O poste fez xixi no cachorro

O Grêmio foi insistente, criou inúmeras situações de gol, teve mais de 70 por cento de posse de bola. Enfim, era um jogo para um postulante ao título brasileiro golear um forte candidato ao rebaixamento.

Mas o poste urinou no cachorro. O Avaí venceu o Grêmio por 2 a 0, diante de quase 30 mil gremistas na majestosa Arena.

Aí, eu deparo nas redes sociais com gremistas dizendo que o Grêmio não jogou nada, que perdeu porque não tem interesse no Brasileirão e outras manifestações do gênero, que não se sustentam conforme provam os números do jogo.

Sobrou para Renato, que mandou Edilson bater o pênalti. Ah, deveria ter mandado o Lucas Barrios, dizem, como se houvesse garantia de acerto na cobrança.

O fato é que o Grêmio perdeu outro pênalti, e isso, sim, precisa ser considerado, avaliado, porque um título pode ser decidido dessa forma.

Dois dos cobradores já estão meio queimados, Luan e Edílson.

Sobre Edílson, são impressionantes suas cobranças de falta. O goleiro Douglas fez uma defesa sensacional num chute violento com a bola fazendo uma curva a poucos metros do goleiro.

Foi a mais difícil defesa de Douglas, que fez outras tantas, como a do pênalti (mal) batido pelo mesmo Edílson.

Quem teve sorte foi o goleiro Grohe. Imagino como não estariam as redes sociais em razão do primeiro gol do Avaí, uma bola colocada quase no ângulo. Bola difícil de defender. Léo não conseguiu. Fosse Grohe voltaria aquela ladainha chata do motorista de kombi e outras definições tão absurdas quanto essa.

Mas já vejo gremistas festejando a contratação de Paulo Vitor. Agora, vai…

O ex-goleiro do Flamengo não ata a chuteira do Grohe. Mas vou torcer por ele e nunca darei a ele apelidos pejorativos porque ele estará fazendo o melhor pelo Grêmio, assim como fazem Grohe, Léo e Grassi.

A lamentar que o Grêmio, velho formador de goleiros, tenha de buscar fora o que produzia aos borbotões. O que será que aconteceu? Uma pena.

Bem, com a derrota, o Grêmio ficou ainda mais distante do líder Corinthians. Tem gente indignada.

É sempre ruim perder, ainda mais um jogo em que os três pontos já podiam ser contabilizados. Mas o futebol é assim mesmo.

Se o Grêmio não tivesse lutado e criado chances de gol, eu estaria agora criticando também, mas o time lutou, criou, mas esbarrou num adversário que veio para não perder e acabou deixando a Arena com 3 pontos inimagináveis.

Grande parte dessa vitória se deve ao goleiro Douglas, que não ficou no Grêmio supostamente por um problema médico. Problema que, pelo jeito, não era tão grave assim. Estranho.

URUBULINOS

Espero que os gremistas, mesmo os mais críticos, os urubulinos de plantão, não reforcem o coro do lado vermelho do Rio Grande para criar crise no Grêmio.

INTER

Pancadaria e rojões no Beira-Rio. De novo. O MP será que irá tomar providências?

Há gremistas sustentando que se fosse no Grêmio a Arena talvez até fosse interditada.

Não quero acreditar que o MP seja parcial, que use dois pesos e duas medidas.

Mas o que parece é que a instituição atua com mais rigor quando se trata do Grêmio, da majestosa Arena e de calorosa torcida tricolor.

Não quero acreditar nisso.

Até porque essa onda de violência só tende a crescer. Não é o que nós queremos, não é mesmo caros promotores do MP?

A gente sabe o que acontece quando se demora a agir. Há exemplos em abundância.

É fundamental blindar vestiário contra especulações

Não é fácil chegar ao topo, mas mais difícil é se manter por cima. O Grêmio não ganhou nada neste ano, a não ser reconhecimento – o que não é pouco.

Prestígio, elogios e tudo mais fazem bem ao ego gremista. Mas não enche a barriga. É preciso títulos.

Daqui a alguns anos ninguém irá comemorar grandes campanhas. A história só registra mesmo os títulos, como bem sabe a seleção brasileira do mundial de 82.

O caminho para chegar lá é espinhoso e traiçoeiro. Uma das dificuldades é que de repente começa a aparecer um pessoal aí a fim de desmantelar o time.

