A dura realidade gremista e a gangorra emperrada

Alertei sobre a ‘revolução’ que Roger estava fazendo no Grêmio, segundo li no jornal ZH logo após a alentadora vitória sobre o Corinthians. Digo estava porque quero ver o que vão dizer  aqueles ‘especialistas’ que viram em Roger Machado capacidade de transformar água em vinho em poucos dias de trabalho.

Não existe milagre no futebol. É fato comprovado cientificamente que existe, isto sim, os deuses do futebol. Se alguém duvida é só ir ao Beira-Rio, onde pelo jeito estão morando.

Mas milagre mesmo ainda não vi. O mais próximo de milagre no Grêmio, nos últimos cinco anos, foi protagonizado por Renato ‘São Portaluppi’, quando ele conseguiu fazer Douglas jogar tanto a ponto de ser convocado à Seleção. Sem contar outros que nada jogavam e que de repente, como num passe de mágica, começaram a jogar. Mas é melhor não falar de Renato, que, segundo alguns, em especial colorados invejosos e revanchistas, nem treinador é.

O assunto é Roger. Pois Roger não é mágico. Qualquer gremista de qualquer ponto do planeta, e até algum extraterreste que esteja entre nós, sabe que o Grêmio ‘malimal’ tem um time para disputar vaga na Sul-Americana.

Além de ter um time titular que não convence e não assusta ninguém, apesar do bom desempenho contra o Corinthians, o Grêmio sofre com a falta de reservas suficientes para encarar uma campanha tão longa e desgastante como o Brasileirão, e ainda com a Copa do Brasil em paralelo.

O que se viu sábado, em SP, foi um técnico desesperado à beira do gramado, se desdobrando para acertar a marcação e o posicionamento com a bola andando. Os ouvidos mais sensíveis não curtem treinador assim, gritão. Eu acho importante esse temperamento sanguíneo, dentro e fora do campo de jogo, principalmente dentro.

E também nesse aspecto o Grêmio está sofrendo. Enquanto Roger vibra e tenta jogar com o time – o que em Felipão era um defeito grave para os anti-scolaristas -, o que se viu no Morumbi um time como um todo por vezes apático. Não adianta meia dúzia pegar junto enquanto outra parte da equipe não doa mais de si em favor do coletivo.

Os últimos minutos foram deprimentes. Todos devem lembrar o lance em que Braian Rodriguez corria de um lado para outro para roubar a bola, até que ele parou um segundo para cobrar o mesmo empenho dos jogadores mais próximos. Era o momento de ir para cima com tudo, sem medo, porque o SP vencia por 2 a 0.

Nesse aspecto, me parece que faltou essa voz ativa e forte do homem à beira do gramado. Não sei se Roger cobrou mais garra e vibração de sua equipe para interromper o ‘olé’ do time paulista. Se ele, como o time, nada fez para conter aquele toque de bola humilhante, bem, aí minha preocupação aumenta.

O Grêmio já sofre com a falta de maior qualidade no time, em especial de um goleador com boa presença de área (Alecsandro me serve).

Agora, não se pode ficar assim: um dia o time vence, e tudo está bom; no jogo seguinte perde, e aí tudo não presta.

O time tem imperfeições. Roger conseguiu dar nova dinâmica ao time em dois jogos, mas não repetiu contra o São Paulo, que, afinal, jogando em casa, é normalmente favorito contra qualquer time.

Mesmo sem jogar grande coisa, o Grêmio perdeu por detalhe. O primeiro gol foi quase um acidente, uma infelicidade da zaga na bola aérea. O segundo gol foi um escândalo. Não houve pênalti. Marcelo Oliveira encolhe o braço na hora do cruzamento. Mais absurda que a marcação do juiz, que deve decidir na hora e tem outro ângulo de visão, é a opinião do comentarista de arbitragem Márcio Chagas, um gremista arrependido. Depois de ver e rever o lance, seguiu dizendo que foi pênalti.

Penso que ele, Chagas, insiste porque caso contrário não teria como explicar por que viu aqueles dois ‘pênaltis’ contra o Cruzeiro/RS, quando ele e outros luminares do apito gaudério vieram com aquela lorota de que o jogador, ao se jogar na frente do adversário para interceptar o cruzamento ou chute a gol, está assumindo o risco de ter a bola batendo em seu braço, configurando, então, pênalti. Ora, vão catar coquinhos.

