Grêmio segue jogando mal em sua casa

O Grêmio entregou o primeiro turno para o Inter. Não sei quem decidiu, se foi o treinador sozinho, a direção. Enfim, asfaltou o caminho para o rival maior ao escalar reservas sem necessidade.

Até agora encontro colorados convencidos de que Luxemburgo pipocou, teve medo de perder a disputa contra o noviço Dunga.

Agora, o Grêmio corre atrás, não do prejuízo como insistem alguns locutores quando determinado time está perdendo e precisa lutar para reverter. O Grêmio corre atrás do lucro.

Mas corre a passos de tartaruga baiana, com todo respeito aos baianos, e nada pessoal.

Ao empatar com o São Luiz e depois vencer nos pênaltis, o Grêmio deixou de decidir com o Juventude na Arena, perdendo uma boa grana. E ainda tem a desvantagem técnica.

Quando o jogo terminou no 0 a 0, eu confesso que larguei. Se Luxemburgo largou no primeiro turno, por que eu não posso jogar a toalha agora?

Melhor cair fora de uma vez do Gauchão para ficar só com a Libertadores do que ficar imaginando que é possível tirar o título do Inter com esse time que passa 90 minutos sem exigir uma grande defesa sequer do goleiro adversário. E o goleiro adversário não joga no Barcelona, no Chelsea, no Huachipato. Não, o goleiro joga do São Luiz.

O nome do goleiro: Oliveira. Prestei atenção nele quando cruzou com Dida. O Oliveira que me irritou fazendo tempo desde o primeiro minuto e que só levou o amarelo em função disso na metade do segundo tempo. Olhei para aquele rosto castigado, sofrido, e senti pena do Oliveira. Imaginei qual seria o seu salário, as dificuldades de jogar em clubes pequenos, de sustentar uma família.

No duelo com o goleiro vitorioso, milionário talvez, confesso que torci para o goleiro sofrido, quase heróico, que fez de tudo para evitar o gol do Grêmio. Fez o seu trabalho com muita dignidade. Se não foi punido logo no começo é por culpa do sr. Daronco. Oliveira fez a sua parte.

O mesmo não posso dizer do time gremista que o sr Luxemburgo não consegue ajustar. Nos últimos seis jogos, três gols. Um deles, contra.

Contra o São Luiz, foram raras as chances de gol. Comparando com o Inter domingo: o goleiro Eduardo Martini foi o destaque do jogo, fazendo grandes defesas. O Inter penou, sim, mas atacou e criou chances de gol.

A melhor chance do Grêmio foi aos 34 minutos, quando o excelente Guilherme foi ao fundo em jogada individual e cruzou para a área. Mamute – que está mais fininho mas continua sem mostrar talento maior a não ser o de ter Machado como empresário – dominou e teve lucidez para encostar para Kleber, quase dizendo: faz.

Kleber não fez. Foi a grande chance do Grêmio em todo o jogo, com a bola sendo desviada por um zagueiro.

O Grêmio, nesse momento, estava com um jogador a mais em campo. Um jogador a mais. O Grêmio seguiu jogando um futebol sem criatividade. Pressionou mais, mas sem organização.

Depois, nos pênaltis, a classificação. O jogo contra o Juventude será no Jaconi. Tivesse o Grêmio vencido, seria na Arena. Domingo à tarde?

Claro que não. A FGF decretou que a torcida do Grêmio poderá ver jogos do Gauchão em todos os dias e horários da semana, menos nos domingos à tarde. Nem mesmo nos sábados à tarde.

Por que? Difícil explicar, de entender, de aceitar. É muita restrição contra a Arena. É proibição de ocupar 9 mil lugares de arquibancada, de entrar com charanga, de tirar a camisa pra festejar.

É tanta proibição que o Grêmio parece acreditar que também é proibido jogar bom futebol em sua Arena.

Vuaden marca perigo de pênalti

O Inter mereceu vencer o Lajeadense, meu segundo clube do Interior – o primeiro é o Avenida.

