Grêmio entra de corpo e alma no campeonato

Foi uma vitória para matar secadores (gremistas e colorados). Dos colorados não esperaria outra coisa, mas é duro ver gremista secando o próprio time porque desprezam o Gauchão ou porque consideram que o ‘prazo de validade do Renato já venceu’ (sério, eu li e ouvi isso nesses dias bicudos) e para ter essa tese absurda confirmada acabam torcendo contra o clube.

Sei de gremista que gostaria de ver o Grêmio rebaixado no regional ‘só para sacanear o Novelletto’; tem também aquele gremista que colocaria um time C para enfrentar o Inter em algum momento, mesmo arriscando levar uma goleada histórica. Vá entender cabeça de torcedor.

A grande maioria, porém, pensa diferente. Não aceita ver o time nessa situação humilhante. Por isso, vibrou muito com a reação diante desse time muito bem armado pelo Clemer (o que, aliás, constatei e escrevi aqui após assistir à vitória dos pelotenses sobre o Inter que o jogo seria duro).

O Brasil recuou todo e marcou firme, sem ser desleal para minha surpresa. Foi uma marcação tão bem feita que o Grêmio ficou girando a bola e praticamente não entrou na área do adversário no primeiro tempo. A melhor chance gremista foi um chute de fora da área do Maicon, que aos poucos volta a ser o grande Maicon da Copa do Brasil/2016.

Já o Brasil, com sua retranca sólida e opções ofensivas, poderia ter feito 2 a 0 no primeiro tempo. Marcelo Grohe fez milagre num chute à queima-roupa, da risca de pequena área. No minuto seguinte, Robério fez 1 a 0, um belo gol, mas a zaga ficou olhando.

No segundo tempo, Renato sacou Madson, figura de novo muito apagada, comprometedora mesmo, e também Jaílson. Entraram Alisson e Jael. com isso, Renato acertou o time. Já o Brasil não conseguia mais manter a marcação rígida do primeiro tempo, talvez em função do cansaço de algumas peças. O fato é que o Grêmio encontrou mais espaço para atacar.

Alisson empatou com um chute no canto direito, com Marcelo Pitol sendo traído pelo pique da bola. Depois, Éverton acreditou numa bola quase perdida, lançamento do Maicon, e cruzou para a área, onde apareceu Luan para fazer 2 a 1.

Depois disso, o Grêmio administrou a vantagem que o coloca na disputa por uma vaga à próxima fase, para frustração de um tipo de gremista que prefere ver o Noveletão  desmoralizado sem o Grêmio na disputa a ver seu time recuperando a hegemonia regional. Tem gremista que quer o Grêmio escapando do rebaixamento, mas ficando de fora da próxima fase.

De minha parte, vi um Grêmio entrando de corpo e alma no campeonato. Como deve ser.

ARBITRAGEM

Por fim, a arbitragem. Gostei do Anderson Farias. O problema dele foi o bandeirinha que marcou impedimento num lançamento para Alisson, que ficaria sozinho diante do goleiro. Poderia ser o terceiro gol. Continua valendo aquela máxima do Noveletão: na dúvida contra o Grêmio. Assim é e assim será.

TRANSIÇÃO

César Bueno (ainda não descobri quem é o padrinho dele no Grêmio) perdeu o cargo. Nada mais justo, seu trabalho foi muito ruim no time de transição. Só serviu para ajudar a queimar alguns jovens da base e deixar o clube em má situação no campeonato.

Sim, houve soberba da direção, que acreditava que com o time C faria uma campanha ao menos mediana para transferir o bastão aos titulares. Entregaram uma batata quente.

Agora a direção aposta em outro novato, Thiago Gomes, que foi auxiliar do Falcão no Sport. Insisto: por que não deixar essa gurizada com um técnico cascudo do nosso interior?

Tenho certeza que o Grêmio estaria hoje em situação muito mais confortável no regional.