Vexame na Arena Condá: 5 a 0

Nada supera o fiasco de ser eliminado pelo Mazembe quando se projetava um bi mundial.

Agora, levar 5 a 0 da Chapecoense, clube que luta para não ser rebaixado, é também um vexame daqueles difíceis de esquecer. Por colorados e, principalmente, por gremistas.

Já visualizo a cerveja Condá sendo disputada ferozmente por gremistas e torcedores do modesto clube de Chapecó, que nem em seus  sonhos mais doces poderiam imaginar que um dia aplicariam goleada tão estrondosa num clube que até há pouco ambicionava o título brasileiro depois de 35 anos de espera.

O que se viu na Arena Condá decididamente não pode ser explicado apenas pelo que aconteceu no gramado.

Conflitos de bastidores com certeza contribuíram para derrota tão estrondosa. Por que será que D’Alessandro jogou tão mal a ponto de ser substituído no intervalo, e não foi por lesão segundo ouvi de Alex ao final do jogo. Opção do Abel. Será que o argentino não acertou a renovação do contrato, ao contrário do que foi divulgado? Ou será que ele achou pouco 900 mil reais por mês para jogar esse futebolzinho tico-tico?

É verdade que o time colorado tem deficiências sérias, embora os colorados tanto das arquibancadas quanto dos microfones e das canetas sempre alegaram que se o time não jogava bem era por culpa do treinador. Costas largas têm o Abel.

É preciso fazer justiça ao meu ex-colega de CP, o Wianey Carlet, voz isolada nas críticas ao time e ao técnico, que realmente foi contraditório muitas vezes.

Enfim, o Inter que priorizou o Brasileirão para chegar ao tetra e quebrar um longo jejum, se aproxima do final da temporada de forma melancólica e difícil de entender, porque uma equipe que custa 8 milhões de reais por mês não pode levar 5 a 0 de uma Chapecoense.

Fico pensando no torcedor colorado assistindo pela TV, no fim do jogo, o festejado Nilmar, que entrou no segundo tempo, dando entrevista todo sorridente em meio ao clima sombrio que se abateu sobre o time.

Abel, sem dúvida, está caindo. Inclusive assumiu a responsabilidade na entrevista coletiva pós-jogo, e não poderia ser de outra forma.

Jogou a toalha ao dizer que o Inter começa a jogar por sua dignidade.

Entre os técnicos disponíveis, ele, Celso Roth.

O importante é vencer

Estou convencido de que só a torcida do Cruzeiro tem direito de exigir vitória e bom futebol do seu time.

Todas as demais torcidas precisam aceitar que vitória com boa atuação não combinam. E isso vale para Grêmio, Inter – embora os colorados analistas atribuam sempre o futebol ruim do time vermelho ao técnico Abel, nunca a má qualidade de alguns jogadores – e todos os outros.

Só o Cruzeiro se salva. Nem a derrota para o Corinthians abala esse minha convicção.

Então, o que interessa é vencer. O Grêmio de Felipão fez algumas partidas muito boas contra equipes fortes, entre elas o próprio Cruzeiro, mas não venceu.

Nesta noite, teve uma atuação apenas regular, nota 6 ou 7, mas foi o suficiente para bater o Sport por 2 a 0, subindo na classificação.

Destaque para o jovem goleiro Tiago. No final, fez grandes defesas e garantiu a vitória.

Gostei muito do Dudu, um jogador incansável, que corre de goleira a goleira, e ainda tem fôlego para fazer algumas boas jogadas, como a do segundo gol, quando ele driblou o goleiro após receber excelente lançamento de Giuliano – seu melhor lance desde que chegou.

O placar foi aberto por Alan Ruiz, após jogada de Barcos, que perdia a bola na tentativa do drible, mas apareceu o meia argentino de trás pra soltar a bomba e marcar.

Destaque também para Zé Roberto, que é, repito, o melhor lateral-esquerdo do campeonato.

Não acredito mais em vaga para a Libertadores, mas se continuar na ponta de cima tudo pode acontecer.

Tirando o Cruzeiro, é tudo japonês.

Meus primeiros passos na política do Grêmio

Desde que larguei o jornalismo esportivo profissional depois de uns 30 anos de atuação, principalmente em jornal, com algumas incursões no rádio e na TV, tenho recebido sugestões de ingressar na vida política do Grêmio.

