distância, tipo o Dinho. Mas foi só uma primeira impressão. Gostei do meia Fabian, muito habilidoso, mas precisa aprender a chutar. Mandou todos os chutes muito alto.

As traves de volta: sábia decisão

Muita gente estranhou a recolocação das traves no Olímpico. Ouvi cronistas esportivos tendo chilique no ar. “Onde já se viu, fez a despedida do Olímpico, com muita emoção, e agora quer jogar lá de novo”?

O curioso é que os mesmos jornalistas não discursaram com tanto entusiasmo em relação à interrupção da reforma do ‘estádio da Copa’, um problema social, com operários trabalhando sem receber horas extras. Sem contar que a continuar nesse ritmo a reforma do Beira-Rio atrasa e a Copa vai para a Arena.

Qual é o problema em jogar no Olímpico? O estádio é do Grêmio. Além disso, há um fato novo: por ter sido absolutamente incompetente para assegurar uma vaga no grupo da Libertadores o Grêmio teve que mudar muito seu planejamento.

A Libertadores começa mais cedo para os incompetentes. Já os muito incompetentes ficam só de fora secando.

O Grêmio achou melhor antecipar a viagem para o Equador. Com isso, restou pouco tempo para o time se ambientar com a Arena, o tipo de grama, o piso, detalhes que podem fazer a diferença numa decisão.

O Grêmio treinou hoje na Arena. É inegável que o time está mais adaptado ao gramado do Olímpico, ao ambiente da velha morada.

Além do mais, o gramado só vai ficar bom mesmo, se o clima ajudar, daqui a algumas semanas.

Por isso, dependendo do resultado no primeiro jogo, eu aplaudiria a decisão de disputar o segundo jogo no Olímpico.

Em princípio, a recolocação das traves seria para jogos do Gauchão. Duvido que seja só isso.

Se o resultado do primeiro jogo for positivo, que se jogue na Arena o segundo confronto.

Caso contrário, melhor é voltar ao Olímpico. Haverá muito tempo para jogar na Arena.

O que não pode é cair da Libertadores assim de cara, comprometendo todo o ano em termos técnicos e financeiros.

Ah, será um mico, já ouvi dizer. Mas prefiro pagar esse mico do que ser eliminado ouvindo a desculpa que a grama atrapalhou, etc.

O mico de uma eliminação para a LDU terá dimensão digna de um Mazembe.

Quem sabe não é isso que alguns que estão criticando estão querendo?

O TIME

Dida; Tinga, Saimon, Cris e Alex Telles; Fernando, Marco Antonio, Elano e Zé Roberto; Marcelo Moreno e Willian José.

Este é o time que começou o treino na Arena. Pará vai jogar no lugar do jovem Tinga. Alex Telles pelo jeito entra na lateral-esquerda. No meio, a vaga deve ficar com MA, o Eterno. Resta orar para que Souza acerte e possa jogar.

Dida titular. Quero ver como o Marcelo Grohe vai reagir diante dessa injustiça.

Meu temor e minha esperança

Começo a ficar preocupado com o time que deverá enfrentar a LDU, no jogo-chave do Grêmio em 2013.

É o confronto que vai definir o tamanho do Grêmio na temporada.

Dia desses, participando de um programa de rádio, um repórter escalou o provável time para estrear na Libertadores, a partir do que estaria à disposição do treinador naquele momento.

Dida; Pará, Saimon, Cris e Fábio Aurélio…

Quando ele chegou aí, eu contestei: Fábio Aurélio???? Quem pode garantir que ele terá condições de jogar?

O Luxa, ele respondeu tranquilamente, acrescentando que o jogador estava começando a treinar, etc.

Aí eu lembrei que antes muita gente havia garantido que ele jogaria, chegou a concentrar e… não jogou porque voltou a sentir uma lesão, talvez a mesma que não permite que ele jogue já faz um bom tempo.

Pois bem. Fábio Aurélio, como eu imaginava, está fora da estreia e, infelizmente, não sei se um dia irá jogar com a camisa do Grêmio. Uma pena, realmente uma pena, tanto pelo profissional como pelo clube, que está pagando por um jogador que já chegou aqui com um histórico de contusões preocupante.

