Gre-Nal se ganha congestionando o meio de campo

O adversário tem um time forte e competitivo. Admitir e reconhecer isso é o primeiro passo para vencer o Gre-Nal.

Tem ainda o fator local – aliás, acho que deveria haver torcida única para evitar confusão e, principalmente, para preservar os valentes gremistas que desafiam os astros ao correr o risco de ir ao Beira-Rio e ficar sujeito a pedradas e pauladas.

Ou, pior, ser vítima de atropelamento, tão assustadoramente comuns em dias de grandes jogos no estádio que invadiu a via pública sem qualquer reação do MP e outros órgãos.

Bem, além do rival que se qualificou e ganhou moral e confiança – fator anímico que muitas vezes decide jogos -, há, ainda, o Fator Arbitragem.

Dito isto, tudo está dito. Não carece de maiores explicações. Até alienígenas e espectadores do BBB sabem do que estamos falando.

Mas vamos para o jogo sempre na esperança de encontrar uma arbitragem que interfira o mínimo possível dentro de campo. Sim, tem os árbitros de vídeos. E daí?

Como diz o cornetadorw, lembrando o ‘professor’, vamos avançar.

Sei que serei chamado de texano, mas não posso evitar, é mais forte do que eu, velho combatente dos anos 70, de onde saí lacerado no corpo e na alma, mas feliz por ter sobrevivido ao massacre vermelho de dentro e de fora de campo.

Diante das circunstâncias, meu lado texano se manifesta neste momento em que o Grêmio se recompõe, se reconstrói e, diante disso, precisa ser pragmático. Ou seja, jogar mais robusto e encorpado no meio de campo.

Nada de deixar esses latifúndios verificados em jogos recentes.

Desde os tempos de Cláudio Duarte e seu ‘pega-ratão’, que eu não tenho dúvida de que Gre-Nal se ganha no meio de campo.

Por isso, rejeito veementemente a ideia que alguns defendem de repetir o time que bateu o Rosario e seu time misto no meio da semana.

Não, Michel é fundamental. Mas não no lugar do Maicon, como defendem alguns gremistas que ficaram impressionados com o time faceiro que deu certo contra os argentinos, mas que, decididamente, não pode ser repetido contra os vermelhos.

Meu meio de campo teria Michel, Maicon, MH e JP. Sei que muitos também defendem essa formação. São sábios.

Na frente, Éverton, claro, e Diego Tardelli. Não consigo imaginar André começando o jogo. Não quero imaginar. De que serve um centroavante que não faz gols, que tem menos gol que o lateral-direito, jogador que até poucos meses atrás era desprezado pelos torcedores, inclusive por mim.

Ah, mas André participa, abre espaço, preocupa os zagueiros e sei lá mais o quê. Tudo bem, é importante, mas insuficiente na minha opinião.

Centroavante bom é o que faz gol. E temos um aí nos arredores, como vimos nos últimos dias.

Jogo de alto risco. Mas penso que o Grêmio pode vencer, no mínimo empatar, com essa escalação.

Ah, ficaria mais tranquilo com Luan pelo menos como opção no caso de uma emergência. Ele no banco causa preocupação aos colorados.

Não tá morto quem peleia

A máxima gaudéria resume a situação do Grêmio. Antes do jogo contra o Rosário, as chances de classificação na Libertadores eram pequenas, missão quase impossível.

Depois, com a vitória por 3 a 1 (tomou um gol inaceitável no final) e a derrota do Universidad, conquistar a vaga continua difícil, mas nada que um clube tricampeão da América, com um time de alto nível, não possa atingir.

Agora, o time faceiro que Renato armou para vencer o clube argentino na Arena, com apoio da torcida, e com a necessidade de vencer a qualquer custo, não pode ser repetido contra o Libertad, no Paraguai.