Os jogadores do Grêmio passaram a ser muito visados. Com certeza, há algumas propostas na mesa da direção tricolor.

Mas é certo também que a maioria das ‘notícias’ sobre interesse de clubes estrangeiros não tem fundamento, boatos plantados por empresários/procuradores que a imprensa, sempre ávida por fatos novos para abastecer programas de rádio e páginas de jornais nem se dá ao trabalho de apurar se realmente exite alguma veracidade no que se (des) informa.

Verdades ou não, o fato é que todo esse notíciário chega aos jogadores, um pessoal muito sensível e ligeiro quando se trata de ganhar ainda mais do que ganham e o mais rápido possível porque ‘a carreira é curta’, conforme ‘demonstram’ Zé Roberto, Dalessandro e outros trintões e quarentões.

A cada dia surge alguma especulação sobre transação envolvendo jogadores do Grêmio. E isso me preocupa, independente de sair negócio. Se sair, então, é ainda pior.

O Grêmio chegou a um estágio em que conquistar algum título importante é fundamental. Há uma expectativa enorme nesse sentido. Qualquer revés será uma ducha de água gelada na torcida.

Não se discute se o Grêmio será campeão. A questão, na cabeça gremista, é campeão de que?

Copa do Brasil, Libertadores, Brasileirão?

Até aí tudo bem. O problema que eu vejo neste momento é que essas ‘informações’ sobre propostas do exterior podem mexer com a cabeça dos boleiros, e atrapalhar a caminhada rumo à glória.

Vejo tudo isso como mais um desafio ao Renato e aos dirigentes.

Acredito que Renato, que já viveu essa situação quando jogava, saberá fazer com que jogadores como Luan, Pedro Rocha, Ramiro, Lucas Barrios, Geromel , entre outros, mantenham o foco nas competições e não se perturbem com sedutoras ofertas milionárias que muitas vezes se limitam às páginas de jornais.

É importante neste momento manter o vestiário blindado contra a enxurrada de especulações.

 

Grêmio vence com espírito de Libertadores

A vitória por 1 a 0 sobre o Godoy Cruz passou por Marcelo Grohe. Mais decisivo no jogo só mesmo quem marcou o gol, Ramiro, jogador que consegue estar presente em todas as partes do campo.

Na verdade, todos tiveram participação importante pelo esforço, postura altiva, comprometimento e autocontrole para não cair no jogo violento do adversário.

O Grêmio tratou de jogar futebol, algo bastante difícil diante de um adversário decidido a apatifar o jogo ao perceber que enfrentava um time forte e que vencia por 1 a 0 antes de completar o primeiro minuto.

Teve ainda o campo muito irregular e molhado a prejudicar principalmente a equipe com maior capacidade técnica.

Por minutos pensei estar diante de um jogo do Gauchão dos anos 70, com os irmãos Pontes batendo impunemente, como o número 10 dos argentinos, que só não foi expulso por covardia do árbitro.

Aliás, juiz que sonegou um pênalti ao Grêmio quando Pedro Rocha foi puxado pelo ombro quando invadia a área pela esquerda.

Lembrando que o criticado PR foi o autor do cruzamento que resultou no gol da vitória, anotado aos 45 segundos. O chamado gol ‘mata secador’.

O Grêmio, como um todo, teve atuação adequada para encarar jogos da Libertadores. Todos os jogadores estiveram num nível alto – a zaga, então, foi soberba, principalmente quando os argentinos começaram a apelar para os chutões para a área.

Mas quero destacar Marcelo Grohe. O goleiro precisa matar um leão por jogo. Num dia é vilão, no outro pode ser herói, e assim será até pendurar as chuteiras.

O goleiro com ‘braço de motorista de kombi’ ou de ‘jacaré’, conforme definem alguns ilustres gremistas frequentadores deste espaço e tantos outros por aí, só de birra, decidiu usar os pés quando, já caído, evitou o gol de empate, ainda no primeiro tempo.

No segundo tempo, apesar do paredão diante da área, Grohe protagonizou outra defesa salvadora durante entrevero na pequena área. Mas a defesa mais espetacular foi aos 32 minutos, no cabeceio mortal de Garcia.

Em condições normais, o Grêmio poderia ter vencido com mais tranquilidade. No jogo da volta, em agosto, dia 9, isso poderá ser comprovado.

Felizmente, o time teve serenidade e ao mesmo tempo bravura. Não se ‘michou’. Foi um time de homens, definiu o técnico Renato Portaluppi.

