Lesões no Grêmio e o Imperador do Pampa

Depois da goleada sobre o Caracas na Arena, quando o Grêmio sinalizava que alcançaria a classificação até com facilidade após o fiasco inicial, chamei a atenção aqui para dois jogadores do time venezuelano: o meia Otero, que tem um estilo parecido com o de D’Alessandro, mas é mais incisivo, e o lateral direito Caribalí.

Hoje, o jornal El Nacional, de Caracas, anuncia o interesse do Grêmio em Rómulo Otero. Tem também o Botafogo e o Vasco na jogada.

Destaco isso por dois motivos: tenho olho bom para avaliar jogadores, mesmo em situação de derrota; e porque gostaria de contar com Otero no momento em que leio nos sites que Elano torceu o joelho no treino na Arena e seguiu direto para fazer exames no hospital. Como se não bastasse, Zé Roberto sofreu uma pancada no tornozelo, obra do Bressan.

Elano já está fora do jogo contra o Fluminense, então não é problema a curto prazo. A questão é se a lesão for mais grave. E aí teremos que conviver mais tempo com o meia aquele que não ouso dizer o nome.

Agora, preocupação maior é o Zé Roberto, ao menos até sabermos o resultado do exame de Elano. Se sem Elano já não será fácil superar o Fluminense, sem os dois únicos meias de qualidade confirmada do time a vitória será praticamente impossível, embora, como todos sabem, nada é impossível para o Grêmio.

Se o Grêmio tivesse um meia, unzinho só, mais ou menos do nível dos dois titulares, o quadro não seria tão dramático.

Resta torcer e, se alguém achar por bem, rezar, para que Zé Roberto possa jogar contra o Flu e que Elano tenha condições de enfrentar essa pedra no sapato que é o Huachipato.

Além disso, esperar que Fábio Aurélio não apenas resista como jogue bem contra o Cerâmica para tornar-se uma alternativa de alto nível para substituir Elano no dia 10.

Caso isso não aconteça, o técnico do ‘fica’ vai mesmo escalar o jogador que não ouso dizer o nome no lugar de Elano.

Já não tenho mais dúvida disso.

O IMPERADOR

Não, não me refiro a Adriano, que cada vez mais é ex-jogador. Imperador do Pampa é o apelido que dei a D’Alessandro no programa do Reche depois de ouvir pela milésima vez que o argentino está demais, jogando muita bola no Gauchão e, além de tudo, comportado – apesar da quedinha que teve contra o Esportivo.

D’Alessandro no Gauchão, aqui na aldeia, em que as arbitragens são tolerantes ao seu comportamento irascível, birrento, de galo de rinha, é mesmo um imperador. No Brasileirão, disse eu no programa da Ulbra, D’Alessandro não se destaca tanto e, se vacila, é expulso.

Não é que no jogo seguinte, contra o glorioso Rio Branco, D’Alessandro foi expulso? E justamente por não resistir a provocação e à marcação severa?

D”Alessandro deixou o time na mão ainda no primeiro tempo. Dunga, no final, com os 2 a 0, inocentou o jogador, dizendo que ele apanhou demais. Se o Inter não tivesse garantido a vaga será que o técnico colorado seria tão generoso com o seu melhor jogador?

O problema é que o meia está acostumado a ser paparicado pela arbitragem gaúcha. No primeiro jogo fora, expulsão.

É claro que a partir de agora ele vai saber diferenciar: apronta à vontade aqui e se comporta fora.

Enquanto isso, o Dunga reclama da arbitragem e a condiciona, como ocorreu no jogo contra o Esportivo, em que Ediglê foi expulso injustamente, o que abriu caminho para a vitória colorada.

INTER

Parabéns ao Inter, que só é grande porque existe o Grêmio. E vice-versa. Felizes somos nós que contamos com duas grandes potências do futebol em nossa terra. Bendita essa rivalidade que faz crescer os dois clubes, mas que às vezes os complica, como agora com essas questões de parcerias com empreiteiras para construir/reformar estádios.

Espero que os dois possam se manter grandes, com equipes fortes e competitivas. O Inter nem tanto.

Que o Grêmio volte a acumular grandes títulos, e que o Inter mantenha sua história de seguir o caminho trilhado por seu inspirador, e dê uma passadinha, ao menos uma, na segunda divisão.

Mas que não demore.

ESPINHADINHA

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