Reservas vacilam na defesa em jogo de reviravoltas e sete gols

Não fosse o aproveitamento excepcional do Sport nas bolas aéreas, o time reserva do Grêmio teria vencido o jogo. Acabou perdendo por 4 a 3 e se afastando do G4.

O problema é que o time pernambucano soube aproveitar o desentrosamento e os vacilos dos defensores. Nem a presença de Kannemann foi suficiente para ajustar a marcação nas bolas alçadas.

No último gol, há um impedimento do volante Jair (autor do primeiro gol), que escapou da marcação de Capixaba e encaminhou a vitória do Sport, um time que luta para não ser rebaixado e que não vencia fora de casa havia dez jogos.

Não fossem essas falhas, esses descuidos, o Grêmio teria vencido. Do meio para a frente o time fez a sua parte, eu diria sua obrigação, mesmo com reservas em campo: fazer gols numa equipe que corre risco de rebaixamento.

Analisando as individualidades, destaque para Matheus Henrique. O Sport vencia por 2 a 0, e o Grêmio pressionava. Aos 37 minutos, em belo lance individual descontou. Os pernambucanos reclamaram toque de mão, mas a bola resvalou de leve no braço da promessa tricolor.

O importante é que Matheus Henrique está mostrando evolução. Marca e arma, só exagerou um pouco na retenção de bola, perdendo alguns lances.

No segundo tempo, com a desvantagem, o Grêmio foi pra cima. Ocorreram quatro gols em 12 minutos.

Aos 5 minutos, Madson (de boa atuação ofensiva) sofreu pênalti. Capixaba cobrou e converteu. O Grêmio mal saboreava o empate e o Sport, no minuto seguinte, empatou, em outro descuido absurdo do sistema defensivo. Aos 12 minutos, Madson tocou para Tony Anderson empatar de novo: 3 a 3. Aos 18, Jair fez o gol da vitória.

Os reservas gremistas ainda insistiram em busca do empate. Mas aí faltou qualidade e tranquilidade.

Jean Pyerre entrou muito bem, jogando com elegância e exibindo técnica apurada. É outro que tem tudo para confirmar. Mas ainda não confirmou.

Outro guri, Pepê, teve bons momentos, lembrando um pouco o Éverton em seu início, intercalando boas e más jogadas.

Em síntese, Renato faz muito bem em colocar os jovens talentos aos poucos no time titular, deixando para os mais cascudos esses jogos da Libertadores, onde a bola tem sido mera figura decorativa de tanto que se joga no corpo do adversário.

CHORADEIRA

O Inter reclamou muito, demais até, após sofrer o gol de empate do Vasco, sábado à noite.

O pessoal, em especial os dirigentes, esqueceu do pênalti claro a favor do Vasco que o juiz não marcou, ainda no primeiro tempo.

O fato é que foi pênalti no final.

Agora, a choradeira é normal. No caso, tem mais a ver com uma tentativa de condicionar as arbitragens para os próximos jogos.

O Inter, que já foi tão beneficiado, precisa aceitar com mais altivez os resultados negativos quando a arbitragem não lhe favorece.

Renato e Maicon, dia de reconhecimento a esses dois ídolos

Esta é pra pirar os antirenatistas enrustidos que só aguardam o momento certo para sair do armário. Confiram:

https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/noticia/renato-gaucho-aparece-em-lista-de-50-melhores-tecnicos-do-mundo-de-revista-inglesa.ghtml

Vejam no original:

https://www.fourfourtwo.com/features/fourfourtwos-50-best-football-managers-world-2018-first-30-names-revealed?page=0%2C2

Renato aparece em 28º lugar, três posições abaixo de Mourinho. É uma façanha, único brasileiro nessa lista.

Confesso que não dou muita bola para essas listas, rankings disso ou daquilo.

No caso, a lista serve para provocar os antirenatistas, em especial os da mídia que sofrem com ele, que diz e não manda recado.

De fato, é uma honra para um profissional que muitos gremistas queriam ver longe do clube.

Renato aparece entre os 30 maiores. Na minha lista imaginária, eu o colocaria tranquilamente entre os dez melhores treinadores de futebol dos últimos três anos.