Renato terá de encorpar mais seu meio de campo. Maicon (de atuação espetacular para calar por alguns minutos, não mais que isso, seus críticos neófitos) e Matheus Henrique (este ninguém mais tira do time), vão precisar de alguém que marque mais, combata e não apenas cerque o adversário.

Bem, o primeiro passo foi dado.

Destaque para Éverton, que jogou como se tivesse dois ou três empresários/dirigentes europeus na Arena. Estava endiabrado, mas diminuiu o ritmo no segundo tempo, até para ajudar na marcação.

Outro que não sai mais é Jean Pyerre. Assumiu com personalidade a função do craque do time, Luan, e deixou Renato com um problema para quando o titular voltar. JP combateu, armou e criou jogadas ofensivas. De quebra, fez o primeiro gol, aparando cruzamento de Éverton.

Não há como ignorar a bela atuação de Leonardo. Marcou um gol em cruzamento de JP e outro, o terceiro, com um chutaço rasante, indefensável. Não conheço caso recente de tamanha evolução de um jogador.

De um modo geral, todos foram bem. André voltou a ser participativo, jogando para o time, mas ele não pode esquecer que centroavante não vive sem gols.

A dupla de área tricolor sentiu a pressão no final, quando a marcação gremista ficou mais vulnerável no meio. Thaciano substituiu Maicon (dor nos joelhos de novo) e nada acrescentou, uma decepção ao menos para mim.

Rômulo, que entrou no lugar de JP, apesar de ser jogador de marcação, pareceu meio perdido em campo. Alisson no lugar de Tardelli também não mostrou muita coisa. O titular está evoluindo, mas ainda abaixo do que dele se espera.

Destaque ainda para o goleiro Paulo Victor, com pelo menos uma grande defesa, além de intervenções seguras.

Quem ficou devendo mais uma vez é Bruno Cortez. Há de chegar o dia em que veremos um cruzamento dele resultar em gol ou ao menos grande defesa do goleiro. Fora isso, ele foi esforçado, combativo. E, o principal, não tem substituto.

Agora, pausa na Libertadores. Domingo tem Gre-Nal.

O Inter, que virou uma ‘máquina de time’ com a chegada de Guerrero, é o favorito. Ou não?

Ah, arbitragem de Leandro Vuaden.

‘Los invictos’ e o inimigo comum

Entrevistei Cesar Menotti em 1979, no torneio de verão de Mar del Plata, logo após o River Plate empatar com o Inter por 3 a 3, com um gol antológico de Alonso (meia da seleção argentina, que recém havia conquistado o Mundial). Ele entrou a drible na área, iniciando com dois chapéus, e concluiu. É como me lembro, talvez com algum exagero – culpa do tempo e da minha memória.

Foi entrevista de página inteira do antigo Correio do Povo. Texto reproduzido pela Folha da Tarde e Folha da Manhã – eu acompanhava o Inter pelos três jornais numa excursão pela Argentina.

Recém formado, mal havia ingressado na empresa – comecei lá em outubro de 1978. Cabeludo, barba desgrenhada, magro (‘pele e osso simplesmente, quase sem recheio’). Enfim, cara de tupamaro. Acho que foi por isso que Menotti me olhou meio estranho quando apertei sua mão e me apresentei num portunhol razoável – resultado de minha velha paixão pelo tango.

Tudo isso só pra dizer que é de Menotti uma das frases mais verdadeiras do futebol mundial

-Aí vem os invictos -, disse, referindo-se aos jornalistas que se aproximavam para uma entrevista coletiva, provavelmente após um resultado negativo do seu time.

Os jornalistas nunca perdem. Ajeitam, moldam e adaptam suas opiniões conforme o resultado.

A afirmação do técnico argentino, hoje com 80 anos, pode servir também para os torcedores.

Aqui mesmo neste espaço a gente vê torcedores pedindo este ou aquele jogador. Se o técnico não o escala, é porque tem algo estranho e suspeito por trás, ou porque precisa privilegiar seus ‘bruxos’, geralmente veteranos.

