Grêmio surpreende; Inter decepciona e revolta torcida

Revolta mais do que justificada essa da torcida colorada depois de perder de virada por 3 a 2, em pleno Beira-Rio. Vencia por 2 a 0 e mesmo com a torcida a seu favor não teve capacidade de manter o resultado contra uma equipe modesta como essa do Figueirense.

A indignação colorada é ainda maior porque na véspera o Grêmio havia batido o Flamengo no Maracanã por 1 a 0, diante de uns 50 mil flamenguistas.

O Grêmio que venceu o Flamengo jogando bom futebol foi a cara do seu treinador, que está ansioso para mostrar que ainda é o Felipão dos anos 90, não esse genérico de má qualidade que comandou a seleção brasileira na Copa.

Enquanto Felipão está com tesão para mostrar serviço, seu colega Abel demonstra em suas manifestações que está entediado.Isso fica evidente até nas suas expressões durante e após os jogos. Tivesse com a mesma vontade de Felipão, Abel não teria encarado a Copa do Brasil e a Sul-Americana com tanta negligência.

Claramente, ele optou por focar no Brasileirão, talvez até estimulado pelo presidente Luigi, para quem um título do brasileirão – não conquistado por seus antecessores vitoriosos, FC e Píffero – o colocaria em patamar semelhante.

Vaidade, pura vaidade. O custo pode ser alto, como sinalizou a derrota deste domingo diante de uma torcida que esperava ver um Inter superior aquele que foi humilhado por Ceará e Bahia também em casa.

O que está ficando cada vez mais evidente é que o Inter não tem aquele time forte e coeso que alguns analistas esportivos insistem em propagar.

A ilusão de ter uma equipe qualificada, pronta para ser campeão, torna a derrota sempre mais amarga.

Por isso, muita gente já pede a cabeça de Abel Braga.

Para aqueles que costumam lembrar de Argel sempre que o Grêmio busca treinador, fica a minha sugestão.

Fora ele, tem ainda o Lisca e o Roth.

Mas penso que Abel vai continuar a sua obra.

GRÊMIO

Foi uma grande vitória. O Grêmio calou o Maracanã e os corneteiros, tanto externos como internos.

A torcida flamenguista proporcionou a maior renda do Brasileirão, convencida de que seu time, que vinha de cinco vitória, amassaria o time dos ‘racistas’.

A mídia carioca também tinha essa expectativa, isso foi fácil de perceber.

O Grêmio fez um primeiro tempo de alto nível, embora com poucas situações claras de gol. Mas foi superior ao Flamengo.

No segundo tempo, o time carioca adiantou a marcação, passou a pressionar mais, mas deu espaço em seu setor defensivo que não havia no primeiro tempo.

O técnico Felipão esperou o momento oportuno para dar o bote, o xeque-mate.

Primeiro, colocou Luan no lugar de Lucas Coelho, de atuação discreta, mas nada devendo para o titular.

A jogada de mestre, embora arriscada, foi sacar um volante/meia, Giuliano, para colocar um atacante, o Fernandinho.

Foi de uma precisão cirúrgica. Fernandinho trabalhou pelo lado direito do ataque, com Dudu pela esquerda e Luan pelo meio.

Fernandinho fez a jogada com muito talento, serviu Luan, que, com mais talento ainda, invadiu a área com dribles curtos e tocou com muita categoria na saída do goleiro.

Um gol digno de Maracanã.

Com a vitória o Grêmio ganha moral para enfrentar o Atlético Paranaense na Arena. Se vencer, já pode voltar a sonhar de novo.

Inter perde, Grêmio ganha. Alguma coisa pode estar mudando.

Podemos falar de futebol?

Entro na contramão, caminhão lotado, sem freio, descendo a dr Vale. É assim que me sinto nesta manhã de sábado nebuloso quando começo a teclar para falar de futebol.

Sinto-me assim, contra a corrente dos acontecimentos quando percebo que não se para de falar em racismo, na punição ridícula do Grêmio, em eleições e na denúncia de corrupção da Petrobras envolvendo a politicalha que insiste em tentar afundar o nosso país.

Mas vou me atrever a falar de futebol. Tem o jogo do Grêmio contra o Flamengo no Maracanã. Pairam no ar ameaças a quem for ao estádio com a camisa mais bonita do mundo. Mas isso não intimida os gremistas. Pelo contrário, os fortalece.