Além de armar bem o time, Renato teve o grande mérito de incutir nos jogadores o ‘espírito da Libertadores’.

Mata-mata e a natural opção pela Libertadores

Dizer que o Grêmio está abrindo mão do Brasileirão em troca de mata-mata (CB e Libertadores) é um absurdo. Mas é o que li num jornal hoje.

Já escrevi: papel, microfone e, claro, monitor, aceitam tudo. Tem um aí que decretou recentemente que o Inter se classificaria para a série A faltando meia dúzia de rodadas.

Pedro Ernesto, o autor da pérola, tem sido vítima de gozação a cada fracasso colorado.

É o que acontece com quem fala por falar, sem nenhum compromisso com os fatos, com a realidade.

No caso do Grêmio, é preciso deixar bem claro que o Grêmio não desistiu do Brasileiro, apenas o colocou em terceiro plano. As prioridades são a Libertadores e Copa do Brasil.

Sem esquecer que o Grêmio estaria liderando a competição de pontos corridos se tivesse mantido o time titular em todos os jogos. Quem faz uma competição fácil ou difícil é o time, não a forma.

Se a Libertadores fosse por pontos corridos continuaria sendo a prioridade das prioridades. É a competição mais importante, é a competição que eleva o clube de patamar, além de abrir caminho para aumento de receita.

Então, nada a ver com o formato das competições. Me admiro muito que um jornalista experiente e inteligente como o Zini – velho companheiro de reportagem em tempos remotos – cometa esse erro primário de avaliação.

Mas é um direito dele pensar assim. E um direito meu de ficar perplexo diante de tal afirmação.

Além do mais, o Grêmio não desistiu do Brasileirão.

O vice-presidente Odorico Roman, que está se revelando um dirigente competente e equilibrado, disse que o Grêmio segue na disputa, que o problema é o Corinthians com uma campanha “tão fora da curva”.

Roman acredita, como todos nós, imagino, que a qualquer momento o líder vai cair de desempenho. Não tem como manter os atuais 87% de aproveitamento.

Então, nada está perdido também no Brasileirão. Não é a prioridade, mas também não é desprezado.

Fora isso, nada garante que ao focar a Libertadores o Grêmio será campeão. Vale o mesmo para a CB e o Brasileiro.

Nas três competições há adversários fortes, qualificados e também muito determinados a conquistar títulos.

De minha parte, repito o que já escrevi outras vezes, a torcida mais fervorosa é pelo grandioso título da América.

E aí o Real Madrid vai ver o que é bom pra tosse!

 

Reservas expõem qualidades e defeitos

Meu foco é a Libertadores. Todos os gremistas que conheço pensam assim. Alguns, no entanto, se entusiasmam fácil e ampliam o foco para a Copa do Brasil e até o Brasileirão.

O Brasileirão é quase impossível analisando pelo ângulo de quem quer porque quer o título continental, o tri da América. O resto é perfumaria. Vou ficar frustrado se não conquistar a Libertadores, mesmo vencendo a CB (que é a que está mais ao alcance) ou o Brasileiro.

Meu foco, pois, é a Libertadores. Isto posto, vou ao que interessa em relação ao jogo contra o Palmeiras: o rendimento dos reservas, pensando unicamente em seu aproveitamento na campanha da Libertadores.

Assim, o melhor que vi no Pacaembu na derrota por 1 a 0 foi a atuação do goleiro Léo. Senti firmeza no cara. Antes do jogo escrevi que gostaria de ver Léo jogando até para sentir o quanto ele é confiável.

Salvo engano, penso que Grohe pode estar ganhando uma sombra, o que é muito bom. Quando o sujeito percebe que não tem rival, relaxa. Faz parte.

É como o cara que se empenha todo para conquistar um gata e depois começa a engordar, só pensa em jogar futebol com os amigos, beber todas, deixando a patroa (é assim que ele passa a chamar aquela gata estonteante de outros tempos) atirada em casa.

Quer dizer, o cara é candidato a ser substituído por outro. Tem sempre um Ricardão por perto. No futebol não é diferente. Vacilou, dançou.

Então, gostei do Léo. Grohe tem um bom reserva, e isso pode ser decisivo em termos de Libertadores. Num ano como esse não dá para depender de apenas um goleiro.

No mais, é difícil avaliar os jogadores num time reserva, sem entrosamento, sem que se cometa alguma injustiça.