Para quem já foi comparado ao Joel Santana e tido como um bon vivant, que só queria saber das praias cariocas, é um progresso considerável.

Para um técnico que não anda com livros debaixo do braço nem se preocupa em fazer ‘estágio’ em clube europeu, é uma conquista e tanto.

Queiram ou não, Renato já é um dos melhores técnicos do futebol gaúcho de todos os tempos, ao lado de nomes como Osvaldo Rolla, Ênio Andrade, Carlos Froner, Tite e Felipão.  Se eu esqueço alguém me ajudem.

MAICON

Outro que termina a semana em alta é o volante Maicon. Pra mim, um dos melhores meio campistas do Grêmio de todos os tempos.

Muito deste Grêmio vitorioso, vocacionado para ser múmia de tanta faixa que conquista, se deve ao Maicon.

Ele é o cara que seu sustentação ao esquema lançado por Roger Machado, comandando o time em campo e dando o ritmo adequado que tanto encantou os amantes do futebol como um misto de arte com força, velocidade e aplicação tática.

Depois, Renato chegou com a mesa posta, aplicou o tempero na medida exata e eis que estamos nós, gremistas, aqui felizes, uns mais que os outros, mas todos felizes ao seu jeito, mais crítico, menos crítico, mais murrinha, mais cri-cri e, no meu caso, mais chapa-branca, como já me chamaram.

Voltando ao Maicon, o Tite, que apesar do lance do Éverton continua sendo um técnico de ponta – mas já sem a minha admiração -, revelou que se o grande capitão gremistas fosse mais jovem o convocaria para a seleção brasileira. É o reconhecimento ao Maicon, e um orgulho pra mim, que venho endeusando o Maicon desde a campanha do penta da Copa do Brasil.

SPORT

O Grêmio vai com time reserva contra o Sport. Não sei quem vai jogar, mas sei que será o melhor disponível, sem os titulares, claro.

É jogo para vencer, somar três pontos e continuar na ponta de cima, talvez à frente do Inter, nesse nosso pequeno campeonato local.

Grande atuação e vitória épica sobre o River Plate

O técnico Renato Portaluppi cada vez mais faz por merecer a estátua. Quando todos duvidavam que seria impossível vencer, ou até mesmo apenas empatar com o River Plate, no Monumental de Nuñes completamente lotado, eis que Renato monta um esquema que hoje seria chamado de covarde se tivesse fracassado.

É óbvio que Renato só armou um esquema com quatro volantes por sentir que não haveria outra maneira de atingir o grande objetivo do time desde que foram confirmadas as ausências de Luan e Éverton, que era de ‘voltar vivo para Porto Alegre’, conforme cansou de dizer o Romildo Bolzan. Sim, o empate já seria um resultado muito bom diante das circunstâncias.

Renato armou um esquema para não perder, e se perdesse que fosse por um placar recuperável. E ninguém pode criticá-lo por isso, embora a gente saiba que não faltariam ataques com adjetivos pejorativos. Os comentaristas de resultado definiriam o esquema como ‘acadelado’, quando foi a necessidade impôs essa solução ao Renato, um técnico ofensivista por natureza.

Então, Renato armou o esquema possível. E aí contou com sua estrela, que voltou a brilhar depois de alguns jogos um tanto nebulosos. Tirou Michel da cartola na segunda-feira, conforme revelou o jogador após o jogo. E o volante, que ficou meses sem jogar e só voltou no sábado, apareceu na área para aproveitar escanteio batido por Alisson para fazer o gol da vitória. Um golaço de cabeça.

Uma vitória épica, histórica, daquelas que viram lenda a cada relato. Porque o que se viu foi um time focado, homogêneo, aplicado taticamente e decididamente determinado a impedir a vitória do queridinho do setor vermelho da imprensa gaúcha, que agora deve iniciar um processo de diminuir o time argentino, que’ não é tudo aquilo’, etc.

O time imbatível, assustador, um tigre feroz,vai virar um gatinho manso.

Dias atrás eu escrevi que o River Plate não é tudo isso que pintavam, como se fosse um time superior ao atual campeão da América. O resultado obtido em Buenos Aires prova que eu estava certo: com o time titular a vitória seria muito possível, diferente do que muitos apregoavam.

