Léo fecha o gol e Grêmio reassume vice-liderança

Fazia tempo que a estrela do treinador Renato Portuluppi não estava tão coruscante – finalmente consigo usar esse adjetivo que li em algumas colunas do coruscante David Coimbra – como nesta noite na Ilha do Urubu, na vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo, reassumindo a vice-liderança.

Foi um brilho tão intenso que ofuscou os urubulinos (não podia deixar escapar essa por causa do apelido do estádio) de plantão, que já se preparavam para atacar em caso de nova derrota do Grêmio Show.

Confesso que fui para esse jogo, confortavelmente instalado no sofá, temeroso de um resultado ruim. Aquela confiança que tinha até alguns jogos atrás restou abalada. Mas agora voltou.

A ausência de Marcelo Grohe num jogo tão importante, contra um adversário que está crescendo e vai crescer mais ainda, me deixou preocupado. Não sabia como o jovem Léo reagiria diante do tamanho da responsabilidade.

Pois Léo não deu saudade de Grohe. Não fez nenhuma defesa para fotógrafo, mas foi seguro, eficiente e frio – atributos essenciais para um goleiro -, além da sorte.

Sorte que ele teve quando Éverton acertou o trave e, principalmente, na pixotada quase no final, quando chutou em cima de Damião. Por detalhe a bola não entra. Seria um lance para marcar qualquer goleiro. Felizmente foi só um susto. No mais, Léo esteve impecável.

Outro desfalque importante foi Pedro Rocha. Renato optou por Fernandinho, como se previa. Taticamente ele correspondeu, mas tecnicamente jogou um futebol precário. O certo seria Renato colocar Éverton ali pelos 20 minutos do segundo tempo no lugar de Fernandinho, que ficou até o final.

Renato desafiou as estrelas, os astros. Mas sua estrela brilhou. Por exemplo, nunca tinha visto o time de Renato fazer tantas faltas próximas da área. Algo temerário, ainda mais com um goleiro que busca afirmação. A dupla de área venceu praticamente todas as bolas cruzadas tanto pelas faltas como pelos inúmeros escanteios cedidos.

Outro desfalque foi Miller Bolanos, que, em forma, seria substituto natural de Pedro Rocha, ou poderia entrar no decorrer do jogo em meio ao desespero do Flamengo e de sua torcida. É importante que o clube recupere esse jogador o quanto antes. Na reta final da CB e da Libertadores será necessária muita qualidade.

O destaque desse jogo foi o espírito aguerrido e compenetrado de todo o time. O Flamengo tem alguns jogadores que desequilibram, mas que dessa vez esbarraram numa defesa bem postada e numa marcação dura e implacável no meio de campo.

O melhor do jogo, a meu ver, foi o goleiro Léo, que saiu da fogueira sem ser chamuscado. Depois dele, Geromel e Kannemann.

Na frente, Luan errou lances fáceis, mas fez o principal: o gol, num lance que só não foi inteiramente individual porque ele acabou ‘tabelando’ com um zagueiro antes de concluir. Desconfio que Luan sentiu a falta de Pedro Rocha. Quase tanto quanto Renato…

Já Fernandinho mostrou, mais uma vez, que é jogador para entrar ali pela metade do segundo tempo. Nunca para sair jogando.