Com a gurizada, Grêmio começa a tomar forma

Com uma atuação espetacular, o Grêmio conseguiu bater o Avenida em pleno estádio dos Eucaliptos, por 3 a 1, recuperando-se plenamente do acidente de percurso que foi a derrota para o Aimoré, no meio da semana.

Tirando o exagero grosseiro, que nem o mais gremista dos gremistas cometeria, vi alguns avanços no time neste domingo em Santa Cruz do Sul. Considerando-se que é um time em formação e, pelo jeito, em ritmo de ‘quem sair por último apaga a luz’, é preciso exercer a tolerância e a benevolência, sob pena de cair em desespero e já começar a enxergar um certo fantasma que se insinua no segundo semestre de cada ano.

Diante disso, declaro que o Grêmio já tem uma defesa definida em nomes. Tem um baita goleiro e um baita zagueiro, Rodolpho. Tem o Geromel, que é muito bom, e o Erazo, este ainda a ser melhor observado.

O que é mais importante no momento é a questão das laterais, porque o Grêmio ‘perdeu’ os dois titulares. Ficou a expectativa. Penso que é unanimidade, neste momento, que Júnior é o cara da lateral-esquerda. Está aí um jogador de futuro brilhante.

Resta a direita. Pois quero declarar que o Gallardo é melhor que o Pará. E isso já é muito bom. Somando e diminuindo qualidades e defeitos de cada, fico com o Gallardo. Minha primeira impressão sobre ele, que se trata de um bom cruzador de bola, foi confirmada. Ele tem o cruzamento com ‘efeito procurante’. O segundo gol foi assim, ele cruzou na medida para Marcelo Moreno, à meia altura, o zagueiro, acossado, mandou pra dentro, até porque esse tipo de bola vem com efeito, o tal ‘efeito procurante’ (quem não sabe o que é que consulte o Maurício Saraiva.

No meio de campo, ainda muitas indefinições, mas há jogadores jovens em condições de titularidade sem qualquer dúvida. Sem contar que o Giuliano um dia, imagino eu, poderá voltar a jogar futebol sem nenhuma desculpa de problema físico a atormentá-lo.

Ao contrário de muita gente, gosto do Marcelo Oliveira, é um jogador útil pela versatilidade. No segundo tempo de hoje ele foi muito bem. Felipe Bastos é que outro que conta com a minha simpatia. Marca e arma, sem ser um primor nas duas funções, mas é eficiente. Antes que alguma trombeta soe no meu aparelho auditivo, lembro que o gol contra começou com uma metida de bola do FB para o Gallardo.

O terceiro gol, este de Marcelo Moreno mesmo, foi obra de um cruzamento. Não sei de quem. Moreno saltou mais alto e mandou para a rede. Tenho sérias dúvidas se Barcos faria esse gol, perdoem-me as viúvas. Com a venda de Barcos, o ideal seria manter Moreno, até porque seus substitutos atuais são insuficientes. Perder Moreno agora seria temerário, mas também não é nada que não possa ser resolvido em curto prazo, talvez até com custo/benefício melhor.

Mais uma vez gostei de Lincoln e Éverton. E de Luan, que para mim já é uma afirmação. Sua expulsão foi um exagero do árbitro.

Então, o meu time, hoje, seria com dois volantes. Pode ser até a dupla que jogou hoje.

Uma linha de três: Luan, Éverton e Lincoln. Douglas no banco. Na frente, Moreno. Lucas Coelho seria o reserva imediato.

Ah, Moreno entrou no jogo como quem faz um apelo: ‘Eu quero ficar’.

O Grêmio está tomando forma. É preciso ter paciência, tolerância e, principalmente, vitórias pra dar moral à gurizada.

CELSO ROTH VEM AÍ?

O presidente Vitório Piffero, que pra inocente e ingênuo não serve, sabe o que está fazendo quando questiona publicamente o técnico Diego Aguirre.

O dirigente, com forte resquício de cartola neste começo de gestão, cobra mais gente pra marcar do que pra atacar.