Estou curioso para ver o que dirá Chagas num lance assim marcado contra o Inter. A favor do Inter e contra o Grêmio a gente já sabe como ele posiciona.

O Grêmio foi prejudicado pela arbitragem contra o São Paulo. Toda a imprensa paulista reconhece isso. Mas o maior prejuízo gremista foi causado pela limitação técnica do time. Não adianta a direção vir dizer que tem muita gente boa na base. Não tem. Tem alguns como o lateral Raul, que ninguém consegue entender por que não é testado, e se prefere improvisar um volante com pouca velocidade na lateral. Hoje está todo mundo dando pau no pobre Felipe Bastos.

A respeito de FB, lamentável a discussão entre ele e Luan para cobrar uma falta. Na próxima vez, que joguem uma moeda para cima, porque nenhum deles é sumidade em cobrança de falta. FB ganhou no grito, mas cobrou mal como normalmente acontece. Nada garante que Luan cobraria melhor.

Por fim, penso que Roger armou bem o time com o material disponível para o momento. Que culpa tem ele se Júnior, motivo de muito ranger de dentes contra Felipão, jogou um futebolzinho de quinta categoria. de novo. Esse rapaz surgiu muito bem, mas depois nunca mais repetiu as atuações iniciais.

Que culpa tem Roger se ele olha para o banco e vê como opções para melhorar o ataque o Vitinho, com aquele jeito de ‘o-que-é-que-eu-estou-fazendo-aqui’?

Se Vitinho não jogar nada, como parece ser o caso, estaremos diante de uma situação que vai exigir uma ‘CPI’ no futebol do Grêmio.

Vou parar por aqui porque minha coluna lombar está me fazendo sofrer, não tanto quanto o Grêmio e a posição da gangorra no RS, mas dói.

INTER

O Inter venceu o Coritiba até com facilidade. E não poderia mesmo ser de outro jeito. Estádio lotado e um time confiante, seguro de si.

O Coritiba até que lutou, mas caiu ao natural.

Foi uma bela festa em homenagem a Fernandão, um dos mais importantes jogadores da história do clube. A comparação com Falcão que andei lendo por aí atribuo apenas ao fato de ele ter morrido tão cedo e de forma tão trágica.

No Brasileirão, repito que vejo o Inter é um dos favoritos ao título. A gangorra emperrou com o Inter na parte de cima.

Elogios em excesso e a ‘revolução’ de Roger

Diz o ditado que elogiar nunca é demais. Todos sabem que não é bem assim, principalmente quem tem filhos.

Eu sempre desconfio de elogios em excesso. Encha a bola de um jogador, por exemplo. Se o cara não tiver boa estrutura ele já sai caminhando diferente e no jogo seguinte entra de salto alto.

No vestiário, depois, ele volta à realidade. Isso se o time todo não ficou contaminado com aquele vírus que por vezes atinge jogador convocado para a seleção brasileira.

Por isso, me preocupo quando leio e ouço tantos elogios ao Roger e quando usam a expressão ‘revolução’ para rotular um trabalho que recém começou.

Não que Roger não mereça elogios. Ao contrário. Ele começou muito bem e tudo indica, por suas entrevistas ponderadas e serenas, que ele deve levar o time ao um outro patamar.

Desde, é claro, que receba reforços.

Desconfio até que certos elogios têm como objetivo dizer que está tudo certo, que não precisa reforçar e que o time atual com Roger no comando pode sim sonhar com o título brasileiro.

Espero que esse tipo de manifestação entre por um ouvido e saia por outro.

O Grêmio ao que tudo indica ganhou um treinador competente, mas o time ainda precisa de reforços. Por exemplo, um goleador, um matador.

Depois, com mais qualidade e também quantidade – o campeonato é longo -, Roger poderá mesmo iniciar uma revolução.

Antes disso, Roger, desconfie de tantos elogios.

DESFALQUE

Contra o São Paulo, que vem de ótima atuação contra o Santos, venceu por 3 a 2, o Grêmio não terá Wallace.