Na linha defensiva, para vocês terem uma ideia do que eu penso sobre os quatro, digo que o melhorzinho foi Bressan. Não estou entre aqueles que elegem Bressan o pior em campo assim que ele pisa o gramado e faz o sinal da cruz.

Mas, vejam: mesmo sem destaques individuais, essa defesa levou apenas um gol, e foi contra. Além do mais, permitiu poucas chances ao Palmeiras, que também jogou com um time reserva, reforçado por alguns titulares no segundo tempo.

O fato é que nenhum dos quatro pode ser titular, nem o Marcelo Oliveira, sempre dispersivo, sempre querendo fazer mais do que pode, e aí errando e comprometendo.

A dupla Jaíilson e Kaio cumpriu bem a função defensiva, mas é bom que Renato não precise de nenhum deles em algum jogo decisivo.

Vale o mesmo para Lincoln e Machado, que fez o gol da vitória do Palmeiras – esse time reserva do Grêmio além de tudo não tem sorte.

Lincoln é um guri que foi festejado precocemente como craque. Desconfio que ele só irá jogar bem quando tirar aquele bigode. Tenho problema com bigode. Uma vez, nos primórdios da humanidade, eu ostentei um bigode. Rasguei as fotos que eu tinha. O Inter teve um lateral, João Carlos, que usava bigode. Todos só lembram dele como pai dos gêmeos Diego e Diogo.

Jogador de bigode não dá! Alguém precisa dizer isso ao Lincoln. Além, é claro, de que ele precisa jogar mais se não quiser ficar como uma eterna promessa.

Gostei da volta do Bolanos. Ele teve alguns bons lances, mas isso não importa. O que interessa é que ele voltou e todos nós sabemos que ele pode ser muito útil. Quem sabe até assumir a titularidade. Só não sei em lugar de quem. Não será por decreto, com certeza.

Na frente, Fernandinho lutou muito, e fez algumas boas jogadas. Éverton, pouco lançado, e muito isolado no primeiro tempo, foi perigoso no segundo. Fez uma jogada sensacional que Kaio não aproveitou direito.

Por fim, ficou claro que Renato está realmente utilizando os melhores jogadores do grupo.

A FASE DA NEGAÇÃO

A direção colorada sonhou em algum momento que bastaria somar três pontos em Pelotas no estranho jogo contra o Brasil que o time ganharia moral suficiente para vencer seus dois próximos jogos.

Não sei se ganhou moral, mas não ganhou qualidade. Conseguiu perder para o modesto Boa Esporte por 1 a 0. Praticamente não chutou uma bola a gol, o que é algo deprimente para um clube que acreditava ter formado um time de série A.

Não, o Inter tem um time de segundona na segundona.

Hoje, a torcida colorada – e parte da imprensa – não aceita isso. É a fase da negação. Junto, para os colorados mais exaltados, a fase da revolta.

Se a fase da aceitação não ocorrer logo, talvez seja tarde para evitar mais um ano da segundona.

Quem consegue perder para um time como esse Boa, em casa, realmente não merece melhor sorte.

Que bom ter um matador no time

Que bom ter um atacante matador, capaz de fuzilar o goleiro com frieza e sem dó na primeira oportunidade que aparece.

Que bom ter um Lucas Barrios!

O jogo contra o Atlético Paranaense estava complicado. O Grêmio dominava amplamente, mas era um jogo enroscado, com um se defendendo e o outro tentando chegar ao gol.

Até que Pedro Rocha – que a cada jogo mostra evolução técnica e tática, fruto de treino e do amadurecimento – abriu a retranca, aos 22min, com um giro de corpo sobre seu marcador e lançou Barrios. Ele clareou o lance e, de fora da área bateu forte. Golaço.

Um lance que o velho Osmar Santos narraria assim:

-É ripa na chulipa e pimba na gorduchinha.

O ótimo goleiro Weverton bem que tentou, mas não conseguiu evitar o gol que eu defino como “abridor de lata”, ou ainda “onde passa um boi passa a boiada”.

A partir daí tudo ficou mais fácil. Aos 29, Pedro Rocha tabelou com Barrios, recebeu de volta e chutou. Barrios, como um legítimo camisa 9, aparou o rebote e empurrou para a rede.

Depois, o gol de Kannemann, um cabeceio forte, sem chances para o goleiro. Importante registrar que foi mais um gol de cabeça em cobrança de escanteio, coisa rara até a chegada de Renato.

