Tite, Cássio e a entrevista do Koff

Acordei mais cedo, fiz um chimarrão e fui para frente da TV. Antes, havia ligado o rádio. A Guaíba ignorou a decisão do mundial. Estranho. Será porque era o Corinthians? No horário, o Mendelski relembrando a Jovem Guarda, Deny e Dino cantando O ciúme. Desliguei.

Na TV, optei pela Band, pela emoção do corintiano Neto e do Luciano do Vale.

Assisti ao jogo com frieza, sem qualquer emoção.

Não torci, mas queria que o Corinthians não vencesse.

Torcia pelo Cássio, de quem sou admirador desde seu início no Grêmio, e pelo Tite, o treinador que venho sugerindo ao Grêmio há cada começo de temporada.

Mas não podia torcer por um clube tem que como seu maior torcedor, e benfeitor, um sujeito chamado Lula Inácio.

Não podia torcer por um clube que herdou do governo federal um moderno estádio de futebol enquanto o Grêmio teve que entregar os dedos, os aneis e a alma para ter a sua Arena, a majestosa Arena.

Além do mais, como torcer por uma clube que a TV empurra em canal aberto a cada rodada e que ganha muito mais verba que os demais clubes – exceção do Flamengo -, e que, portanto, se encaminha para ser favorito em todas as competições disputadas no país?

Como torcer por um clube que agora está comemorando o bi mundial graças a tão valorizada – pelos colorados – Fifa, que validou um título ‘mundial’ obtido pelos paulistas num torneio caça-níquel, numa final com o Vasco? Pelamordedeus! E tem gente que gosta de adicionar Fifa ao seu ‘campeão do mundo’…

Realmente, colocando na balança, não poderia mesmo ficar ao lado do Corinthians. Mas também não torci contra. Não tenho como explicar isso, o que eu posso fazer?

Mas, agora que o título mundial – este realmente um título mundial que merece e deve ser festejado pelos corintianos como tal – foi conquistado, fico contente pela consagração do Tite, um profissional sério e competente, que conseguiu ser campeão com uma equipe sem grandes estrelas.

O Corinthians não tinha, por exemplo, um cara como Renato Portaluppi. Nem um cara do nível de Gabirú, o herói do título obtido pelo Inter e que muito orgulha a nação vermelha.

O Corinthians é um time homogêneo. Nota oito, em média, em todos os setores. Mas que tem pelo menos dois jogadores nota 10:

Cássio e Paulinho. O goleiro da Seleção Brasileira não pode ser outro. Não tem pra ninguém.

E Paulinho é o mais titular do meio-campo.

Depois, tem alguns jogadores nota 9, como o Émerson e o Danilo, que fez uma partida simplesmente espetacular técnica e taticamente. Outro do mesmo nível: Guerrero, uma aposta de Tite. Outro que eu gosto: Chicão.

O restante são jogadores médios, dos quais Tite conseguiu extrair o máximo.

No time do Chelsea, que poderia ter largado na frente não fosse a barreira chamada Cássio, não vi nenhuma de suas estrelas milionárias brilharem. Até agora estou procurando o festejado Oscar.

Não era pra ele, titular da seleção na gestão Mano, assumir o jogo, chamar pra si a responsabilidade, se ele é tão talentoso como apregoam seus fãs? Sumiu.

Então, parabéns ao Tite, que deveria ser o treinador da Seleção, e ao Cássio, o melhor goleiro brasileiro.

A ENTREVISTA

Muito boa a entrevista da ZH com o Fábio Koff. Reveladora do que realmente pensa o novo presidente gremista.

Resumindo: se essa entrevista tivesse ocorrido antes da eleição, Odone seria reeleito.

Koff deixou muito evidente sua satisfação com a Arena, mas não tapou o sol com a peneira, deixando claro que não foi um bom negócio para o clube esse contrato com a OAS.

Mas a Arena está aí, e é preciso agora tirar o máximo proveito do seu potencial.

ELEIÇÃO

A oposição venceu a eleição para alteração no Conselho Deliberativo. Os sócios votaram e manifestaram sua insatisfação com a diretoria, reeleita sem passar pelo crivo dos torcedores. Dos 150 nomes, 112 são de oposição.

Os números apontam que Luis Antônio Lopes e Piffero teriam vencido a disputa, que acabou decidida no CD.

GOLEIROS

Cássio é hoje o maior nome oriundo da fábrica de goleiros do Grêmio, que tem o Marcelo Grohe, o Fernando Prass e outros que não lembro agora. O clube deve parar de pensar em contratar goleiro, e apostar nos da casa.

O dinheiro que seria destinado a um Dida, por exemplo, pode servir para reforçar o time em outras posições, quem sabe um lateral direito para colocar na reserva o preferido de Luxemburgo?