O gremismo não se manifesta num pedaço de pano, por mais bonito que seja. O gremismo é algo maior, que vem de dentro, faz o coração pulsar forte e nos sentir seres especiais, tão especiais que cada vez que alguém me pergunta se sou gremista, respondo ‘sim, graças a Deus’.

O Grêmio vai desfalcado e isso seria um indicativo que um empate já será bom resultado. Bom resultado é a vitória, sempre.

Então, o Grêmio não pode jogar mirando o empate, porque aí não será o Grêmio que a torcida quer. É claro que dependendo das circunstâncias do jogo em si o empate poderá, ao final, ser saudado e até festejado. Mas nunca antes.

Até porque os tais desfalques são questionáveis.

A começar pelo Barcos, que muita gente quer ver pelas costas faz tempo. Com Felipão ele deu uma melhorada, mas ainda não é aquele centroavante dos sonhos.

Ramiro é outro que está distante da unanimidade como titular, ao contrário. Mas é um jogador útil, pegador, combativo. Gosto dele.

Matias Rodriguez, então, é uma incógnita. Por enquanto, me parece que ele vai consagrar Pará. De qualquer modo, não é uma falta a ser lamentada.

Luan sim, este faz falta. Mas tem gente que não gosta dele, são poucos. É uma pena Luan não poder jogar.

Agora, sua ausência facilita para que Felipão arme um esquema mais fechadinho, com volantes em profusão.

Felizmente, são volantes que se dão bem com a bola.

Acredito na vitória sobre o Flamengo.

INTER

Quem for ao Beira-Rio amanhã terá a oportunidade de ver um treinador que boa parte da imprensa admira: ARgel. Sim, porque vira e mexe sugerem Argel para o Grêmio, nunca para o Inter. É como o Lisca. Ah, e o Roth, que está desempregado de novo…

Pois Argel diz que vem para tirar pontos do Inter.

Não duvido que atinja o objetivo. Outros treinadores de equipes modestas já conseguiram, e nem faz muito tempo.

Feliz porque só tem o Brasileirão para disputar – é o que ele queria e deixou claro, dedicação exclusiva ao Brasileirão – o técnico Abel está obrigado a vencer o modesto time do Figueirense.

Caso contrário, o mundo vai desabar sobre sua cabeça talvez em forma de guilhotina.

Com o voto no bolso

O Grêmio foi goleado no jogo do tapetão: 5 a 0.

Como tem acontecido em alguns jogos de campo, o time de advogados do Grêmio – reforçado providencialmente por um flamenguista – jogou bem, mas perdeu.

Quem acompanhou o jogo, que durou quase quatro horas, percebeu que para os auditores o jogo já estava jogado, principalmente porque na véspera um procurador do tribunal já havia sinalizado para a exclusão da Copa do Brasil.

A imagem da jovem soletrando a palavra ofensiva é muito impactante. Além do mais, os meios de comunicação pegaram pesado demais, inclusive os daqui.

O fato é que nada mudaria o resultado do jogo.

O que me fez lembrar um outro, em 1991, no tribunal da FGF. Estava em julgamento um caso de doping no Gauchão envolvendo um atleta do Inter.

Foram horas e horas de jogo. Para muitos, principalmente as testemunhas arroladas, um jogo sério. Para outros, um teatro.

Não faltou sequer um médico para garantir que os exames de dopagem não tinham credibilidade. Faltou alguém comunicar isso ao COI.

Depois de muita conversa jogada fora, veio a hora dos votos, com cada auditor discursando o máximo de tempo possível para curtir bem aquele momento de celebridade já que havia transmissão ao vivo de rádio e TV.

Lembro que lá pelas tantas um dos auditores, colorado, num gesto teatral, sacou do bolso o voto que havia escrito em casa. E ele fez questão de enfatizar que estava com o voto pronto. Portanto, nada do que fosse dito ali alteraria sua posição. Um profundo desprezo ao julgamento e uma ofensa a todos que estavam ali tratando tudo com seriedade.

O voto, claro, era favorável ao Inter e a seu atleta.

No julgamento de hoje no Rio, só faltou alguém tirar seu voto do bolso.

O bom disso tudo é que, conforme ironizou o presidente Fábio Koff, com essa punição ao Grêmio acabou o racismo no Brasil.