Fico me perguntando: ele não sabia que tipo de treinador não estava contratando? Não conversou com ele para saber de suas ideias? Não observou suas equipes?

O mínimo que se exige de uma direção é que saiba escolher os profissionais a partir de suas convicções sobre futebol.

Esse Aguirre ‘ofensivista’ está em processo de fritura.

Estão asfaltando o caminho para a volta de Celso Roth, um defensivista de carteirinha, como o presidente oculto – ou nem tanto – Fernando Carvalho.

Rodada inquietante para gremistas e colorados

Quem espera bom futebol e vitórias ao natural desse time do Grêmio, só porque é o Grêmio, deve estar muito irritado com a derrota no estádio Cristo Rei.

Realmente, o Grêmio jogou um futebolzinho deprimente, principalmente, de novo, porque cria pouco e conclui menos ainda.

Como agravante, apresentou problemas defensivos. O primeiro gol foi consequência do Aimoré aconteceu num clarão aberto pelo lado esquerdo da defesa, contando com a sorte do atacante, já que a bola desviou em Rodolpho e enganou Marcelo Grohe. O segundo gol foi outro lance em que a defesa vacilou, deu espaço e o atacante ficou à vontade para chutar. Grohe, que saltou atrasado, não conseguiu evitar o gol.

O Aimoré não fez muito mais do que isso ao longo do jogo. O problema é que o Grêmio fez até menos. E isso é inaceitável até para um time em formação.

È verdade que o Grêmio teve muito mais posse de bola, mas também é verdade que raramente soube o que fazer com ela, a bola.

Mérito também para o Aimoré, que beneficiado com a vantagem logo no começo, soube se defender, fechando espaços e marcando forte.

Enfim, quem muito espera desse Grêmio está agora muito revoltado.

Não é o meu caso. Não estou revoltado, nem irritado. Conformado é a palavra mais adequada para definir o que sinto agora, porque não espero grandes atuações desse time de jogadores médios e jovens em busca de afirmação. O que eu espero agora é pelo menos muita entrega, muita raça, e isso eu vi, especialmente a partir da entrada de Lincoln, que deu outra cara ao time, a cara de um time vibrante e inconformado com a derrota.

Fora isso, além de conformado, sinto-me esperançoso. Acredito nessa gurizada. Júnior, por exemplo, entrou muito bem na esquerda.

Agora, é preciso paciência. Ser tolerante com os jovens, porque se eles não derem certo, será a hora da preocupação. Primeiro passo para o desespero.

INTER

Se o gremista está nervoso, inquieto, os colorados não estão muito diferentes.

A ‘máquina’ montada no Beira-Rio mostra fragilidades imperdoáveis. Um time tão festejado não pode ceder empate dentro de sua própria casa após fazer 3 a 0.

Se o empate foi buscado por um time modesto como o São José, então, é porque há muito que melhorar.

E a Libertadores está logo ali adiante.

Rodada para inquietar gremistas e colorados.

Anderson e a grenalização da crônica esportiva

Depois de acompanhar boa parte da entrevista de Anderson, em sua apresentação no Beira-Rio, pensava em escrever sobre duas coisas que chamaram minha atenção.

A primeira, positiva, é o nível da companhia que Anderson desfrutou nos últimos anos. Ele mesmo citou alguns nomes: “Atuei ao lado de Giggs, Cristiano Ronaldo, Rooney, Van Persie, Falcao Garcia…”. O guri de 14 anos que um dia acompanhei até sua, digamos, moradia no bairro Rubem Berta, com o carro do Correio do Povo, arrolou esses nomes ao natural, sem empáfia, e depois acrescentou uma série de títulos conquistados pelo Manchester United.

Coisa de provocar inveja, muita inveja. Ranger de dentes e sorriso amarelo. Posso imaginar como D’Alessandro vai reagir. Ou está reagindo. Afinal, está chegando ao clube um jogador que alcançou sucesso no futebol europeu, onde o argentino teve passagem discreta. Poucos jogadores em atividade no futebol brasileiro chegaram aonde Anderson chegou. Prevejo chuvas e trovoadas à beira do rio.

