E se Renato não ficar?

ATENÇÃO: não perca seu tempo lendo o texto abaixo. Renato já renovou. Para alegria de muitos gremistas e frustração de uns poucos.

Assinado: gerência do Boteco

 

E se Renato não ficar?

Esta pergunta inquieta muita gente, inclusive eu. Mas outros dão de ombro, tipo ‘estou nem aí’. São os anti-renatistas, um pessoal que deu uma trégua em função do título da Copa do Brasil.

Renato, na verdade, até estimula essa rejeição velada nas vitórias e escancarada nas derrotas. Tem um jeito que foge do padrão dos bem comportados, dos politicamente correto. Mas esses vibram quando ele enfrenta os reds da imprensa.  

Mas antes de tudo pra mim estão os resultados. Até o Tite teve uma fase em que era insuportável com aquele papo de pastor ou escritor de livo de auto-ajuda.

Mas sempre coloquei em primeiro plano o trabalho desenvolvido e, em especial, os resultados.

Futebol é resultado. O resto é tese para animar programa de debate e discussões nas redes sociais.

Os resultados do Renato no Grêmio, de modo geral, foram muito bons, culminando com um título que ninguém mais acreditava possível. Ou não?

Então, eu defendo a renovação de contrato de Renato. Mas dentro dos limites orçamentários do clube.

Só entendo que a direção deve esticar o elástico o máximo possível, nem que seja extrapolando um pouco seu limite pré-estabelecido.

Porque caso contrário terá de ir ao mercado. E os nomes disponíveis não são melhores que Renato, a meu ver, claro, porque sou eu que estou teclando furiosamente aqui nesta manhã de domingo entre uma entrega e outra da PENTA, cerveja com Sabor de Novos Tempos.

Então, a direção deve fazer o máximo para renovar com Renato, que já conhece o grupo e tem boa relação com ele.

Mas se não for possível, paciência.

Vida que segue. Ninguém é maior que o Grêmio.

O problema é encontrar um bom substituto. Não é fácil, o Corinthians que o diga. Está aí em busca de um sucessor para Tite e só tem quebrado a cara.

Tentou Cristóvão, que alguns gremistas adoram e não me perguntem por que, e Osvaldo de Oliveira, que também fracassou. E que eu não gosto.

Então, o Grêmio segue negociando com Renato, e torço para que dê certo.

Segundo um colunista roxo de tão vermelho, é uma negociação ‘áspera’. É uma negociação difícil, mas nunca áspera, que remete para algo conflituoso.

Por fim, seja quem for que venha neste ano de Libertadores, não irá custar muito mais barato que Renato.

Como diria o saudoso Sérgio Jockymann, pensam nisso enquanto eu lhes digo até amanhã.

JUIZ DA COMARCA

D’Alessandro é um Messi para os colorados, principalmente para setores da imprensa. Esquecem de quantos jogos ele ficou fora. Por coincidência daqueles jogos em lugares distantes, com muitas horas de voo e de aeroporto. Não consigo imaginar o argentino jogando em Manaus contra um tal de Princesa.

Fora isso, todo mundo tergiversa quando se trata do salário do argentino. Mas o cornetadorw não deixa escapar nada. Confiram:

 

 http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/12/a-realidade-sobre-o-juiz-da-comarca.html

As manchetes esportivas e meu vazio existencial

Passado o estado de euforia, mas ainda com um sorriso de ponta a ponta ao estilo Sílvio Santos jogando aviõezinhos para as ‘coleguinhas de auditório’ – quem não viu isso não viveu -, eis que me dou conta de algo realmente preocupante.

Estou começando a sentir um vazio dentro de mim. Sabe aquele momento em que a gente se dá conta que ficou sem objetivo? A vida ficou meio sem graça. Nenhum desafio, nenhuma tristeza ou frustração recolhida, nada a ser conquistado ou recuperado.