Se ele escala o jogador, e a resposta é insuficiente, o torcedor faz o mesmo que os cronistas remunerados – os torcedores são os cronistas amadores, que opinam e dão pitaco de graça.

Ah, suspira o torcedor quando sua aposta não deu certo, ele foi mal escalado, jogou fora de sua posição. Enfim, há uma infinidade de desculpas.

Se a escalação dá certo, o torcedor estufa o peito. ‘Eu não disse?’.

Quero dizer que não há nada de errado nisso. Eu mesmo faço isso às vezes, e já fui mais cri-cri. Com o tempo, fui maneirando, e admitindo, com alguma resistência, que talvez, e só talvez, o profissional pago – e muito bem pago – para ajeitar meu time conheça tanto quanto eu. Vá lá, um pouco mais do que eu (caso do Renato agora, rsrs).

O problema é que tem gente não atingiu ainda esse nível de sabedoria futebolística, e fica aí corneteando de tudo que é jeito, até quando o time acumula vitórias e títulos.

Confesso que me irrito de vez em quando. Os urubulinos são poucos, mas ativos como militantes petistas. Não que os chapistas não o sejam, mas me parecem, com alguma exceção, mais tranquilos e sempre se mostram mais otimistas, reconhecendo o bom trabalho que está sendo feito.

Coisa que a turma da kombi reluta, talvez porque saiba que a qualquer momento tudo pode desandar, o que é muito natural, e o time fracasse dentro de campo.

E aí, finalmente, depois de três anos, eles estarão certos e irão encher a boca, ‘cheios de razão’, indignados com Renato, Romildo e cia: ‘Eu não disse?’.

LIBERTADORES

O Grêmio tem um grande desafio: somar 9 pontos nos três jogos que lhe restam na Libertadores. Creio que o time vence o Rosario, que estará bastante desfalcado, segundo a imprensa argentina.

Será o primeiro passo. Quem fora à Arena, por favor, apoie o time, e sequer murmure caso alguma lance não dê certo.

É a melhor maneira de ajudar o time neste momento difícil.

Hora de chapistas e urubulinos abraçarem essa causa. Até porque, o inimigo vem aí a mil – são três anos de tortura e muito sofrimento represado.

Esse é o nosso inimigo comum.

Renato encaminha o time com MH e JP

Renato começou a definir o time para o jogo contra o Rosário. E o time, pelo que vi, terá a dupla Matheus Henrique e Jean Pyerre, com Maicon de volante. Se o capitão não puder jogar entra Michel.

Portanto, a meu ver, o coração do time para o confronto decisivo de quarta-feira está escalado. Admito que há um pouco de desejo meu. Renato, com isso, atende a torcida. Se der errado, erramos todos. Ou não?

Pelo mostra diante do São Luiz, que mostrou ser um time ajustado, com ideia moderna de futebol, nada de chutões e cruzamentos lotéricos, como defendem alguns na aldeia, MH e JP devem jogar, nada mais justifica que fiquem no banco.

Entre Michel e Maicon, sou muito mais o segundo. Maicon foi bem, meteu algumas bolas preciosas, e não se arrastou em campo, como dizem seus críticos, que parecem saudosos de volantes brucutus.

O problema é que ele parece ter sentido alguma lesão. Aí, entra Michel, liberando mais MH para articular. O time perde em qualidade na saída de bola. Olha, acho que o Renato vai aproveitar e preservar Maicon para o Gre-Nal de domingo, no BR.

Agora, antes que os amargos e sábios de plantão puxem minha orelha, é preciso enfatizar que o São Luiz não serve como balizador de nada.

Não fiquei entusiasmado com a atuação do time, mas gostei de algumas coisas.

Por exemplo, André, que tem feito boas atuações, a deste domingo então foi excelente. Foi dele o cabeceio para Alisson fazer 1 a 0, cruzamento perfeito do MH. Depois, ao receber passe do JP, desvencilhou-se com técnica e agilidade de um zagueiro e mandou no canto, fazendo 2 a 0.