Não assisti a todo jogo, mas no tempo em que estive diante da TV vi um Inter superior, organizado, pressionando e o Lajeadense bem posicionado, se defendendo, e arriscando alguns contra-ataques.

É inegável que Dunga armou bem o time. Não se pode dizer o mesmo de Luxemburgo, que até agora, final de abril, continua dependendo basicamente de jogadas individuais dos jogadores mais talentosos e também de muita bravura da equipe.

Falta a Dunga um teste de verdade, mas o trabalho dele é correto, coerente, sério.

Agora, voltando ao jogo. Eu percebi que o Lajeadense não tinha chance de vencer – e poderia vencer mesmo sendo dominado, porque o futebol tem dessas coisas – quando aos 29 minutos o sr Leandro Vuaden tomou uma medida preventiva contra um lance que à primeira vista parecia pênalti a favor do esforçado Lajeadense.

Ao ver o atacante rival – rival do Inter, quero deixar bem claro – cair na grande área, o juiz correu já puxando o cartão amarelo. Puniu o jogador por suposta simulação.

Com isso, se o lance tivesse sido dentro da área, como parecia, ele se isentava de marcar pênalti. Por isso, o termo ‘medida preventiva’. Preocupação exagerada, porque a Tv mostrou que a falta, que ele viu como simulação, realmente existiu, mas foi a poucos centímetros da risca da área.

Na verdade, ele marcou perigo de pênalti.

Portanto, não havia pênalti, mas sim uma falta, que até seria perigosa. O sr Vuaden errou ao não marcar a falta – por instinto de preservação, talvez até pensando nas sistemáticas críticas do sr Dunga, que aliás voltou a reclamar mesmo vencendo, como faz sempre – e errou ao punir o atacante do rival – rival do Inter, repito.

No mais, o Inter foi mesmo superior e é, sem dúvida, favorito ao título. Não acredito que Luxemburgo tenha capacidade de vencer esse bem armado time do Dunga, isso se superar o São Luiz nesta segunda-feira e depois, ainda, o Juventude, sempre osso duro de roer.

XERIFÃO

Sobre o Lajeadense: gostei muito do zagueiro Gabriel. Encarou o Damião, marcou um gol e mostrou que é um xerifão. É um jogador que merece investimento do Grêmio. Alguém vai dizer, mas não tem bola para jogar no Grêmio. Eu eu responderei, e o Cris tem?

Ah, mas é do Interior, entrar assim numa Libertadores, é complicado, alguém pode observar. É verdade. Mas o Bressan, ainda mais inexperiente, veio e encarou.

Gabriel, acho que vale a tentativa. Vai custar mais barato que o Cris.

Ah, quando o Inter toma gol de cabeça, mérito do adversário. Quando o Grêmio leva gol de bola aérea, culpa dos zagueiros.

D’ALE

Esse inquieto argentino jogou demais. Defendeu, armou, organizou, atacou. Sofreu algumas faltas, mas reagiu bem. Sem chiliques. Mas li no blog cornetadorw que ele deu uma voadora por trás num jogador do Lajeadense, e não recebeu sequer cartão amarelo.

Por que será que eu não me surpreendo?

Minha maneira de ajudar o Grêmio

Há muito tempo eu aprendi que boa parte das pessoas leem o que elas querem ler, não o que está realmente escrito.

Quando abri este ‘boteco’, foi com o objetivo de ter um meio para expressar publicamente o que penso sobre várias coisas, especialmente sobre tudo o que envolve o Grêmio, e aí ampliando para as questões do futebol em geral.

Inclui-se aí análise da crônica esportiva gaúcha, alertando para eventuais afloramentos de torcedor que existe em cada jornalista, o que é inaceitável a quem se diz isento.

É claro que que os frequentadores do boteco são em número infinitamente inferior ao atingido pelos cronistas esportivos profissionais da grande mídia, tanto repórteres como comentaristas.

Mesmo assim, expresso minha opinião e aponto excessos de cor clubística, em especial a cor vermelha, que é maioria no meio e mais atuante, principalmente quando o Grêmio começa a se assanhar para conquistar algum título.  É o caso hoje.