Já percebi esse mesmo sintoma, em menor grau, no RW, no Demian, no Seu Algoz. 

Bem, cheguei à conclusão de que a conquista de um título brasileiro depois de 15 anos e quase ao mesmo tempo ver o Inter rebaixado – sem contar o bônus da imagem chamuscada em todo o país – está me transformando num zumbi. Não aqueles zumbis de filmes de terror, ou como esses do The walking dead, seriado de sucesso. Um pessoal que tem o mau hábito de dilacerar e comer pessoas.

Não, sou um zumbi paz e amor. Ao lado desse vazio, sinto que estou em estado de Nirvana, que significa tranquilidade, cessação do sofrimento, paz interior. 

Fazo sobre o vazio existencial para um colega gremista. Ele me consola: também sinto esse vazio, mas aí começo a pensar na Libertadores, no Mundial, eles na série C. E aí começo a ficar inchado de metas e propósitos na vida. Simples.

Decidi, então, combater esse estado de espírito, que eu sei que é passageiro. É como uma longa ressaca.

Então, volto a ler os sites, os jornais, os blogs e ouvir programas de rádio.

Descubro que Renato teria pedido 800 mil mensais pra renovar, que alguns craques terão de ser vendidos, que talvez Renato não fique, que o número de sócios do Inter cresceu apesar do fiasco deste ano; que hoje são 108 mil sócios (mas não informam quantos estão mesmo em dia), que o técnico Zago é um estudioso e vai aplicar táticas europeias; que o Beira-Rio terminou o ano com mais rentabilidade que a Arena.

Enfim, depois dessa enxurrada meu estado de nirvana foi abalado e meu vazio preenchido.

Trabalho e objetivos  é que não faltam.  

Como diz o filósofo RW, eles são previsíveis e, eu acrescento, insistentes.

Considerações sobre um domingo inesquecível

Nem no meu sonho mais delirante poderia imaginar que viveria no intervalo de quatro dias toda a felicidade que me foi sonegada no futebol nos últimos 15 anos.

Na quarta, a conquista da Copa do Brasil. No domingo, o Inter rebaixado pra segunda divisão, território onde habitam algumas preciosidades como Sampaio Correia, Tupi e Joinville. Ora, vejam só, o Payssandu, aquele do obscuro episódio de 2002, também está nesse grupo. Será que o destino está conspirando para um acerto de contas?

Bem, há dois fregueses de caderno do Inter na série B: Brasil de Pelotas e Juventude.

Fará bem ao Inter, seus dirigentes, seus torcedores e seus jornalistas que nem disfarçaram o desespero diante de queda iminente, um banho de humildade. 

Nós, gremistas, já percorremos esses caminhos ásperos e tortuosos, já estamos calejados.

Já estivemos no topo mais alto – aliás, 23 anos antes do rival – e depois caímos. Mas não existe nenhuma situação nebulosa envolvendo tentativa de escapar do rebaixamento através de práticas escusas.

Então, neste domingo inesquecível, quando ainda estamos sob os efeitos inebriantes do título de campeão da Copa do Brasil, saudamos e festejamos o rebaixamento. É muita alegria junta em tão pouco tempo. É concentração de felicidade.

Que os colorados sejam tolerantes e aceitem as brincadeiras, aliás bastante parecidas com as que nós gremistas fomos vitimados.

Enfim, pra não me alongar e poder curtir este momento lindo, uma boa SEGUNDA!

43 PONTOS

Em determinado momento, alguns setores identificados com o lado vermelho do Rio Grande do Sul, sentindo que a vaca se encaminhava para o brejo, trataram de injetar otimismo em seus pares.

Com suas calculadoras acionadas freneticamente chegaram à conclusão de que seria possível escapar do purgatório com 43 pontos.

Pois o Inter cravou o número mágico da salvação. O Inter atingiu a meta proposta por matemáticos amadores e profissionais.

Deu no que deu: ficou a dois pontos do primeiro a se salvar, o Vitória, com 45 pontos.

