Grêmio mantém triste rotina de frustrações

É sempre muito difícil escrever alguma coisa depois de uma eliminação. Ainda mais eliminação de uma Libertadores. Só não é mais difícil pra mim porque desde a contratação desse treinador que eu percebi que essa direção que aí está não tinha consciência exata do desafio que tinha pela frente.

Contratou um treinador de Gauchão para encarar uma Libertadores.

Depois, essa mesma direção, a começar pelo presidente multicampeão, montou um grupo com carências. Não foi capaz sequer de encontrar um lateral-direito à altura de uma competição como a Libertadores. Isso se chegou a buscar alguém para o lugar de Pará.

Mas o pior mesmo foi o fato de se tornar refém de Barcos. O atacante argentino parece que tinha a chave do vestiário. Diziam que era o líder do grupo, que sem ele tudo se tornaria mais difícil.

E pensar que a torcida gremista queria apenas um centroavante que não liderasse nada, mas que marcasse gols, tantos quanto necessários.

Pois no jogo em que Barcos fez talvez sua melhor partida pelo Grêmio ele não marcou gol. Ninguém quer um centroavante que faça grandes partidas, quer apenas um que faça o básico, sem brilho, sem talento, sem arte, mas um gol no jogo decisivo.

O Grêmio não foi eliminado por causa do Barcos, apesar do pênalti que o goleiro defendeu na abertura da série de cobranças.

Menos ainda por causa do Pará, que não tem culpa de ser, para o técnico e a direção, a única peça para a lateral-direita. Qualquer criança sabe que Pará desde que chegou é contestado. É esforçado e eu mesmo destaquei isso, e até me emociono com tanta dedicação. Mas um time de ponta quer mais de um titular do que esforço, entrega, abnegação. A direção do Grêmio não foi capaz de detectar isso. Por que?

Tampouco foi capaz de sair em busca de uma opção mais experiente para o ataque, para disputar posição e fazer sombra ao titular.

O fato incontestável é que a direção do Grêmio, que como todas as outras nos últimos anos, não soube armar um time capaz de conquistar o tri da Libertadores.

Foram todos muito, mas muito mesmo, incompetentes.

Então, todos os que tiveram a maravilhosa oportunidade de disputar a Libertadores e se mostraram despreparados, deveriam ficar longe do vestiário.

Se querem ajudar o Grêmio, que o façam longe do vestiário, distante do futebol.

Assumam o departamento de peteca, do futebol de mesa, o que seja, mas que larguem o futebol.

A torcida do Grêmio merece mais respeito, mais consideração.

São muitos anos na fila, muitas comemorações de vagas para a Libertadores, para depois cair diante de equipes como essa do San Lorenzo.

A eliminação dentro de casa, com o time jogando de forma burocrática a maior parte do tempo, somada ao vexame nos Grenais, não podem ser assimiladas como algo natural.

Aliás, se a direção tivesse trocado de treinador logo após os 4 a 1 em Caxias, talvez a história fosse diferente.

O que se espera agora é que esse pessoal todo peça demissão.

Futebol é resultado, e o resultado no Gauchão e na Libertadores foi frustante, projetando um Brasileiro nebuloso.

Claro, sempre tem o Renato para vir aqui salvar o time da ameaça de rebaixamento, mas ele já fez isso duas vezes. Conseguirá repetir pela terceira vez?

Creio que não, até em função de tanto ódio que desperta em boa parcela da torcida que até bem pouco atrás endeusava o sr Enderson Moreira e apedrejava quem o criticasse.

Enfim, mais um ano sem título. Ah, por favor, não me chamem para comemorar vaga para a Libertadores de 2015.

Estou cansado de assistir a esse filme. E de ouvir determinados discursos e desculpas esfarrapadas.