A rivalidade é tão exacerbada no RS que até outras forças se erguem no momento em que o Grêmio luta para tentar o tri da Libertadores.

Nem o fato de o Grêmio ter um treinador que comete erros sobre erros e tem um comportamento deplorável como o que mostrou no Chile, ao sair de campo com um sorriso debochado no rosto causando aquela confusão, conforta e acalma as forças oponentes.

Com a classificação alcançada ainda sem jogar um futebol que indique que irá muito adiante na Libertadores – apesar de estarmos chegando ao quinto mês do ano -, é certo que aumentará o número de pedras e espinhos vermelhos no caminho gremista, como se não bastassem os problemas existentes na alma do clube.

Agora, o que me levou a escrever essas mal traçadas neste sábado ensolarado, são os comentários do texto anterior, no qual digo que o Grêmio ganhou a vaga apesar so sr Luxemburo, completando uma campanha constrangedora para o grupo de jogadores que possui.

Não resta dúvida de que o Grêmio foi valente, guerreiro, como todos nós queremos, mas o futebol do time continua insuficiente para quem entrou na competição projetando o título. O presidente Fábio Koff não investiu tanto para ser um mero figurante.

A classificação deve ser comemorada por todos os gremistas. Eu comemoro, mas lamento que o time ainda não tenha um padrão de jogo, uma estrutura definida, organização tática. Lamento também não ver no sr Luxemburgo o comandante capaz de melhorar essa situação.

Gostaria muito de escrever o contrário. Que acredito no treinador, um dos profissionais do futebol de maior sucesso no Brasil em todos os tempos, mas que há anos acumula resultados negativos à beira do campo, não em outros empreendimentos.

Mas, como frisei no início, abri este espaço para escrever o que eu sinto, mas sempre deixando abertas portas e janelas para quem quiser se manifestar contra os meus conceitos e ideias.

Só não aguento patrulha de torcedor sem senso crítico. Existe a hora de torcer; existe a hora de avaliar.

Quando escrevo aqui não estou torcendo. Estou analisando, certo ou errado, não sei, mas é o que penso, com honestidade, sem ligar para nomes – fosse o Felipão a substituir dois de uma vez, sendo que um dos que entrou é um jogador que me faz sentir saudade do Leandro, levaria pau da mesma forma.

Então, quem pensa em encontrar aqui uma opinião ufanista, oba-oba, esqueça. Tampouco vou ser omisso. Não consigo. Tenho mania de me posicionar.

Sempre fui assim, em especial como jornalista esportivo.

Quando escrevi uma coluna no Correio do Povo, muito tempo atrás, dizendo claramente que sou gremista – já não aguentava mais gente dizendo que eu havia escrito isso ou aquilo porque era gremista ou colorado – fiz questão de concluir o texto dizendo que antes de ser gremista ou sou uma pessoa que pensa e e que gosta de expressar o que pensa, e que meu maior compromisso não é com o Grêmio ou qualquer outra coisa.

É com a minha consciência.

Então, enquanto em entender que há coisas erradas no Grêmio, vou criticar. Estou convencido de que apontar falhas e enaltecer acertos é uma forma de contribuir com o meu clube. Assim como ironizar a atuação dos bombeiros na interdição da Arena.

Enterrar a cabeça num buraco como avestruz não é comigo.

Podem me acusar de tudo, menos de omisso e ufanista. Podem até me chamar de corneteiro.

Mas essa é a minha maneira de comentar futebol e ajudar o Grêmio.

Classificação, apesar de Luxemburgo

Luxemburgo bem que se esforçou, mas, felizmente, não teve sucesso.

Grêmio está classificado. Ficou no 1 a 1 com o Huachipato.

Essa de substituir dois atacantes ao mesmo tempo, a 10 minutos do final do jogo, não tem explicação.