Desfalque importante. Wallace foi destaque do time nos dois últimos jogos.

O pior é que não há substituto à altura. Roger talvez tenha que improvisar. Passar Marcelo Oliveira para o meio, colocando Júnior. É o mais lógico.

O problema é que Marcelo com mais liberdade é um trunfo, como mostrou contra o Corinthians.

Outro desfalque é Gallardo, logo agora em que ele começa a mostrar bom futebol.

Seria uma oportunidade para colocar Raul, mas o guri segue fora dos planos.

Duvido que seja apenas por questão técnica.

Grêmio se impõe na Arena e vence com autoridade

Um sonho. Parecia um sonho. Aos 2 minutos, Giuliano, pegando cruzamento perfeito de Pedro Rocha, fazia 1 a 0 no Corinthians, jogo de seis pontos, porque os dois clubes, em tese, entram para disputar título no Brasileirão.

Mas tive que me beliscar mesmo foi quando dois minutos depois Marcelo Oliveira fez 2 a 0. Opa, algo está errado. Duas chances de gol, dois gols. Cem por cento de aproveitamento. Algo está errado. Não é o Grêmio perde-gol. É um sonho.

Não era um sonho.

O Grêmio jogou um futebol como há muito não se via na Arena. Um futebol de lavar a alma, de fazer renascer a esperança.

Sob o comando de Roger Machado o Grêmio já merecia ter vencido no Serra Dourada, o que seria uma façanha quase épica.

Ontem, os gols não feitos sobre o Goiás afloraram generosamente contra o Corinthians: 2 a 0 em quatro minutos.

Lógico, o time de Tite, formado há mais tempo e sempre um candidato natural ao título, reagiu. Conseguiu descontar e por pouco não empatou.

O jovem Thiago mostrou o acerto da decisão de Roger, que optou pelo guri da casa em detrimento do Bruno Grossi. Thiago se mostrou seguro o tempo todo. E, no final, brilhou. Simplesmente brilhou ao defendeu um cabeceio mortal, retendo a bola quase sobre a linha do gol.

No segundo tempo, o Grêmio suportou bem a pressão do time paulista e sempre se manteve pronto a atacar. Por isso, conseguiu chegar ao terceiro gol, marcado por Luan.

Luan, um capítulo à parte. Há muito tempo venho dizendo que ele é o maior projeto de craque do Grêmio nos últimos anos. Por vezes ele é irritante, mas se trata de um talento quase sublime.

Não tenho receio em afirmar que em breve Luan, se manter o foco no futebol e deixar a noite de lado, estará jogando num Real Madrid, num Barcelona. Escrevi algo parecido a respeito de um tal Ronaldinho na época do Correio do Povo.

Ver Luan jogar já é um motivo a mais para ir a Arena.

Além de talentoso com a bola, não se micha pra cara feia.

O time teve outros destaques no jogo. Aliás, todos jogaram bem.

Mas eu destaco o Giuliano, sempre tão cobrado, e o Marcelo Oliveira, jogador que sempre despertou minha atenção não apenas pela qualidade, mas principalmente pelo espírito guerreiro, pela entrega constante e profunda. Ontem, fez um golaço, ao concluiu uma jogada que ele mesmo iniciou ao lançar Giuliano pela direita. Correu para o meio e aparou o cruzamento para fazer o gol em grande estilo.

É bom destacar esses dois porque ambos foram muito contestados, em especial Marcelo por ocupar o lugar que alguns acham que deveria ser de Júnior.

Enfim, foi uma noite gloriosa. É cedo para conclusões definitivas, algo quase impossível no futebol, mas Roger Machado deu, em poucos dias, uma nova cara ao Grêmio.

Se vai durar, não se sabe, mas que é uma sensação boa não há dúvida.

Os velhinhos da Fifa e suas práticas sombrias

Quem me acompanha há mais tempo sabe que a Fifa é uma entidade que eu desprezo. Não que os velhinhos da Fifa se importem com minha opinião, mas eu sempre os desprezei.

Vi o Inter, com apoio e incentivo daquela parte da imprensa gaúcha que esperou 23 anos para empatar com o Grêmio, tentar colar o nome Fifa ao seu título mundial, por si só grandioso.