O Vitória do ‘macho’ Argel, conforme rótulo do cornetadorw, acabou decepcionando na última rodada: perdeu em casa para a baba do Palmeiras.

PENTA

Lancei a cerveja PENTA na quinta-feira, um dia depois da gloriosa noite na Arena.

É uma ceva artesanal, tipo pilsen, garrafa de 500ml. Preço: 15 reais. Caixa fechada com 12 sai 160 reais.

Produção limitada.

Quem tiver interesse pode reservar através do email:

ilgowink@gmail.com

SEGUNDINA

Desisti de fazer a Segundina, uma cerveja ‘envelhecida em Carvalho’.

O slogan: Segundina, a cerveja que CAI bem. 

Mas penso que o clima anda muito pesado para brincadeiras desse tipo.

Já me dou por satisfeito com a Mazembier e a Kidiaba, ainda hoje sucesso entre os gremistas.

 

 

Considerações sobre uma noite empolgante

Ainda sob efeitos da emoção de antes, durante e depois da grande ‘vitória’ por 1 a 1 imposta sobre o Atlético Mineiro, tenho a declarar:

  • Como é bom poder festejar um título em casa, estádio lotado e a Goethe transbordando de alegria e paixão.
  • Aos adoradores dos pontos corridos, tenho a dizer que nada supera um mata-mata na decisão de um título. O mundo sabe que o Grêmio é campeão da Copa do Brasil/2016, já o Brasileirão tem seu campeão definido faz tempo e nem todos se deram conta disso. Um sistema híbrido seria sensacional.
  • Grêmio confirmou que tem uma equipe superior a do Atlético. Foi melhor em todos os jogos. Neste, Marcelo Grohe nem precisou fazer defesa mais difícil, diferente de Victor que brilhou num lance com Éverton.
  • Que ninguém mais se atreva a afirmar que Renato Portaluppi ‘nem treinador é’. Renato desmistifica essa história de ‘estudiosos’ do futebol e também essa imagem que os treinadores gostam de passar de que eles são os entendidos e nós, os outros, nada sabemos. Essa postura irrita muita gente, em especial os ‘analistas’ da mídia e boa parte dos colegas de Renato.
  • Renato armou o time para não levar gol. O gol fantástico de Cazares no final não tira os méritos de Renato na formatação do time para garantir o título sem dor.
  • Por falar em Cazares, o outro gol do jogo, o gol da tranquilidade, do alívio, o gol que fez explodir a Arena, foi marcado por outro equatoriano, Bolanos, que recém havia entrado.
  • Éverton, autor da jogada do gol, cresceu demais no meu conceito. Estava junto à área do Atlético no segundo tempo. Éverton jogava a poucos metros de mim. Quase podia sentir seu coração gremista pulsar. Vi de perto um guri endiabrado, liso, rápido, e de um futuro de destaque no futebol europeu.
  • Kannemann: que zagueiraço. Ele me faz lembrar Oberdan, que como ele impunha respeito e autoridade, na bola ou na ‘chegada junto’. É um pittbull na área, formando uma dupla excepcional com Geromel. Um afina – na medida certa – e outro engrossa. Pra mim, a melhor contratação do clube neste ano.
  •  Outra dupla imbatível: Wallace e Maicon. Técnica, imposição física, firmeza e versatilidade. Ambos cresceram com Renato, assim como Ramiro, que saiu de campo tendo seu nome gritado por todos no estádio. O Pequeno Grande Volante virou peça fundamental no esquema, gostem ou não dele.
  • No gol de Bolanos – muitos jogadores mandariam aquela bola de rebote nas nuvens – destaque também para o passe preciso de Luan no início e para a presença de Wallace, que saiu lá de trás para disputar, na risca da pequena área, a bola cruzada por Éverton. 
  • Mais um aspecto fundamental para a vitória: o time não se envergonhou de dar chutão, aderindo à máxima “bola pro mato que o jogo é de campeonato”. Duvido que com Roger – de grande participação nesse título -o time jogaria assim. Saúdo, pois, a volta do bicão quando necessário. Tem a hora de jogar, e a hora de espantar. Roger precisa aprender isso pra vencer mata-mata.
  • Como ninguém fala, falo eu: parabéns ao astrólogo Bruno Vasconcelos, que há dez anos previu que a seca de títulos do Grêmio terminaria só em 2015/2016. Grande Bruno, um amigo que hoje faz seus mapas astrológicos em outro plano. Valeu, irmão.