Logo em seguida, Werley se lesionou num dividida com o Braian ‘Colorado’ Rodriguez. E aí, como o sr Luxemburgo, aquele que já foi um técnico vitorioso e hoje vive do marketing pessoal e da imagem construída no passado, havia queimado as três substituições, o Grêmio teve de resistir com um jogador a menos.

Em jogo de mata-mata, jogo decisivo, em que se deve jogar com o regulamento debaixo do braço, não tem explicação para substituir dois jogadores ao mesmo tempo. Substitui um, espera um pouco e, se for o caso, substitui outro.

Simples. E eu não ganho um milhão de reais para aplicar isso.

Barcos e Vargas não estavam tão mal. Também não estavam tão bem. Então, troca um, de preferência o Barcos. E por que o Barcos? Porque os chilenos respeitam, e temem, muito o Vargas.

Então, tira o Barcos, coloca o Kleber. Perfeito. Mas deixa para trocar o outro atacante a dois ou três minutos do final. Simples. Tivesse feito isso, com Werley lesionado, poderia recompor a defesa com uma substituição mais adequada.

Por absoluta incompetência do sr Luxemburgo, o Grêmio terminou com um jogador a menos, sofreu o gol até em funçao disso, e, mais alguns minutos, poderia perder a classificação.

Portanto, apesar de Luxemburgo, o Grêmio segue na Libertadores.

Fernando foi o grande nome do jogo, mais uma vez. Zé Roberto, autor do gol e de novo jogando um futebol de aplicação e técnica, levou o terceiro cartão amarelo.

Não enfrenta o Santa Fé, da Colômbia, na Arena.

Depois do jogo, Luxemburgo se envolveu numa confusão com a comissão técnica do adversário.

Proposta para conseguir liberação da Arena

Depois de ver que os bombeiros continuam insistindo que as arquibancadas interditadas precisam porque precisam ser ocupadas por cadeiras – embora tal exigência não seja aplicada em outros estádios de futebol do RS – o Boteco do Ilgo vem, modestamente, apresentar sua proposta para liberar a Arena eleita a melhor do mundo em 2012.

A ideia é demolir a arquibancada interditada e colocar no lugar arquibancadas móveis, que até podem ser aquelas que os bombeiros liberaram no estádio do São Luiz com extrema agilidade.

Sem dúvida, a Arena perderá muito de sua beleza, mas terá a ‘segurança’ e o ‘conforto’ proporcionados pelas estruturas a serem instaladas no espaço colocado abaixo.

O Boteco do Ilgo está convencido de que, com tal providência, as autoridades responsáves ficarão, enfim, satisfeitas…

Futebol é resultado, mas não é tão simples assim

No futebol, quando um time vai mal, começa a surgir tudo que é tipo de história.

O mais interessante que basta uma grande vitória e uma atuação convincente para todos os problemas se dissiparem, ou serem varridos para debaixo do tapete.

Futebol é resultado. O resto é masturbação intelectual. Mais ou menos o que estou fazendo agora, e fazem tantos colunistas e torcedores.

Ganhou, tudo bem; perdeu, tudo mal.

Mas não é tão simples assim. Porque de nada adianta uma bela vitória, como foi a contra o Fluminense no Rio, se não for seguida de uma sequência, e a continuidade só ocorre se existe estrutura sólida, vestiário harmônico, salário em dia, etc.

Infelizmente, não é o caso do Grêmio, que neste ano só teve duas boas atuações.

Uma vitória importante pode encaminhar uma série de mudanças positivas. Não foi o que aconteceu depois do Flu.

Mesmo que vença o Huachipato, ou empate, o que dá no mesmo, não consigo imaginar o sr Luxemburgo comandando um processo de consolidação de equipe.

Há rumores de que ele está perdendo o grupo. Que há divisão entre os de Luxemburgo – Cris, Dida, Zé Roberto, etc – e os outros. Mas são só rumores. Rumores que irá sumir com uma vitória quinta-feira.

De concreto, há uma briga, ou rusga, ocorrida no intervalo do jogo contra o Cruzeiro. Naquela inacreditável derrota.