Uma bobagem para amenizar os 23 anos de espera angustiante. Uma tentativa de querer dar mais peso ao título obtido em 2006, como se a vitória sobre o grande Barcelona não fosse suficiente.

Hoje, quem pode se afasta desses velhinhos safados.

Penso que os colorados devem ser gratos aquele advogado gremista que denunciou o ‘campeão do mundo Fifa’ cravado no antigo Beira-Rio. A poderosa entidade mandou retirar a inscrição, que naquele momento tanto orgulhava os torcedores.

De minha parte, estou contente com a queda de Blatter, que até demorou para cair. Ele que vá cuidar dos netos e tomar vergonha na cara junto dos demais.

Estou vibrando com o desmanche da Fifa, dessa exposição humilhante dos velhinhos arrogantes e suas práticas sombrias.

Espero que essa varredura atinja a CBF e as federações regionais que enriquecem enquanto a maioria de seus filiados padece e sobrevive miseravelmente.

Espero que muita gente caia, inclusive os que usam os clubes maiores em benefício próprio.

Enquanto isso não acontece me distraio com esses versos de Cartomante, de Ivan Lins e Vitor Martins, que remetem para muitas quedas que estão ocorrendo, inclusive algumas injustas como a de Marcelo Oliveira, no Cruzeiro, substituído por Luxemburgo e seu pojeto:

Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada!!

E me emociono com Elis:

ROGER

Sábia decisão do Roger essa de escalar Thiago em vez de Bruno Grassi para enfrentar o Corinthians. Bruno terá de esperar sua vez.

No mais, noite de ir à Arena nesta quarta. Grêmio precisa somar três pontos sobre o claudicante Corinthians.

ARENA

Boa notícia: os bancos credores decidiram liberar parte dos recursos das bilheterias ao Grêmio. Em breve, o Grêmio toma posse plena da Arena.

ROMÁRIO

Imitando o cornetadorw:

Por razões que desconhecemos muita gente pediu para publicar o email do Romário.
Está aqui : romario@senado.leg.br

Jantar tripartite: coluna do Cacalo

Um assunto que tem sido destaque na cornetadorw.blogspot.com é tema da coluna do Cacalo no jornal Diário Gaúcho desta terça-feira, dia 2.

Eu entendo pouco de gastronomia, mas curto um bom churrasco. Ainda mais com amigos…

Churrasco, futebol e cerveja combinam muito. No caso desse citado na coluna do ex-dirigente do Grêmio, se é que existiu mesmo, o diferencial é que teria reunido paraguaios, uruguaios e brasileiros.

Um encontro tripartite que, depois de acontecimentos recentes, talvez nunca se repita.

Confiram a coluna do Cacalo:

Recebi quase duas dezenas de e-mails, alguns dias atrás, dando conta de que teria havido um jantar em Porto Alegre, na véspera de um jogo importante do Inter pela Libertadores, onde teriam comparecido alguns dirigentes do Inter, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, e alguns dirigentes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Os e-mails informam dois ou três lugares diferentes onde teria acontecido o evento. Confesso que não sei exatamente se houve tal festividade e onde teria acontecido. Mas a dúvida que permaneceu depois do tal jantar, seria – sempre no condicional – sobre quem seriam os dirigentes da Conmebol que aqui estiveram.
E a pergunta é absolutamente procedente porque um dos mais famosos desses dirigentes é representante do Uruguai e, agora, todos sabemos que ele está preso na Suíça. Não quero ser injusto, não sei se é o mesmo que hoje está engaiolado, mas se for e houvesse novamente um jantar de confraternização, esse cidadão tão honrado estaria de fora.

Momento certo

A propósito dessas falcatruas que aconteceram no futebol mundial, penso que as investigações deveriam se estender para o futebol brasileiro, porque, todos desconfiamos que há arranjos em resultados nos campeonatos disputados aqui no país, independentemente de serem patrocinados pela Conmebol.
Era o momento certo e oportuno de desmascarar todos os corruptos do futebol brasileiro, que recebem propinas e assim podem arranjar resultados. Mas, fica tudo na suposição!