Era isso que eu tinha para o momento. Agora, só quero curtir esse ‘momento lindo’, como diria Roberto Carlos, o cantor.

E esperar pelo domingo, que promete novas e fortes emoções. 

Os astros e os fatos me deixam confiante no título

 Quem passou por tantas frustrações nos últimos anos tem razão em estar com um ‘medinho’, um frio na barriga, em relação ao jogo desta quarta, na Arena.

Respeito e acho que é mesmo assim.

Agora, eu estou inteiramente confiante. 

Primeiro, porque o Grêmio provou dentro de campo, no jogo de ida, que vive melhor momento que o bom time do Atlético. É um time maduro, consciente, capaz de superar as adversidades que surgem ao longo de cada jogo, e não se deixa influenciar por clima de oba-oba nem pelos arautos do apocalipse.

Segundo, porque joga em sua casa, com apoio de uma torcida sedenta por grandes títulos. A vantagem obtida pelos 3 a 1 é poderosa, sólida. “Ah, mas se eles fazem um gol logo no início aí complica”, dizem os mais assustados e os colorados secadores ao microfone, nos jornais e nas redes sociais. Pois eu responde, se o Grêmio levar um gol logo de saída, tem futebol suficiente para fazer outro gol de volta. Ponto.

Terceiro, porque acredito na previsão do astrólogo Bruno Vasconcelos (até como contraponto a uns ‘videntes’ de ocasião), feita a mim há uns dez anos, e que lembrei num comentário feito aqui no Boteco do Ilgo em 2013, na qual Bruno (que hoje vive em outro plano), disse que a seca gremistas terminaria em 2015 ou 2016.

Confiram: 

 

 

SEGUE TEXTO PUBLICADO EM NOVEMBRO DE 2013, NA ÍNTEGRA, SEM ALTERAÇÃO (http://botecodoilgo.com.br/?p=3656)

O interminável inferno astral gremista 

Quem trabalha ou trabalhou em jornal diário sabe como é complicado fechar as edições de Natal e, principalmente, de Ano Novo. Além de ser uma edição que vale para dois dias festivos (os dias 25 e 31 são os únicos feriados nas redações de jornais), há uma preocupante falta de assunto.

Por isso, boa parte do jornal é feita com matérias ‘especiais’ preparadas com alguma antecedência.

Se o sujeito trabalha na editoria de esportes, então, o problema é ainda mais grave. Jogadores em férias, dirigentes mais preocupados com as festas da virada. Falta assunto. Aí, fica aquele monte de especulação, coisa chata, repetitiva, cansativa.

Então, em meados dos gloriosos anos 90 eu decidi imitar o que todas as outras editorias faziam, ou seja, ouvir pessoas que fazem previsões, como cartomantes, astrólogos, tarólogos, jogadores de búzios, etc.

Como eu sempre respeitei a astrologia, que não é exatamente igual a esses horóscopos diários, decidi procurar um estudioso. Encontrei o Bruno Vasconcelos. Nem me lembro como.

Expliquei o que eu pretendia: a partir das datas de nascimento de Grêmio e Inter, ele faria o mapa astral dos dois clubes. Faltou um dado importante: o horário de fundação. Pelo que pesquisei, os dois clubes foram fundados à noite, mas não há certeza nos horários. Mesmo assim, Bruno encarou.