A maioria vem do pessoal que mantém esse Boteco comigo, alguns escrevendo até mais do que eu com comentários que sempre acrescentam alguma coisa.

Não sei se os botequeiros fazem isso apenas por generosidade, como forma de estímulo a continuar lançando minhas ideias sobre futebol aqui neste espaço, mas o fato é que aos poucos eu fui me convencendo de que realmente tenho algo a oferecer ao clube, a começar pela minha experiência do outro lado do balcão, a imprensa.

Até que há uns cinco meses fui convidado a participar do Movimento Grêmio Multicampeão, um grupo novo, composto por gente com boas propostas para recolocar o clube no caminho das vitórias. Comecei um trabalho de assessoria de imprensa e, depois de conhecer melhor os integrantes do movimento, acabei me filiando.

Dois anos antes eu havia me associado de novo ao Grêmio – a primeira vez foi em 1974, logo que vim de Lajeado para estudar, trabalhar e fazer festa, não necessariamente nessa ordem. Deixei de ser sócio quando comecei a trabalhar na imprensa esportiva, em 1978.

Bem, estou começando timidamente, sem maiores pretensões a não ser contribuir de forma mais objetiva com o Grêmio. Mas vou continuar aqui nessa trincheira, criticando e elogiando. Nos últimos anos, mais criticando, infelizmente.

A síntese do meu pensamento sobre gestão é a seguinte, e dela não abro mão: honestidade, transparência, ética e trabalho. Quem me conhece sabe que eu estruturo minha vida nesses quatro pilares.

O Movimento Grêmio Multicampeão, pelo que já constatei, pensa da mesma forma. Nascemos um para o outro.

O grupo decidiu apoiar a chapa 4, da Situação. Foi unânime.

Respeito muito o Bellini, e não tenho dúvida de que um dia ele será presidente do Grêmio.

Mas não agora. A vez é de Romildo Bolzan, com apoio do grande Fábio Koff e de Duda Kroeff.

Será a primeira vez que voto.

Conto com vocês. Não quero terminar sem ao menos ter começado.

MULTICAMPEÃO

Quem quiser conhecer mais sobre o movimento:

www.gremiomulticampeao.com.br

www.facebook.com/movimentogremio.multicampeao

twitter.com/gmulticampeao

FUTEBOL E PESQUISAS

Pesquisa do Ibope “some” com quase dois milhões de gremistas no país

Uma grande torcida à procura de um grande time

A verdade é simples: o time do Grêmio não está à altura de sua torcida e de sua casa. A Arena recebeu mais de 46 mil torcedores, gremistas apaixonados, vibrantes, participativos. Enfim, jogou com o time, e jogou mais que o time.

A Arena é maior que o Olímpico, muito maior, majestosa mesmo, mas só irá incorporar a energia que havia no velho casarão quando tiver um time verdadeiramente competitivo.

É um tripé em que um dos pés não é confiável, não é seguro.

Mas não resta dúvida que agora a direção acertou o passo, depois de sucessivos equívocos.

Alguns problemas permanecem e iremos até o fim da temporada com eles. Por exemplo, o Grêmio continua sem um rival para Barcos, uma alternativa realmente capaz de entrar e acrescentar qualidade na frente, com maior presença de área, espaço do qual o titular argentino insiste em se afastar.

Apesar de ter ainda um time insuficiente para disputar o título do Brasileiro e talvez até mesmo para buscar uma vaga na Libertadores 2015, o Grêmio teve todas as condições de vencer o forte time do São Paulo.

No primeiro tempo, logo no início, Luan ficou cara a cara com Rogério Ceni e tentou colocar. Pegou mal na bola, facilitando a defesa de Ceni. No rebote, Luan concluiu de novo e um zagueiro tirou de cima da risca.

Alguém precisa dizer ao Luan que jogador talentoso não está proibido de chegar na frente do goleiro e soltar uma bomba.

O Grêmio teve ainda mais duas ou três boas situações de gol, numa delas de novo apareceu um zagueiro para tirar de cima da risca, após conclusão de Zé Roberto, mais uma vez de grande atuação. É o melhor lateral-esquerdo do campeonato.

O Cruzeiro teve uma apenas, com Pato, que obrigou Grohe a grande defesa.

