Inter volta a animar setores da mídia

Voltei de uma viagem ao oeste catarinense – 16 horas ida e volta – no final da tarde deste domingo. Era uma festa da família, composta integralmente por gremistas, desde as crianças até os avós. No grupo, mais de 20 pessoas, havia apenas um colorado. Que não é da família.

Mas o futebol era só um detalhe no encontro. Aprendi muito sobre criação de gado, ovelhas, peixes, etc. Constatei que não é coisa pra mim, que é tudo muito complicado. Prefiro seguir dedicando-me prática cervejeira e a este espaço que compartilho com alguns amigos que ainda me aturam. Sem contar, claro, tuíter e face, e algumas participações muito eventuais em programas esportivos.

Sem acesso à internet ou coisa do gênero, só curti a natureza, comida abundante a companhia alegre e estimulante do pessoa da colônia. Na verdade, um reencontro com minhas origens e a de meus antepassados, oriundos da Alemanha com uma mão na frente e outra atrás. Até nisso sou parecido com os Wink que me antecederam lá por 1840.

O fato é que só fui me dar conta que o Grêmio jogaria no 7 de setembro quando alguém me informou que o Inter havia vencido a Ponte Preta, fora, por 3 a 1. E que o Grêmio entraria em campo às 21h na Arena para enfrentar a Portuguesa.

Fiquei impressionado com a vitória colorada. A PP apesar da má fase e do time modesto, sempre complica em seu estádio. Foi, portanto, um ótimo resultado.

Percebi por algumas mensagens que recebi pelo celular que as duas vitórias seguidas entusiasmaram setores da imprensa, fato que comprovei ao voltar da viagem. O pessoal está todo animadinho de novo. Até já esqueceu e/ou assimilou a série de empates.

Não vi nem metade dessa euforia com a série de cinco jogos com vitória do Grêmio.

O fato de o Grêmio ter feito 18 pontos em 21 disputados sequer é referido, quanto mais festejado.

A impressão que passa é que o Grêmio chegou ao seu limite enquanto o Inter ainda tem muito a crescer, tem muita munição, muito potencial técnico.

Já o Grêmio, segundo os mesmos analistas do apocalipse tricolor, acreditam que o Grêmio talvez tenha batido no teto e que a tendência agora é cair, talvez para ter seu lugar no G-4 ocupado pelo Inter do blindado Dunga.

Esquecem esses intelectuais de teses furadas que o Grêmio tem dois grandes jogadores que em breve entrarão em campo: Elano e Vargas.

Bem, voltando à festa noturna no interior de Saudades, onde eu estava. Agarrado numa costela de terneiro, perguntei ao pessoal se tinha como a gente ver o jogo pela TV. Claro, que não. A partir daí dediquei-me a outros assuntos, entre uma costela e outra.

Lá pelas tantas alguém grita ‘gol do Kleber’. Festa. Em seguida, ‘anulado’.

Aqui um aparte: acabei de assistir aos melhores momentos do jogo: gol legítimo. Tinha uma ovelha, digo, um jogador da Portuguesa dando condições ao Kleber.

Curioso é que isso não é destacado pelos mesmos que repetem como papagaio vermelho que não houve pênalti no gol da vitória gremista. Pois eu assisti ao lance várias vezes e penso que o zagueiro foi no corpo de Kleber, numa tentativa impossível, segundo a lei da física, de ocupar com Kleber o mesmo espaço no campo.  O zagueiro não foi na bola, foi no corpo de Kleber.

Voltando ao churrasco na colônia. Mais adiante, alguém que ouvia o jogo pelo rádio, anunciou os gols de Barcos e Zé Roberto. Vibração geral.

Depois, o empate da Portuguesa. A partir daí comecei a ouvir o jogo, o gol de Kleber batendo pênalti, o pessoal da rádio dizendo que não foi pênalti.

O Pedro Ernesto a todo instante enfatizando que foi um erro a marcação. Parecia um narrador de emissora paulista e ainda por cima torcedor da Portuguesa, o que é mais raro que leão baio, animal em extinção e que vive no oeste gaúcho e catarinense, nas barrancas do rio Uruguai.

Desliguei o rádio assim que o jogo terminou. Ando evitando ao máximo irritações, ao contrário do RW.

Aliás, recomendo a leitura do blog dele, o ‘cornetadorw’, foi onde ouvi o bate-boca entre Baldasso e o dr. Osmar, comentarista da Band de SP. Sensacional, não percam. Também não deixem de ler o post do RW sobre os torcedores metendo pau na narração do Pedro Ernesto.

Então, encerrando. Pelo que ouvi pelo rádio, o Grêmio havia jogado mal e a vitória teria sido injusta. Pois vi os melhores momento e constatei que o Grêmio poderia ter liquidado o jogo no primeiro tempo. Depois, levou dois gols em vaciladas inaceitáveis da defesa.

Agora, chamo a atenção para o segundo gol da Portuguesa, que vinha embalada por duas vitórias: o escanteio foi batido na primeira trave. E quem estava ali? O baixinho Ramiro. A bola passou penteando o cabelo curto do PGV (Pequeno Grande Volante. Pelamordedeus! O Ramiro tem que ficar fora da área para pegar rebote e puxar contra-ataque. Área em escanteio e cobranças de falta é coisa pra gente grande.

O mestre Felipão chegou aonde chegou sempre repetindo e ensinando: futebol se ganha no detalhe.

NOS ACRÉSCIMOS

Esqueci de mencionar que no primeiro gol da Lusa o atacante estava impedido. É o que me pareceu. Interessante é que ninguém fala disso. Só falam no pênalti ‘inexistente’.