PREVENÇÃO

Cabe agora ao Grêmio tratar de tomar mais medidas preventivas. É impossível evitar que algum torcedor cometa outro desatino e prejudique de novo o clube, mas é imperativo que sejam tomadas medidas que reduzam ao máximo a chance de novos delitos acontecerem.

Nem que o preço a ser pago seja a colocação de cadeiras no espaço da geral da Arena.

Pode não resolver, mas reduz drasticamente o risco.

O grande jogo no tapetão

Há boatos de que o Grêmio sofrerá pena rigorosa no tribunal desportivo. O boato mais otimista dá conta de uma punição de 10 jogos. Outros, mais pessimistas e catastróficos, não deixam por menos: demolição da Arena, rebaixamento para a segunda divisão, substituição da cor azul por outra qualquer para extinguir a camisa mais bonita do Brasil e uma das mais bonitas do mundo, razão de muita inveja, cassação do título do mundial de 83, proibição de Fernanda Lima aparecer em revistas com a camisa tricolor. Enfim, é muita especulação.

Apesar de Fábio Koff ter sido uma pedra no sapato da CBF e da TV Globo durante o tempo em que foi presidente do Clube dos 13, não acredito que esse pessoal seja tão baixo para levar esse tipo de coisa em conta nessa hora.

Não acredito em pena maior do que a que já foi aplicada pelos meios de comunicação, em especial pela revista Placar, que rotulou o Grêmio de clube de futebol mais racista do Brasil.

Logo o Grêmio, de onde saiu um dos poucos governadores de Estado negros deste país.

O Grêmio vem passando por um linchamento nojento, asqueroso porque um punhado de torcedores enlouquecidos, revoltados com a ‘cera’ que o goleiro Aranha fazia sem qualquer intervenção da arbitragem, passou a hostilizar o adversário. E aí apelaram para o ‘macaco’. Até alguns negros, vejam só!, ofenderam Aranha dessa forma. A jovem aquela que soletrou a palavra ma-ca-co para a TV registrar foi no embalo. Hoje, é a Musa do Racismo, e em breve é capaz de receber convite para sai na Playboy. Quem duvida?

Falando sério, comentam a possibilidade de eliminação da Copa do Brasil. Aqui entre nós, que os doutos do tribunal não nos leiam, seria até bom poupar o time de um desgaste desnecessário. A eliminação já está encaminhada. Não há chance de o Grêmio vencer o Santos na Vila Belmiro, ainda mais que Felipão não consegue repetir um time em função de lesões, cartões, deficiência técnica, etc. Seria uma ‘punição’ muito oportuna. É claro que virá acompanhada de alguma multa.

Se for por aí até que será uma pena razoável dentro do contexto de linchamento, de pegar o Grêmio como exemplo para evitar outras situações como essa deplorável ocorrida na Arena.

Acredito, também, que não será uma punição tão rigorosa – como parece que querem alguns cronistas esportivos da praça – porque os auditores sabem que esse tipo de coisa pode acontecer com qualquer clube e aí tudo o que for aplicado agora terá de ocorrer mais adiante, talvez penalizando algum clube do centro do país. Quem sabe um Flamengo, um Corinthians.

Então, penso que muita gente vai sair decepcionada do tribunal no Rio.

O jogo do tapetão começa às 14h, com transmissão ao vivo, imagino, de todos os batcanais.

E será longo esse jogo. Afinal, com tanta mídia em cima, cada voto levará muito, mas muito mais que o tempo que o goleiro Aranha levou para repor a bola na Arena.

Será o jogo do ano. É o Grêmio contra o mundo.

GERAL

Lamentavelmente, penso que não restará ao Grêmio outra alternativa a não ser colocar cadeiras no setor da geral da Arena.

É uma pena.

Grêmio supera clima tenso e soma 3 pontos

Para um grupo de jogadores que entrou em campo marcado a ferro e fogo como representante do ‘clube mais racista do Brasil’, como rotulou de forma irresponsável a revista Placar, a vitória sobre o Bahia por um chorado 1 a 0, representa uma goleada.

Ainda mais se considerarmos o futebol ruim do time durante quase todo o tempo, consequência talvez do clima pesado criado nos últimos dias. Não faltou sequer a turma do ‘quanto pior, melhor’ para provocar com cantos ofensivos. Se fossem colorados, não fariam melhor para prejudicar ainda mais o Grêmio.