Roger estreia bem, mas não supera o apito gaúcho

As expressões de torcedores do Grêmio e do Goiás de certa forma resumem o que foi o jogo no Serra Dourada: decepcionante para os dois times. O que mais se viu ao longo do jogo nas arquibancadas do estádio foi cara de irritação e desânimo. Em alguns momentos, raros, sorrisos e brilho nos olhos, faíscas de esperança.

No caso do Grêmio, que é o que interessa aqui, comemoro o fato de que o time do estreante Roger não perdeu – algo comum no Serra Dourada – e também que foi superior ao adversário. Por momentos me fez acreditar que o futuro num curto espaço de tempo pode ser bom. Mas foi só por alguns momentos.

Aquele lance do gol gremista foi bonito de se ver. Gallardo foi se enfiando entre os zagueiros, o toque sutil de Luan e a bola sobrando para Giuliano. Está aí o lateral!, pensei, piscando os olhos. Esse foi um dos momentos que me fez acreditar.

Depois, vieram outros lances que fizeram a realidade desabar sobre minha cabeça ultimamente muito inchada. Um exemplo: Mamute recebe na área, o goleiro Renan (Kidiaba branco) sai e Mamute chuta muito alto, confirmando que não tem o instinto do matador frio e calculista. Ao mandar a bola para longe e soterrar minha esperança, Mamute sinalizou mais uma vez que é preciso contratar um goleador.

O mesmo Mamute protagonizou alguns lances muito bons, mostrando que é um atacante útil. Num desses lances, ele foi calçado por trás quando tinha a frente da jogada, o zagueiro goiano o derrubou por trás a um metro da área. De onde estava, o árbitro da turma do Noveletto sentiu que a falta poderia ter sido dentro da área, e aí ele teria de marcar, aos 20 minutos, um pênalti a favor do Grêmio, inclusive expulsando o zagueiro. Seria benefício demais para o Grêmio.

Então, pra que se incomodar? Resultado: inversão. O sr Daronco, por incompetência ou medo ou ainda outra coisa, marcou falta de Mamute, que tinha a frente da jogada e poderia marcar o gol, isso se não chutasse de novo na cabeça do pipoqueiro fora do estádio.

Mamute é, portanto, um jogador útil nesse time que Roger Machado começa a organizar. E começou bem.

O Grêmio foi superior ao Goiás durante a maior parte do jogo. No primeiro tempo, então, transformou o Goiás em ‘galinha morta’. Como é ruim esse Goiás, pensei, esquecendo-me que na última rodada esse mesmo Goiás venceu o Palmeiras por 1 a 0, em SP. Palmeiras que bateu o Corinthians.

Então, deixemos muito claro: o Goiás não é uma desgraceira. Inclusive está na ponta de cima da tabela. Se eu gostei do Goiás? Não. Gostei do Grêmio? Sim, em boa parte do jogo. Mas por que essa superioridade técnica e tática não resultou em vitória? Porque simplesmente a bola continua insistindo em não entrar.

Agora, destaco que gostei do Grêmio em relação a ele mesmo. Uma leve melhorada. Insuficiente para projetar e ambicionar algo mais do que uma campanha mediana. O Grêmio tem hoje um time para ficar mais ou menos na posição onde está agora, em torno do décimo lugar. E não é por falta de treinador, pelo que se viu. Roger fez o dever de casa em sua estreia, mostrando um time com mais movimentação na frente e boa consistência atrás. Nada de especial, repito. Mas pra quem está começando é um bom sinal.

O principal problema do Grêmio, e não é de hoje, é a falta de qualidade na frente. Pedro Rocha é um jogador promissor, mas terá condições de ser titular hoje? O Grêmio precisa de respostas e soluções agora, não amanhã. Aí, entra Éverton. Em outros jogos já não havia gostado dele, que até chegou a ter uma ou outra atuação alentadora, mas hoje não tenho nenhuma dúvida: não está pronto para figurar no grupo principal, nem sei se um dia poderá vestir a camisa tricolor. Insistir, é perda de tempo.

A prioridade é a contratação de um ou dois atacantes de padrão superior. Bem ou mal, a bola está chegando. Segue faltando o matador.