Houve ainda um impedimento mal marcado de Barcos, coisa do bandeirinha Boschillia, que, segundo Felipão, teria levado uma,  digamos, urinada do juiz por estar prejudicando a arbitragem. O fato é que o bandeirinha anulou uma investida do Barcos rumo ao gol.

No segundo tempo, o São Paulo equilibrou o jogo.

O mesmo juiz que tinha dificuldades para tomar decisões a favor do Grêmio não vacilou em marcar um pênalti de difícil visibidade para o São Paulo. Ceni marcou e quebrou a invencibilidade de Grohe de mais de 800 minutos.

No final, o Grêmio pressionou, teve volume de jogo, presença no campo de ataque, mas gol que é bom, nada. A impressão que tive é que o Grêmio só conseguir marcar um gol se tivesse um pênalti a seu favor assinalado.

Teve dois lances polêmicos. Num deles, Dudu foi empurrado por trás pelo Hudson, que já tinha amarelo. Foi dentro da área, num lance banal. Se marcasse pênalti, o juiz ainda teria de expulsar Hudson. Bem, aí seria pedir demais, não é mesmo?

Teve ainda o lance em que Zé Roberto sofreu o tranco dentro da área, mas exagerou na encenação.

Enfim, se já é difícil fazer gol ao natural, mais complicado ainda com uma arbitragem atuando contra.

Resta agora terminar o campeonato numa posição digna. Não acredito em G-3.

Como acreditar se a gente olha para o banco de reservas e não vê uma viva alma capaz de mudar o panorama de uma partida?

Alan Ruiz, Giuliano? Quem sabe não é hora de Felipão apostar em outro guri, o atacante Erick, que ficou no banco de reservas.

Ficamos assim nesta véspera de eleição: uma grande torcida e uma casa suntuosa à procura de um grande time.

INTER

Deu a lógica no Mineirão. O Cruzeiro venceu por 2 a 1, e distanciou-se ainda mais do Inter, o vice-líder. São nove pontos agora.

Mais uma vez o Cruzeiro será campeão. Tem um belo time e um grupo de qualidade.

O Inter até que lutou, reagiu no segundo tempo e marcou um golaço através de Alex.

Mas o Cruzeiro foi superior a maior parte do tempo, e até poderia ter ampliado.

E assim vai o futebol gaúcho na gestão do sr Noveletto. Os grandes não chegam e o Interior afunda.

Arena pode reviver os bons tempos do Olímpico

Arena lotada em clima de Olímpico dos velhos tempos de vitória. É o que se espera para o jogo contra o São Paulo de Kaká, agora de volta à seleção.

Em decisão sábia, a diretoria liberou os instrumentos musicais da Geral, o que dá um tempero a mais ao grande jogo.

Teremos, sem dúvida, uma Arena vibrante, com a torcida apoiando e incentivando. Enfim, ajudando o time a vencer esse adversário na briga por vaga direta à Libertadores 2015.

Jogo de seis pontos, ou até mais se considerarmos que a vitória gremista será boa também para o Inter, que pega o Cruzeiro em MG.

Notícia boa é que Souza, outro que terá chance na seleção, está fora. Foi punido com suspensão de um jogo. O SP tenta efeito suspensivo. Souza seria um desfalque importante, porque vive excelente momento no SP.

Até já ouvi alguns gremistas criticando a troca por Rodolpho. Quero dizer que eu continuo favorável a esse negócio. Até porque o Grêmio está muito bem de volantes.

Felipão faz mistério, mas tudo indica que poderá repetir o time, se não me engano, pela primeira vez desde sua volta. Assim, o Grêmio terá:

Marcelo Grohe; Pará, Rhodolfo, Geromel e Zé Roberto; Walace, Fellipe Bastos, Ramiro, Dudu e Luan; Barcos.

Grohe é uma atração à parte. Ídolo da torcida e principal jogador do time nos últimos, certamente será recebido com muito entusiasmo e carinho.

PRÊMIO PRESS

O Boteco do Ilgo continua figurando entre os cinco mais votados no Prêmio Press, que está completando 15 anos.

Na semana passada, o Boteco chegou a ocupar o primeiro lugar. Agora, caiu para segundo.

Briga feia, porque os candidatos são de alto nível e ao que parece todos mobilizaram seus leitores e parceiros.

