As lesões e o culpado de sempre

Na cena final do filme Casablanca, um clássico do cinema, o chefe de polícia, depois de deixar seu amigo criminoso partir, dá ordem aos seus comandados para que prendam os “suspeitos de sempre”.

No caso do Grêmio dá para trocar “suspeitos” por “culpados”.

No futebol é assim, desde a bola de tento, ou até antes. A culpa é sempre do treinador. O suspeito, ou culpado, de sempre.

Quando escrevi o comentário anterior, há quatro dias, falando sobre a lesão de Douglas, temia que outros viessem a desfalcar o time. Frisei isso no texto. E não é que o Ramiro se lesionou também? Tem ainda o Bressan e sei lá mais quem. Talvez surja outro com lesão muscular nas próximas horas. É uma miudinha danada!

De quem é a responsabilidade? Se é que há responsáveis, ou responsável. Se for para apontar o indicador acusatório para alguém, uma pessoa só, sei de alguns gremistas que irão indicar Renato.

E por que? Porque Renato, conhecendo o grupo e os meandros do departamento futebol diagnosticou que não poderia forçar com o seu grupo.

Numa entrevista ele lembrou aos “perseguintes” – expressão que Frederico Balvê, dirigente colorado vencedor nos anos 70, usava para rotular os repórteres – que estava certo em preservar.

Foi o suficiente para animar aqueles que ainda hoje não o aceitam como treinador do Grêmio, que apenas o toleram.

A situação que ele via era tão séria que mesmo com os cuidados tomados aconteceu essa “epidemia” muscular no clube. Fico imaginando como seria se Renato não tivesse poupado jogadores.

O fato é que esse caso que envolve tantas lesões precisa ser apurado internamente o mais rápido possível.

Não acredito que seja apenas uma maré de ‘mala suerte’. Tem gente errando em alguma coisa. Eu tenho um palpite, mas é apenas isso mesmo, um palpite de quem está de fora.

Só pra deixar claro, não é o Renato.

Arrumem outro “culpado de sempre”.

GLAMOURIZAÇÃO DA SEGUNDONA

Conheço um jornalista, de rádio, que foi demitido porque insistia em chamar a série B de Segundona.

Quando o Grêmio caiu era Segundona mesmo. Não tinha nada parecido com o que a mídia gaúcha está fazendo, tentando pateticamente glamourizar essa competição de segunda linha.

O curioso é que esse esforço vai tão fundo que os próprios integrantes do movimento que busca elevar a autoestima dos colorados já acreditam que a Segundona é uma competição de primeira grandeza.

PREMIO PRESS

Ainda dá tempo. Somos todos RW:

http://revistapress.com.br/v15/index.php/colunistas/