Está credenciado para começar contra o Rosário, até porque está se revelando um aipim que se movimenta com inteligência e não é fominha, é participativo.

No segundo tempo, Éverton fez o terceiro, depois de receber bola enfiada por JP, livrando-se com categoria do marcador. Este é o Éverton que o torcedor quer ver.

O São Luiz chegou a merecer um gol. E ele só não saiu porque Paulo Victor fez uma defesa de reflexo e agilidade, digna de Marcelo Grohe. Mas não adianta, sempre vai aparecer um gênio para dizer que ele ‘chama gol’.

Gostei também da volta de Léo Moura. Enfim, lucidez e qualidade na lateral-direita. Pena que não dure muito.

No lado esquerdo, Capixaba mostra a cada jogo que ‘enganou’. Marcou mal e atacou sem competência. O adversário teve suas melhores chances ofensivas em cima dele. Tem sido uma constante. Lembrando que o titular também anda insuficiente. O pior é que Renato não toma providências para resguardar melhor esse setor – foi assim também contra o Universidad.

Neste aspecto, saudade de Pedro Rocha, que ajudava o lateral e ainda aparecia com força na frente.

Resta uma posição para o time ficar completo: o jogador pelo lado direito. Quem será o Ramiro (saudade do Ramiro dos melhores dias)? Tudo indica que será Alisson – como escrevi lá em cima, Renato aproveitou o jogo para definir o time.

Alisson não estava bem, mas fez o gol, e aí, para alguns, tudo muda. Como o jogo é em casa, até concordo com Alisson fazendo as jogadas pela direita, mas ajudando na marcação. Por mim, entraria o Thaciano, mas o Renato conhece melhor os jogadores e sabe quem está psicologicamente pronto para um jogo tão importante. Insisto, aqui de fora, eu escalaria Thaciano.

O ocaso de um sistema que encantou o país

Volto a usar o título acima, publicado anteriormente no dia 13 de março, logo após o fatídico jogo contra o Libertad.

Eu estava na Arena e senti que o Grêmio aquele das grandes atuações e conquistas já não existe.

Mais do que irritado com a derrota, fiquei triste por estar testemunhando o fim de um ciclo virtuoso. Então, desabafei minha angústia. Muitos aqui neste espaço democrático disseram que eu estava exagerando. Agora imagino que pensem diferente.

Essa sensação se repetiu contra o Universidad. O Grêmio ficou comum. Pode classificar-se na Libertadores? Pode, claro, mas é quase impossível.

Se o time tivesse perdido os jogos contra paraguaios e chilenos jogando um futebol convincente, pressionando o adversário, criando situações de gol, eu não estaria tão desanimado e cético.

Mas o Grêmio perdeu ao natural, ou ao menos sem mostrar um futebol digno de um campeão da América.

Confiram parte do texto com essa constatação tristemente pioneira do titular do blog, ou seja, eu, que não perco essa mania que tenho desde os tempos de Correio do Povo de antecipar aquilo que todos em seguida vão verificar e comentar.

O OCASO DE UM SISTEMA QUE ENCANTOU O PAÍS

Saí da Arena, terça à noite, muito irritado com a derrota
diante do Libertad. A irritação deu lugar à tristeza, à melancolia. Não sei se
o Grêmio será campeão da Libertadores – começo a duvidar muito -, mas de uma
coisa tenho certeza: o futebol que encantou o país, e conquistou até a simpatia
de rivais, está moribundo.

Não vi nesse jogo contra os paraguaios nenhum resquício, por
exemplo, daquele Grêmio que conquistou a Copa do Brasil de 2016 sob o comando
de Renato Portaluppi, e depois conquistou a América jogando bola. Sim, esse
Grêmio jogava bola, os outros jogavam só futebol.

