Nova derrota indica que Tiago tem muito trabalho pela frente

O jogo contra o Atlético-PR, um time nada mais do que mediano, veio em boa hora para sinalizar que o Grêmio precisa evoluir para ser um candidato ao título brasileiro.

Em dois jogos, duas derrotas. A deste domingo, na Arena, mostrou um Grêmio assustado diante de um adversário bem posicionado, de futebol consistente, jogadas rápidas.

Apesar de formado por jogadores jovens em sua maioria, o time paranaense mostrou maturidade, um estágio que o Grêmio, também em formação, ainda não atingiu.

Ao contrário de muitos gremistas, mantenho minha confiança no trabalho do Tiago Nunes, que está buscando encontrar um padrão de jogo capaz de levar o time ao tão sonhado título do Brasileirão, além do que aparecer pelo caminho.

É cedo para avaliar o sucessor de Renato. Mas uma coisa está muito clara: depois de um início avassalador, e promissor, o time caiu de rendimento, o que é muito natural no momento atual da equipe, com o treinador fazendo experiências para encontrar a formação ideal.

O jovem J. Robert, recém chegado, assumiu de cara uma posição nobre, a do ‘camisa 10’. Mostrou qualidades e merece ser testado de novo, mas o fato é que o Grêmio sentiu a falta de alguém com mais peso, mais bagagem, nesta função. J. Robert saiu de uma posição periférica para o meio, onde deveria funcionar como articulador.

Penso que Tiago demorou a substituir sua aposta. Aliás, não gostei das mudanças, mas também não acho que isso tenha interferido muito, até porque as alternativas não acrescentariam muito mais.

O Atlético mereceu vencer. O Grêmio se esforçou para buscar o empate, mas teve poucas conclusões com perigo, ou nenhuma, se formos rigorosos. E isso é lamentável.

Sobre o time, o melhor do sistema defensivo foi Cortêz, o que remete para alguma coisa preocupante. A dupla de área bateu cabeça. Igualmente preocupante é o desempenho de Rafinha. Até agora tem se mostrado um jogador comum, com muito tapa na bola, sem efetividade.

No meio, ninguém teve uma atuação mais do que razoável. Na frente, Diego Costa teve um desempenho muito abaixo do que é capaz. Ferreira lutou muito, correu pra lá e para cá. Mas ficou nisso. E quando ele não funciona restou comprovado que o ataque todo perde muito.

Resumindo: quero acreditar que o Grêmio estava num dia daqueles, e que teve a infelicidade de enfrentar um adversário mais inspirado que o normal. Com todo respeito, ninguém vai me convencer que o Atlético tem time para brigar pelo título ou até vaga na G-4. Portanto, perder para um adversário com esse potencial, sinaliza que Thiago Nunes tem muito trabalho pela frente.