O avanço do atacante sem pedigree

Pois não é que o atacante sem pedigree começa a revelar seu verdadeiro potencial. O jogador ‘trazido pelo Renato’ para ‘ocupar o lugar dos guris da base’ deu uma resposta perfeita aos seus críticos, um pessoal que ainda acreditam que as categorias de base podem mesmo suprir todas as necessidades de um time de ponta.

A resposta perfeita, referida no parágrafo acima, é aquela em que o jogador do futebol alvo de crítica, ou até de perseguição sem sentido e cruel, se mantém calado, segue trabalhando humildemente, e no momento preciso devolve tudo dentro de campo, sem discurso, sem lamento nem choro, mas com bola.

Foi o que fez o Luiz Fernando contra o Aragua, um modesto time da Venezuela, que no passado, com outro nome, venceu o Inter, numa das raras vitórias de clubes venezuelanos sobre brasileiros.

Para mim, LF já havia mostrado algumas qualidades, em doses pequenas, como força, velocidade, drible, oportunismo e porte físico, mas ainda estava devendo uma atuação que justificasse o aval de Renato, responsável por sua contratação do Botafogo -isso por si só já faz com que seja perseguido.

Luiz Fernando fez os dois primeiros gols na goleada por 8 a 0, sofreu um pênalti, deu uma assistência generosa para Ferreirinha e ainda participou do lance do gol contra.

Mesmo considerando a baixa qualidade do adversário, LF teve um desempenho acima da média, mostrando que pode ser ele o sucessor de Alisson. Espero que o técnico Tiago Nunes, que tem se mostrado competente na armação do time, e com a mente aberta para encontrar soluções, observe com atenção o crescimento de LF.

O atacante sem pedigree, olhado com desdém por alguns apressados, depois da atuação de quinta-feira, merece ser avaliado com atenção, e sem preconceito.

Lembrem-se de Jardel, um atacante sem pedigree, também vindo da reserva de um clube carioca, o Vasco, que fez história no futebol gaúcho e nacional.