Barcos protestou contra o esquema de três atacantes – que é o preferido de Luxemburgo – e teve em troca uma reação quase histérica do treinador.

Chegaram a dizer que os dois se pegaram, mas isso não aconteceu. Foi uma discussão agravada pela reação desproporcional do técnico, o comandante.

Foi um incidente que pode ser facilmente superado se o time seguir na Libertadores, mas para isso é preciso manter aberta a porta do diálogo.

Sem isso, a vida do Grêmio na Libertadores será breve.

MANTRA

É hora do mantra. Deu certo contra o Flu, naquele momento de tensão do time.

Vamos acreditar.

‘Vai dar certo, vai dar certo”.

MAMUTE

Essa de Mamute não poder viajar para o Chile por um erro burocrático é demais.

Ele não vai fazer falta. Quem pode fazer falta é Marcelo Moreno.

Espero que o time não precise apelar para Welliton.

Ah, não consigo entender por que Cris e o meia/volante aquele viajaram.

Só espero que o meia/volante não se recupere da lesão e acabe jogando. Aí, eu largo.

UNIÃO

Manchete que vi num saiti hoje:

D’Ale dá ‘puxão de orelhas’ em Dátolo e Forlán e avisa:

“A direção escolhe onde jogamos”

Essa é a união harmoniosa no vestiário do Inter?

O caso Moreno e outra atuação pífia do ataque

Se eu fosse um cara que procura sempre ver um lado positivo quando tudo parece conspirar contra, ficaria com a frase de Fernando após o empate por 0 a 0 com o Novo Hamburgo:

– O importante é que não tomamos gol nos últimos três jogos.

Fernando, de novo destaque do time, já projetava a decisão contra o Huachipato, sugerindo que a continuar nesse ritmo a vaga está garantida. Basta seguir sem sofrer gol. Afinal, o empate basta.

O problema que uma sequência de três jogos é pouco para considerarmos que o desempenho defensivo do time do sr Luxemburgo é confiável.

Considerando-se que dois desses jogos foram contra times modestos, fracos mesmo – Cerâmica e Novo Hamburgo – não vejo mérito algum em sair de campo sem levar gol. Um deles, inclusive, rebaixado para a segundona e o outro escapando com esse empate. Agora, não dá pra esquecer que o NH no finalzinho meteu uma bola na trave, umaa bola percorreu toda a linha do gol e saiu caprichosamente.

O outro empate nessa série de três lembrada por Fernando numa tentativa clara de elevar a confiança de todos na equipe foi contra um mistão do Fluminense, que jogou sem seu matador, o Fred.

Então, essa série de três jogos sem gols não significa nada, ao menos para mim que prefere fazer outra abordagem, que é a seguinte, e vou gritar:

– O GRÊMIO NÃO JOGA NADA HÁ HORAS!

Confesso que cheguei a imaginar os jogos ruins no Gauchão aconteceram porque os titulares querem se preservar, estão com o foco todo na Libertadores, e que por isso não se empenham como deveriam. Em algumas situações isso aconteceu mesmo, mas é inegável que time até agora, meados de abril, ainda não tem conjunto, não há jogadas ensaiadas, padrão de jogo.

Enfim, o Grêmio tem alguns jogadores de alto nível, outros num patamar muito bom, mas não consegue apresentar uma equipe que transmita segurança ao torcedor.

Voltando aos últimos três jogos: quantas situações de gol o Grêmio criou. Será que cabem na palma de uma mão? Quantas defesas fizeram os goleiros rivais? Hoje, em Novo Hamburgo, não vi nenhuma defesa do goleiro.

O Kleber, que foi bem, saiu de campo lamentando que o time jogou muito recuado com três volantes. Falou de jogadores novos, da falta de entrosamento. Tentou explicar o pífio rendimento ofensivo do time.

Por certo, ainda ecoava em seus ouvidos o nome de Marcelo Moreno, gritado pela torcida.

