O realismo da segundona

Texto de Rodrigo Severo

E os reforços estão aí. Há dias, confesso, me desliguei por completo do futebol. Quis viver o meu silêncio. Mas fiquei de olho nas saídas, tão necessárias, após a queda. Mas as primeiras notícias, ao menos para mim, não foram tão boas.

É evidente e, disso não resta dúvida: a folha precisa ser enxugada. Afinal a segundona não permite ostentação. Porém, nesse limbo, os erros também devem ser reduzidos a zero. E a meu ver pelo menos um, infelizmente, já foi cometido. Não sei dos motivos. Foi simplesmente uma escolha da direção. Ok. Vou respeitar. Só que o Dênis enfatizou que “todos” os gremistas queriam vê-lo (Diego Souza) fora. Não, não é bem assim. Não estou dentro deste “todos”.

Claro que o elenco precisa de oxigenação. Exceto nos cabelos. Porém, a ausência de um matador nato, fará falta. Se na primeira divisão o Diego Souza já botava respeito, na segundona, não seria diferente. Seus gols comprovam isso. E mesmo fora de forma, eu duvido que algum zagueiro fosse bobear em sua frente. Menos mal que Borja está fora. Não vamos ver ano que vem tantos gols desperdiçados.

Resta agora virar a página. “Panita” está de volta. Sinceramente não sei até onde isso é bom. Estou ressabiado com jogadores colombianos. Orejuela fez alguns jogos decentes pelo Grêmio, mas não deixou saudade quando saiu. E agora volta como reforço, vindo de um São Paulo que quase caiu e que tomou do Grêmio um senhor 3 a 0 dias atrás. Dizem que lá ficou mais de fora do que dentro devido às lesões. Será, portanto, uma incógnita em 2022. Mais uma entre tantas que aí estão.

O outro lateral, eu realmente não sei quem é. E isso prova que (falando por mim) como torcedor nunca se saberá outra coisa se não isso: torcer! Porque se me dissessem: óh, fulano, agora é contigo, vai lá e resolve! – eu não saberia para onde apontar. Porque eu só vejo os jogos do Grêmio. E assim é a maioria dos torcedores. Do sofá, somos todos excelentes treinadores, diretores e olheiros. Mas e na prática?  

Eu li que este Nicolas jogou com Mancini em 2020. Veio do C.A.P., e muito embora o clube tenha sido finalista e campeão de uma copa e semi de outra, quase veio abaixo esse ano. Falam de outro jogador que já atuou com Mancini: Janderson. Seria outro bruxo? Não resisti. O jogador, que é do Corinthians, atuou em 2021 pelo Atl-GO que incomodou muitos esse ano. Nós, inclusive. Disse um amigo, que esse jogador aí deu um calor no Grêmio. Eu não me lembro. E no Grêmio sempre tem dessas. Se um jogador já marcou contra nós/jogou bem… Pimba! Lá está ele no ano seguinte vestindo o manto sagrado. Uma pena que geralmente, são os ruins que vem para cá. Alex Mineiro, alguém se lembra dele? Deus defenda! Torcerei e apenas isso para que todas essas contratações dêem certo. No mais é isso e será isso: nomes desconhecidos, uns nem tanto. É o realismo da segundona que bateu na porta. Feito um jab, bem no meio do rosto.

Pessoal. Inicialmente, quero agradecer a todos por este 2021 que compartilhamos por aqui. Foi um ano muito difícil para muitas pessoas, um ano de perdas irreparáveis, que fazem do futebol a coisa mais importante entre as menos importantes de todas. Mas é o futebol para todos nós a válvula de escape. Nesse caso, o Grêmio! E mais: quero agradecer a oportunidade que o Ilgo me ofereceu. Entre tantos bons participantes e opinantes, não sei o motivo, fui convidado para escrever este texto. De primeira mão, recusei o convite. Lembrei-me dos ataques… Mas conversando com um bom amigo que tenho, e já que estou de recesso, ele me disse: eu escreveria. Se tu sabes ou não escrever direito, é outra coisa.  Por fim, decidi não peidar na farofa, pois escrever é algo teoricamente “fácil”. Entender de futebol, de veras, que não é! Por isso estou aqui atrás deste teclado, e não lá dentro do Grêmio! Um Feliz Natal e um próspero 2022 para todos nós!