Título do Flu só falta ser homologado

A rodada chegou a sorrir para o Grêmio escancaradamente. Um sorriso largo tipo o do Silvio Santos. Uma gargalhada mesmo, daquelas de consagrar esses piadistas – na maioria sem graça -que perambulam pelo país fazendo os tais de stand-up.

Mas aí o Atlético Mineiro virou o jogo e venceu o Sport. Depois, o melhor de tudo. Enquanto Grêmio e Botafogo começavam o jogo no Olímpico, o Fluminense levava 1 a  0 da Ponte Preta.

O time de Campinas resistiu bravamente ao poderio do líder. Teve um jogador expulso e se manteve valente, decidido a salvar o campeonato, dando alento a Grêmio e Atlético.

Aí, provando de que nada adiantou a bronca de Paulo Pelaipe, a arbitragem se fardou de tricolor das Laranjeiras mais uma vez. Mudam os nomes dos homens do apito, mas não altera a tendência de favorecer o time do Abel Braga com ‘erros humanos’.

Um pênalti que não existiu foi marcado quase no final. Fred não perdoou, fez a sua parte e empatou. Depois, falta sobre um jogador da Ponte ao lado da área, mas o juiz inverteu. Bola centrada, gol de Gum: 2 a 1. Assim também se faz um campeão.

Cabe, agora, à CBF diplomar o Fluminense Campeão Brasileiro de 2012.

Faltam oito jogos, mera formalidade.

O encanto do campeonato permanece agora para ver quem serão os rebaixados e os times que conquistarão vaga à Libertadores do próximo ano.

Esta é a luta verdadeira do Grêmio. Sempre acreditei quando o Luxemburgo dizia que seu objetivo era a vaga na Libertadores. Semana passada – talvez influenciado pelo clima eleitoral – ele mudou o discurso e disse que brigar pelo título das competições está em seu DNA.

Pode estar, a julgar por sua trajetória exitosa. Mas nem com todo o seu currículo Luxemburgo poderá reverter o quadro atual.

Como se sabe, o grupo do Grêmio é carente de qualidade. Até que foi longe demais. Se conseguir garantir a vaga no G-3 até o final – o SP vem crescendo – já estará de bom tamanho.

Hoje, o Grêmio só não confirmou os três pontos por causa das dificuldades técnicas de alguns de seus jogadores, notadamente do meio para a frente.

Vejamos o Botafogo: Bruno Mendes, jogador-revelação do Guarani de Campinas, que eu vi jogar e me chamou a atenção, tirou dois pontos do Grêmio em apenas um lance. Mas um lance de técnica, de ousadia, de talento, que resultou num arremate primoroso, indefensável.

Tivesse no banco um jogador como Bruno Mendes, o Grêmio teria vencido.

Mas o Grêmio tem o atabalhoado Leandro, que até jogou, mas segue alternando boas jogadas com lances bisonhos; tem o sempre esforçado André Lima; e tem outros aí que nem vou mais citar para não melindrar admiradores iludidos com uma ou outra atuação de maior eficiência, nunca de brilho.

A rodada estava mesmo sorridente. Por momentos cheguei a fazer contas, projetando a estagnação do Fluminense e a ascensão do Grêmio. Afinal, quando Léo Gago ilumina com um gol um jogo encardido, pode ser sinal de que os deuses do futebol estão de novo olhando para o Olímpico depois de tantos anos.

Mas a conjunção falta de qualidade do Grêmio somada à simpatia que a arbitragem dedica ao Fluminense fez com que a rodada terminasse com a cara amarga de fim de festa.

Com a cara do Fernandão – e do Luciano Davi – depois dos 3 a 1 de virada que o Inter tomou do lanterna do campeonato.

COTAÇÃO IW

Marcelo Grohe – 8

Pará – 7

Werley – 7

Naldo – 8

Pico – 5

Souza – 7

M. Antônio – 6

Marquinhos – 6

Zé Roberto – 7

Leandro – 7

André Lima – 5

Léo Gago – 7

Rondinelly e Wilson – sem nota

KOFF

Lamentável o que um grupo de ‘torcedores’ do Grêmio fez com Fábio Koff, que por pouco não foi agredido quando chegava ao Olímpico. Seria gente identificada com a chapa 4. Ninguém merece esse tratamento, ainda mais um dirigente multicampeão como Koff.