O curioso é que o Grêmio bateu o Bahia, clube do Estado em que há mais negros, embora nunca tenha sido governado por um negro.

Já o Rio Grande do Sul, estado dos alemães e dos gringos, elegeu um negro para governador, um negro, ora vejam só!, gremista, o Alceu Collares, que antes ainda foi prefeito da capital gaúcha. Quer dizer, o clube ‘racista’ deu um governador negro para o RS, um dos primeiros, ou o primeiro, do Brasil.

Relevante, ainda, é o fato de que a vitória gremista foi sobre o Bahia, que há poucos dias aplicou 2 a 0 no Inter em pleno Beira-Rio.

O importante é que o Grêmio num momento de muita tensão. Como lembrou o zagueiro Rodolpho, o Grêmio foi muito bem tecnicamente contra o Santos, mas perdeu. Contra o Bahia, foi mal, mas venceu. E no futebol o que interessa é vencer, somar os pontos para crescer na tabela de classificação.

Quem, como eu, assistiu também a Inter 1 x 0 Palmeiras, jogo cometido sábado em SP, o fim de semana em termos de espetáculo futebolístico foi de lascar.

Mas assim como o Grêmio o Inter venceu e segue na ponta de cima da tabela, zona da qual o Grêmio se aproxima. Aos trancos e barrancos, mas se aproxima.

Vamos ver o que os doutos da justiça desportiva vão fazer para impedir esse avanço.

Em relação ao deplorável episódio de racismo, o Grêmio fez o que tinha de fazer. De resto, não existe como controlar 30 mil pessoas torcendo enlouquecidamente num estádio de futebol.

Cabe punir aqueles que cometeram os atos racistas.

O Grêmio, se querem saber, já foi por demais punido só por ter seu nome ligado a esse tipo de situação. Mas deve seguir atuando forte contra vândalos e racistas.

ATUAÇÃO

Esse lateral Matias precisa mostrar mais para substituir Pará. Mesmo com poucas partidas, tem 3 cartões amarelos. A zaga melhorou. Zé Roberto foi um dos poucos que escapou da mediocridade técnica que foi o jogo.

No meio de campo, Ramiro incansável na proteção e no combate. Giuliano foi mal no primeiro tempo, melhorou no segundo. Foi dele a jogada do gol. Alán Ruiz continua devendo, embora tenha lances de bom jogador. Matheus Biteco entrou muito bem no jogo e acredito que será mantido.

Na frente, Barcos  foi o se de sempre, mas estava atento no lance em que Dudu tocou a bola para marcar o gol. Se Barcos não aparece talvez o goleiro se recuperasse.

Portanto, mais 3 pontos na conta de Barcos.

Juca Kfouri dá exemplo de isenção e ética

Transcrevo texto de Juca Kfouri publicado no blogdojuca.uol.com.br. Nada tenho a acrescentar:

‘O Grêmio está fazendo o que se espera de qualquer clube decente: identificou, comunicou as identificações à polícia e já puniu os que pode punir, por serem sócios da agremiação.

Mais que isso não pode fazer.

Como não pode ser responsabilizado pelos insultos de cinco cretinos numa plateia com mais de 30 mil pessoas.

Uma coisa é você punir um clube por falha na segurança de seu estádio.

Outra é punir pelo que dizem os frequentadores nos estádios.

Daqui a pouco o STJD vai querer que os clubes botem esparadrapo na boca dos torcedores.

Até porque, se a moda pega, daqui a pouco cinco imbecis torcedores do clube A vestem a camisa do clube B e agem para que este venha a ser punido.

O essencial é identificar os criminosos e puni-los.

O episódio de ontem é suficientemente deprimente para que ninguém queira surfar na sua onda.

Patrícia e seus blue caps já apareceram o bastante para a devida execração pública.’

Grêmio imita o Inter

O Grêmio imita o Inter, que foi eliminado da Copa do Brasil em casa. A diferença é a qualidade dos adversários. O Santos é muito superior ao Ceará.

Sei que muita gente vai continuar acreditando, porque torcedor acredita sempre, até o último segundo.

Mas é missão quase impossível jogar na Vila Belmiro, onde o Grêmio normalmente se dá mal, e obter a classificação.

Decididamente, os deuses do futebol abandonaram o Grêmio.

O Santos era completamente dominado, o Grêmio criava situações de gol, sufocava o adversário, mas não conseguia fazer o gol.