Então, estamos diante de um jogador de outra turma. Que foi parceirão do melhor jogador do mundo, que, não duvidem!, qualquer hora aparece por aqui para visitar o velho amigo.

Agora, vamos ao aspecto negativo: Anderson revelou que passou por cirurgia de ligamentos cruzados. Que voltou de forma precipitada, etc.

Pois eu pensava em simplesmente destacar e saudar a presença em Porto Alegre desse jogador, de apenas 26 anos, que participou de grandes jogos em sua curta carreira e que foi protagonista na épica batalha dos Aflitos. Um homem do mundo.

Mas antes de começar a escrever tive a infeliz ideia de verificar o que dizem os sites. Vejam só:

Zero Hora/Clicrbs:

Anderson é apresentado no Inter: “Quero um Brasileirão, só tenho pela Série B”

Correio do Povo:

No Inter, Anderson mira “ganhar Libertadores e Brasileirão da Série A”

De uma forma ou de outra, os três veículos grenalizaram a contratação, sendo que o  título do CP é mais sutil, mas ainda assim provocativo. Quem ouviu a declaração de Anderson sabe que não foi com o intuito de provocar os gremistas. Então, valorizar esse lado da entrevistas é realmente um incentivo à grenalização.

A impressão que dá é que os títulos foram concebidos à mesa de um bar, não numa redação de jornal/internet.

Depois, dizem que são os torcedores que grenalizam. São, sim, mas muitas vezes, como agora, inflados por jornalistas profissionais que têm obrigação de tirar suas camisetas azuis ou vermelhas na hora em que estão em plena atividade.

Depois do expediente, sim, a flauta e a brincadeira, até para aliviar o estresse de um fechamento de edição, são válidas.

Já vivi muito esse tipo de situação. Mas busquei sempre separar uma coisa da outra.

O torcedor gremista, em geral, está chateado por ver Anderson com a camisa do rival. Não precisa mais essa provocação, ainda mais partindo de profissionais.

Depois, quando o blog www.cornetadorw.blogspot.com.br pega no pé de uns e outros, tem gente que não gosta.

Saída de Barcos e os jovens talentos: a volta da esperança

Se o empate do Inter em Lajeado foi um petardo no ufanismo que envolve o clube, principalmente de fora para dentro, a vitória do Grêmio sobre o glorioso Frederiquense deve ser comemorada com moderação, muita moderação.

Prova de que o adversário é fraco e candidatíssimo a voltar para a segundona, é que Barcos fez dois gols e saiu consagrado de campo. Muitos o aplaudiram pelos gols, outros de alegria por sua saída. Uma saída por cima, sem dúvida. Que seja feliz o Barcos navegando pelo futebol chinês.

Barcos reafirmou o que foi sua trajetória pelo Grêmio: matador inclemente de fracos e oprimidos, subserviente diante dos poderosos.

Respeito quem admire o Barcos, que tem algumas qualidades, sem dúvida, mas eu estou entre os muitos que estão felizes com sua saída. O custo/benefício alto demais.

Vamos ver agora o Lucas Coelho. E, claro, o Moreno, um homem de área, sem pretensões maiores no futebol além da ação básica de seu ofício: meter a bola pra dentro. Nada de lances elaborados, intelectualidades, dribles estonteantes ou passes refinados. O negócio dele é fazer gol, e já está de bom tamanho.

Nada de ser líder e ‘bom de grupo’. O que se espera dele é que seja um matador tanto de fracos como, e principalmente, dos fortes.

Agora, para isso, Felipão terá de ajeitar o time de modo a proporcionar lances de conclusão ao seu camisa 9.

Sábado, nos 3 a 0, Lincoln mostrou que é mesmo uma pedra preciosa. É muito novo, mas Felipão deve insistir com ele. Vale o mesmo em relação a Éverton, que entrou e fez um gol – jogada do Barcos, registre-se para satisfazer suas viúvas.