Depois, no vestiário, Kleber tornou pública uma crise de relacionamento causada, segundo ele, por declarações de Moreno e o empresário/pai do boliviano. Moreno disse que havia feito 22 gols no ano passado e que queria ver essa marca ser alcançada por outro no clube. Pisou na bola, claro. Mas eu não sabia que isso havia gerado uma crise, que permanece e deve continuar, segundo o diretor Rui Costa.

Então, quem tinha esperança de que Marcelo Moreno voltasse pelo menos ao banco contra o Huachipato, esqueça.

Tudo isso, à esta altura, é detalhe. O Grêmio terá de arrumar forças e futebol para garantir o empate no Chile, o que está longe de ser uma missão impossível, apesar de todos os problemas.

CRIS

O zagueiro que cometeu aquela insanidade contra o Flu foi agraciado por seu padrinho com a braçadeira de capitão. Cris, provando que o melhor que tem a fazer agora é treinar para tentar ser o que já foi como jogador, conseguiu a proeza de cometer dois pênaltis no mesmo lance, ambos envolvendo a bola e seus braços.

BITECO

Guilherme Biteco foi muito bem. Só não foi melhor porque o time está desconjuntado, é como um quebra-cabeças que não se consegue monotar. Guilherme Biteco seria uma alternativa muito boa na Libertadores. A lamentar que não está inscrito e, mais ainda, já não pertencer ao Grêmio.

GAUCHÃO

O Inter aplicou uma goleada no Juventude. Vai longe o tempo que o Ju era uma pedra no sapato colorado.

O Inter sobrou para vencer o time caxiense em Lajeado, embora as dificuldades no primeiro tempo.

Mas o Inter teve maturidade, firmeza e tranquilidade, para mudar tudo no segundo tempo. Mérito do técnico Dunga, que, na comparação com Luxemburgo, ao menos armou um time bem estruturado, com algumas jogadas, mecânica de jogo. Enfim, um time confiável.

Sim, o Inter ainda não enfrentou um grande desafio.

Mas no Gauchão tem mostrado superioridade sobre o Grêmio, que, diante dos mesmos adversários, mostra mais dificuldades para se impor.

Em nomes, os dois times se equivalem. O Inter, porém, é superior como equipe. Não muito, mas tem sido superior.

Inter, portanto, favorito ao título regional.

O exemplo de Kleina e o pé na bunda

Fernando Prass; Maurício Ramos, Henrique e Marcelo Oliveira; Ayrton, Charles (Wendel), Márcio Araújo, Souza (Tiago Real), Wesley e Juninho; Vinícius (Caio).

Quantos dos jogadores acima poderiam ser titulares do Grêmio?

Eu escalaria o Henrique, com certeza. O restante poderia fazer parte do grupo, talvez mais um ou outro pudesse disputar posição. Quem sabe o Leandro?

O que importa é que esse time, que vai disputar a segundona nacional, conseguiu classificação para a próxima etapa da Libertadores com uma rodada de antecedência.

Sim, o esforçado time do Palmeiras está classificado, enquanto o estrelado Grêmio corre sério risco de perder sua vaga para um clube chamado Huachipato.

Se isso acontecer, terei de ouvir, calado, os colorados me perguntando quando sairá a cerveja Huachibier. Aliás, essa brincadeira sem graça já andei enfrentando sem dificuldades.  As brincadeiras bem-humoradas não me incomodam.

Bem, o fato é que o Palmeiras, considerado por todos o mais fraco representante brasileiro na Libertadores, levou a vaga antes de Grêmio e Fluminense, duas ‘potências’ na competição.

O que importa aqui é a maneira como o Palmeiras chegou lá.

Foi com muita garra, bravura e até heroísmo em cada um de seus jogos. Não se viu o Palmeiras jogando bonito, mas se faltou beleza, sobrou cara feia para enfrentar os adversários.

O Palmeiras jogou como 9,99 entre dez gremistas gostariam de ver o Grêmio jogando.

O treinador: Gilson Kleina. Quem? Quantos títulos?

Kleina, aposto, não tem jatinho, nunca pensou em ser senador e menos ainda em se tornar presidente do Flamengo.

