Protagonistas da Batalha dos Aflitos voltam a se encontrar na série B

Quase duas décadas depois, eu me encontro aqui, com mais rugas e cabelos brancos que a tintura ameniza, para o primeiro encontro entre Grêmio e Náutico pela série B desde a Batalha dos Aflitos.

Eu estava sozinho em casa. Foi muita emoção. Muito sofrimento. Até a explosão de alegria com o gol do moleque Anderson…

Um dia irei escrever sobre as minhas grandes emoções no futebol. Está aí um bom tema de casa para os parceiros aqui do blog. As cinco maiores emoções.

Nesta singela homenagem, recorro à ZH, que fez um belo trabalho lembrando os protagonistas daquela tarde inesquecível.

Lembrando que jogo começas às 21h30, na Arena. Grande oportunidade para somar três pontos e consolidar a posição no G4.

Os heróis da tarde épica

ANDERSON

Um dos grandes protagonistas da Batalha dos Aflitos começou a partida no banco de reservas. Já vendido ao Porto-POR, passou a temporada de 2005 sendo utilizado de forma pontual por Mano Menezes. O autor do gol do título, teve um início de carreira impressionante. Foi comprado pelo Manchester United em 2007 e, em 2008, eleito o melhor jogador jovem do mundo. Antes de voltar ao Brasil, teve uma rápida passagem pela Fiorentina. Assinou com o Inter em 2015 e acabou rebaixado com a equipe em 2016. Atualmente é empresário, mas sem relação com o futebol.

MARCELO OLIVEIRA

O zagueiro foi um dos jogadores que terminaram a Batalha dos Aflitos. Entrou nos minutos finais da partida, na vaga de Lipatin, para tentar evitar que o Náutico conseguisse empatar ou buscar a virada. Após a passagem pelo Grêmio, seguiu em atividade até o passado. Defendeu o Santarritense na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Anunciou a aposentadoria como jogador e assumiu como técnico da categoria sub-17 da equipe. Foi demitido em maio e está sem clube. 

GALATTO

O herói da conquista do título e da classificação nos Aflitos ficou por mais duas temporadas no Grêmio. Uma série de lesões o atrapalharam na sequência após o retorno para a Primeira Divisão. Rodou por times da Europa, na Bulgária, Espanha e Suíça, voltou para o Brasil, quando defendeu Athletico-PR, América-RN, Criciúma e outros clubes. Anunciou a aposentadoria dos gramados em 2015. Três anos depois, concorreu a deputado federal, mas não foi eleito. Atualmente, vive em Gravataí, cursa a faculdade de Educação Física e administra imóveis. Comanda um projeto com Marcelo Grohe para treinar jovens goleiros.

PEREIRA

Foi um dos que permaneceu no clube durante muito tempo, sendo, inclusive, vice-campeão brasileiro em 2008, comandado por Celso Roth. Jogou até o começo de 2016, quando se aposentou com a camisa do Juventude. Chegou a trabalhar como gerente de mercado do Coritiba, mas não seguiu muito tempo no cargo.

DOMINGOS

Mais um que foi expulso naquele jogo, no seu último com a camisa do Grêmio. O zagueiro estava emprestado ao clube gaúcho pelo Santos, para onde retornou depois do término da Série B. Jogou até 2020, quando se aposentou com a camisa do São Caetano, do ABC Paulista. 

LUCAS LEIVA

Fez sua estreia como profissional na Série B. Terminou como um dos jogadores em campo na Batalha dos Aflitos, mesmo com apenas 18 anos. Virou titular e protagonista da equipe em 2006. Foi vendido ao Liverpool em 2007, por onde atuou em 10 temporadas. Seguiu para a Lazio e retornou ao Grêmio no final de junho.

SANDRO GOIANO

Ficou marcado como o exemplo de raça daquela equipe. Depois de ajudar o Grêmio a subir, permaneceu por mais duas temporadas no Tricolor, inclusive sendo titular na campanha do vice-campeonato da Libertadores em 2007. Quando deixou Porto Alegre foi para o Sport, onde foi campeão da Copa do Brasil com o time pernambucano. Após encerrar a carreira no Paysandu, em 2011, se tornou dirigente, trabalhando no América-SP e novamente no Sport. Hoje reside em Goiânia com sua família.

ESCALONA

Foi o primeiro a ser expulso na Batalha dos Aflitos, antes da confusão acontecer em Recife. Ficou no Tricolor em 2006 e, casualmente, no ano seguinte defendeu as cores do Náutico. Depois disso, voltou para seu país natal, encerrando a carreira em 2012, no Curicó Unido. Vive até hoje em Santiago.