Bem, agora tem o jogo da volta, dia 30. É preciso respeitar o adversário, primeiro passo para vencer e ir à final da Libertadores. Sem Kannemann. mas com Éverton e Luan. Grêmio muito perto de uma decisão contra Palmeiras ou Boca Juniors. Prefiro o segundo, seria um jogo com mais cara de Libertadores.

Para concluir, ótima arbitragem do juiz peruano. Algo está mudando na Conmebol…

Sobre as atuações, nota 10 para todos. O Grêmio foi um bloco monolítico. Se no primeiro tempo o River levou algum perigo, com Marcelo Grohe fazendo duas grandes defesas, no segundo o equilíbrio foi ainda maior. Marcelo fez apenas uma defesa, entre uma e outra porrada nas costelas.

Renato deu um nó tático no argentino Gallardo. Será que leremos isso na imprensa local? A imprensa do centro do país já destaca esse aspecto como fundamental para a vitória.

 

 

Nada é impossível para o Grêmio

Dois fatos abalam minha confiança numa vitória nesta terça sobre o River Plate, o queridinho da vez por setores da mídia gaúcha, sempre pronta para um ‘alentaço’ em favor do Inter e um tanto, digamos, comedida quando se trata do Grêmio.

O primeiro é sobre a ausência de Éverton e Luan. Menos mal que Luan acabou se incorporando à delegação, que deixou Porto Alegre neste domingo com grande manifestação de gremistas no aeroporto.

Ao que tudo indica Luan irá jogar, mesmo com essa droga (fascite plantar) na sola do pé, que acomete pelo que vi até agora apenas jogadores do Grêmio.

Luan vai ficar pelo menos no banco, o que já é alguma coisa.

Duro mesmo é vencer o River em casa sem a velocidade e o ímpeto de Éverton. Acreditava mesmo na vitória, apesar do oba-oba sobre os argentinos.

Outro fator que me deixava confiante também já não existe: o River perdeu invencibilidade histórica de 32 jogos.

Foi batido pelo Colón. Gallhardo, assim como Renato, escalou um time reserva, perdeu por 1 a 0. Renato fez o mesmo contra o América Mineiro e empatou por 1 a 1, joguinho danado de se ver.

Interessante, dois dos mais festejados técnicos das Américas adotam a mesma estratégia: poupam titulares quando entendem necessário. Será que Gallardo enfrenta a mesma crítica?

Bem, sempre digo que um time com invencibilidade longeva está a cada jogo mais próximo de ser derrotado. Imaginava que isso pudesse acontecer diante do Grêmio. O problema é que agora acabou essa série invicta.

Então, vou para esse jogo  contra o River Plate assinando um contrato agora de empate por qualquer placar.

Meu otimismo, baseado em evidências, caiu bastante.

No entanto, acredito no trabalho de Renato, na estrela de Renato, no talento e na garra dos jogadores e, principalmente, que nada é impossível para o Grêmio.

Véspera de decisão e especulações sobre a saída de Renato

‘Mas que perguntinha, hein?’, reagiu Renato, forçando um sorriso, ao ser questionado por uma repórter sobre se ficaria no Grêmio ao final de seu contrato.

Nada de novo, tudo muito previsível. Basta se aproximar um jogo decisivo, como esse de terça-feira, contra o River Plate, que sempre tem um repórter ‘criativo’ para perguntar e/ou especular sobre a saída do técnico gremista no fim do ano.

É como esses times que batem no craque adversário em rodízio. Quando o juiz, que normalmente é complacente com a violência, decide por um fim na pancadaria, o alvo já está todo lanhado ou até esfacelado.

Vamos ver o que está reservado, ou sendo preparado, para a véspera do jogo, com a delegação tricolor já em Buenos Aires.

Por certo vai aparecer algum clube que ‘teria’ feito proposta e que, segundo ‘um alto dirigente’ gremista, até já estaria acertado com Renato. Algo assim.

Porque esse pessoal não pode ver o Grêmio numa decisão sem aparecer com uma ‘informação’ desestabilizadora. Eu sei que Renato, os jogadores e os dirigentes já estão acostumados e esse tipo de coisa não os atinge, mas que é irritante, é.