No cálculo dele não foram considerados as datas de nascimento dos atletas, o que daria muito trabalho para o astrólogo, que não era remunerado.

No começo, os colegas brincavam comigo dizendo que eu é que era o astrólogo, que eu inventava as previsões.

Dizem que o Luís Fernando Veríssimo, em seu começo em jornal, escrevia horóscopos diários.

O fato é que o percentual de acertos do Bruno era muito alto. Há algumas previsões fantásticas, realmente surpreendentes. Há erros, também, claro.

Para calar os incréus, publiquei lá pelo terceiro ou quarto ano de previsões, uma foto do Bruno. Mesmo assim, tem gente que até hoje acredita que eu mesmo é quem fazia tudo.

Eu apenas transcrevia o que ele me passava, primeiro por telefone, depois, com o advento da internet, por e-mail. Alguns deles eu tenho guardados para provar que eu era apenas o mensageiro nesse processo.

Bem, no final de 2004 ou 2005 – se alguém procurar vai encontrar – Bruno Vasconcelos previu que o Inter estava na iminência de começar a viver um período de vitórias semelhante ao dos anos 70, em forte projeção no exterior, em função de determinado posicionamento dos astros, etc.

Desnecessário dizer que ele estava certo.

Mas havia outra previsão, uma previsão ainda mais arrojada. E, para os gremistas, assustadora. Confesso que não levei fé, não acreditei no Bruno, e temia ver o meu amigo – sim, acabamos nos tornando amigos – pagando mico, o que também me atingiria, pois eu assinava as matérias, aliás, de grande repercussão a cada virada de ano.

Mas o que Bruno previu, que eu, covardemente, omiti, ou amenizei, não lembro ao certo?

Acreditem ou não, Bruno previu que o Grêmio, também com base nos astros, continuaria por longo tempo sem conquistar títulos de maior projeção.

Quando li o email que ele mandou com as previsões levei um susto. O Bruno pirou, pensei. Não pode ser, de jeito nenhum. Telefonei pra ele – ah, o Bruno não acompanhava futebol, mas se dizia gremista – e o questionei. Ele repetiu que isso aquilo mesmo que ele enxergava no mapa astral do Grêmio.

– Esse período de vacas magras pode ir até 2015, 2016 -, garantiu ele.

Hoje, depois do que vi acontecer nos últimos anos, com o Grêmio beliscando títulos e perdendo no detalhe, reconheço que pode estar mesmo ocorrendo uma influência negativa de alguma determinada situação astral.

O fato é que, infelizmente, a previsão está se confirmando.

Observação: Bruno Vasconcelos faleceu faz alguns anos. Em respeito a ele, deixei de seguir com as previsões astrológicas de final de ano para a dupla Gre-Nal.

Com isso, ficou mais difícil fechar a edição de 31 de dezembro/01 de janeiro. Felizmente, já há quatro anos não preciso mais me preocupar com isso.

Encerro essas linhas com uma mensagem ao BV: eu não levei fé; tu estavas com a razão, parceiro

Aos que querem falar sozinhos

Quando leio ou escuto alguém sugerir que o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil fiquem sem conclusão por causa da comoção em torno da tragédia que vitimou dezenas de jogadores, técnicos, dirigentes e jornalistas fico pensando qual a motivação, o que está por trás desse tipo de manifestação.

Sei, partindo de dirigentes e jogadores de um clube que está com um pé na segundona não resta nenhuma dúvida. Da ética e da vergonha na cara, então, não resta nada.

Mas quando é um jornalista que está vendo companheiros seus trabalhando – desde o primeiro minuto – com a voz embargada e lágrimas nos olhos para cobrir a morte de inúmeros colegas, aí fico meio que sem chão.

Será mesmo que são jornalistas esses que sugerem que pare tudo? Os jornais pararam de sair? As redações ficaram em silêncio? 