Luan é uma afirmação. Sei que alguns não gostam dele, mas estamos diante de jogador diferenciado. Num time ajustado, organizado, entrosado, Luan vai brilhar.

Gostei também do volante Araújo, outro jovem que brota da base.

Nas laterais, não vi nada demais. Agora, Galhardo deu sinais de que pode ser a solução para a direita, desde que aprimore a marcação.

Enfim, há um longo caminho a ser percorrido até o Grêmio ter de novo um time capaz de empolgar e dar esperanças de grandes títulos.

Os primeiros passos são convincentes.

INTER

Os colorados estão ansiosos demais. Querem que o técnico Diego Aguirre acerte o time em poucos dias de trabalho.

Esquecem que vencer o Lajeadense – meu terceiro time, o segundo é o Avenida – lá onde me criei é tarefa herculiana.

O fato é que já tem gente pegando no pé do técnico uruguaio, que não vai resistir muito, não. O desafio é grande demais pra ele.

Além disso, precisa trabalhar de forma a não contrariar o dono do time.

Com D’Alessandro não se brinca, e ele já deve ter percebido isso.

Willians inventou de confrontar o argentino no ano passado e agora está indo embora.

Coincidência?

ESCLARECIMENTO

Estivemos fora do ar por problemas com o provedor do site. Na verdade, eu esqueci de pagar e depois para corrigir isso é uma encrenca.

De gremista para gremista

Estreia hoje a Rádio Grêmio Umbro, 90.3 FM.

Uma grande jogada do clube. Quem for à Arena na abertura do Gauchão, jogo contra o União Frederiquense, pode ficar ligado na emissora. Vale o mesmo para quem ficar em casa ou estiver circulando de carro.

Vamos prestigiar esse novo produto, inédito, e que em breve será imitado, como sempre, por uns e outros.

Dito isso, quero lembrar o Antônio Augusto, que cansou de falar em seus espaços sobre a necessidade de o clube ter uma emissora de rádio para chamar de sua.

O grande plantonista esportivo, o pai deles todos, sugeriu ao multicampeão Fábio Koff a criação de uma emissora azul, branco e preto. Também Haroldo Santos cansou de trabalhar em cima dessa ideia.

E agora está aí a ‘rádio do Grêmio’. Parabéns a todos os envolvidos nesse projeto.

Hoje, narração de Cristiano Oliveski, comentários de quem esteve nos gramados, os campeões Mazaropi e Carlos Miguel.

Reportagens de Luciano Rolla, Rodrigo Fatturi e Márcio Neves. Plantão: Jéssica Maldonado. Na técnica, Carlos Bicudo e Paulo Resém.

FM 90.3. Enfim, uma rádio a cores. As cores do Grêmio.

Por um vestiário rachado, mas vitorioso

Barcos vai começar o jogo de sábado, na Arena, para manter o vestiário fechado e unido. Pode ser, mas ainda acho que é para seguir na vitrine, o que é positivo.

Agora, se for para manter o vestiário unido, aí não.

Cansei dessa história de lideranças positivas que contribuem para o grupo – cansei também essa entidade etérea ‘grupo’ – manter-se unido, homogêneo.

Há anos que leio e ouço essa lenga-lenga e o Grêmio só perde, acumulando decepções, desilusões e frustrações.

Entre um jogador encrenqueiro, mas resolutivo, que divide o vestiário, e um todo certinho como as fotos recentes de Anderson, com jeito de bom moço, prefiro a primeira opção.

Cansei de jogador certinho, bem comportado, que une o vestiário e não resolve jogo algum.

Tenho certeza que o torcedor colorado espera ver o Anderson moleque do Grêmio, não esse Anderson de ‘fatiota’. Não, esse é um Anderson inglês, burocrata. Esse Anderson não vale o que o Inter está pagando – 500 mil mensais e 3,5 milhões de luvas. Um aparte, a contratação de Anderson significa a saída de Alex, ou não?