Tenho curiosidade em saber se isso acontece também com outras equipes, como Cruzeiro, que acaba de ganhar outra Copa do Brasil, comemorada aqui em Porto Alegre pelo setor vermelho como se fosse título colorado. Coisas que só acontecem aqui em território texano.

Será que a imprensa argentina vai questionar o Gallhardo sobre uma eventual proposta para deixar o River? Mano Menezes teve de responder sobre isso antes da decisão diante do Corinthians?

Bem, de uma coisa tenho certeza, antes do jogaço contra o River vão aparecer ‘notícias’ sobre uma eventual saída do Renato ou de algum craque gremista.

Quem viver, verá.

P.S. – Será que vai aparecer alguma proposta pelo Odair Hellmann às vésperas do jogo contra o Santos?

RECHE

Fico sabendo pelo sempre ligado RW, que o Luís Carlos ‘Capitão’ Reche informa hoje o que adiantei há duas semanas: o presidente do CD tricolor, Carlos Biedermann, assumiu que seu sonho é ser presidente do Grêmio. Ele está mesmo na disputa.

 

O atual campeão da América não tem por que temer o River

Sem querer que pareça excesso de otimismo nem alienação grau 9 na escala Richter  em meio a onda de louvação ao adversário do Grêmio na terça, dia 23, ouso dizer  que o River Plate, o novo queridinho da imprensa isenta no Estado, só está invicto desde fevereiro e com mais de 30 jogos sem perder por uma razão muito simples:

Não enfrentou o Grêmio!

Nesses oito meses de invencibilidade não enfrentou o atual melhor time das Américas, o atual campeão da Libertadores. Tem gente que esqueceu ou que não quer lembrar disso.

Não tenho por que temer esse time argentino. É evidente que é um time forte, e não apenas isso, um clube poderoso e influente.

Há que se respeitar esse time com toda a sua tradição e sua história, mas principalmente pelo seu presente.

O passado não entra em campo quando a bola começa a rolar.

Mas respeito não é sinônimo de temor. Desde que foi confirmado esse confronto tipo nitroglicerina pura o que mais leio e ouço na mídia gaúcha é que se trata de um adversário imbatível.

Nós já vimos isso, e eu escrevi a respeito: eles, vocês sabem que, começam enchendo a bola do adversário, tanto que chega a assustar os mais sensíveis e aqueles que mal engolem Renato e seu futebol nada ‘texano’, ou seja, sem aqueles ‘cuidados’ defensivos que tanto agradam os fãs do aipim, do chutão pra área, do volante do calção sujo de barro, etc.

Se dependesse dessa turma que perambula por programas de TV e Rádio pregando a volta do futebol pragmático, tipo ‘truvisca no fedor que o beque faz contra’, Renato começaria com Bressan de volante, na falta de jogador tão ou mais limitada tecnicamente.

Eu acredito muito na vitória sobre o River nessa disputa de dois jogos. Gosto de enfrentar esses ‘super times’.

Ainda mais quando se super não tem nada. O River realmente é um time forte, mas pode ser batido por esse Grêmio forjado na qualidade, com um estilo de jogar respeitado e admirado, especialmente longe daqui do Rio Grande dos caranguejos vermelhos.

Hoje, esse time tão festejado é sétimo colocado no campeonato argentino, que tem o Tucumán como vice-lider, sete pontos atrás do líder Racing.

Não, eu não duvido da capacidade do River Plate, uma potência das Américas.

É que eu acredito muito no Grêmio!

 

 

Maquininha na mão e olho na tabela do Brasileiro

Terminada a rodada deste domingo recorri à maquininha de calcular e passei a olhar com atenção a tabela de jogos.

Baixou o matemático Tristão em mim.

Se as coisas tivessem ocorrido como eu gostaria, ou seja, vitória do misto frio do Grêmio sobre o Palmeiras, eu estaria agora, neste momento em que teclo febrilmente estas linhas angustiadas, em pânico.

Imaginem por um instante o Grêmio vencendo o Palmeiras. Que alegria, não?, o time continuaria na briga pelo tão sonhado título do Brasileirão.