Aí, lembro de uma noite de um domingo de verão, há muitos anos. Eu, na redação do jornal Correio do Povo, editando o esporte com equipe reduzida, recebo uma ligação: um filho meu, de 10 anos, havia sido atropelado no litoral quando passeava de bicicleta, que estava no hospital local passando por cirurgia na cabeça, mas que tudo estava sob controle.

Não sei o que fariam esses que defendem o fim do futebol neste ano – curiosamente na mesma corrente do presidente patético -, mas eu fiquei trabalhando até fechar as páginas do esporte, e ainda escrevi uma coluna. Lágrimas nos olhos e uma vontade louca de pegar o carro e seguir para o hospital de Capão da Canoa.

Não sei de onde tirei força e serenidade para concluir o trabalho.

Então, quando leio e ouço esse pessoal querendo parar tudo – e um ainda tendo a ousadia e a desfaçatez de cobrar ação nesse sentido do presidente Romildo Bolzan – aí me bate uma revolta, uma irritação tão profunda que me faz escrever e expor algo da minha vida para mostrar que compromisso assumido, é compromisso honrado; e também me invade um nojo que me faz interromper por aqui.

AOS QUE QUEREM FALAR SOZINHOS

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/12/ao-corneta-o-que-e-do-corneta-e-o.html

 

 

Imagem do Inter cada vez mais enxovalhada

Por entender que não há mais clima para jogar futebol neste ano, o presidente Vitório Pifero junta-se ao vice-presidente com plenos poderes no futebol, Fernando Carvalho, para virar alvo da mídia nacional.

Não, não me venham com essa de grenalização. Até o jornal Olé publicou a infeliz declaração de FC, que ecoou em outros lugares do planeta. E não poderia ser de outra forma. A retratação veio, mas era tarde, o estrago na imagem do Inter não tem mais volta.

Alguém escreveu:

Há quatro coisas que não voltam atrás:
a pedra, depois de solta da mão;
a palavra, depois de proferida;
a ocasião, depois de perdida;
e o tempo, depois de passado.

Pois Píffero está tentando superar o companheiro. Essa de reunir os jogadores, levando-os perante a imprensa, e afirmar que não é possível continuar o campeonato depois da tragédia de Chapecó é de um oportunismo vergonhoso. Talvez só os colorados mais fanáticos não sintam vergonha de ter uma direção tão patética.

O comentarista PVC, logo após a coletiva infeliz do presidente colorado, disse que concorda com a ideia desde que a tabela de classificação fique como está, ou seja, com o Inter rebaixado. Ah, mas isso o dirigente não aceita.

Piffero quer moleza às custas da maior tragédia do futebol mundial.

Piffero não disse, mas está claro que a proposta tem em seu bojo o não rebaixamento de clube algum, uma tese nojenta que anda circulando na imprensa gaúcha, a única aliás que a todo instante levanta uma jogada para salvar o Inter do atoleiro, enquanto a imagem do clube afunda cada vez mais. Não por culpa de sua torcida, boa parte dela revoltada com os últimos movimentos de seus cartolas desesperados.

É profundamente lamentável e deplorável tentar tirar proveito da dor alheia.

Se o povo colombiano nos deu esperança de que a humanidade ainda tem salvação com a homenagem às vítimas do desastre, essa dupla indica que realmente o mundo está perdido.

Ser rebaixado numa competição é ruim, mas é do jogo. Todos estão sujeitos a isso, inclusive os ‘clubes grandes’.

Ser rebaixado não é bom. Agora, ser rebaixado atirando para tudo que é lado pisoteando a ética, a dignidade e violentando o fairplay esportivo, isso é revoltante.

Tudo isso que a dupla colorada está fazendo respinga no futebol gaúcho, no Rio Grande do Sul.

TAPETÃO

Como se não bastasse, o clube recorre ao tribunal. E é sobre um jogador ‘mal inscrito’ do Vitória. Coisa superada.