Quem não faz leva, regra inabalável do futebol, voltou a prevalecer.

Numa cobrança de escanteio, o Santos fez 1 a 0 , com Davi Braz dando um ‘peixinho’ na marca do pênalti, sozinho, isolado. Atrás dele aquele que deveria acompanhar o zagueiro: o Werley, que assistiu de perto o gol.

Depois, num contra-ataque puxado por Lucas Lima, que dominou a bola com o braço ao dar a arrancada de seu campo, Robinho fez 2 a 0, com a bola desviando em… Werley.

Os deuses do futebol abandonaram o Grêmio.

Contra o Cruzeiro, no Mineirão, foi parecido. Grêmio jogando como nunca e perdendo como sempre.

De positivo, fica o fato de que o time está evoluindo. Está jogando melhor.

Falta acertar a pontaria e falhar menos atrás.

Falta cobrar um escanteio que resulte em gol, o que não acontece faz meses; idem em relação às cobranças de falta.

Será que ninguém treina esses fundamentos?

Resta fazer como o Inter, dedicar-se ao Brasileirão.

Por onde anda o técnico Lisca?

O Inter está obcecado em conquistar o Campeonato Brasileiro. Afinal, são 35 anos de jejum.

Só essa ideia fixa pelo tetra nacional pode explicar o silêncio da direção colorada diante da postura do técnico Abel Braga, que já deixou muito claro que tanto a Copa do Brasil como a Sul-Americana são estorvos, só atrapalham a corrida pelo título do brasileirão.

Ele chegou a comentar que só foi campeão brasileiro com o Fluminense porque, como faz agora, deixou em segundo plano outras competições.

O foco foi sempre o Brasileirão, e ele chegou lá.

Agora, repete a estratégia no Inter, imagino que com a benção da diretoria. Se for um ato de rebeldia, Abel está pela bola 7.

São dois vexames seguidos. Duas derrotas em casa para equipes inexpressivas. O Bahia, que bateu o Inter por 2 a 0 em pleno Beira-Rio, também estava com muitos reservas.

Devo concluir que o grupo dos baianos é melhor que o do Inter? Claro que não, mas é o que o resultado aponta.

Os resultados diante do Bahia e do Ceará apontam ainda como o Grêmio foi incompetente nos clássicos. Todos ganham do Inter, menos o Grêmio.

Mesmo que Abel e a diretoria estejam alinhados nessa ideia fixa de conquistar o Brasileirão e relegar competições paralelas, a torcida não concorda.

Nem foi consultada. E é ela quem mantém o clube e os salários milionários pagos a jogadores que a todo momento são poupados de um ou de outro jogo.

A torcida colorada já está pedindo a cabeça de Abel.

Uma derrota para o Palmeiras neste final de semana, aí pelo Brasileirão, pode mergulhar o clube em crise profunda.

Então, me antecipando, lanço o nome de Lisca, técnico competente e que merece uma oportunidade num clube grande para mostrar seu valor.

Foi isso que li e ouvi à exaustão quando o Grêmio tentava Tite e Felipão.

Parte expressiva da crônica esportiva insistia em sugerir Lisca e também Celso  ‘toc-toc-toc’ Roth.

Roth está desempregado e Lisca não sei.

Por onde anda o técnico Lisca?

Se eu fosse presidente do Grêmio…

O gremista Homero Bellini Jr. apresentou-se oficialmente como candidato à presidência do Grêmio.

A Situação deve responder com o multicampeão Fábio Koff. Não faltam especulações e boatos sobre essa candidatura.

O mais recente é que Koff seria vice de futebol do Romildo Bolzan Jr.

Não sei de onde surgem esses boatos. Não consigo imaginar Koff no vestiário de novo, viajando pra lá e pra cá. Então, é mais uma bobagem.

Admito que para efeitos meramente eleitorais, Koff como vice daria um peso considerável à chapa. Mas duvido que ele fosse manchar sua trajetória entrando como vice e largando o barco logo nos primeiros dias ou semanas da nova gestão.

Penso que um homem da envergadura de Koff jamais se sujeitaria a isso. Sairia com dignidade, de cabeça erguida, como o dirigente mais vitorioso do futebol gaúcho em todos os tempos.

Não faria como certos jogadores de futebol que não sabem a hora de sair de campo, ou de cena. Caso do R. Gaúcho, que estaria se sujeitando a receber por produtividade num clube em crise.