Aí, olhando a tabela de classificação, veríamos o Palmeiras dividindo a liderança com o Inter. Bem, eu entraria em pânico. Já estou com o sinal amarelo, de alerta, faz tempo. Tenho um amigo que quase surtou ao final da rodada.

-Eu disse, eu disse, o Grêmio precisa perder pro Palmeiras -, gritava ensandecido, imagino (a conversa foi pelo telefone, e não durou um minuto) até que salivando de desespero.

E tem gente que queria o time titular do Grêmio em campo… Renato, em função das oportunas lesões, armou um time forte o suficiente para ser não humilhado. Deu certo.

O preço disso é que o Grêmio agora decidida e irremediavelmente está fora da corrida pelo título. E isso dói, porque havia sempre uma pontinha de esperança, apesar dos sinais em contrário.

O bom é que o Palmeiras avançou e só não tirou mais pontos de diferença do Inter (e Flamengo, que voltou a crescer e é outro que tem minha torcida) porque esse time do São Paulo dói de ruim.

Li que o técnico Diego Aguirre perdeu o comando do grupo. Se não é verdade, é ruindade mesmo.

A próxima rodada, sábado que vem, marca o Palmeiras com uma barbada, enfrenta o Ceará no Pacaembu. Já o Inter pega, na segunda, ou seja, quando todo mundo já jogou (boa essa tabela, hein?), pega o Santos em casa.

O Santos é outro que vem crescendo, e pode incomodar.

Já o Flamengo joga fora contra o Paraná, jogo para somar três pontos e mostrar que está vivo na disputa.

O Grêmio, bem, o Grêmio ‘cumpre tabela’ contra o América, em MG. Sábado, às 16h. Preciso encontrar algo melhor pra fazer.

O JOGO

O Grêmio tomou um vareio, como se dizia em Lajeado onde eu exibi minha arte de meia atacante frustrado e de talento nunca reconhecido.

O Palmeiras foi pra cima sob o comando de Dudu, que jogou demais. Marcelo Oliveira sofreu, como qualquer outro sofreria, com exceção do velho Roger dos anos 90.

A rigor, o Grêmio teve uma chance clara de gol. Foi com Pepê. No resto do tempo ficou tocando a bola, buscando alguma brecha na defesa adversária, e também preocupado em não perder o controle pra não levar mais gols.

No final, o Palmeiras fez o segundo, falha clamorosa de Bressan. É justo reconhecer que Bressan foi útil em vários jogos, mas como se trata de Bressan, é sempre perigosa sua escalação.

Agora, Bressan cometeu o erro maior, mas tem outros jogadores que erraram muito, principalmente passes.

Destaque para o goleiro Paulo Vitor, Geromel, Leonardo, Maicon e Cícero.

O restante foi uma decepção. Ainda bem, porque se eles jogassem melhor o Grêmio poderia ter vencido ou empatado.

A arte de secar e a disputa presidencial no Grêmio

Secar é uma arte. Não existe uma lógica para todos. Cada um tem sua lógica na hora de secar.

Agora mesmo eu estou secando o Cruzeiro, que acabou de fazer um gol antes do intervalo.

Não quero ver o Cruzeiro campeão da CB de novo. Mas não é só por isso. Há um motivo mais profundo: a vitória do Cruzeiro será a vitória do estilo Mano Menezes de trabalhar, e que todos nós conhecemos muito bem.

Há quem goste, e os resultados têm sido bons pra ele. Futebol de marcação, porrada como se viu contra o Grêmio no ano passado pela CB, e a luta por um golzinho, normalmente de cabeça, porque o jeito Mano de jogar é de chegar na intermediária e mandar a bola pra área.

Os mais pragmáticos, inimigos do Guardiola e seus seguidores e secadores do Renato, comemoram cada gol de cabeça – se for do camisa 9 que não pode faltar no time desse pessoal -, melhor ainda.

Não por coincidência o gol do Cruzeiro, no finalzinho do primeiro tempo, foi de cabeça, meio na sorte, de chiripa. Tinha o Barcos e o Thiago Neves na jogada, adivinha quem fez o ‘golo’ (como diz o RW ironizando a turma do calção sujo e do centroavante aipim)?

Não, não foi o aipim castelhano, jogador que quero ver distante da camisa do Grêmio.