Esse Anderson com cara de bom genro foi dispensado pelo Manchester United, onde ele virou um volante, esquecendo suas raízes de atacante driblador e atrevido.

O Anderson do passado cairia muito bem no Grêmio, e talvez até contribuísse para rachar o vestiário e terminar com essa história de que determinado jogador precisa jogar porque é uma liderança positiva, que aglutina o grupo.

Ora, quem tem que manter o grupo fechado é o treinador, são os dirigentes. Jogador que não se enquadrar e não estiver correspondendo em campo tem que sair.

Que vá unir grupo em outro lugar!

Quem sabe um choque de desagregação interna não ajude o Grêmio a voltar aos grandes tempos. Se vestiário unido não ganha nada, talvez um vestiário rachado  consiga dar um pouco de alegria ao torcedor gremista.

Estou exagerando, claro, mas o que é intolerável é essa conversa de escalar alguém porque ele é bom para o grupo, etc.

O jogador tem que ser bom para o time.

Ao longo de minha trajetória de repórter esportivo cansei de ver times campeões sem essa propalada união de vestiário.

Sei de estrelas do time que não se conversavam, mas dentro de campo resolviam. Separados fora, unidos dentro de campo.

É essa união que realmente importa.

Se querem manter Barcos, tudo bem, mas sem essa de escalar para manter o vestiário unido. Unido e perdedor.

Esse vestiário ‘unido’ com Barcos como liderança é um vestiário perdedor.

RECOMENDO

Bola murcha no futebol americano

Bolas de borracha e os técnico excêntricos

Aos poucos, ‘devagar, devagarinho’, como canta o grande Martinho da Vila, a verdade aparece. A imprensa Abaixo do Mampituba está divulgando que o Inter antecipou R$ 60 milhões das receitas de TV e de patrocínio para para pagar salários e direito de imagem de seu elenco milionário. Uma grana que vai fazer falta em 2015.

Essa informação está saindo hoje. Falta publicar aquilo que a imprensa Acima do Mampituba já divulgou faz dias: o Inter devem quatro vezes mais em tributos que o Grêmio.

Escrevo sobre isso só para deixar bem claro o que venho dizendo faz tempo: nem tudo são rosas no jardim colorado. Pelo contrário, há muito mais espinhos.

Então, não é só o Grêmio que anda com dificuldades financeiras.

A diferença é que o Grêmio por não ter uma Libertadores pela frente adotou a política dos pés no chão, uma política forçada pelas circunstâncias, mas a mais adequada para a realidade do futebol brasileiro, que vai sofrer como qualquer setor da sociedade com a fase difícil da economia brasileira.

Enquanto o Inter agora sonha com Vágner Love, que um dia distante foi um atacante perigoso e atrevido, o Grêmio busca mais jovens de sua base para manter sua política de austeridade, até por falta de opção.

A impressão que tenho é que o Inter tem uma Ferrari para ser pilotada por um motorista de taxi que só dirigiu fusca na vida.

Ontem, Diego Aguirre comandou um treino exótico. Os jogadores só poderiam usar a cabeça.

Não pude deixar de lembrar do técnico uruguaio também, o Juan Mujica, e do preparador físico Steban Gesto.

Eles trabalharam alguns meses no Grêmio, final dos anos 80. Usavam muito treino com bola. Detalhe, bola em tamanho menor.

Eu era repórter do Correio do Povo na época. Fazia o setor do Inter. O setorista do Grêmio era o grande Jodoé Souza, que entrou na redação alvoroçado, falando maravilhas do trabalho comandado por Gesto.

O que me remete para outro treino exótico que vi como setorista. Foi no Inter. O técnico era oriundo do Guarani de Campinas, Zé Carlos -correção: Zé Duarte. Ele gostava de orientar de vez em quando treinos com bolas de borracha.

Excentricidades à parte, o futebol continua praticamente o mesmo, tirando as frescuras como losango invertido, a figura do número 1, etc.