Entre cerveja e vinho, talvez opte por uma loira gelada. Jamais, portanto, pensará em ter um site para comercializar vinhos. Quem sabe, no máximo, cerveja artesanal.

Kleina, enfim, é ‘apenas’ treinador de futebol. Um profissional interessado, que busca seu espaço, e não tem tempo para imaginar outros voos.

Cada jogo para Kleina tem um significado que, sem dúvida, foi o mesmo que um dia, já muito distante, foi sentido por Luxemburgo.

Hoje, assim à distância, Luxemburgo me parece enfadado. Isso ficou muito evidente nos jogos do Gauchão. Contra o Fluminense, o técnico até colocou um terno completo, Armani talvez. Uma tentativa, quem sabe?, de reviver os velhos tempos em que começava a construir uma trajetória que se tornaria das mais vitoriosas em todos os tempos no futebol brasileiro.

Esse Luxemburgo não existe mais. O que existe é o homem de negócios.

O futebol em si, a rotina dos treinamentos e a administração de egos na equipe, tudo isso parece parece ser um tédio para alguém inquieto que está sempre em busca de outros objetivos, qualquer coisa, desde que seja distante do vestiário.

Posso estar completamente enganado, mas Luxemburgo me passa a impressão, por seu comportamento e suas declarações tão conformadas após sucessivos fracassos, que já não se preocupa em conquistar títulos, em provar que pode voltar a ser um técnico campeão.

Luxemburgo tampouco parece se importar em ser demitido mais uma vez, fato rotineiro nesses seus últimos anos como treinador.

Uma indenização milionária ameniza a humilhação de um pé na bunda, principalmente para quem já não parece ver diferença entre vitória e derrota.

Não é o caso de Kleina, que joga a vida a cada jogo. Como faz, aliás, o seu time.

Terapia do joelhaço e outra atuação frustrante

O Grêmio jogou o que tem jogado. Um futebol meloso, grudento como chiclé que cola na sola do sapato. Um futebol sonolento como bolero no final do baile. Mais truncado que o trânsito em Porto Alegre.

A única vez no ano em que o time correspondeu plenamente foi nos 3 a 0 contra o Fluminense e nos 4 a 1 sobre o Caracas.

Se alguém tinha alguma dúvida, o Grêmio não é o que goleou o Fluminense no Rio. O Grêmio está mais para o time que perdeu para o pequeno Cruzeiro em casa e o que se mostrou impotente diante de um time misto do Fluminense em plena Arena.

Este é o Grêmio. Este é o Grêmio do sr Luxemburgo.

Este o Grêmio do zagueiro Cris, que pediu para ser expulso ao aplicar a terapia do joelhaço em Sobis numa jogada banal de meio de campo, e depois um rapa por trás absolutamente inexplicável, injustificável.

O melhor que Cris teria a fazer – e melhor ainda se fosse acompanhado de seu padrinho no Grêmio – seria pegar o rumo do aeroporto Salgado Filho e só voltar aqui como zagueiro de outro clube. Ou como turista.

A expulsão de Cris só não é pior que o discurso de Luxemburgo pós jogo. “É complicado jogar com um jogador a menos”, disse ele, que poderia acrescentar que o time só ficou com um a menos porque seu indicado, Cris, foi expulso de maneira ridícula.

Com a expulsão de Cris, o Grêmio ficou com nove. Sim, porque Marco Antônio, como até os quero-quero do Olímpico sabem, é uma nulidade. Um jogador que não marca, não arma e não ataca. Enfim, o Grêmio começou com dez.

Antes do jogo, muito antes, eu havia dito e escrito que Luxemburgo deveria resguardar o Cris, escalando o Adriano e não o MA. Com isso, ganharia o meio de campo e teria mais condições de vencer.

Fernando, o único jogador forjado na casa, foi o melhor em campo. Disparado. Barcos não entrou em campo. Disse que jogou sentindo dor. Mas então sente dor faz tempo.