Se pudesse jogar, Fábio Aurélio certamente daria a qualidade que a lateral-esquerda só viu recentemente com Júlio César, que, curiosamente, foi despachado pelo todo-poderoso Luxemburgo.

O resultado é que o Grêmio está sem um lateral-esquerdo confiável para jogar contra a LDU. Resta torcer para que o menino que veio do Juventude, o Alex Telles, não sinta o peso da camisa e da responsabilidade do jogo.

É possível que Luxemburgo tenha outra alternativa. Mas acho que é mesmo o caso de apostar no guri de Caxias.

Entre escalar um lateral-direito desses escanteados e deslocar o Pará para o lado em que ele joga pior, sou mais investir e confiar no Alex.

Qualquer que seja a s0lução, me preocupa essa defesa. Pará é razoável, Saimon é instável, Cris uma incógnita e o lateral-esquerdo… Sem falar que eles nunca jogaram juntos.

A esperança está no meio de campo, setor mais sólido e eficaz do time. Mas Souza não renovou. É dúvida. Se ele não jogar entra quem? Foi o que perguntei para o tal repórter nesse programa. Ele respondeu: Marco Antônio é o mais cotado.

Foi como um soco no estômago. E o pior é que percebi um leve sorriso debochado no repórter, que repetiu: Marco Antônio, e ainda argumentou, provocativamente, que ele havia jogado bem como segundo volante.

É claro que reagi: ele não tira a bola de ninguém, só cerca, etc, etc e etc.

Se realmente confirmar o time projetado pelo repórter e que está se desenhando ainda pior, porque Fábio Aurélio não vai jogar, vou me dar por satisfeito se perder só por um gol.

Ah, no ataque, Marcelo Moreno e Willian José, dois homens de área. Não sei como está o Bertoglio, mas penso que o argentino seria uma opção mais adequada. Até porque lembro que ele Moreno fizeram boas partidas juntos no ano passado.

O fato é que começo a temer pelo pior.

Minha esperança, neste momento, é a estrela de Fábio Koff.

DEMISSÃO

Por falar no presidente multicampeão, ele calçou a chuteira e entrou em campo ao afastar um de seus assessores, que acusou Luxemburgo de ter vetado nomes como o de Lugano.

Mesmo sendo verdade, o que não duvido, não era o caso de mandar e-mail para tornar pública essa situação no momento em que o foco todo deveria estar unicamente em armar um time forte para superar a LDU.

O Grêmio precisa de um time poderoso é para esse confronto. Depois, poderá ser tarde.

Então, sem time forte e com um dirigente para tumultuar, só restou ao presidente afastar o assessor por falar demais e em hora imprópria.

Se Koff não age, ficaria mal com Luxemburgo.

Não acho que seja um bom momento para ficar mal com Luxemburgo.

Agora, o que leva um gremista de boa formação, economista e com especialização em marketing, a cometer uma tolice dessa?

Aliás, tem mais gente falando demais, causando temor, angústia e até pânico na torcida.

Futebol e a ansiedade dos torcedores

Há quem considere a ansiedade o mal do século, deste século, pra deixar bem claro. É que cada vez mais nos acostumamos a viver em velocidade. Se a internet demora alguns segundos para abrir parece que o mundo vai desabar. E as sinaleiras, ou semáforos, quando ficam com aqueles ‘intermináveis’ 30 segundos no sinal vermelho?

E a namorada que demora tanto pra atender o celular, o que estará fazendo? Às vezes é melhor nem saber…

No futebol, não é diferente. A temporada nem terminou e já tem torcedor querendo reforços. Não acredita que há um trabalho silencioso, nos bastidores, cauteloso, até para evitar concorrência maior.

O que eu ouvi de gente reclamando da direção do Grêmio é algo absurdo. Claro que em boa parte das reclamações havia um componente político. Onde está o craque do cofre?, cobravam com insistência, afirmando que o multicampeão – gosto de usar essa expressão porque sei que ela irrita alguns ansiosos -Fábio Koff praticou estelionato eleitoral.

