O ‘treinador trabalhador’ e seu início convincente e promissor

O Grêmio trocou um treinador ‘preguiçoso’, ou pelo menos adepto da lei do menor esforço. por um treinador trabalhador. A frase é uma síntese do que foi publicado no site globo.com desta terça-feira.

Deixando claro apenas que Renato não tem nada de preguiçoso. Talvez, por conhecer muito futebol, ele não precise tanto esforço quanto a maioria de seus colegas.

A rotina do técnico Tiago Nunes e de seus auxiliares é detalhada pela matéria, a começar pelo horário. TN chega cedo ao CT Luiz Carvalho. Seu ritmo de trabalho impressiona, conforme destaca o vice Marcos Herrmann em depoimento à reportagem:

– Cada treinador tem sua carga de trabalho. Tem muito trabalho tático, e uma coisa que é do preparador, a carga física também está interessante. Estamos notando a diferença na postura do time. Mais que resultado positivo, temos visto evolução – disse o vice de futebol Marcos Herrmann.

E tudo isso com apenas dez dias de trabalho.

A reportagem passa a impressão de que antes (leia-se com Renato Portaluppi) não se trabalhava tanto, não havia treino tático, só ‘rachão’, como insistiam alguns gremistas sem explicar como o resultado desse trabalho baseado no rachão conseguiu tantos títulos.

Se rachão leva a títulos como Copa do Brasil e Libertadores, o Grêmio poderia simplificar contratando um treinador mais barato e sem grande currículo.

Mas estamos falando de Tiago Nunes. Este um técnico estudioso, que vem de um trabalho excelente no Atlético PR e de uma passagem frustrante no Corinthians – o que não chega a ser demérito. O clube paulista é um moedor de carne, ainda mais para noviços.

O fato é que em pouco tempo na Arena TN já mostrou que não foge do trabalho, pelo contrário. O risco é que acabe tirando o epíteto de Celso Roth, um treinador trabalhador de raiz.

Tenho muito cuidado com esses entusiasmos apressados.

Ao ler essa reportagem não pude deixar de lembrar de Coudet, que vinha para revolucionar e era endeusado pela mídia colorada. Acabou fazendo um trabalho inferior ao de seu antecessor, Odair Hellmann, que, sem rasgação de cedo, armou um time competitivo com material humanos mediano.

Agora, incansável, a mídia rubra não se envergonha de repetir a babação de ovo com o Miguel Angel Ramirez (o nome dele sempre citado por inteiro), outro que chegou para revolucionar. Mas na medida em que o trabalho não deslancha diminui, na mídia, o tamanho do nome do técnico, que ficou reduzido a Ramirez.

O que eu quero dizer é que, independente de qualquer coisa, o treinador para ter sucesso mesmo precisa começar colhendo resultados positivos, com atuações convincentes e promissoras, para conquistar a confiança dos atletas e também da torcida.

Neste aspecto, TN está indo muito bem, e sem tentar revolucionar o futebol, apenas trabalhando.

Agora, não entendo por que essa prancheta gigante que vejo nas fotos dos treinos do técnico tricolor.