Por fim, Éverton fez o quarto gol ao receber um belo passe de Fernandinho. Éverton é o melhor finalizador do Brasileirão, pelo percentual de acertos.

Além da vitória que encaminha o Grêmio para a fase semifinal da CB, o que se viu na Arena foi outra atuação grandiosa.

Os gols que o Corinthians escapou de levar ficaram na conta do Atlético PR. E a goleada até poderia ser maior.

Luan deu show. Aqueles que foram à Arena são uns privilegiados. Viram todo esse talento de perto, ao vivo.

Não vai demorar muito e esse privilégio será dos torcedores europeus.

Assim como Lucas Barrios clareou o lance para chutar e fazer o primeiro gol, Luan ilumina o jogo sempre que domina a bola e chama a responsabilidade para si.

Luan, quem viu, viu!

GROHE

Aplausos aos torcedores que foram à Arena com faixas de apoio ao goleiro gremista, alvo de ira de torcedores, poucos, mas ruidosos.

Este não é o momento de atacar o goleiro que temos para conquistar títulos.

Felizmente, a maioria da torcida tem consciência disso.

Parabéns também ao técnico Renato, que conversou longamente com Grohe após o jogo contra o Corinthians.

O caso Brasil e a retomada da CB

Tem acontecido cada barbaridade no futebol que é difícil manter o foco naquilo que realmente interessa aos gremistas neste momento: o jogo contra o Atlético Paranaense pela Copa do Brasil, nesta quarta, 19h30.

Observo nas redes sociais velhos companheiros gremistas dedicando seu tempo a comentar esse estranho caso do Brasil de Pelotas, que realmente facilitou para o Inter.

Sim, facilitou. Ou não é facilitar entrar em campo com um time de reservas, com três ou quatro titulares apenas?

Não estou dizendo que houve má intenção da direção do clube pelotense. Ela teria sido forçada, diante de determinadas circunstâncias, a tomar essa decisão de ‘poupar’ titulares em razão de algum suposto desgaste maior.

Importante frisar: o Brasil tem uma semana inteira de folga. Joga no sábado. Quer dizer, poderia entrar com os jogadores poupados.

Dois dos titulares (o goleiro Martini e o meia Wagner) teriam sido punidos por ato de indisciplina. Aí, o presidente do Brasil, Ricardo Fonseca, em entrevista à rádio Pelotense, me sai com essa pérola digna de entrar no anedotário do futebol Abaixo do Mampituba:

-Todos querem jogar contra o Inter, estádio cheio, TV. A punição deles foi deixar os dois fora do jogo. Não acho que prejudicamos o time.

A punição foi tirar os jogadores da partida. A punição do clube foi perder três pontos dentro de casa. Pontos que poderão fazer muita falta e até determinar o rebaixamento do Brasil para a série C.

Se eu fosse torcedor do Brasil estaria hoje muito indignado.

Fora isso, tem muita história estranha rolando sobre esse caso nas redes sociais.

Mas aqui estou eu perdendo meu tempo com essas coisas que cheiram mal e que surgem de vez em quando no futebol.

O que interessa é tirar de vez essa pedra do nosso sapado. Entra ano, sai ano, e aí está o Atlético Paranaense pra incomodar. No ano passado foi um parto de bigorna incandescente. Mas vencemos.

Ah, com grandes atuações de Marcelo Grohe, o único goleiro que o time realmente preparado para grandes decisões e que parte da torcida desestabiliza com seus ataques fora de hora e muitos tons acima do aceitável.

Uma pena que Bolanos ainda não possa jogar. Nem digo para começar o jogo porque está fora há muito tempo. Mas poderia ficar ao menos no banco para uma eventualidade.

Outro que poderia ser uma opção de qualidade é Léo Moura, mas este também não foi relacionado para concentrar.

Pelo menos Renato poderá escalar o mesmo time que mereceu vencer o Corinthians. Só espero que a pontaria nas conclusões seja melhor, que Luan não bata pênalti (se acontecer) e que o goleiro Weverton não repita o goleiro Cássio; e que Grohe, ao contrário, tenha seu dia de Cássio, ou do Grohe que ajudou a conquistar o Penta.

Ah, e que a torcida seja paciente, tolerante e incentive o time do começo ao fim.

 

Grêmio sofre derrota injusta na Arena

O Grêmio se viu diante do espelho e não soube o que fazer para se impor a um igual.