Dida, no finalzinho, com uma defesa com a ponta dos dedos, evitou o gol do Fluminense, na falha de Bressan.

No final, o empate teve gosto de derrota para o Fluminense e de vitória para o Grêmio.

Embora o time não tivesse jogado bem, mais uma vez, não dá para isentar o juiz. O Fluminense cometeu muitas faltas. Edinho foi o que mais bateu. Saiu de campo sem cartão amarelo. Zé Roberto sofreu pelo menos dez faltas, em rodízio, e nenhum jogador do fluminense pagou por isso. Quando Zé Roberto acertou um, levou o amarelo. Revoltante.

No final das contas, com vitória ou empate, o Grêmio teria de garantir ao menos o empate contra o Huachipato para garantir sua classificação.

O time chileno joga mal em casa, o que é bom para o Grêmio.

A questão é se esse Grêmio ainda merece nossa confiança. Luxemburgo disse, com aquele seu jeito, que nada está perdido, blá-blá-blá.

Eu ainda confio no time, e sigo sem confiar em Luxemburgo. Cada vez mais.

Como unha encravada em sapato apertado

No meio da tarde li a notícia que na região Sul não tem pra ninguém, a maior torcida é do Grêmio, seguida pelo Inter e bem mais atrás o Corinthians. A pesquisa é da Pluri, região por região. Não vi as outras, mas imagino que só dê Flamengo e Corinthians.

http://www.lancenet.com.br/futebol/Times-Sudeste-lideram-Regiao-Sul_0_898110230.html

Quer dizer, no Sul os queridinhos da Globo foram desbancados pelo Grêmio.

Uma baita notícia, destacada pelo site lancenet e que só no final da tarde começou a repercutir. Dei várias tuitadas sobre o assunto, porque sei que essa é uma notícia que provoca ciúme e ranger de dentes em algumas pessoas.

Questionei se a mídia tradicional de Porto Alegre daria o destaque que a informação merece, e que se tivesse o Inter na ponta poderia render até um caderno especial feito na corrida.

Lá pelas tantas recebi a informação de que um conhecido apresentador de programa esportivo, cujo nome não digo porque “eu não sei”, falou sobre o assunto abrindo assim: dupla Gre-Nal tem hegemonia na região Sul.

Foi a forma que ele encontrou para não ter que dizer ‘Grêmio lidera’. Imagino que deva doer muito, talvez mais que unha encravada em sapato apertado.

Sinceramente, eu penso – e já escrevi a respeito – que o pessoal de imprensa, principalmente os que trabalham com opinião, deveriam revelar seus clubes. Seria mais honesto, mais ético.

Tenho certeza que haveria menos conflitos entre leitores e jornalistas esportivos.

AGENDA POSITIVA

Apesar dos anos de estrada, ainda me impressiono e me surpreendo com certas coisas. Um exemplo: um site informou ali pelo meio-dia que o Inter estava acabando com o time B. Obviamente para reduzir custos, porque é notório que o Inter está enxugando seu grupo que já foi dos mais inchados do país.

Mas a agenda positiva entrou em campo. Passou a informação de que a decisão era para “não barrar o crescimento dos jovens”.

Quer dizer, devo acreditar, então, que nesses anos os jovens foram barrados. Esse deve ser a explicação oficial, mas cabe ao jornalista questionar, duvidar e averiguar.

Pelo menos no meu tempo eu fazia isso.

CLEMER

Mais uma vez Clemer, que faz excelente trabalho na base colorada, é preterido em termos de promoção.

Acho que o Grêmio deveria pensar em sua contratação.

No mínimo, ele ganharia um aumento no Inter.

FLU

O Fluminense vem com desfalques importantes. Só a ausência de Fred, um matador implacável, já é um ganho enorme. Mesmo assim, é jogo difícil. No papel ficou mais fácil, mas o que vale é a bola rolando.

Mas estou otimista. Até tenho medo quando estou otimista. Mas meu otimismo é maior que o meu medo.

Vamos ganhar e vamos levar o primeiro lugar do grupo.