Conclusão: o time atual é insuficiente para maiores voos. Roger Machado mostrou que pode dar conta do recado, mas não é mágico para levar esse time ao lugar que o clube e sua torcida merecem.

ARBITRAGEM

Em primeiro lugar, lamentável essa decisão de colocar juiz gaúcho em jogo de time gaúcho. O mesmo vale para outros estados.

O árbitro, queiram ou não, fica numa situação complicada. Sempre vai gerar algum tipo de suspeição.

Já aos gremistas só resta protestar que jogar o Brasileirão com árbitros daqui depois de um Gauchão inteiro é um baita castigo. Um sinal de que os deuses do futebol são neste momento, além de colorados, também zombeteiros.

Fez bem o presidente Romildo Bolzan em reclamar da arbitragem, que além do lance do Mamute – esse juiz só por isso merece pegar um freezer -, não marcou falta em Grohe no empate do Goiás.

O técnico Roger não falou, mas deve estar se perguntando por que apito gaúcho também no Brasileiro.

INTER

No Beira-Rio, o Inter com seu time reserva – talvez o time reserva mais caro do futebol brasileiro – arrancou o empate com o São Paulo de Rogério Ceni e cia. A rigor, foi um bom resultado. Afinal, era o São Paulo, um dos candidatos permanentes ao título.

Diego Aguirre saiu satisfeito, dizendo que o Inter tem tudo para chegar entre os primeiros do Brasileirão. Alguém precisa dizer ao técnico uruguaio que isso o colorado já sabe, o que o torcedor quer mesmo é o título que não vence desde 1979.

Um ‘não’ rotundo do Grêmio a Noveletto

Os tempos são duros para a nação gremista. O Inter avança na Libertadores sob a proteção dos deuses do futebol. Os caminhos rumo ao título da competição estão abertos, escancarados.

Tudo dá certo. Leio que um goleador do Tigres está fora da semifinal. Até lá, não tenho dúvida de que o time mexicano irá perder mais meia dúzia de titulares e talvez até mergulhe numa crise daquelas de derrubar técnico e tudo mais.

É capaz até de aparecer algum dirigente seu envolvido em falcatruas na Fifa.

Só espero que o presidente da federação mexicana não seja assim-assim com Chico Noveletto. Aliás, o presidente de uma das federações mais ricas do país está com um amigão seu preso por fraudes na Fifa, é o Figueredo, ex-presidente da Conmebol. O mínimo que se espera é que Noveletto leve maçãs ao dirigente uruguaio.

O curioso é que a imprensa AM – Abaixo do Mampituba -, antes tão ágil em relatar as amizades importantes de Noveletto, hoje silencie sobre o assunto. A gente entende, o momento não é de aparecer colado em determinadas pessoas.

No caso do Grêmio, está claro que o momento não é de aparecer colado a Noveletto.

Agiu muito bem o presidente Romildo Bolzan Jr ao não assinar a lista de apoio para inscrição da chapa liderada por Noveletto para seguir no comando da FGF.

Semanas atrás, Bolzan manifestou publicamente sua inconformidade com a gestão atual da entidade, destacando especialmente as arbitragens normalmente muito simpáticas ao Inter no Gauchão. O Cruzeirinho que o diga. O próprio NH de Roger, hoje no Grêmio, sentiu na carne a dor de um apito.

Faz bem o Bolzan. Numa época em que os gremistas pouco têm de alegrias, esse ato de protesto vem em boa hora.

Esse assunto foi abordado no cornetadorw com muita felicidade. Até transcrevo um trecho, que tem meu total apoio. Além dos itens relacionados, eu acrescento outro: o Grêmio desfiliar-se e inscrever-se na Federação Catarinense, que não é tão rica, não tem sede majestosa, mas conta com mais times na série A do Brasileiro. É maluquice, eu sei, mas que seria bonito de ser ver, seria.

Os próximos passos:
1)Não convidar para sentar na Tribuna de Honra da Arena
2)Não convidar para entrar no avião do Grêmio.
3)Não convidar para o jantar de aniversário do clube.
4)Não ceder convites para a entidade.
O primeiro grande passo foi dado.
Parabéns ao Grêmio.