Cobraram mais do Grêmio, porque é o único no Estado que tem uma competição realmente importante começando em seguidinha. Mas sobrou também para o Inter, que entrou agora num processo de desmanche para se recompor dentro de um padrão que certamente é ditado por Dunga.

Li hoje que William, um volante excelente que o Flamengo negociou porque ele havia sido afastado por Luxemburgo, deve ser contratado pelo Inter. Se não é especulação ou desejo, realmente é um reforço de qualidade para o lugar de Guinazu.

Tempos atrás li que o Grêmio queria o volante Adriano, do Santos. Outro jogador muito bom. Mas Muricy, que não é bobo, não libera.

Surge agora a chance de contratar Marcos Assunção, que não fica no Palmeiras. Ele viria pelo salário, algo em torno de 250 mil conforme se anuncia, um valor que sobe para 350 assim que ele pisar no Salgado Filho, suspeito eu. Quando ele chegar na Arena ou no Olímpico já estará passando dos 400 mil. Futebol é dinâmico.

Agora, melhor ainda é essa notícia de que Marquinhos, ex-Flu e atual Roma, está quase contratado. Está aí um meia de qualidade, um jogador eclético, natural de Passo Fundo. Tem 26 anos. É um bom alguém mais novo. Ele me lembra o Giuliano, mas posso estar enganado.

Falta um segundo atacante de qualidade. Sem contar um lateral-direito que resolve – Maicon – e pelo jeito também um lateral-esquerdo. Não levo fé no Fábio Aurélio, embora torça por ele.

O fato é que os ansiosos da praça, azuis ou vermelhos, estão ficando mais tranquilos, respirando mais pausadamente, coração em ritmo mais lento. Já não suam frio e cospem fogo.

Futebol é assim também, dinâmico, mas tem o seu tempo para as coisas acontecerem.

Como tudo na vida.

PÁGINA POLICIAL

O Clicrbs coloca como destaque em sua página mais um episódio envolvendo os tais líderes da torcida Geral.

Espero que o jornal Zero Hora de amanhã, que certamente vai dar pelo menos uma página ao assunto, coloque esse conteúdo na editoria de polícia.

Denúncia de invasão domiciliar seguida de agressão é matéria policial, não esportiva.

Eu penso que a Arena e o Grêmio não podem mais ser prejudicados com essa história que há muito tempo virou mesmo caso de polícia.

Guiñazu e os elefantes

Eu tenho alguns gostos secretos. Na verdade, nem tão secretos assim porque faz tempo escrevi sobre isso. Um deles em especial provoca risos e ares de espanto e incredulidade.

Eu gosto de Fanta uva. Pronto, falei.

Como é que alguém metido a cervejeiro e apreciador de vinho, de arroz com feijão e guisadinho, pode gostar de Fanta uva, que de uva não tem nada?

Explico: a Fanta uva me lembra a infância, me lembra a Grapette, não essa que vi tempos atrás em garrafa pet de dois litros, e da qual me afastei, me sentindo ofendido. Onde já se viu macularem a ‘minha’ Grapette banalizando-a em litrão.

Bebida em litrão só os outros refrigerantes. Nem cerveja em litrão eu curto. Quem faz cerveja boa não a despeja num litrão. Por isso, as minhas, que EU considero boas, s´em long e 600ml, que é um tamanho digno.

Agora, outro gosto secreto:

Eu gosto do Guiñazu.

Gosto desde o tempo do Libertad, pra onde ele retorna agora talvez como o elefante que se recolhe para morrer em paz, na solidão, ele e sua tromba.

Trabalhava no Correio do Povo quando conheci Guinazu vestindo a camisa do time paraguaio. Sugeri sua contratação pelo Grêmio. Chegou a haver um interesse, mas pra variar o pessoal do Grêmio vacilou e o Inter o contratou em 2007.

Gosto tanto do Guinazu que escrevi algumas vezes que ele deveria, logo ao entrar em campo, levar um cartão amarelo preventivo pelos carrinhos violentos que ele daria logo em seguida. E que esse amarelo fosse aplicado principalmente em Grenais, claro.

O Inter com Guinazu chegou a ser parecido com esse Grêmio guerreiro e indignado, que em certa época não aceitava a derrota e muito menos deixava de vencer um Gre-Nal quando o adversário estivesse com dois jogadores a menos.