Mas confirma o que escrevi no dia 20 de novembro aqui sob o título “O medo jogador ‘mal inscrito”.

http://botecodoilgo.com.br/?p=6082

Como diz o nosso amigo RW, eles são previsíveis.

MAURÍCIO

Parabéns ao posicionamento de Maurício Saraiva, na rádio Gaúcha, após o pronunciamento de VF, que ele classificou de:

Oportunista. E repetiu a palavra mais duas vezes pelo menos.

IMPRENSA

Realmente, não há condições de jogo neste momento.

Agora, a vida continua.

Todos têm seus compromissos. com dor no peito, lágrimas que insistem em escorrer, saudade, tristeza tão profunda que machuca.

Tudo isso é muito triste.

Mas se o pessoal da imprensa está trabalhando desde o primeiro minuto, apesar das perdas de colegas e amigos, por que os jogadores não podem jogar dez ou doze dias depois?

 

 

Três dias de foco total na Copa do Brasil

Decidi aliviar minha mente por uns dias. Mais exatamente até perto da meia-noite de quarta-feira.

Até lá, meu foco, minha concentração, estará destinada a conquistar o título da Copa do Brasil. Estarei na Arena.

Pouco me importa se o Grêmio foi goleado pelo Santa Cruz e tem chances reduzidas de levar uma das ‘duzentas’ vagas à Libertadores/2017.

Engraçado, a mídia gaudéria dá uma importância tremenda a isso. O que interessa essa vaga?

O Grêmio não está nem aí para essa vaga. Já deixou isso muito claro.

Mas o pessoal da agenda negativa insiste em destacar essa ‘perda’ até para caracterizar um fracasso da gestão.

A meta tricolor é a Copa do Brasil, e ponto!. É confirmar o favoritismo alcançado com a bela atuação em MG e garantir o título.

Então, que se dane a sétima vaga ou outra vaga qualquer.

Até porque nada no mundo irá compensar ou atenuar a imensa frustração que seria perder (toc-toc-toc) a Copa do Brasil dentro da Arena, depois de obter uma vantagem de 2 a 0 no jogo de ida.

Bem, quando essa angústia terminar, quando as lágrimas secarem e minha voz voltar ao normal depois de tanto festejar esse que será meu primeiro título nacional como torcedor – nos outros eu estava mais preocupado com o meu trabalho jornalístico -, aí sim voltarei a exercitar a arte da secação.

Até lá, o que interessa é o Grêmio e a conquista da Copa do Brasil.

O resto é o resto.

MOLEZA

Qual seria a motivação do Santa Cruz para correr tanto e lutar tanto para vencer o time reserva do Grêmio?

Haveria uma mala branca de algum concorrente a uma das ‘duzentas’ vagas à Libertadores?

Atribuo esse empenho do grande Léo Moura e seus colegas a algo que muita gente esquece: a dignidade.

Quando nada mais se tem a perder, joga-se pela dignidade. Joga-se pela alegria de jogar futebol e de sair de campo vitorioso, aplaudido pela torcida.

Então, não acredito nessas histórias de que time A ou B irá facilitar por isso ou por aquilo.

O Fluminense, por exemplo, deixar de correr por que nada tem a perder.

Alguém realmente acredita que os jogadores do Flu não irão se empenhar?

A torcida não irá aceitar esse tipo de comportamento. Pelo contrário, vai reagir.

Portanto, que ninguém espere moleza na última rodada do Brasileirão.

DRONE

Essa da torcida colorada partir para a violência por causa de uma brincadeira envolvendo o fantasma da série B mostra o quanto se tornou doentia a paixão de alguns torcedores. 

Eu pensava em lançar uma cerveja em ‘homenagem’ ao Inter, mas desisti. Não quero ser a próxima vítima.

 

Grêmio faz 3 a 1 com jeito de campeão

“O Grêmio tem um time maduro, capaz de enfrentar qualquer adversário em qualquer lugar.