Então, secar faz parte da vida do torcedor. Eu diria que o torcedor passa mais tempo secando do que torcendo pelo seu time.

Hoje eu sou Corinthians. Domingo, já decidi comigo mesmo, que vou secar o Inter, o que não é nenhuma novidade. Serei Diego Aguirre, a quem já sequei muito.

Tem o jogo do Grêmio contra o Palmeiras. Renato vai mandar a campo um misto frio, ou até um time apenas com reservas.

Vou torcer pelo Grêmio, claro, mas de leve. Não vou triste se o Palmeiras vencer. Aliás, o Palmeiras do Felipão é o favorito nesse jogo. Se vencer, consolida também seu favoritismo na disputa pelo título.

Hoje, tenho de admitir que o Palmeiras é o meu segundo time no país. E penso que muitos gremistas compartilham desse sentimento.

Se o Grêmio tivesse vencido o Bahia, estaria ainda credenciado a brigar pelo título do Brasileirão. Como ficou só no empate, restou, em tese, apenas um time para impedir o pior, que seria o título colorado 39 anos depois.

Imagine, o piá nasceu  no final de 79, com o pai colorado já colocando-0 de sócio vermelho e tirando fotos do inocente bebê com uma camisetinha colorada. Aí o guri cresce e fica amargando 39 longos anos, já com uma calvície e uma barriguinha avantajada de incontáveis skol ou Kaiser, sem título do Brasileirão. Nesse meio tempo, vendo o Grêmio ser campeão do mundo, bi da Libertadores, etc.

Um sujeito assim deve ter sequelas emocionais graves.

Em resumo, sou Palmeiras, porque é o único com reais condições de superar o Inter, embora eu ache que o time do Odair, depois de perder para o Sport, começou a descer a ladeira.

Só tem um detalhe que me preocupa: uma vitória do Palmeiras vai dar um impulso aos defensores do estilo Felipão e Mano de jogar.

Bem, mas isso eu suporto, porque será por uma nobre causa.

CORRIDA PRESIDENCIAL NO GRÊMIO

Já tem gente se apresentando, ainda discretamente, para disputar a sucessão do presidente mais vitorioso desde Fábio Koff.

Os nomes que estão sendo lembrados, já faz algum tempo, para ocupar a cadeira de Romildo Bolzan, dentro de pouco mais de um ano, são esses (não pela ordem):

Marcos Hermann, Odorico Roman, Cláudio Oderich e Carlos Biedermann, atual presidente do CD do clube.

Corre por fora o favorito entre os torcedores ‘raiz’: Nestor Hein. Mas este dificilmente irá concorrer.

Nestor tem resistido bravamente à pressão de amigos para que entre na disputa.

 

Grêmio empata e vê o título do Brasileiro mais distante

Mais uma vez aconteceu o que eu temia, e que tem sido frequente neste Brasileirão. Na maioria das vezes em que me sento diante da TV com alguns minutos do início do jogo, vejo na tela, sempre muito surpreso, que o adversário está vencendo por 1 a 0.

Então, o Grêmio sabe que irá enfrentar, na Arena principalmente, um adversário fechado, ocupando espaços e explorando contra-ataques. Mesmo assim permite esse trunfo, um gol logo de saída.

Muitas vezes, o Grêmio reverte. Não foi o que aconteceu neste sábado, na Arena. Liguei a TV aos 3 minutos de jogo. Lá estava no placar, no alto da telinha: Bahia 1 a 0.

Não dá pra entender essa falta de concentração a cada início de partida. A única explicação que vejo é que o time entra tranquilão, seguro de sua superioridade e que a vitória virá sem maiores sobressaltos.

Em jogos de mata-mata isso não acontece. O time já entra a 110 por hora, dedo ligado na tomada.

Ao que parece somos vocacionados para disputar mata-mata. Não temos a mesma competência nos pontos corridos, quando de vez em quando dá um relaxamento e aparecem os resultados negativos.

Aconteceu com o Inter, no sábado. Perdeu para o misto do Sport por 2 a 1, deixou mais distante o sonho do Brasileirão. Desta vez, a arbitragem não contribuiu para um resultado positivo.