Aí, delirando em meus pensamentos mais delirantes, me imaginei candidato. Em primeiro lugar, isso seria impossível até por questões estatutárias.

Mas seguindo em meu delírio ou devaneio, estou aqui agora teclando e pensando no que eu faria, qual seria a minha plataforma, meu projeto.

De cara, afirmo que não apresentaria  programa de governo num volume com capa dura e letras douradas ou prateadas com um título como ‘Por um Grêmio imbatível’.

Não, nada de promessas vazias, palavreado difícil, nada de firulas e tampouco de juridiquês.

Todos nós sabemos que depois de eleito ninguém abre o tal programa de governo. Vale para o futebol, vale para a política partidária.

O que todos querem é chegar ao poder.

Não, eu decididamente iria direto ao que interessa, a gestão do futebol.

Meu programa de gestão poderia ser rabiscado num guardanapo do Box 21, por exemplo.

Começaria por estabelecer um mantra a ser repetido todas as manhãs pelos meus companheiros de diretoria:

– Não gastar mais do que arrecadar.

Zelaria pelo dinheiro do clube como faço com o meu dinheiro. Nada de esbanjar, comer frango e arrotar avestruz.

Buscaria cercar-me de pessoas competentes, competentes e sabidamente honestas. Acreditem, há muitas. Todas elas gremistas, que fique bem claro. Colorados que se dirijam ao Beira-Rio para trabalhar. Nada contra os colorados, mas prefiro cercar-me de gremistas.

Definido o mantra contra o esbanjamento tão comum no futebol e a diretoria, atacaria nas categorias de base.

Seria a minha menina dos olhos.

Ex-jogadores campeões com a camisa do Grêmio teriam prioridade para trabalhar nessa área. Gente vencedora para moldar vencedores.

Gente que dedicou-se ao Grêmio, ajudou a conquistar o mundial de 1983 e que passa por dificuldades, já estaria trabalhando na base do Grêmio há horas.

Se eu tivesse que buscar jovens de 18 ou 19 anos formados por outros clubes para compor o grupo profissional seria necessário um olhar mais crítico sobre o trabalho na base.

O que estaria acontecendo de errado? Mudanças teriam de ser feitas.

Outra coisa: limitaria drasticamente a atuação de empresários e procuradores no clube, tanto na base como nos profissionais.

Não teria essa de jogador entrar no time só porque tem empresário/procurador forte como parece acontecer em muitos clubes.

Então, antes de sair em busca de reforços externos, avaliaria com cuidado os guris da base.

Para os profissionais, só contratações que viriam para realmente preencher lacunas que a base não resolveu.

Jamais, mas jamais mesmo contratar jogadores mais passadinhos em idade por cinco anos.

Antes de contratar, uma varredura rigorosa na trajetória do atleta, seu comportamento fora de campo, etc.

Outra coisa, buscar jogadores com espírito vencedor. Gente que também tenha tanto orgulho de vestir a camisa do Grêmio como o gremista mais fanático.

Nada de jogador que só tem derrotas em sua carreira ou que não se entusiasme a jogar no Grêmio.

Outra coisa: trabalharia para que o trabalho na base, sendo positivo, fosse mantido pela direção seguinte, algo que não acontece hoje e que claramente prejudica o clube, porque cada um que entra traz junto seus parceiros, que nem sempre são competentes e/ou honestos.

E o treinador? Seria alguém competente e honesto, avesso à picaretagens e conluio com empresários.  Dois que eu gosto: Felipão e Tite.

São alguns dos pensamentos que me ocorrem de vez em quando sempre que alguém sugere que eu entre na política do Grêmio.

Enfim, são frases soltas que colocaria num guardanapo e apresentaria como meu programa de governo.

Quem sabe um dia apareça alguém que leve essas ideias adiante e repita o mantra:

– Não gastar mais do que arrecadar.

Bobagem, outro delírio.

Premiação no Boteco

O botequeiro Alexandre Sanz, que trabalha em Pelotas, veio até o Boteco do Ilgo
receber seu prêmio por ter acertado um desafio que lancei num post anterior.

Sanz optou pela 1983 em vez da Mazembier.

Trocamos umas ideias sobre futebol e o Grêmio em especial.

Eu saí ganhando nessa troca porque as ideias dele são melhores do que as minhas…