Roger: o pupilo substitui o mestre

Há um a pitada generosa de pensamento mágico na contratação de Roger. Mas a magia faz parte do nosso cotidiano. Aquelas coisas que acontecem sem explicação racional, as coincidências que por vezes são mais que coincidências, mas a gente nunca tem plena certeza, e fica pensando, meditando, e não encontra respostas, a não ser que se reconheça a existência de forças que atuam e interferem em nossas vidas para o bem ou para o mal.

Acreditar em Roger Machado tem um pouco disso. Racionalmente, não é o nome mais indicado para encarar esse desafio. Mas quem seria? Felipão? Luxemburgo? Se não deu certo com nomes que tinham tudo para acertar, dificilmente vai dar com alguém que recém engatinha na profissão de técnico de futebol.

Roger é, claramente, uma aposta, quase um tiro no escuro, mas eu penso que é um nome no qual dá pra apostar. E com chances razoáveis de acerto. Até porque tem entre seus mestres o vitorioso Felipão.

Eu, como a maioria dos torcedores dos grandes clubes, estou cansado de ver essa dança das cadeiras de técnicos que vivem muito mais dos feitos do passado do que de conquistas no presente.

Por isso, é válida a tentativa com Roger. Penso que foi uma sorte o fracasso nas investidas em Cristóvão Borges e em Doriva. Estariam os deuses do futebol começando a olhar com carinho para o Grêmio?

Roger é de casa, conhece a aldeia. É um sujeito interessado e estudioso, formado em Educação Física. Falta-lhe maior experiência, é fato, mas pelo que ele demonstra ao aceitar o desafio de trabalhar num clube em crise está sobrando vontade, determinação e, principalmente, coragem.

Boa sorte, Roger.

DENÚNCIA

Falando em crise, são graves as denúncias envolvendo o trabalho do sr. Rui Costa. É o Grêmio mais uma vez exposto negativamente.

Cabe rigorosa e imediata apuração. Se comprovada a culpa, punição exemplar.

Em todas as instâncias.

Um a zero com sabor de goleada na Arena

Foi uma tortura, mas a vitória por goleada de 1 a 0 no Figueirense valeu a pena. Vencer sempre vale a pena.

Para um time traumatizado, com jogadores contestados,  somar três pontos é o que interessa.

Há muito o que fazer, todos concordam, mas o primeiro passo é somar pontos, porque é daí que vem a tranquilidade para encontrar soluções, reconquistar a confiança da torcida e sonhar com algo mais no Brasileirão que não seja o alívio de não cair.

Nesse sentido, o gol de Braian caiu do céu, como se os deuses do futebol por um momento voltassem a zelar pelo Grêmio assim como vêm fazendo com o Inter.

Quando Braian entrou no lugar do jovem Pedro Rocha, pensei por que não o Mamute? Jorraram críticas ao técnico interino, James Freitas, nas redes sociais. Houve quem escrevesse que um poste é mais útil que o atacante uruguaio porque pode abrigar um ninho de joão de barro.

Uma crueldade, ainda mais considerando-se que Braian é um jogador dependente de bolas aéreas vindas da linha de fundo. E foi numa dessas raras jogadas que Braian fez o gol dos três pontos. Marcelo Oliveira, o melhor em campo jogando na lateral-esquerda que deveria ser, segundo alguns, por decreto, de outro jovem, o Júnior. Pois Marcelo fez uma partida excepcional em termos ofensivos, talvez por ter sido mais liberado a atacar.

O segundo melhor do jogo foi Luan, seguido do goleiro Muralha, outro que o Grêmio consagrou. Luan, é claro, perdeu alguns lances de forma irritante, mas foram dele quase todas as melhores jogadas. Luan, num time mais afirmado e tranquilo, vai explodir como jogador de futebol. Por enquanto, as vezes irrita e em outras ilumina o jogo com lances genias.

O Grêmio criou boas chances de gol e praticamente não deixou o Figueirense ameaçar Marcelo Grohe. Sinal de que houve equilíbrio no time. O resultado mais justo seria uns 3 a 0, mas aí já não seria o Grêmio.