Cada CPF pode votar uma vez por dia. Portanto, quem quiser ver no pódio o Boteco com sua visão gremista do futebol precisa votar seguidamente.

Seria interessante ver um blog ou site com essa preocupação gremista figurando entre os destaques e até vencendo. O importante é marcar posição e ter mais visibilidade. Sugeri que o RW entrasse na disputa com a sua corneta, mas ele decidiu apoiar o Boteco.

Bem, aí é covardia. Com a cornetadorw.blogspot.com e seus corneteiros entrando na briga não tem pra ninguém.

Teremos um blog gremista no pódio do Prêmio Press, com certeza.

Botequeiros e corneteiros unidos jamais serão vencidos (esta é novinha, rsrsrs).

Para votar:

www.revistapress.com.br

tópico 10 – ‘Jornalista de web do ano’:     Ilgo Wink – www.botecodoilgo.com.br

Aconteceu o pior: Grohe desfalca o Grêmio

O que eu previa, e temia, aconteceu. Grohe convocado para a Seleção Brasileira, provavelmente para atuar como lustrador de banco contra a Argentina, dia 11, e contra o Japão, dia 14 na Ásia.

Há oito jogos sem sofrer gol no Brasileirão, o goleiro gremista – gremista sim, porque é do Grêmio e torce pelo Grêmio -, Grohe entra na vaga de Jefferson, do Botafogo, lesionado.

É uma péssima notícia para o Grêmio e sua escalada no campeonato. Mas muito bom para Marcelo Grohe.

Ah, mas o clube ganha com a projeção de Grohe, o que poderá render um bom dinheiro mais adiante.

Bem, a esses eu respondo: não sou tesoureiro do Grêmio e meu objetivo é conquistar títulos, acabar com essa inhaca que já dura 13 anos. Sem Grohe, isso se torna mais difícil. Outra coisa, goleiro dificilmente rende grana que compense realmente sua saída.

O pior é que leio no twitter muita gente festejando a convocação.

“Ão, ão, ão, Grohe é seleção”.

No meu post anterior, escrevi que temia por essa convocação. Uma convocação estimulada reiteradamente já faz tempo por setores colorados da imprensa, apoiados por gremistas ingênuos.

Sempre que algum jogador do Grêmio é convocado para amistosos caça-níqueis da CBF fico irritado.

Não esqueço – e o Cacalo não me deixa esquecer porque também ele ficou traumatizado – aquela convocação de Paulo Nunes para passear na Europa enquanto o Grêmio decidia contra o Cruzeiro, que na época mandava na CBF. Paulo Nunes sequer jogou lá. O Grêmio foi eliminado.

Então, só me resta cumprimentar todos que estão felizes com a convocação de Grohe, a maioria deles colorados, com certeza.

Parabéns, vocês conseguiram.

Ah, a convocação é mera precaução, porque Jefferson viaja e talvez até jogue. Já o Grêmio perde seu melhor jogador a partir do dia 5 e só volta dia 15.

Sem contar que alguns convocados voltam depois. digamos, diferentes.

Podem soltar seus foguetes sem constrangimento.

Os dois felipões

Existem dois Felipões?

Sim, existe o Felipão do Grêmio e o da Copa. Aquele todo deslumbrado, mais envolvido como comerciais de TV do que com essa chatice de armar esquemas táticos e estratégias para neutralizar os adversários. Uma chatice.

Aí, o que fez Felipão? Colocou em campo um time para alegrar o pessoal lá de cima, esse que gosta de um futebol faceiro, dito ofensivo. Um futebol pra frente usando a qualidade ímpar e a malícia do genial futebol brasileiro.

Cansei de escrever e alertar que o Felipão da Copa não era o verdadeiro Felipão. Era um clone, um genérico de laboratório de fundo de quintal.

E antecipei que com aquele esquema que faz a alegria dos rivais bem estruturados, com equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque, quase sem distinção entre os três setores, como um bloco sólido, e ao mesmo tempo versátil, o Brasil não iria longe. Claro, jamais suspeitei que o final seria trágico.

Não tenho bola de cristal. Apenas consigo detectar, através de observação e análise desapaixonada, que a coisa está mal e que pode ficar pior.

