Grêmio: maturidade para suportar a pressão e vencer o SP na Arena

O Grêmio começa a ganhar maturidade. É a principal conclusão que extraio da vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, neste domingo na Arena, que recebeu mais de 42 mil torcedores, gremistas que a cada vitória reforçam a esperança de grandes títulos sob o comando de Renato Portaluppi, o melhor técnico brasileiro em atividade no país.

O Grêmio começou o jogo criando situações de gol, até sofrer 1 a 0, o que, confesso, me deixou um pouco abalado. Depois da queda para a segundona fiquei mais temeroso. Felizmente isso não aconteceu com o time, que manteve o ritmo e apertou a saída de jogo dos paulistas. Logo veio o empate tranquilizador, com Cristaldo cobrando pênalti. Desconfio que o juiz Wilton Sampaio marcou no susto, sem olhar a cor da camisa.

Aos 35 eu relaxei. A bola cruzada por Suárez encontrou o lateral Reinaldo, que dominou e chutou forte, surpreendendo o goleiro Rafael, que já havia feito duas grandes defesas.

Então, o Grêmio foi para o segundo tempo com a superioridade no placar, e decidido a administrar a vantagem, correndo menos riscos e explorando contra-ataques. Foi uma atuação madura, porque a insistência do SP na busca do empate não surtiu efeito. O time gremista não se apavorou. O goleiro Gabriel Grando, que a meu ver não falhou no gol do adversário, porque foi pego no contra-pé no cabeceio inteligente de Calleri, que deixou o goleiro sem ‘pai nem mãe’.

Sobre o jogo, o time caiu de produção em termos de criação de jogadas a partir da saída , por desgaste físico, de Cristaldo, que não conseguia mais manter a mesma intensidade. Saiu aos 14 minutos, entrando Galdino, um jogador de limitação intelectual, mas apesar disso muito útil.

O ponto alto do time foi o trio de zagueiros, em especial Kane e Bruno Alves, que no jogo anterior tirou uma bola em cima da risca, evitando o que seria gol do Cruzeiro. Destaco também o lateral Reinaldo, em sua melhor atuação desde que chegou. Na direita Fábio também mostra crescimento técnico.

O que se vê, ainda, é o equilibrio dos três setores, resultado do trabalho de Renato, que conseguiu implantar um esquema com 3 zagueiros com sucesso em poucos jogos. Ah, sem livros debaixo do braço.