Agora, nada como uma bola ‘oficial número 5’, sonho de consumo de qualquer guri naqueles distantes anos 70/80.

Um sonho que só realizei bem depois, tarde demais para quem cresceu jogando com bola de borracha.

Início preocupante da Dupla

Não vi e não gostei. Não vi o glorioso empate do Grêmio por 1 a 1 com o Cascaval. Muita chuva e campo ruim.

Fora isso, um time em formação, absolutamente inconfiável. Como se não bastasse, Barcos de titular. Ainda. Então, saí de casa.

Vou deixar pra me irritar em jogos oficiais. Irritação em jogo amistoso é demais.

Minha cota para janeiro se esgotou com o time junior ou sub-19.

Agora, quem pagou ingresso e foi ao jogo em Cascavel não suportou. Havia oito mil gremistas no estádio. Lá pelas tantas, início do segundo tempo, saem Douglas e Barcos.

Adivinhe: vaias para os dois. Previsível, infelizmente. O torcedor não perdoa, principalmente quem paga ingresso e sofre com a chuva intensa. Alguém precisa pagar. Sobrou para os dois veteranos, medalhões enferrujados de baixa cotação até no Brique da Redenção.

Tudo indica que a salvação está mesmo nos pés da gurizada. Se eles não corresponderem, até a conquista do Gauchão pode ser uma façanha épica.

O melhor da tarde é que, apesar das péssimas condições do campo e do desentrosamento, Luan, Lucas Coelho, autor do gol de empate, e Araújo foram bem, os melhores pelo que ouvi dos comentaristas.

É fato que não podemos ser muito rigorosos neste momento de preparação física e técnica.

Mas também não podemos deixar de registrar que o início é preocupante.

Os problemas do ano passado persistem. Coincidência ou não, persiste Barcos.

INTER

Se o Grêmio ‘primo pobre’ vai cambaleante rumo ao Gauchão, o Inter ‘primo rico’ não vai melhor. Perdeu ao natural para o Shakhtar, teve dois jogadores expulsos. Seu elenco de jogadores caros perdeu mesmo jogando em casa. O time ucraniano conseguiu assim sua única vitória nesse giro pelo país.

Já tem gente com a barba de molho, recuando no ufanismo. Houve até que já via o Inter campeão da Libertadores.

Nada como 90 minutos de futebol para abalar teses.

Os clubes e suas gestões temerárias

Quanto mais dinheiro um clube de futebol arrecada, mais ele gasta. Vejam o caso do Santos, que nos últimos dez anos faturou pelo menos 300 milhões de reais com venda de jogadores. Hoje, está aí à beira da falência, que seria seu destino, como de outros clubes, se fosse mesmo uma empresa.

Aí, esses clubes se reúnem – e só são unidos para auferir algum tipo de vantagem – e, com apoio de uma tal ‘bancada da bola’, criam um projeto para dar calote. Ou não é um calote a proposta de renegociar a dívida em 20 anos (240 meses), com redução de 70% das multas isoladas, de 30% dos juros de mora e de 100% sobre o valor de encargo legal. Não é exatamente um calote, mas não está longe disso.

É claro que em pouco tempo haveria outro projeto semelhante para aliviar a vida dos clubes. Felizmente, em boa hora o governo federal vetou essa excrescência. O governo quer que os clubes se adequem a parâmetros de gestão financeira e responsabilidade fiscal.

Agora, esse tipo de coisa só irá acontecer quando os dirigentes e seu corpo de conselheiros – em casos em que o CD for chamado a opinar – forem responsabilizados diante de gestões temerárias, pra ficar apenas neste adjetivo.

Como gestão temerária tenho por exemplo imediato o contrato para construção da Arena.

Mas há inúmeros outros casos, principalmente envolvendo jogadores com salários milionários, surreais, que comprometem o orçamento do clube por vários anos, em especial aqueles contratos de longo prazo com jogadores na faixa dos 30 anos. Casos de Kleber e agora de Rever. Isso vale também para treinadores. O que foi o contrato de renovação com Luxemburgo no Grêmio?

