Emergentes crescem e assustam as seleções mais poderosas

A geografia do futebol está mudando. Itália sequer entrou no Mundial. E agora a Alemanha é eliminada porque caiu diante do México, o mesmo que levou 3 a 0 da Suécia, e não conseguiu um mísero empate diante da Coréia do Sul. Vexame pior que esse dos atuais campeões só o Brasil com aqueles humilhantes 7 a 1.

Se a Coréia do Sul conseguiu fazer 2 a 0 na Alemanha (o segundo gol foi fruto de desespero do goleiro alemão), tudo pode acontecer. Até uma Bélgica, festejada por muitos, pode ser campeã.

Com os papões de títulos e seus jogadores milionários parecendo enfastiados diante da garra e da volúpia dos pequenos, tudo pode acontecer.

Mas ainda acho que não será desta vez que uma seleção emergente dará a volta a olímpica.

Ainda abalado com a eliminação da Alemanha, aposto minhas fichas na Espanha, que parece estar escondendo o jogo; no Brasil, que tem jogadores talentosos na frente; e na Argentina, que tem potencial para crescer na reta de chegada.

Gostaria que o Uruguai chegasse, mas acho difícil. Vou torcer pelos hermanos, que já estiveram no pelotão de frente do futebol mundial. Mas isso faz tempo.

TOQUE-TOQUE

A Alemanha perdeu porque não teve um abridor de latas na frente. Não apareceu um jogador para tentar o drible, a jogada individual pra cima dos coreanos.

A Alemanha não teve um Éverton. Antes foi o Pedro Rocha. O time alemão tocou a bola de um lado para o outro diante da área sem encontrar soluções para chegar ao gol, apesar da insistência.

O time alemão me lembrou o Grêmio sem Éverton. A bola girando de um lado para o outro. Ah, sem um Maicon para dar aquela metida, ou um Luan para abrir um clarão na retranca coreana.

A seleção alemão foi burocrata demais, não por opção, mas por falta de criatividade na frente. É o que sobra no Brasil.

A Alemanha terá de passar por um processo de reconstrução. Virá muito mais forte dentro de quatro anos, não tenho dúvida disso.

SÉRVIA E A EMOÇÃO

O Brasil mereceu a vitória, mas a Sérvia mostrou que o sistema defensivo armado por Tite é muito vulnerável. No segundo tempo, perdendo por 1 a 0, a Sérvia foi pra cima e chegou com extrema facilidade à área e por pouco não fez uns dois ou três gols.

É claro que o Brasil criou muito mais, mas ficou claro que se Tite não reforçar a marcação não sobreviverá diante de adversários que sabem aproveitar as chances de gol que criam.

Tite deu uma melhorada nesse aspecto ao colocar Fernandinho para reforçar a marcação e acabar com a alegria do time servo.

Contra o México, acredito que será um passeio. O caldo vai engrossar somente na outra fase.

Se o Tite conseguir reforçar o sistema defensivo, penso que o Brasil passará a ter grandes chances de título.

Eu, fico aqui de sangue doce (como diria o Lauro Quadros), sem torcer realmente, mas curtindo o principal: a emoção desses jogos fantásticos.