Revolução no vestiário abre caminho para mais mudanças

O presidente Romildo Bolzan surpreende com uma revolução no vestiário do Grêmio. Começou na semana passada com o desligamento de fisiologistas, fisioterapeuta e nutricionista. Hoje, foi a vez do preparador físico e do treinador de goleiros, ambos com quase duas décadas de clube.

Sobrou até para o competente assessor de imprensa João Paulo Fontoura, meu colega na editoria de esportes do Correio do Povo, há uns dez anos. JP deixa o Grêmio de cabeça erguida. Foi o único que peitou o presidente da FGF, Francisco Noveletto.

Desconfio que a saída de JP possa ter sido em função da entrevista explosiva do goleiro Paulo Victor. A direção pode ter avaliado como erro a liberação do goleiro, que caiu em desgraça perante a torcida. PV foi uma ovelha cercado por uma alcateia faminta. Acuado, se defendeu do jeito que foi possível, sobrando farpas para todo lado.

De concreto apenas o trabalho bastante questionável de alguns profissionais na temporada passada, o que levou parte da torcida a saudar a decisão do presidente. Eu mesmo tinha restrições à preparação física do time.

Agora, por que Bolzan, esperou os treinamentos começarem? Não seria o caso de começar já com uma nova comissão técnica? O que aconteceu?

A única explicação que vejo e que se costuma fazer no futebol: limpeza da área.

Bolzan, talvez cansado de acumular funções, encontrou alguém que ele considera adequado para o trabalho no futebol. Pode ser um vice de futebol (cargo político).

Pela movimentação do presidente, aposto mais num dirigente remunerado, alguém experiente, com trânsito livre e com histórico recente de vitória.

Dentro desse raciocínio, penso que não se pode afastar a figura de Paulo Pelaipe, de excelente trabalho no Flamengo, de onde foi demitido sob fortes protestos da torcida.

Há outros nomes no mercado, mas penso que Pelaipe é o mais forte no momento. Isso não significa que eu defenda sua contratação.

Por fim, sou mais favorável a um vice político, tipo Adalberto Preis, que, ao lado de Ico Roman, tirou o Grêmio do atoleiro de 15 anos sem grandes títulos.