Sinto saudade desse time. Um time que tocava a bola, cansava,
irritava os adversários, minava o moral dos jogadores. Por vezes, cansava até a
mim, que cobrava lançamentos longos e cruzamentos da linha de futebol, em vez
de ficar tramando a bola, costurando uma teia de aranha para golpear e engolir
o rival.

Mais títulos só não vieram por essas coisas do futebol.
Negociações de jogadores (Arthur) para manter girando a roda financeira do
clube e decisões dos cartolas e de arbitragens suspeitas, além de um ou outro
equívoco na formação do grupo.

É duro perder em função dessas coisas, mas faz parte.

O que dói mesmo é ter essa sensação que me aflige depois que vi o jogo
contra o Rosario e, principalmente, esse contra o Libertad.

 

Pior que jogo pelo youtube só o futebol do Grêmio no Chile

Pior que ver o jogo pelo youtube só mesmo o futebol abaixo da crítica que o Grêmio jogou na derrota por 1 a 0 diante do Universidad Católica.

Não vou afirmar que o Grêmio está eliminado, mas esta é a tendência. Se o time tivesse jogado bem, criado situações de gol e controlando o meio de campo, eu diria que nem tudo está perdido. Mas não é este o caso.

O técnico Renato terá de buscar outras soluções para devolver ao time um pouco daquele futebol que o levou ao tri da América, CB, etc.

Quero dizer que meu comentário está prejudicado porque aos 15 minutos do segundo tempo desisti de ver o filme de terror pelo youtube e passei para o rádio. Se desse um gol, daria tempo de abrir uma cerveja e preparar um sanduíche até essa droga do youtube exibir o lance.

Então, não vi nada do time, mas deu pra ter uma ideia.

Antes de seguir, quero confessar que gostei da formação sem o centroavante tradicional. Gostei e fiquei confiante. Só não gostei da escalação do Montoya. Este jogador se não falasse espanhol estaria jogando no Criciúma, com todo respeito ao Criciúma. Não fede nem cheira.

Então, Renato acertou na proposta, no conceito de um ataque com movimentação e revezamento para marcar e iniciar a articulação.

Errou feio com Montoya, burocrático e previsível. Quem tem Matheus Henrique não pode começar um jogo sem ele. Para essa função tinha também o Thaciano, mas Renato optou pelo cascudo que até agora nada mostrou no Grêmio.

Nas substituições mais uma vez equívoco de Renato, que, aliás, desde que voltou do cursinho na CBF parece ter esquecido como chegou a grandes títulos, calando seus secadores, aqueles da kombi, hoje mais disputada do que nunca.

Ele deveria ter sacado Montoya e escalado Matheus Henrique, para encorpar o meio de campo, melhorar o toque de bola. Eu não sacaria Luan. Nem colocaria André.

Estou convencido que o time renderia muito mais com a saída de Montoya e a entrada de MH. Simples. Depois, sim, talvez André no lugar de Tardelli, outro que ainda não justificou sua fama e seu salário.

Se ainda assim Luan não subisse de rendimento, eu colocar o Jean Pyerre.

Penso que o Grêmio deve buscar as causas dessa brutal queda de rendimento (Gauchão não vale) na competição que é prioritária.

Acredito que é o momento também de redefinir prioridades. Por exemplo, o Brasileirão finalmente em primeiro lugar.

CHAPISTAS E URUBULINOS

A julgar pela mostra dos comentários que ilustram o post anterior, sugiro aos chapistas que deixem de opinar, de preferência sequer leiam o que vem logo abaixo. Evitem aborrecimentos e mais irritação. Se quiserem debater, o façam com educação e calma.

O momento é dos urubulinos. Temos que reconhecer.

Uma vaga em aberto, mas com dono: Matheus Henrique

Com a volta de Geromel ao lado de Kannemann, o Grêmio fica com apenas uma vaga em aberto. Quem será o companheiro de Michel e Maicon?