Guinazu está em fim de carreira. Mesmo assim, eu gostaria de vê-lo vestindo a camisa tricolor. Nem que fosse apenas para enfrentar a LDU, o jogo-chave do ano para o Grêmio.

Eu sei que vão dizer que estou febril, delirando da mesma forma como o Luis Fernando Veríssimo, que revelou ter passado por delírios muito loucos enquanto esteve hospitalizado.

Até admito que possam ter razão a meu respeito, mas eu gostaria de ver Guinazu ao lado dos outros ‘velhinhos’ do time na campanha pelo tri da Libertadores.

Ao menos eu teria certeza de que a velha alma guerreira estaria de volta com Guinazu em campo.

Mas sem o cartão amarelo preventivo.

MAICON

Tenho escrito que o Grêmio deve contratar um grande lateral, em especial um direito, porque ainda há esperança que Fábio Aurélio vá finalmente jogar, e ele foi um grande jogador.

No programa Ganhando o Jogo, ontem, sexta-feira, na Guaíba, repeti que o Grêmio deveria contratar o Maicon.

Ele está no Manchester City, há meio ano. Louco pra voltar ao Brasil. Ele é amigo do Luxemburgo, com quem foi campeão pelo Cruzeiro em 2003 – é mais um daquele tempo vitorioso do técnico -, e mantém contato com Elano e Zé Roberto, que eu sei.

Maicon seria excelente por dois motivos: por ele em si, e porque colocaria Pará no seu devido lugar, o banco de reservas.

Repito, vendo os outros times se armando, o Grêmio só será campeão da Libertadores se formar uma espécie de seleção, nem que seja uma do passado.

Só falta agora o Grêmio perder Maicon para o Inter.

Campo dos sonhos e a seleção do passado

Quando vejo o time que Luxemburgo está montando, repleto de jogadores veteranos, lembro do filme Campo dos Sonhos.

Kevin Costner começa a ouvir uma voz repetindo “Se você construir, ele virá”.

Ele fica sem entender, mas aos poucos as coisas vão clareando e ele constrói um campo de baseball. Lá pelas tantas os grandes craques do passado, todos mortos, reaparecem nesse campo.

O Grêmio construiu o seu ‘campo dos sonhos’, a Arena, que, aliás, segue causando inveja e ranger de dentes.

Luxemburgo está cuidando de trazer os craques do passado, alguns nem tão craques assim, mas jogadores que tem duas características básicas, além da idade avançadinha: são vencedores e trabalharam com o técnico, contando, portanto, com sua total confiança.

Entre jogador jovem e mediano, prefiro veteranos vitoriosos, jogadores acostumados a grandes confrontos.

Se não é possível trazer, por exemplo, o Dedé, do Vasco, que venha mesmo o Cris, que já está no clube pronto para defender o tricolor.

O Cris que eu me lembro, de quase uma década atrás, me agrada. Zagueiro de imposição, que não brinca em serviço e quando mostra os dentes não é para sorrir.

Se vai dar certo? Ora, se Gilberto Silva e Zé Roberto corresponderam…

Entre tantas dúvidas, tenho uma certeza: o Grêmio para ser campeão da América, tri da América, terá de formar praticamente uma seleção, mesmo que seja uma do passado.

Claro que não seria um time como esse do filme, que no futebol teria jogadores como Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Everaldo, Garrincha, Didi, Sócrates e por aí vai.

O do Grêmio que vai buscar o tri começa a ser formado, ainda falta muito para ser como um time dos sonhos.

Dentro dessa linha, observando o modus operandi de Luxemburgo, o time que irá enfrentar a LDU tem alguns titulares:

Dida, Cris, Fernando, Elano, Zé Roberto e Marcelo Moreno.

Até desconfio que ele não irá desafiar os astros e sacar Marcelo Grohe logo de cara. Mas…

Hoje o time tem apenas cinco jogadores em condições de enfrentar equipes fortes como Fluminense e Corinthians, que acaba de anunciar Alexandre Pato. É isso, quem tem dinheiro sobrando consegue contratar jovens e talentosos.