Grêmio e Corinthians têm um modelo de jogo idêntico, ou quase. São duas equipes que marcam forte, tiram espaço, tocam a bola e chegam rápido ao ataque. São muito entrosadas, acima da média, o que ajuda a explicar suas campanhas.

As individualidades, sim, fizeram a diferença.

No caso deste jogo na Arena, diante de 54 mil torcedores, Cássio, por exemplo, foi o diferencial. Fez duas ou três grandes defesas e evitou o gol de pênalti batido por Luan.

Já seu companheiro de posição, Grohe, contribuiu para a derrota, a meu ver absolutamente injusta. Grohe falhou no gol, mas a origem do lance tem um responsável: nada menos do que o craque do campeonato.

Luan tentou desarmar o adversário, deu um toque que tirou Geromel do lance e deixou Paulo Roberto livre para invadir a área e cruzar.

O chute de Jadson saiu mascado no meio da goleira. Grohe, preparado para saltar, foi pego de surpresa e a bola passou entre suas pernas. O frango clássico.

Farta munição para seus secadores. Nas redes sociais tem gente pedindo que ele saia do time. E entra quem? Os sabidões não sabem, mas querem que Grohe perca a posição de qualquer jeito. Ignoram, é claro, que no primeiro tempo ele evitou o gol do mesmo Paulo Roberto. Ah, mas aí é obrigação.

Sobre goleiro, quem me lê sabe que o meu preferido seria Cássio. Fora ele, tem meia dúzia do nível (muito bom) de Grohe.

Outra individualidade que não foi bem é Luan. O time depende muito dele, de seu brilho, de seu talento. Prendeu demais a bola, armou dois ou três contra-ataques para o adversário, e falhou no gol. Mesmo assim, foi superior a seus equivalentes, Jadson e Rodriguinho.

Também não gostei do Renato nesse jogo. Antes de Fernandinho, eu colocaria o Éverton. Ele optou pelo Fernandinho, que tem entrado bem. Renato confia nele. Perfeito.

A substituição de Arthur foi correta. O guri não estava bem. Sei que vou irritar seu fã-clube, mas é o que eu penso.

Pior de tudo foi colocar Gaston Fernandez no lugar de Pedro Rocha (o melhor do time do meio pra frente). Foi demais. Éverton de novo seria a melhor opção. Até porque o argentino anda meio sem ritmo de jogo e Éverton com muita fome de bola, com moral elevado.

Éverton entrou tarde demais, substituindo Edílson (uma troca arrojada)

Apesar de tudo, o Grêmio foi superior e merecia ter vencido. A derrota foi um castigo duro demais.

No duelo de gigantes, venceu o mais competente, e sortudo, nos 90 minutos.

Pra finalizar, vejo o Corinthians como campeão. É um time ajustado, eficiente, sem estrelas. E com sorte.

Com a enorme vantagem em relação ao Grêmio de poder se preocupar unicamente com o Brasileiro.

 

 

 

 

Grêmio tem meio campo superior ao do líder

Se eu ainda trabalhasse como profissional da crônica esportiva tradicional, não escreveria o que vou escrever logo abaixo.

O texto poderia ser usado no vestiário corintiano para incendiar os jogadores. “Olha o que a imprensa daqui está dizendo de nós. Está nos desprezando”, alguém discursaria cuspindo fogo.

Bem, aqui nesse meu reduto discreto, sem grande índice de leitura, não corro o risco de acabar estimulando ainda mais o adversário. Na verdade, quando dois clubes de grandeza similar se enfrentam acho que esse artifício não funciona como agente mobilizador.

Bem, não importa.

O fato é que não consigo aceitar que um time que tem Rodriguinho – aquele mesmo que passou por aqui – como seu articulador possa resistir ao Grêmio com sua Arena lotada.

Aliás, nos cinco jogos contra o Corinthians na Arena o Grêmio ganhou 4 e empatou 1. Mas esse é um dado meramente estatístico.

O que interessa é que analisando os dois times, vejo o Grêmio superior no meio de campo. Li uma avaliação jogador por jogador feita por um veículo do centro do país.

Michel, Arthur, Luan e Ramiro ganham de ‘vareio’ do quarteto formado por Paulo Roberto, Maicon, Rodriguinho e Jadson.

Na comparação individual o único que perde, segundo os jornalistas de SP, é Ramiro. Jadson superaria o PGV tricolor. No que eu discordo. Não troco Ramiro por Jadson, embora este seja um ótimo jogador.