Lembro disso só porque o Parreira teve a ousadia de dizer num programa de Tv do centro do país que o Grêmio agora repete a seleção da Copa. Tal afirmação apenas reforça o que penso de Parreira e que deixei bem claro há muitos anos. Pra não me estender, digo apenas que o considero um enganador sortudo. Tem muitos por aí.

Não é o caso de Felipão. O Felipão verdadeiro, esse que assumiu o Grêmio com humildade, disposto a voltar às suas origens futebolísticas, firmadas na década de 90 e que aos poucos foram esquecidas, culminando com a humilhação recente, sempre lembrada em todas as entrevistas pelas hienas de plantão.

Assim como tem inúmeros admiradores, Felipão conquistou secadores em profusão.

Uns o consideraram ultrapassado. É fácil rotular as pessoas. Difícil é reconhecer erros de avaliação e precipitação.

Sobre isso, recorro a um texto muito bom que está em www.ricaperrone.com.br/ultrapassado.

O fato é que Felipão voltou a ser Felipão, sem frescuras.

Este Grêmio, que não tem nada a ver com a seleção, tem a cara de Felipão, a cara da seriedade, da determinação.

A cara de quem não se entrega e não leva desaforo pra casa.

E raramente toma gol.

GROHE

Já há algum tempo, curiosamente no momento em que o Grêmio foi ajustado pelo Felipão depois do ciclone Enderson ter varrido a Arena, tem um pessoal aí que só faz elogiar Marcelo Grohe e indicar seu nome para a seleção.

A pior coisa que poderia acontecer agora seria a seleção desfalcar o Grêmio de seu goleiro, um dos principais responsáveis pelo crescimento do time, que só não está melhor classificado por dois motivos: Grohe não faz gols e Felipão chegou quase no meio do caminho.

Portanto, pra mim, Grohe não passa de um frangueiro com sorte.

Pena que Felipão não chegou antes

O Grêmio continua sem fazer gol de escanteio, mas fez 2 gols, coisa rara, e isso é o que realmente importa.

Com a vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, são dois anos de invencibilidade no Rio.

Não vou me alongar. Estou afastado e escrevendo na corrida. Sequer vi o jogo, nem ouvi.

Acompanhei pelo tuiter. É uma experiência interessante, porque sobra pau pra todo mundo, até para os melhores do time.

Depois, quando a vitória se encaminha, o que há pouco era ruim, passa a ser bom.

até Felipão que faz campanha de líder foi criticado.

Com o resultado, o Grêmio segue na disputa por vaga na Libertadores, basicamente em função de seu sistema defensivo e de Grohe.

Pena que Felipão não chegou antes.

De repente, bate uma saudade de Jardel

O Grêmio foi melhor que o Fluminense. Mereceu vencer, inclusive acertando duas bolas na trave.

Sem contar um ou dois pênaltis a favor do Grêmio, devidamente ignorados pela arbitragem do sr Heber Roberto Lopes.

Para um time que, segundo especialistas em negativar o Grêmio, joga ‘por uma bola só’, a equipe montada por Felipão em tão pouco tempo segue criando chances de gol. Seu aproveitamento, contudo, é pífio.

Mas ao menos o time cria oportunidades. Falta ajustar a pontaria.

Depois de dominar durante boa parte do jogo, o Grêmio acabou levando uma pressão e Marcelo Grohe de novo foi decisivo, confirmando sua excelente fase e contribuindo para reforçar o coro dos que clamam por sua convocação à seleção, o que seria péssimo ao time.

Sem ataque e sem seu grande goleiro o Grêmio ficaria muito mal.

Perto dos 40 do segundo tempo, Dudu foi ao fundo como poucos jogadores consegue no brasileirão e cruzou na medida para Barcos. O argentino, que é um misto de armador com centroavante, dominou tentando ajeitar para o chute, mas a bola escorreu e ficou nas mãos do goleiros.

A TV filmou a reação de Felipão à beira de campo. Acho que eu, ele e toda torcida gremista pensamos a mesma coisa:

– Ah, se fosse o Jardel.

O tempo passou e Jardel, centroavante de carteirinha, hoje é candidato nas eleições. Poderia ser o contrário: Barcos na política e Jardel em campo.

O Grêmio, mesmo com o empate, ingressou no G-4.

Ah, o empate com o Flu no Maracanã, em princípio, é sempre bom resultado.

