Jogo deprimente, o gesto de Maicon e o mais importante: 3 pontos

O mais perto que eu fico da depressão nesses tempos de pandemia tem acontecido em boa parte dos jogos do Grêmio, não pelo terror e o medo a que somos submetidos desde março.

Quando o juiz apitou o final dos 45 minutos fiquei estático, olha perdido diante da TV, sem ânimo até para abrir uma latinha de cerveja. Fiquei deprimido com o futebol deprimente do Grêmio.

Dizem que o pior jogo do time na temporada foi contra o Juventude, semana passada. Pode ser. Mas nada supera em ruindade o primeiro tempo do jogo contra o Bragantino, um dos candidatos mais fortes ao rebaixamento.

O Grêmio foi assustador. Tudo sob responsabilidade do técnico Renato, que mais uma vez escalou Robinho para começar o jogo, tendo agora um jovem da base que já provou merecer continuidade, o Isaque.

Pois foi com a entrada de Isaque que o time ganhou mais movimentação e vitalidade no meio de campo. E melhorou mais com Ferreira no lugar de Luís Fernando. É de esperar que Renato tenha aprendido essa lição ao menos.

Depois, a saída de Maicon. Momento chave no jogo. Ele fez sinal, irritado, para Renato o sacar, depois de uma bronca do técnico. O episódio terá desdobramento, mas nada que não possa ser resolvido numa conversa. O que não dá é pra perder o capitão, até porque a negociação com o meia Gastón fracassou.

No lugar de Maicon entrou Lucas Silva, que tem mais mobilidade e disposição para marcar. Na sequência, Diego Sousa, que cedeu lugar para o argentino Churín, que teve pouco tempo, mas deu sorte.

DS se encaminhava para o vestiário quando aconteceu o que poucos acreditavam, um gol do Grêmio. Na cobrança de escanteio, aos 23 minutos, o zagueiro David Brás fez 1 a 0, com um chute cruzado. Quatro minutos depois, num lance com participação de Isaque, Orejuela, de um primeiro tempo terrível, soltou a bomba para ampliar. Aos 32, Hurtado diminuiu, quase complicando a vitória e os 3 pontos do Grêmio.

Para o técnico Renato fica a lição de que Isaque não pode nunca ser banco de Robinho. E tem mais, entre Luiz Fernando e Ferreira, sempre o segundo. Já com relação a Alisson é outra conversa.

Outra lição: pelo menos um dos zagueiros titulares deve jogar sempre, a não ser por algum impedimento de força maior. Quando jogam dois reservas, como nesta noite, a defesa é um quadro de horror.

Sobre as laterais: os quatro são de nível parecido. Não tem um titular incontestável.

A vitória melhora a posição do Grêmio, mas a atuação indica que dificilmente o time chegará entre os quatro da ponta de cima.

Libertadores no ano que vem passa pela Copa do Brasil. Quinta tem jogo decisivo contra o Juventude.

O GRêmio joga pelo empate. Jogo duro pelo que o time vem jogando.