MARCELO GROHE

Formado nas categorias de base do clube, o goleiro teve de esperar a sua oportunidade de assumir a condição de titular. Virou um dos ídolos atuais do clube pelas participações de destaques nas conquistas da Copa do Brasil de 2016, Copa Libertadores de 2017 e da Recopa Sul-Americana de 2018. Aos 35 anos, segue em atividade. Foi comprado pelo Al Ittihad, da Arábia Saudita, no início de 2019.

SAMUEL

Terminou 2005 como artilheiro do clube na temporada, com 11 gols. Mesmo com a grife de ter passados pelas categorias de base do Flamengo, do Cruzeiro e do Grêmio, nunca teve oportunidades em clubes de maior expressão após deixar o Tricolor. Rodou pelo Brasil até 2014, quando defendeu o Bonsucesso no Carioca. Está aposentado desde o encerramento de contrato com o Bonsucesso.

ALESSANDRO

O lateral também era uma das peças de confiança do técnico Mano Menezes no grupo. Mesmo com Patrício como titular, teve algumas oportunidades em momentos importantes após a Batalha dos Aflitos. Seguiu para o Santos em 2007 e depois acertou com o Corinthians em 2008 para repetir a parceria com Mano. Como capitão da equipe, conquistou a Libertadores em 2012 e o Mundial. Após a aposentadoria em 2013, passou a atuar como dirigente. É o atual executivo do futebol do Corinthians. 

MARCO AURÉLIO JACOZINHO

Foi um jogador que teve papel secundário no grupo que disputou a Série B — fez nove jogos na competição e marcou um gol. Saiu do Grêmio em 2006 e passou a rodar por diversas equipes de menor expressão do futebol brasileiro. Teve uma experiência na Áustria em 2007, mas retornou ao Brasil em 2008. Encerrou a carreira como jogador em 2016 e atualmente é o gerente de futebol do Garibaldi.

LIPATIN

O centroavante uruguaio chegou ao Grêmio na última leva de reforços para a Série B. Mesmo que tenha jogado apenas nove partidas, teve participação decisiva na reta final. Marcou duas vezes contra o Santa Cruz. Seguiu no futebol por mais cinco anos, com três temporadas em Portugal. Virou empresário de jogadores. Trabalha com nomes conhecidos do torcedor gremista, como o zagueiro Bressan.

MARCELO COSTA

Camisa 10 daquele time, o meio-campista permaneceu no Tricolor e foi campeão gaúcho na temporada seguinte. Deixou a equipe gaúcha no meio do ano de 2006 e foi contratado pelo Palmeiras, onde não conseguiu repetir o bom desempenho. Ainda jogou no Juventude, no Caxias e no Paysandu. No clube paraense, foi diagnosticado com insuficiência renal em 2016, quando abandonou os gramados. Em 2020, fez um transplante de rim e vive bem.

PATRICIO

Ficou marcado por dar um peitaço no árbitro Djalma Beltrami. Seguiu no clube até 2007, quando foi titular no vice da Libertadores — o Tricolor perdeu para o Boca Juniors na final. Depois, defendeu outros clubes do Brasil e se aposentou no Caxias, em 2010. Recentemente, trabalhou como auxiliar-técnico de Bolivar, ex-jogador do Inter, mas atualmente está sem clube.

Por minha conta: se não fosse Patrício peitar o juiz o Grêmio não teria vencido.

NUNES

Outro a ser expulso naquele jogo. Ficou no Grêmio até 2008 e depois perambulou por clubes do Brasil, mas principalmente no interior do Rio Grande do Sul. Jogou até 2020 pelo São Paulo de Rio Grande. 

RICARDINHO

Chegou com Marcel do Palmeiras para a Série B. Revelado nas categorias de base do Santa Cruz, era um dos xodós da torcida. Foi o artilheiro gremista, empatado com Samuel, na Série B. Marcou seis gols em 16 jogos. Teve uma carreira de relativo sucesso após voltar ao Palmeiras. Foi negociado com o futebol coreano, mas voltou ao Brasil para defender Figueirense e Botafogo. Rodou por clubes de menor expressão e encerrou a carreira em 2017 no futebol paraibano. Trabalhou como técnico nas categorias de base do Mixto e observador do Grêmio.

MARCEL

O meia foi uma das últimas contratações do Grêmio para a disputa da Série B. Chegou emprestado pelo Palmeiras com a indicação do técnico Mano Menezes. Atuava como um meia-atacante pelos lados do campo, e era jogador de confiança da comissão técnica. Não contava com a simpatia do torcedor, mas foi importante na campanha. Marcou três gols em 23 partidas. Seguiu com Mano para o Corinthians em 2008, para conquistar novamente o acesso com o técnico. Encerrou a carreira no futebol carioca. Conquistou as Copas Rio de 2014 e 2015 com o Rezende e segue atualmente como auxiliar-técnico do clube.