INTER

Já o Inter assumiu o segundo lugar. Bateu o Criciúma por 3 a 0 sem maiores dificuldades.

No entanto, as projeções dos otimistas de plantão não se concretizaram na íntegra. Havia quem projetasse que o Cruzeiro tropeçaria em Coritiba e o Inter venceria, o que daria novo alento aos analistas colorados.

O problema é que o Cruzeiro tem uma equipe muito forte e um banco de qualidade. Bateu o Coritiba por 2 a 1, fora de casa.

Um dos gols marcado por Moreno, centroavante de verdade bancado pelo Grêmio.

O futebol também tem suas ironias.

Jogar por uma bola

A expressão ‘jogar por uma bola’ me incomoda, pra não dizer que chega a me irritar.

O Grêmio está sempre ‘jogando por uma bola’. É uma maneira de depreciar o Grêmio. Pior é que muitos gremistas repetem essa expressão, talvez sem refletir sobre ela e sobre o que acontece em campo.

Parece ser coisa nossa, assim como o churrasco, o chimarrão, o CTG, a grenalização e os colunistas que querem ser mais realistas que o rei e vivem cobrando punição forte para atos de racismo, desde que cometidos na Arena. E pela torcida do Grêmio, claro.

Sobre a homofobia nas imediações, silêncio.

Jogar por uma bola até bem pouco tempo era jogar retrancado. Fechadinho atrás e explorando contra-ataques.

O Cláudio Duarte, logo que assumiu de treinador no Inter, disse que seu esquema era o ‘pega-ratão’.

Então, jogar por uma bola é o pega-ratão estilizado, glamurizado, assim como lesão passou a ser desconforto.

Hoje, Ramiro, o PGV – Pequeno Grande Volante – veio ao meu encontro nessa indignação, o que apenas evidencia o quanto esse jogador além de aplicado e esforçado, é inteligente.

Frase do Ramiro, que deve voltar ao time contra o Fluminense, fato que saúdo efusivamente:

“Não é jogar por ‘uma bola’. É jogar com consciência defensiva, com os 11 jogadores marcando e sair no contra-ataque. Nos últimos jogos fora de casa a gente criou até cinco chances por jogo”.

É verdade, como pode ser definido como time que joga por uma bola se são várias as chances de gol criadas.

Por que não dizem que o Inter joga por uma bola de vez em quando? Nunca alguém escreveu ou falou isso por aqui, mesmo quando se vê o time de Abel parindo uma bigorna incandescente para chegar com perigo diante do goleiro adversário.

Está consagrado por aqui que um time com três volantes é defensivo. Em tese, sim, mas depende dos três volantes. Concordo que aquele trio que Renato escalou para ser VICE-CAMPEÃO BRASILEIRO – escrevo assim para que não esqueçam o brilhante trabalho que ele fez em sua última passagem por aqui como o grupo que tinha – era mais defensivo, tinha pouca qualidade e criatividade na armação: Ramiro, Rivero e Souza.

O trio atual, tem um volante/meia, que é o Felipe Bastos. Aliás, pouca gente se deu conta, mas FB caiu de rendimento quando se desfez a dupla Ramiro/Riveros, que dá forte sustentação defensiva ao time e o libera para armar e chegar à frente. Os dois voltam contra o Flu. Aí poderá ser comprovada a minha tese: FB vai jogar mais do que vem jogando.

Ainda mais que o Fluminense de uma hora para outra virou uma droga de time e Fred passou a ser ex-jogador, lento, sem agilidade, como tenho lido e ouvido por aí. São os mesmos que enaltecem o Criciúma, conforme li no blog do sempre atento RW, o cornetadorw.blogspot.com.br.

Aliás, conforme destaca o RW, apavorado, Heber Roberto Lopes é o juiz. Está aí um forte complicador para a objetivo de somar três pontos.

Apesar de ‘jogar por uma bola’ – o Grêmio parece ser o único time no país que joga com cuidados defensivos e nos contra-ataque -, acredito que é possível vencer.

É só melhorar a pontaria e caprichar no último e no penúltimo passe, mantendo impenetrável a defesa.

O técnico Felipão está chegando lá, ao equilíbrio, devagar e sempre.

Armando o time da melhor maneira diante do material humano que possui, igualzinho ao Renato Portaluppi tempos atrás.