Eu escalaria Matheus Henrique. O guri deixa o setor de marcação mais encorpado e torna o setor ofensivo menos burocrático e previsível. Sem contar que ele ainda contribui para Maicon apoiar mais e Luan ter mais liberdade para criar.

Se Renato, não optar por MH estará cometendo um erro, mas esta é minha avaliação, sujeita a um desmentido humilhante se o time ganhar três pontos contra o Universidad, nesta quinta-feira do jogo pelo youtube – nunca pensei que viveria para assistir a isso.

O que eu quero é vitória sobre os chilenos, independente do time que Renato escalar. Mas acredito que a chance de vencer aumenta com MH, acredito que Renato já tenha se dado conta disso.

Claro, ele pode achar que Alisson será mais útil. Alisson, a meu ver, só para entrar no decorrer do jogo para prender a bola e garantir vantagem, ou para evitar uma calamidade com seus dribles.

Tem ainda o Thaciano, que tem vigor físico, velocidade, arranque, boa técnica e marca bem. Thaciano seria minha segunda opção.

Renato pode manter o que vem fazendo e escalar Marinho. Acho uma temeridade. Marinho é outro que deve ser preservado para alguma emergência.

Há quem defenda Montoya, mas ainda não vi nada nesse jogador que chegou com cartaz, mas que até o momento não convenceu, pelo menos a mim.

Por fim, temos Luan e Éverton na frente, acompanhados de André. Vizeu ficou em Porto Alegre, é menos um aipim para atrapalhar.

Ainda espero que Renato me surpreenda e comece o jogo com o aipim André no banco de reservas, e com Luan e Tardelli se revezando pelo meio. Duvido que isso aconteça.

Então, só resta desejar que André cale minha boca empilhando gols a partir de agora.

RIVER

Não li nada sobre o River Plate ‘ser o pior River Plate da história’, como costumam fazer os vermelhos quando o jogo envolve o Grêmio.

E isso que time vem bastante desfalcado, pelo que tenho lido.

Vem pronto para ser abatido.

Empate em Ijuí revela limitações técnicas no time

Aqueles que defendem a juvenilização do time a qualquer custo levaram um banho de água fria. A atuação do Grêmio, com apenas três titulares (um deles improvisado em outra função) no empate por 0 a 0 em Ijui foi decepcionante.

A gurizada, que tanto destaquei acompanhando a opinião quase unânime da torcida, desta vez não deu a resposta esperada.

O campo ruim e adversário fechado pra não levar goleada (efeito Juventude) foram complicadores, mas ainda assim eu esperava mais. Terei exagerado na minha expectativa?

Pode ser, o fato é que dos jovens apenas Matheus Henrique manteve o padrão de futebol, demonstrando amadurecimento. Está pronto para entrar do time e confirmar titularidade. Mas antes, eu ainda insistiria com a dupla Michel e Maycon.

MH poderia entrar no lado direito, mais ou menos na função que era de Ramiro. A questão é que pelo jeito quem vai ocupar essa vaga na quinta-feira, no Chile, será Thaciano.

No jogo contra o São Luiz, Thaciano passou o tempo todo jogando pela lado direito, tentando jogadas com o lateral Gallardo, que amadureceu, mas continua com dificuldade de acertar um cruzamento. Renato está adaptando o jogador à função. Então, penso que existe uma tendência de Thaciano jogar por ali, o que dará mais consistência defensiva ao time, sem perder força ofensiva.

Voltando ao jogo deste domingo, Jean Pyerre se esforçou, mas mostrou aos que querem sua escalação imediata no lugar de Luan que ainda precisa evoluir. Hoje, é uma alternativa interessante, não mais do que isso, apesar do seu enorme talento.

Gostei de rever Lincoln, que foi lançado por Felipão quando tinha apenas 16 anos. Foi um lançamento prematuro. Muitas vezes defendi sua escalação no lugar de Douglas. Quando entrou, até em função de problemas particulares, nunca deu a resposta desejada.

