Grêmio devolve a esperança, apesar de Cris

Libertadores é sinônimo de sofrimento.

Foi sofrido, mas o Grêmio venceu. E isso é o que importa. Não foi a vitória dos sonhos, mas a noite se encaminhava para um pesadelo daqueles com vampiros insaciáveis, monstros tenebrosos, assassinos com serra elétrica e, o mais assustador de todos, o leão do Imposto de Renda.

E tudo por culpa de um cidadão chamado Cris. Esse zagueiro, contratado por sua experiência e liderança na área, comprometeu desde o início do jogo. Antes de levar o primeiro amarelo por uma série de faltas típicas de quem sempre chega atrasado e quer matar a jogada, eu cantei a pedra: vai levar o amarelo em seguida e depois vai ser expulso.

Não deu outra. No intervalo postei um twitter dizendo que ter um zagueiro como Cris é como guardar uma caixa de dinamite no porão da casa.

Contra o Fluminense foi aquele fiasco. Hoje, com o Grêmio jogando bem, nada de extraordinário, mas controlando o adversário, ele cometeu um pênalti ridículo. O colombiano saiu um quilômetro atrás e chegou antes da bola, numa jogada em que caberia ao zagueiro apenas cercar, nunca matar a jogada.

Quando eu vejo um jogador com tamanha experiência fazer o que Cris fez hoje e, principalmente, o que fez contra o Fluminense, minha mente poluída logo lembra coisas como a máfia das apostas, hoje uma ‘instituição’ disseminada em todo o planeta. No caso de Cris, porém, deve mesmo ser só ruindade, perna de pau, nada que um Jimo cupim não resolva.

O melhor que o Grêmio tem a fazer agora é deixar esse jogador treinando ou, se possível, rescindir o contrato. Mas nunca mais deixá-lo vestir a camisa do clube, mesmo que fique pagando seu salário até o fim do contrato

Apesar de tudo, levar o gol no pênalti – Dida continua sem defender unzinho sequer – e ainda jogar quase todo o segundo tempo com um jogador a menos, o Grêmio venceu.

Foi 2 a 1, o adversário fez um gol fora, mas com Elano e Zé Roberto, e, principalmente, sem Cris, o Grêmio tem todas as condições de arrancar um empate na Colômbia.

O Santa Fé é bom, não tem estrelas, grandes individualidades, mas é um time muito bem armado, estruturado. Não é por nada que estava invicto até encarar o Grêmio, fato que não está sendo devidamente valorizado pela mídia. O time colombiano é o segundo de melhor campanha na fase anterior.

Portanto, é uma vitória que deve ser festejada. Poderia ser mais tranquila, mas a Libertadores é assim: sinônimo de sofrimento.

DESTAQUES

Fernando foi o grande nome do jogo. Além do gol, um belo gol, ele foi o dono do meio campo, coadjuvado em alto nível por Souza. Nota 9 para os dois.

Todos os jogadores foram bem, com exceção de Cris, que, repito, desde o começo comprometeu.

Elano retornou em grande estilo, apesar de ter ficado fora quase um mês.

Gostei da entrada de Biteco quase no final. O guri entrou com vontade, com personalidade. Ele deu mais velocidade ao time, e isso está faltando.

Vargas teve atuação muito boa. Barcos ficou um pouco abaixo.

Embora André Santos tenha correspondido, sem brilho, mas foi bem, o time sentiu a falta de ZÉ Roberto. Também por isso a vitória deve ser valorizada como um grande passo rumo à classificação.