Então, para formar um time realmente competitivo, faltam dois laterais – Pará não tem condições para suportar esse desafio e Fábio Aurélio é uma incógnita -, um zagueiro – que até pode ser Werley, mas não para a estreia -, um volante – Souza ainda é dúvida – e um segundo atacante, que até pode ser Bertoglio, mas o ideal é que se contrate um atacante de ponta, uma solução, já que Kleber vai demorar a retornar.

Para a lateral-direita o Grêmio deveria tentar outro jogador do passado de Luxemburgo, o Maicon, que está louco pra deixar o Manchester United e vive trocando umas ideias com o Elano e o Zé Roberto.

O importante é passar a primeira fase, porque depois haverá mais tempo para realmente qualificar o time, inclusive com alternativas de bom nível.

O campo dos sonhos o Grêmio já tem, falta agora o time capaz de buscar o Tri.

Mas eu confio nos homens que estão comandando o clube. E não tenho pressa.

A FOTO

O blog do meu amigo RW, www.cornetadorw.blogspot.com, publicou uma foto histórica e que dá o que pensar.

Confiram: é a foto da apresentação de Falcão com toda a pompa como treinador colorado.

Daquele monte de gente, dirigentes e jogadores, só restaram dois:

o presidente do clube, Luigi, e o dono do vestiário, o D’Alessandro.

Parece aquele joguinho, o Resta Um.

O antepenúltimo a sair foi Bolívar, que assinou sua rescisão. Embolsou uma bela grana.

Continuo achando que ele poderia ser contratado pelo Grêmio.

É um zagueiro vencedor, com raízes gremistas, com a vantagem de ser mais jovem que o Cris.

Ah, continuo aguardando uma entrevista com o Bolívar nos moldes da realizada com Gabriel.

Gabriel e o homem de confiança de Luxa

Todo treinador tem direito de eleger alguns jogadores como seus homens de confiança.

O que não se pode aceitar são eventuais protegidos.

Tenho dúvidas se Pará é um homem de confiança de Vanderlei Luxemburgo ou um mero protegido.

Essa dúvida aumentou ao ler a entrevista de Gabriel publicada na Zero Hora deste 2 de janeiro.

Gabriel deixa claro que não conta com a simpatia do técnico. Relata, inclusive, que em terminada situação recebeu ordens para não subir muito e tentar o gol – Gabriel jogou poucas vezes e fez dois gols neste ano e chegou a ser lateral-goleador no Fluminense – porque isso, fazer gols, ficaria a cargo de Moreno e Kleber.

Sinceramente, torço para que Gabriel não esteja falando a verdade. A impressão que dá com esse relato, sendo verdadeiro, é que Luxemburgo não queria que Gabriel se destacasse, o que acabaria impedindo a escalação de Pará e outro seu indicado, o glorioso Tony.

Luxemburgo é um grande profissional. Não posso acreditar que ele seja capaz de uma atitude tão anti-ética e imoral.

Prefiro acreditar que Gabriel tenha pinçado uma frase mal posta dentro de uma situação específica de jogo/treino.

Por outro lado, tem o depoimento do Luís Henrique Benfica na rádio Gaúcha, hoje, no Sala de Redação, no qual ele conta que Gabriel era cobrado de forma muito exagerada por Luxemburgo logo em seus primeiros dias no Olímpico.

É preciso considerar, ainda, que Gabriel, mesmo com outros treinadores, não repetiu o desempenho do tempo de Renato (ah, curioso isso, um técnico tão criticado por uns ter conseguido fazer Gabriel e Douglas jogarem com vontade).  Então, não seria algo apenas relacionado a Luxemburgo, uma perseguição digamos assim.

Quem viu Gabriel jogar no tempo de Renato Portaluppi não consegue entender o que aconteceu com esse jogador. Com tanta carência de jogadores de qualidade para a posição, Gabriel – o de dois anos atrás -tem condições de ser titular em praticamente todos os grandes clubes. Inclusive no Inter.

No Grêmio não, porque no Grêmio o homem de confiança para a lateral-direita do treinador é Pará, que, apesar de contar com a admiração de um técnico tão renomado, não atraiu o interesse de nenhum outro clube.

Parece que só o Grêmio quer Pará.