Há problemas em duas ou três posições, mas nada que não possa ser superado com o time jogando a 110%, sem temor e com ousadia.

Mais ou menos como era Renato jogador. Destemido e ousado.”

Foi com essas palavras que encerrei meu texto anterior, projetando o confronto Grêmio x Atlético Mineiro.

Nesse comentário manifestei minha confiança num resultado positivo e defendi a presença do jovem Pedro Rocha, um atacante moderno, que aparece na área, dribla, faz gols e ainda ajuda a marcar com muita abnegação.

O Grêmio, na verdade, nem precisou jogar a 110%. Jogou o que sabe, o que pode, o que se mostrou suficiente para encaminhar a conquista do título de campeão da Copa do Brasil.

A superioridade do Grêmio enquanto esteve com onze jogadores foi constrangedora para o atleticanos.

Foi com absoluta justiça que o Grêmio chegou ao primeiro gol. Bola metida por Maicon – aliás, atuação espetacular, pra calar aqueles que não cansam de criticar sua contratação -, que Pedro Rocha, outro muito questionado, recebeu, livrou-se da marcação e mandou para a rede.

Quer dizer, dois jogadores questionados pela maioria dos gremistas abrindo o placar em calando o Mineirão. Futebol é bonito também por isso. Nada pode ser definitivo.

Vejam Marcelo Grohe, execrado por um número absurdo de gremistas. Ele fez uma defesa num momento chave do jogo, impedindo o empate atleticano. Grohe, além de grande goleiro, é um baita gremista. 

No segundo tempo, quando o Atlético começava a levar algum perigo, Pedro Rocha mostrou outra jogada de ser repertório. Arrancou de trás, passou por três adversários e chutou para fazer 2 a 0.

Seu erro foi tirar a camisa na comemoração. Levou o cartão amarelo. Como recriminar um jovem que vinha sendo alvo de muita crítica e acumulava gols perdidos?

Minutos depois, ele foi expulso pelo juiz, uma expulsão justa. 

O Grêmio estava tão bem estruturado e o Atlético tão confuso que não cheguei a me assustar. Acreditava que era possível resistir e garantir ao menos um empate, na pior das hipóteses.

A zaga gremista estava implacável. A dupla de volantes exagerando na arte de marcar e jogar.

Não via como o time mineiro virar o jogo em menos de 20 minutos.

Aí, eis que o juiz inverte um escanteio e no mesmo lance deixa de marcar falta sobre Ramiro. Escanteio cobrado, gol do Atlético.

Foi um gol achado, porque o Atlético nada fazia por merecer esse gol, apesar do esforço.

Um pouco antes havia entrado Éverton no lugar de Douglas, já muito extenuado.

Aplaudi a escolha de Renato. Sei que muitos devem ter torcido o nariz, querendo um defensor para garantir a vantagem.

Pensei: Éverton vai ajudar a marcar e será uma saída em velocidade para o ataque. 

A saída para o ataque não foi dele, mas de Geromel, que, quase ao final do jogo, saiu da defesa pela direita, avançou e viu Éverton entrando pelo meio. Cruzou na medida para o guri desviar do goleiro Victor: 3 a 1.

Um placar clássico para um clássico do futebol brasileiro. Noite memorável para o Grêmio.

Atuação digna de um campeão.

Como símbolo dessa vitória aponto Geromel: raça, talento e resiliência.

Destaco também o trabalho de Renato Portaluppi, que, além de armar o time para marcar e agredir com destemor no Mineirão lotado, mostrou por que ganhou o grupo de jogadores ao abraçar Pedro Rocha, jogador que ao ser expulso de modo infantil colocou em risco a vitória.

Renato abraçou o guri, que depois foi flagrado chorando no corredor de acesso ao vestiário.

Isso também ajuda a explicar o sucesso desse time montado por Roger Machado e aperfeiçoado por Renato Portaluppi.

 

Renato