Então, está passando da hora de enquadrar os dirigentes e, dependendo do caso, os conselheiros, que algumas vezes são coniventes com ações nefastas aos clubes. Sem contar as votações para aprovação de contas. Um capítulo à parte.

Agiu certo o governo ao vetar esse projeto. Já é um começo.

DÍVIDA

Lamentável que os meios de comunicação do RS praticamente ignorem a reportagem da Folha de São Paulo sobre a dívida dos 12 maiores clubes do futebol brasileiro. O total da dívida com a União a 1,5 bilhão de reais.

O líder do ranking é o festejado Atlético Mineiro.

O Inter, sempre tão elogiado por sua gestão, deve 129 milhões, e é o sétimo colocado.

Gostaria de ler algo assim nos veículos  Abaixo do Mampituba:

Inter tem o triplo da dívida do Grêmio.

Sei que nunca vou ler isso aqui por essas bandas. Então, escrevo eu:

Inter tem o triplo da dívida do Grêmio, que é de 40 milhões.

Vou repetir o link da matéria.

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1577960-dividas-de-12-grandes-do-futebol-brasileiro-com-a-uniao-passa-de-r-15-bilhao.shtml

Déficit

Outra notícia que praticamente transita em julgado é a do déficit do Inter em 2014: superior a 50 milhões.

Para um clube que se mostra como o primo rico do futebol gaúcho…

Perguntinha

Sem as ‘genis’ de sempre, Pará, Werley e agora Ramiro, lesionado, quem a torcida irá apedrejar caso o time não acerte logo de cara no Gauchão?

Eu já tenho o meu ‘cristo’: Barcos.

Prefiro o Moreno no ataque ao lado de Luan.

Barcos na reserva, se não for vendido mesmo.

Uma análise da eliminação da Copa SP

Análise do botequeiro Alexandre Sanz sobre a eliminação do Grêmio da Copa SP, já que eu não pude ver o jogo, graças a Deus:

Ilgo e Diletos participantes deste Boteco!