Já Luan ganha fácil de Rodriguinho, segundo os paulistas.

No ataque propriamente dito, Pedro Rocha empata com Romero; e Jô ganha de Lucas Barrios, mas apertado.

Entre os dois prefiro o paraguaio.

Será um grande jogo. Ficarei surpreso se o Grêmio não vencer.

P. Rocha e os entendidos em beisebol

O futebol está sempre nos surpreendendo, provocando contradições, abalando nossas teses e nos levando a concluir, sem muito esforço, que nada é definitivo. Não há um ponto final, e sim muitos pontinhos, pontos de interrogação e de exclamação.

Pontos de exclamação, já faz algum tempo, estão reservados para esse talento chamado Luan. ‘Que lance!!!’, exclamaria muitas vezes em cada jogo o velho narrador Celestino Valenzuela.

Como tem acontecido com muita frequência, Luan mais uma vez nos brindou com um futebol superior, provando que é hoje o melhor jogador em atividade no país. Até vou mais longe: está no mesmo nível dos atuais titulares da Seleção Brasileira, um pouco atrás de Neymar. Por enquanto.

Nessa vitória por 2 a 0 sobre o Coritiba, Luan fez a assistência para os gols de Pedro Rocha e de Fernandinho.

Pedro Rocha!!!????. Sim, o tão mal tratado Pedro Rocha, desprezado por boa parte da torcida e apreciado pela maioria (imagino eu). Quem conhece futebol, reconhece a importância tática e técnica desse jogador.

Ele perde gols em demasia, é verdade, mas nesse jogo Lucas Barrios, emérito goleador, perdeu um gol ao estilo PR, mas nem por isso é crucificado.

Estou convencido de que quem não gosta de Pedro Rocha deveria dedicar-se ao beisebol, aquele joguinho que os americanos copiaram do jogo de taco da minha infância. Ou à prática do emocionante golfe.

Pedro Rocha nunca chegará ao nível de Luan, mas é um acessório muito importante nesse esquema vitorioso de Renato.

O gol que marcou depois de receber de Luan, vencer a marcação e bater forte de esquerda sem chance para essa muralha que foi o goleiro Wilson, merece muitos pontos de exclamação para reforçar meu entusiasmo.

Seria o gol da vitória se outro dos injustiçados não desferisse o tiro fatal, um chute forte também de esquerda de outra ‘Geni’ do time, o Fernandinho.

Confesso que já começava a criticar mentalmente o Renato por não ter sacado Fernandinho, quando Luan meteu a bola perfeita para o companheiro fazer o 2 a 0 que liquidou de vez o esforçado time do Coritiba, e manteve o Grêmio a um ponto do líder.

Gostei também da entrevista de Fernandinho no final, mostrando a união do grupo, a solidariedade. Elogiou muito o Luan por ser um jogador capaz de surpreender a qualquer momento com um lance ao mesmo tempo simples e genial.

Destaco ainda o goleiro Marcelo Grohe. Não foi exigido como Wilson, mas esteve seguro nas intervenções, algumas difíceis. O tão criticado (por alguns admiradores de beisebol) Grohe segue sem levar um gol sequer na Arena neste campeonato. Algum mérito ele deve ter, imagino eu aqui do alto da minha ignorância.

Agora, só vi um jogador melhor que Luan nesse jogo: Geromel. Ele garantiu lá atrás nos momentos em que o Coritiba ameaçava o gol de empate.

Não gostei muito do Michel. No primeiro tempo, em menos de 3 minutos, ele errou 4 passes seguidos. Um recorde, imagino. Mas depois ele se recuperou e foi importante na proteção à zaga.

Do lado do Coritiba, não tem como não destacar o goleiro Wilson. Não fosse ele o Grêmio teria goleado. Gostei muito também do lateral esquerdo William Matheus.

LIDERANÇA

Neste domingo, na Arena que estará lotada, Grêmio e Corinthians fazem um tipo de final antecipada, muito antecipada. Escrevi dias atrás que eles são os favoritos ao título brasileiro. É o tal jogo de seis pontos.

Renato conta com seus principais jogadores, exceção de Bolanos, salvo engano.

Dúvidas só do meio pra frente. Acho que ele começa com Michel, Arthur e Ramiro no meio; na frente, Luan, Pedro Rocha e Lucas Barrios.