Ninguém é mais bobo ou todo mundo é japonês?

As seleções emergentes estão atropelando a tradição, a camiseta, o currículo. Aliás, quando a bola começa a rolar tudo fica muito parecido.

A Alemanha descobriu hoje, quando levava uma virada de Gana e correu atrás para arrancar um empate, o que Inglaterra e Espanha tiveram o dissabor de constatar logo de saída.

A Copa do Mundo de 2014 confirma o que já vinha aparecendo nas edições anteriores: gradativamente os chamados figurantes vão conquistando mais espaço.

Neste momento, a Costa Rica é o exemplo mais eloquente de que a geografia do futebol mundial está sofrendo alteração.

Já não há muita diferença entre a seleção de ponta e a que entra na Copa pensando basicamente em não ser eliminada na primeira fase.

Antes de a Alemanha, que ainda considero favorita ao título, penar contra Gana, teve a Argentina. Nossos vizinhos tiveram muita dificuldade diante do Irã.

Por momentos, o Irã parecia a Argentina, de tanto que atacava e fazia jogadas de qualidade.

Pois aí apareceu o que ainda faz uma baita diferença: a qualidade de um ou outro. No caso da Argentina, Messi. Ele não estava jogando absolutamente nada – dentro daquilo que dele se espera. Mas foi a defesa iraniana dar um espaço que Messi ajeitou a bola pra perna canhota e meteu uma bola em curva, inalcançável, isso nos acréscimos.

Foi essa diferença técnica que deu o empate para os alemães. O time levava 2 a 1 e era dominado, arriscando levar o terceiro, quando entraram dois astros do futebol alemão para acabar com a brincadeira: Klose e Schweinsteiger, este um craque. O jogo mudou.

A Alemanha se impôs e alcançou o empate em seguida, com Klose marcando seu 15º gol em Copa, igualando-se a Ronaldo. Nos minutos finais, Gana escapou da derrota. Mas ficou a lição maior desta Copa e aí eu recupero essa frase manjada, que o meu colega e amigo Paulo Moura costumava repetir na redação do Correio do Povo a cada zebra que acontecia. Saudosista dos tempos de Pelé e Garrincha, Moura costumava resmungar a cada zebra:

– Hoje é tudo japonês.

Essa sentença corre o risco de virar elogio, porque os japoneses também estão evoluindo. O fato é que, usando outra frase mais do que batida mas esquecida por alguns analistas que ainda se surpreendem, não existe mais bobo no futebol.

Quem ainda não se tocou disso vai continuar levando sustos. No futebol, tudo pode acontecer.

Até o favorito pode vencer, fato raro nesta ‘Copa de todas as Copas’.

Os resultados de hoje são um alerta para Felipão e seus comandados, favoritaços contra a robusta zebra chamada Camarões.

O INVESTIDOR

Apareceu o misterioso homem do dinheiro. O sujeito que está ajudando o Grêmio a reforçar seu time. Trata-se de Celso Rigo, um empresário do setor arrozeiro.

Sua identidade foi revelada nas redes sociais. Ele tem 65 anos. É amigo de Koff desde a década de 90. Já ajudou o Grêmio outras vezes.

Seu investimento mais pesado foi agora: 5 milhões de euros para trazer Giuliano.

Quem quiser saber mais: http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2014/06/mecenas-tricolor-os-investimentos-de-celso-rigo-no-gremio-4532444.html