INTER

O time reserva do Inter foi a São Januário e saiu de lá com um pontinho. Foi um jogo pobre tecnicamente. O campo sofrível contribuiu. O mais justo seria uma vitória do Vasco, que produziu mais.

A meu ver, o Vasco não mostrou nada em termos táticos que justifique o empenho gremista em contratar o técnico Doriva. Penso, agora, que o Grêmio escapou de uma fria. O botequeiro Gabriel, no post anterior, comentou exatamente isso, que Doriva não é o cara, que seu time joga na base da correria e do chutão.

Sobre treinador, falam agora em Eduardo Baptista, técnico do Sport. Ele é filho de Nelsinho Baptista, odiado por 10 entre 10 colorados.

Se é para trazer um Batista, que tragam o Adilson, sem nenhuma dúvida.

Aqueles que defendem Argel – como tem gremista que quer técnico identificado com o Inter dirigindo o time – devem ter ficado satisfeitos. O que grita esse cara. Eu se fosse jogador dele faria de tudo para derrubá-lo. Os gritos de nada adiantaram, porque Grohe, pela primeira vez depois de muito tempo, não trabalhou.

Por fim, o jogo desta noite de sábado reafirmou que é preciso qualificar o time. Um meia de articulação e um grande atacante são prioridades.

Um novo tempo: comissão técnica permanente

Em meio a esse turbilhão de notícias sobre o substituto de Felipão, a contratação de reforços e a participação colorada na Libertadores – a secação parecer ser a única coisa que une os gremistas neste momento – um fato da maior importância fica um tanto negligenciado. Na verdade, ignorado solenemente, apesar de sua relevância, porque inaugura uma nova política de fazer futebol no Grêmio.

A decisão do presidente Romildo Bolzan de constituir uma comissão técnica permanente deve ser festejada, aplaudida com entusiasmo.

Assim como implantou a política dos pés no chão, mais realista e adequada a atual situação do clube, Bolzan acerta em cheio ao criar essa comissão, acabando com a farra da boa parte dos técnicos, e não apenas os de maior expressão, que costumam empurrar uma série de auxiliares, alguns nem sempre competentes ou necessários.

Lembr0-me do técnico Gallo, que desembarcou no Beira-Rio, tempos atrás, com um grupo que tinha até um cinegrafista. Só faltou o papagaio e o cachorro. E o Inter aceitou. Gallo durou 3 meses e olhe lá.

O São Paulo é a inspiração de Romildo. Eu fico feliz com a decisão do Grêmio de seguir esse caminho. Defendo essa filosofia do São Paulo desde sempre. É uma forma de reduzir custos e de fazer o profissional a ser contratado enquadrar-se ao clube, não o contrário.

Vejam o caso de Felipão. Veio com três profissionais a reboque. Isso precisa acabar.

A comissão técnica tem Rogério Dias como preparador físico. Ele já foi oficializado.

Então, o treinador que for contratado terá de trabalhar com Rogerinho, como ele é conhecido.

Essa nova condição, da qual Romildo não abre mão e faz muito bem, está dificultando a contratação de um técnico. Seria o caso de Cristóvão. Até entendo a posição do treinador, acostumado a levar consigo dois ou três parceiros. Deixar os caras de lado de uma hora para outra não é fácil, mas é uma nova realidade que o Grêmio está impondo.

Espero que essa ideia tenha continuidade no Grêmio, independente da diretoria. Penso até que deveria entrar no estatuto.

Bem, a semente de um novo tempo foi lançada. E há de germinar e gerar bons frutos.

LIBERTADORES

Beneficiado em quatro jogos seguidos por singelas entregadas de seus adversários – entre eles o Grêmio – o Inter não teve no Santa Fé a mesma generosidade dos adversários anteriores pela Libertadores da América: a LAU e o Atlético Mineiro, este se superando, com duas entregadas, uma em cada jogo.

Fora isso, a arbitragem na Colômbia não foi nada amiga, diferente dos jogos contra o Atlético.

Derrotado por 1 a 0 no jogo de ida, o Inter ficou com a classificação um pouco dificultada.

Não acredito, porém, que os deuses do futebol tenham abandonado o time colorado.

Continuo convencido de que os caminhos estão abertos para o Inter conquistar o tri.