O ocaso de um modelo que encantou e venceu

Esqueçam o Grêmio-show. Esqueçam aquele futebol que encantou e venceu, quebrando jejum de 15 anos sem grandes títulos.

Aquele Grêmio não existe mais.

O que existe é um Grêmio que o técnico Renato terá de esculpir às pressas, sem muita margem de erro. Renato terá de armar um time mais pragmático. Se ele tentar manter o mesmo modelo terá problemas.

Portanto, não especulem quem fará a função de Pedro Rocha. Talvez ela, a função, seja extinta, com Renato buscando nova formatação no meio de campo que tenha forte capacidade de marcação e ao mesmo tempo objetividade e criatividade ofensiva.

O Grêmio terá de mudar, e quem duvida que até seja para melhor? Renato já mostrou que não é bobo, que conhece futebol – sem precisar recorrer a livros como Telê Santana, Ênio Andrade, Muricy e tantos outros. Renato já mostrou que gosta de desafios. E o atual parece ser o mais difícil.

Por que estou decretando o ocaso do modelo iniciado por Roger Machado e aperfeiçoado por Renato?

Simples, a notícia de que Maicon, o melhor jogador do meio de campo gremista desde a conquista da Copa do Brasil, está fora, não joga mais este ano, é para mim trágica. Maicon é uma referência técnica e tática, uma liderança.

Michel é muito bom jogador, mas não tem personalidade para assumir o jogo. Arthur é ainda melhor que Michel, mas é muito guri e não tem a liderança de Maicon.

O Grêmio campeão da Copa do Brasil tinha Wallace, Maicon, Douglas e Luan como centro do time. Só restou Luan.

Então, não vejo como repetir o modelo vitorioso que tanto orgulhou a nação tricolor.

Todos nós vimos que no time B/C não há ninguém que possa acrescentar qualidade realmente significativa ao time que restou após a saída do grande Pedro Rocha, grande no futebol e no caráter; e em função das lesões que se sucedem na Arena.

Resta torcer que a nuvem escura que paira sobre a Arena se dissipe, e que seja já a partir deste sábado.

Estarei lá.