Grenalização de discurso na casamata da dupla

A volta de Falcão ao Inter é surpreendente.

Em princípio me parece uma contratação que só aconteceu por falta de alguém melhor disponível, e que não tenha conflito com o presidente do clube.

Mano Menezes, por exemplo, não quis nem conversa.

Tem ainda o fato de ser um contrato relativamente curto, um ano. Luxemburgo só aceita contrato de dois anos. A gestão anterior do Grêmio caiu nessa. 

Agora, qual a vantagem que Falcão tem sobre Argel?

Os dois treinaram o Inter, os dois foram campeões gaúchos. Ambos foram demitidos pouco tempo depois desses títulos.

Nesse aspecto há empate. Claro, Falcão tem uma história mais rica, até porque tem passagem pela seleção brasileira, o que não dá atestado de competência a ninguém. Dunga está aí para não me deixar mentir.

Ah, os dois se vestem com esmero à beira do campo. Nada de abrigo esportivo ou algo parecido.

Nesse quesito Falcão é mais elegante, tem uma figura altiva. Ah, tem aquele sapato vermelho e branco. Aí é gol contra. Suprassumo da cafonice. Nem o pior cantor sertanejo ousaria calçar um sapato assim.

Mas nos pés do ‘Rei de Roma’ que um dia teve uma grife de vestuário masculino até que não parece tão desapropriado. Gosto é gosto.

O grande diferencial de Falcão em relação a Argel é outro, que, neste momento, foi decisivo para sua contratação.

Falcão não sonega os ‘ésses’ e não escorrega nas concordâncias.

Tem um discurso elegante, vocabulário moderno, com termos novos para descrever as ações do futebol dentro e fora de campo. Fala pausado, é didático muitas vezes, e paciente com os jornalistas, com os quais se relaciona bem de maneira geral.

A exceção, pelo que tenho lido e o blog cornetadorw destaca bem, seria o Guerrinha. Mas não demora os dois já estarão amigos de novo. Afinal, o clube deles é o mesmo.

Teremos, então, no vestiário colorado um técnico com discurso de frases bem compostas, que remete para Roger Machado, que entre outras coisas impressiona pela qualidade das entrevistas.

A crônica esportiva não cansa de enaltecer essa qualidade do técnico tricolor – o que deixava Argel um tanto despeitado e ele não escondia seu desconforto nesse aspecto e vivia fazendo comparações.

Conheço colorados que ficavam até constrangidos com as entrevistas de Argel.

Mas isso está superado.

O Inter tem agora um técnico à altura de Roger Machado. Ao menos em termos de educação, vocabulário e discurso.

Vem aí o duelo dos oradores.

Teremos a grenalização do discurso dos treinadores.

E assim vamos nós Abaixo do Mampituba.

MARCELO HERMES

Se o Grêmio oferecesse 50 mil mensais a Marcelo Hermes logo após a eliminação da Libertadores haveria protesto dos gremistas nas redes sociais. Onde já se viu? Hermes foi mal, assim como o time todo, ressalta-se.

Hoje, depois de dois gols e atuações de razoáveis para boas, Hermes se acha no direito de receber 110 mil mensais.

Cada um sabe ou deveria saber o seu valor. O de Marcelo Hermes não é esse, mas ele pensa que é.

Está aí alguém que precisa de melhor orientação. Da Família e de seu representante.

WC

Ah, interessante: WC dando uma de agente de jogador em sua coluna em ZH ao sugerir Marcelo Hermes ao Inter.