Dez anos do mazembaço

O texto abaixo encontra-se no arquivo ao lado, onde encontro, modestamente, algumas pérolas. Temos ali panorama da trajetória do Grêmio desde 2010. Mas estou intrigado porque não encontrei post de dezembro de 2010 com a vitória do Mazembe 2 a 0. Achei o post abaixo, publicado um ano depois do maior fiasco do futebol brasileiro.

Na época, fiquei tão feliz com a derrota do coirmão que lancei um livro com depoimentos emocionados de inúmeros gremistas. No final das contas ficou apenas a capa, que mostrei em primeira mão no programa do Reche na TV. Foi muito divertido. Saiu matéria até na ZH/Clicrbs.

Lembro que, junto de meus filhos, criei o #Mazembe Day, que lançamos no extinto (lamentavelmente) bar Box 21, do gremista Fernando Brandão. O evento foi divulgado e reuniu duas dezenas de gremistas. Repetiu-se por mais dois ou trs anos.

O #mazembe day está no Facebook e tem milhares de seguidores. Até gente do Congo entrou no grupo. Recebi mensagens emocionadas de torcedores do glorioso Mazembe.

Esse pessoal ficou enlouquecido quando lancei as cervejas Mazembier e Kidiaba.

Bem, é uma história rica da qual me orgulho de ser protagonista.

A gente vivia numa seca de títulos. Até que em 2016 apareceu Renato…

E tudo mudou.

O texto abaixo foi publicado no blog em 15/12/2011, e tem um tanto a ver com o momento atual, onde muita gente parece se divertir mais secando o próprio clube.

MELHOR QUE SECAR É FESTEJAR TÍTULOS

O melhor do futebol é festejar títulos, de preferência títulos daqueles que causam comoção pública, tanto em vencedores como em vencidos e/ou secadores.

O Grêmio conquistou seu último título de expressão há dez anos. É uma década de expectativas, de esperanças e de sonhos frustrados.

O que restou foi esse outro aspecto do futebol apimentado pelo rivalidade: a desgraça do rival.

Uma derrota para um modesto e desconhecido clube africano, considerado galinha morta, jogo jogado, no caminho para o topo do universo é algo para não se esquecer.

No caso, os vencidos, os colorados, em especial aqueles que gastaram uma grana para ver o seu time conquistar o bi mundial em cima da Inter de Milão, querem esquecer a qualquer custo.

Assim como os gremistas, que não gostam de lembrar das passagens pela segundona.

Mas ‘tragédias’ desse tipo ficam marcadas para sempre, como uma tatuagem feita no capricho.

Prato cheio para os rivais. Confesso que me empanturrei de Mazembe. Tomei um porre de Mazembier nas últimas semanas. Estou de ressaca.

O que eu quero agora é título. E não é qualquer título,não. Brincadeiras ficam para mais tarde, ficam em segundo plano a partir de agora.

Afinal, temos um ano inteiro pela frente. Bem, ao menos espero que 2012 tenha doze meses, que não termine como aconteceu neste ano em julho ou agosto, quando o Grêmio afundou tanto que passou a ter como objetivo máximo uma vaga para a Libertadores, prêmio consolação do Brasileiro.

É triste e doloroso chegar ao meio do ano sem perspectivas maiores.

Em 2012, mais do que secar e festejar derrotas do rival, quero comemorar títulos que estejam de acordo com a grandeza do Grêmio.

Espero chegar no próximo 14 de dezembro sem lembrar que é mais um Mazembe Day.

É o que eu quero. Mas se não for possível…