A exitosa política do Grêmio na formação de jovens talentos

Há alguns anos, o técnico Vanderlei Luxemburgo, então no começo do seu declínio, justificou sua elevada remuneração na época dizendo que, além de vitórias e títulos, ele recheava os cofres dos clubes revelando jogadores das categorias de base. Com isso, ele queria dizer que era um profissional que se pagava, que valia o gasto mensal.

Hoje a situação é outra. Luxemburgo já não fatura tanto e não se tem notícia de alguém que ele tenha revelado para negociação ao exterior.

Dia desses, numa entrevista em que criticava o ‘pouco investimento’ do Grêmio em reforços comparado com outros clubes, o técnico Renato também lembrou que desde sua chegada à Arena, em 2016, o Grêmio, segundo ele, já arrecadou quase 1 bilhão de reais negociando jovens da base.

O valor não chega a tanto, mas é um volume considerável, principalmente comparando com outros clubes da série A. O fato é nesse período de quatro anos e meio nunca em sua história o clube faturou tanto com a base.

É claro que não foi só por causa de Renato, até acho que a participação dele neste processo não é tão expressiva. Mesmo os detratores de Renato precisam admitir que alguns jogadores evoluíram sob seu comando, o que contribuiu para o sucesso da política do clube para a base.

O exemplo mais recente é Pepê, que assinou nesta quarta-feira com o Porto. A transação líquida é de 15 milhões de euros. O Grêmio ainda vai ganhar 12,5% num futuro negócio do Porto.

Quer dizer, além da grana agora, respinga dinheiro no cofre tricolor mais adiante. É o caso também de Diego Rosa, um negócio que irá injetar mais de 42 milhões de reais nos próximos dias, fruto da transferência para o Manchester City.

Um limão que a atual gestão tricolor transformou em limonada. Na época da saída de Diego Rosa houve um bombardeio sobre Romildo e Renato. Renato foi responsabilizado por alguns por não ter aproveitado o jogador, que, na verdade, estava seduzido por uma proposta excelente do exterior. Cabeça feita.

É fato que Romildo é um negociante habilidoso. O caso Pepê é um exemplo. O Porto queria o atacante agora, mas Romildo conseguiu manter Pepê para disputar a CB e ainda estendeu sua transferência até junho.

Está provado que a política do clube nessa área é correta, exitosa.

Falta só ajustar a venda das pedras preciosas com a contratação de peças realmente de qualidade e que venham suprir carências no time TITULAR.