Estou muito triste, pois o Grêmio foi eliminado da Copa São Paulo, por um Botafogo-SP, que se mostrou inferior durante toda a partida, mais uma vez somos eliminados por um adversário inferior, de qualquer forma aceito o desafio de destacar minhas impressões sobre esta partida.
O primeiro tempo começou com um jogo parelho, porém o Grêmio sempre apresentou um conjunto mais homogêneo, apesar da voluntariedade do adversário, que antes dos vinte minutos goleava de 7 X 1 em número de faltas, com a conveniência do arbitro, neste periodo tivemos dois lindos gols, o do Botafogo depois de uma bobeira do Zagueiro Denilson que errou um passe deixando a bola dividida entre Kaio (G) e Willians (B) que venceu a parada e finalizou com a bola no alto, encobrindo o Goleiro Gritti (G), logo após, no primeiro ataque o Grêmio empatou com linda jogada individual do Meia Vico (G), limpou três marcadores e conclui seco no canto de fora da área, após este gol o LE Júnior passou a comandar as ações e cadenciar o jogo, então o Grêmio criou mais 4 oportunidades, sendo 3 delas dentro da grande área frente a frente ao goleiro adversário, 1 sem o goleiro apenas com 3 zagueiros sobre a linha, o Botafogo assustou com alguns chutes de longa distância, nenhum em gol. Os últimos 5 minutos mostraram um Grêmio, inexplicavelmente
tirando o pé e amornando o jogo, termina assim o primeiro tempo.
Análise: O campo possuia dimensões reduzidas e dois tipos de grama, estava em péssimas condições a bola quicava em direções diferentes e não rolava, prejudicando o time gremista que era mais técnico, o time do Botafogo bateu a vontade, o treinador adversário escalou inteligentemente, o jogador Wesley, número 14, jogando nas costas de nosso LD Raul, mesmo sendo bom jogador o Raul conseguiu marcá-lo e deu duas escapadas pela direita que não foram aproveitadas.
O segundo tem po começou, como terminou o primeiro, com o Grêmio dominando as ações, porém de forma muito lenta, aos poucos foi imprimindo um ritmo mais forte, criamos algumas chances interessantes, mas a melhor foi uma jogada muito boa de Raul que  Luis Felippe concluiu sobre a zaga quase na pequena área, o LE Júnior era o melhor em campo, inclusive fez uma jogada espetacular, driblando 3 marcadores desde seu campo, mas quando chegou próximo a área faltou companheiros que não acompanharam a jogada, lamentável. No final do jogo, o jogador Wesley (B), pegou outra bola na cabeça de área do Grêmio e entrou a dribles, com uma facilidade incrível, e na frente de Gritti fez o gol da classificação.
Análise: Só para constar, o goleiro Gritti não tocou na bola o jogo inteiro, as duas que foram em gol entraram, isso mostra a superioridade do Grêmio.
Jogadores:
Melhor em Campo: 14. Wesley (B) – jogou muito bem fazendo uma ação ofensiva que segurou nosso melhor jogador durante quase toda a partida e fez o gol da classificação.
Grêmio:
1. Gritti – Não foi exigido e não teve culpa nos gols;
2. Raul – Não conseguiu jogar como nos jogos anteriores, mas realizou 4 jogadas de qualidade, bate muito bem na bola e esteve bem na marcação;
3. Lucas Dias – É um Zagueiro comum demais para o Grêmio, falhou no segundo gol;
4. Denilson – Este jogador não irá jogar em clube grande, terá 21 anos este ano e não é xerife e nem possui qualidade técnica, é alto e só isso, falhou no primeiro gol;
6. Junior – Foi o melhor do Grêmio hoje, deveria subir para Gramado, fardar e começar a assumir a 6 do profissional;
5. Kaio – Gostei desse jogador durante a campanha, mas hoje foi muito infeliz, perdeu o pé de ferro no 1er e falhou no 2nd gol;
8. Arthur – Começou nos três primeiros jogos como um dos melhores no meio, depois foi caindo de rendimento, hoje encerou para todos os lados sem objetividade, precisa ser treinado para tocar a bola com maior rapidez, tem talento, mas não está pronto nem será o Dener do Ilgo;
18. Vico – tem muita qualidade técnica, lembra o Sávio em seus áureos tempos, mas como o sávio é muito franzino, saiu machucado depois de uma pancada criminosa que sequer mereceu cartão amarelo;
17. Iago – errou tudo hoje, muito mal, bate bem na bola tem força e é veloz mas hoje não esteve bem, também não é o Dener, se for bem tratado pode ser um bom jogador em uns 3 anos;
16. Tilica – Outro que errou tudo inclusive 3 gols na frente do goleiro, nunca seria meu titular;
9. Luis Felippe – Jogou muito bem fez parede pareceu um pouco mais dinâmico, mas não conseguiu concluir com equilíbrio, tem futuro, mas tem que perder peso e se desenvolver mais, acho que em 2 anos teremos um bom centroavante aqui;
7. Ty – Entrou bem, esse jogador tem que ser trabalhado melhor, o problema é a idade, já tem 19 anos, fará 20 este ano e está ainda um pouco verde, gosto da forma como joga, tem velocidade mas é daquieles que pensam ao contrário do Tilica;
21. Guilherme – Tem velocidade e só é um jogador muito fraco;
19. Tontini – Entrou sem tempo, em outras partidas, foi muito mal contra o Paraná errando situações que beiravam o ridículo, mas foi bem contra o Goiania se recuperando com um bonito gol, não tenho opinião formada, mas não parece ser o Dener também.
PS: Achei terrivel o Grêmio ter jogado as primeiras partidas em Rio Preto num estádio grande com campo de grandes dimensões e gramado ralo e duro e depois ir jogar na Rua Javari num campo de pequenas dimensões (um society para 9) e gramado fofo e irregular, enquanto o Corinthians joga na Arena Barueri, é muita diferença de tratamento.
Abs