Um ‘maluco’ com o espírito do Imortal Tricolor

TEXTO DE RODRIGO SEVERO

Foi numa sexta-feira dia 2 de julho de 2010. Portanto, 13 anos atrás e alguns meses. Neste dia eu vi aquele maluco camisa 9 da Celeste, até então pouco conhecido, defender com as mãos uma bola que tinha endereço certo, o fundo das redes. E se assim fosse, o Uruguai, teria dado adeus à Copa daquele ano. Era a prorrogação!

O maluco, de forma justa, foi expulso. Antes disso, no mesmo lance, ele já havia salvado o gol com as pernas! E ali eu disse: esse sujeito, esse maluco, vai jogar no Grêmio um dia! Ele precisa jogar no Grêmio um dia! Esse cara é o Grêmio em pessoa! E que Deus me castigue se isso que estou dizendo for mentira. Aos prantos, o maluco deixa o campo.

Marcada a penalidade, o melhor jogador ganês, bate na bola com extrema violência e incrivelmente ela explode na trave! E aquele maluco, feito uma criança, um torcedor fanático apenas por sua seleção, por seu país, a caminho do vestiário comemora correndo e de punhos fechados, incrédulo no milagre que havia visto. A partida foi para as penalidades máximas e o Uruguai venceu. E seu sacrifício foi recompensado.

Hoje, treze anos e quatro meses, oito ou nove dias depois, eu vi, mais uma vez, o mesmo maluco e fanático jogador pormenorizar uma partida de futebol, vestindo as cores do Grêmio! Ele destrinchou com o adversário! E eu vivi para ver isso! E aquele maluco, com a ajuda dos seus companheiros de fama menor, coloca o Grêmio no páreo pela taça brasileira. É a história sendo escrita diante dos nossos olhos!