Já o Grêmio, teve de correr atrás desde o começo. Não é fácil vencer um adversário que larga com vantagem e depois se retranca e especula na frente.

Coincidência ou não, o time piorou em relação ao que vinha jogando com um falso centroavante, muita movimentação no ataque, confundindo a marcação.

Realmente, o técnico Renato prefere um jogador de referência na área. Jael jogou, e não foi bem. O time todo ofensivamente caiu.

Piorou a coisa com a lesão de Éverton, lesão muscular. Problema.

O time sentiu a falta dos dois laterais titulares. Leonardo e Capixaba estão alguns degraus técnicos abaixo dos titulares.

Com a saída de Éverton, Marinho teve outra oportunidade. Entrou mal, uma decepção, em especial pra mim, que acreditava muito nele.

O Bahia ampliou, inacreditável. De novo com Élber. Aos 21 minutos. Um balde de água fria na torcida e no time gremista.

Aos 38, a reação, Marinho fez jogada pela direita, a bola sobrou para Alisson, que cruzou para a entrada de Capixaba, que concluiu com perfeição.

Dois minutos depois, Marinho invadiu a área pela direita e foi puxado por um adversário. Pênalti que Jael converteu, empatando o jogo.

Era um jogo para três pontos. Era jogo para mostrar que o Grêmio está mesmo a fim do título nacional. O empate deixou o Grêmio a cinco pontos do líder, o Palmeiras, que bateu o São Paulo por 2 a 0.

Se o Grêmio perder domingo, em SP, para o Palmeiras, se despede da disputa pelo título, restando a velha história da vaga na Libertadores.

Mesmo que o Grêmio vença o time de Felipao, o título brasileiro seguirá quase impossível, ainda mais se o time continuar deixando escapar pontos preciosos dentro de sua casa.

 

Tite repete Zagallo e prejudica o Grêmio

Há alguns anos, preocupado com a dança de treinadores no período pós 2001, eu defendi um contrato vitalício de Tite com o Grêmio.

Eu era movido um tanto pelo desespero de ver o time com dificuldade até para vencer o regional como pela saudade daquele time campeão da CB de 2001, de futebol bonito e eficaz.

Nunca fui atendido. Até porque depois veio Renato, que superou Tite em todos os quesitos, tanto que vai virar estátua.

Hoje, não quero ver o sr. Adenor Bachi nem pintado de ouro. O que Tite faz com o Grêmio ao convocar Éverton para amistosos inconsequentes da seleção, que segue sua vocação de vitrine itinerante para deleite de empresários e clubes do exterior, é um acinte, uma provocação, ofensa grave.

Faltam adjetivos para definir essa ação de Tite. Nem vou comentar possível influência de empresário na convocação. Apesar de indícios apontando o contrário, ainda considero Tite um profissional sério.

O importante, o que é fato, é que por causa de Tite o Grêmio não terá seu atacante mais perigoso, mais efetivo, contra o Palmeiras, dia 14, em SP. Jogo sanduíche entre os amistosos contra a Arábia, dia 12, e Argentina, dia 16.

Jogo-chave para o Grêmio no Brasileirão. Duelo entre os dois clubes brasileiros que seguem vivos na Libertadores, fortes para os confrontos com River Plate e Boca Jrs.

Éverton é o único que atua no país convocado para esses jogos de extrema relevância. Isso é grave. Gravíssimo, mas ninguém dá bola. O Grêmio esperneou, atuou forte nos bastidores, mas não foi atendido em seu pedido de liberação do jogador.

Os outros clubes silenciam. Até aí nenhuma surpresa. Se houvesse um mínimo de união essa decisão suspeita da CBF seria revertida.

Estamos diante de um fato que coloca o Brasileiro sob suspeição. Por que apenas Éverton? E os outros?

Então, depois dessa o Tite se equipara ao Zagallo, que desfalcou o Grêmio num jogo decisivo contra o Cruzeiro, pela Libertadores, em 1997, ao convocar Paulo Nunes para um amistoso na França.

Paulo Nunes não jogou, fez uma falta danada ao Grêmio e nunca mais foi convocado pelo Zagallo.

É claro que Zagallo não fez de propósito. Assim como Tite agora.

Só tem anjo no futebol.