Empate de sábado municia Renato para o duelo com Felipão

O time reserva do Grêmio empatou com o misto do Palmeiras, cantado em prosa e verso como o melhor e maior grupo do Brasileirão. O empate por 1 a 1 na Arena indica que não há por que temer o time de Felipão. Respeito, sim, sem dúvida, mas nunca temor.

Os reservas do Grêmio acuaram os paulistas, em especial no segundo tempo, quanto foram para cima em busca do empate e da virada. Foi aí que Felipão mostrou o quanto ele respeita o Grêmio, mesmo diante de reservas. Para conter o ímpeto tricolor, ele mandou seus jogadores caírem no campo. O goleiro abusou de fazer cera, e o juiz nada fez, e isto sim é preocupante.

Foi irritante. Teremos muito mais desse artifício no jogo de terça-feira se o Palmeiras sair na frente, ou para garantir o empate. Sim, o Palmeiras milionário, que conseguiu ser eliminado pelo Inter recentemente, vem jogar pelo empate. E vocês sabem como Felipão sabe fazer isso, é mestre.

Felizmente, pelo que lido, Renato está alertando a torcida e seus jogadores que o clube da Crefisa tem como ponto forte ofensivamente o Dudu, autor do primeiro gol sábado. Renato vai fazer de tudo para que Dudu não receba a bola e se isso acontecer que tenha forte marcação. Numa hora dessa quase sinto saudade do Dinho…

A ordem é fechar espaço no campo defensivo, a exemplo do que o Grêmio costuma fazer, seja diante de quem for. Mas sem essa de jogar por uma bola, isso não existe nesse time armado por Renato e que é exaltado no centro do país.

Gostei de uma frase, um alerta, do Renato: “Eles são letais”. Está aí o grande mérito desse time da Crefisa: aproveitamento das poucas oportunidades que surgem. E isso me lembra o Grêmio dos anos 90. Não por coincidência orientado pelo mesmo treinador.

Felipão envelheceu e com eles suas ideias, que, apesar de uma concepção ultrapassada, ainda dão resultado, principalmente no terceiro mundo, onde tem gente com saudade de aipim e calção sujo de barro. Quando bate de frente com o primeiro mundo acontecem coisas lamentáveis como os 7 a 1.

De qualquer forma, está muito claro que Renato, e também seus jogadores, sabem o que irão enfrentar. Espero que o jogo se decida apenas dentro de campo, com arbitragem honesta e, de preferência, sem interferência do VAR, normalmente contrário ao Grêmio.

Sábado, Felipão chegou ao requinte de cobrar o VAR para um lance de lateral, o que demonstra sua perturbação diante de mais uma decisão. De uma ele já foi eliminado. Se cair em outra pode ser o seu fim no Palmeiras.

O lateral citado resultou no golaço de David Braz, um gol que me fez lembrar que alguns gremistas criticaram acidamente sua vinda e também o tempo que a direção deu para que o jogador tirasse uma folga.

Na ânsia de criticar e atacar a direção e Renato, os apressadinhos da negatividade, imagino eu, vibraram com o golaço do zagueiro no final do jogo. Segundo Braz, foi seu primeiro gol em arremate de fora da área. “Espero que tenha sido o primeiro de muitos”, brincou ele ao sair de campo.

Uma coisa é certa, diferente do ano passado, o Grêmio agora tem zagueiros de nível semelhante aos dos titulares. Sem contar que tem jogador de alto nível em outras posições, como Luan, Tardelli e Pepê (caiu de rendimento nos três últimos jogos).

O empate com o mistão do Palmeiras foi muito bom, até porque o jogo se encaminhava para uma derrota. E ficou claro, ao menos pra mim, que esse time reserva joga com muita vontade, e se mais não faz é porque falta qualidade na articulação, nunca por falta de vontade.