Em dez minutos, ele recebeu apenas dois ou três passes, embora tenha se descolado bastante. Achei estranho isso. Em sua primeira bola com mais qualidade, ele bateu forte e obrigou o goleiro a fazer difícil defesa. Será que Lincoln vai, enfim, justificar tudo o que dele se dizia e se esperava?

Os laterais foram razoáveis. Nenhum deles tem a mínima condição de titularidade. Se não for preciso contar com eles, melhor.

Na frente, Felipe Vizeu sofreu com o esquema defensivo do São Luiz, que povoou o setor defensivo, sobrando pouco espaço para o centroavante. Mais um motivo para colocar um meia de movimentação na posição.

Ainda torço para que Renato comece o jogo no Chile com Luan e Diego Tardelli, deixando os aipins só como alternativa. Claro, sem Marinho também.

Na entrevista coletiva, Renato reclamou de Pepê e Thaciano por terem perdido duas chances ótimas de gol. Usou até de ironia na crítica. Estava nervoso o técnico, que levava muita fé na vitória para chegar com boa vantagem para o jogo da volta. Como no meio do caminho tem uma pedra, o jogo pela Libertadores, ele já deve estar pensando em escalar mais titulares do que o inicialmente planejado para superar o São Luiz. Por isso, a irritação.

Faltam zagueiros, sobram opções na frente

O futebol é mesmo empolgante. Marcelo Oliveira, quem diria?, virou problema. Estamos diante de um jogador-problema, segundo boa parte da torcida, pelo menos a mais ruidosa, que se manifesta de forma truculenta e desrespeitosa em relação a alguns profissionais que vestem o manto tricolor.

Até o jogo-treino desta noite, na Arena, empate por 0 a 0 diante do Juventude, MO era problema porque jogava. Agora, porque talvez não possa jogar. Ele saiu de campo lesionado e deve ficar de fora do jogo contra o São Luiz, domingo, 19h, em Ijuí.

Não sei como estão os titulares Geromel e Kennemann, só sei que a direção do Grêmio, tão eficiente e atenta, está brincando com fogo ao não reforçar o time com pelo menos um zagueiro, que seja minimamente competente. Andaram falando em Paulão. Ora, se não tem coisa melhor, por que não? ele jogou bem com Renato, tanto que arrumou um belo contrato no exterior.

O que não pode é ficar improvisando a toda hora um volante como zagueiro. Domingo, foi Michel. Agora, Rômulo. Vai fazer isso na Libertadores pra ver o que acontece. Ou num Gre-Nal.

Se há carência na zaga, sobram possibilidades do meio para a frente.

Por enquanto, com alguns jovens ganhando espaço e lesões que afastam um ou outro, Renato vai levando, fazendo um rodízio para testar as melhores alternativas para escolher seu onze titular. Chegará o momento em que ele terá de definir, por exemplo, quem é o camisa 9. Ou até mesmo – e torço por isso -, que não haverá um camisa 9, um centroavante típico. E sim um ataque móvel, com muita movimentação na frente.

Outra questão, quem será o jogador para fazer o flanco direito, ao estilo Ramiro? Eu colocaria Thaciano, já escrevi a respeito, mas meu palpite é que ele vai optar por Alisson, que voltou bem e tem ficha 1, a meu ver. Alisson não marca tão bem , mas tem mais qualidade com a bola nos pés, e é um jogador inteligente.

Diego Tardelli está recuperando o ritmo de jogo, e quando estiver bem Renato terá de arrumar um lugar pra ele: falso 9 ou na direita.

Marinho apenas como alternativa.

Mais um dilema, o volante ao lado de Maicon. Eu acredito que Michel é o primeiro da fila. Mas Matheus Henrique pede passagem. Não duvido que Renato mude o esquema para um 4-3-3, acomodando MH como um dos três volantes. Jean Pyerre fica como opção ao Maicon.

Bem, vamos aguardar os próximos movimentos de Renato nesse tabuleiro de xadrez.