A falta de sorte dos gremistas Abaixo do Mampituba

Gremista não tem sorte mesmo.

São vários os exemplos que confirmam essa frase. Caso Aranha (nunca mais se viu tanto rigor na punição para casos equivalentes); a expulsão de Rivarola por causa do telão numa final de mundial de clubes (fato que não mais se repetiu), e por aí vai.

Minha memória tem limites. Se alguém lembrar de outros episódios por favor me mande que eu acrescento. Só sei que a lista é grande.

Escrevo sobre essa rotineira falta de sorte gremista motivado pelo caso Romildo/Doriva/Vasco.

O presidente tricolor foi chamado de tudo, de ingênuo e antiético para baixo, porque entrou em contato com o treinador, então considerado grande revelação, sem falar antes com o Vasco.

Não bastasse o ataque furioso do presidente vascaíno ao Romildo – o que até é natural vindo de Eurico Miranda -, houve também críticas ácidas de jornalistas aqui da aldeia, o Texas, como apelidou o cornetadoRW.

Rebaixaram Romildo à quinta divisão dos dirigentes de futebol. Aprendiz e neófito foram os adjetivos mais delicados.

Agora, o Inter faz a mesma coisa, conversa antes com Guto Ferreira, ignorando o Bahia. 

O presidente do clube baiano não agride, não ataca, não cospe fogo, apenas diz que libera o treinador mediante pagamento da multa contratual. 

O assunto foi amplamente debatido num programa da SporTV. Deram-lhe pau no Inter, o que dificilmente será ampliado pela mídia Abaixo do Mampituba, onde há um esforço comovente de tornar a peregrinação vermelha pela segundona num paraíso.

Ah, ‘segundona’ é um adjetivo que caiu em desuso na imprensa. Era repetido à exaustão quando o Grêmio passou por esse inferno.

É mais um caso que mostra que gremista realmente não é sortudo.

Antes, a segundona era o fundo do poço, hoje uma experiência enriquecedora de vida…

Não existia esse negócio de ‘transição’ da B para a A, ou algo assim. Era ferro e ferro, pra humilhar gremista.

Agenda positiva como se vê agora, nem pensar. Era piadinha aqui, piadinha ali.

Hoje, os gremistas que sobreviveram ao tiroteio se vingam nas redes sociais. E tem gente que fica ofendida.

Durante o programa, no qual o Inter virou a Geni por não ter tratado antes com o Bahia, fizeram uma enquete que resultou amplamente desfavorável ao Inter. A pergunta: se vc fosse Guto qual time escolheria? Deu Bahia, 87%.

Esse episódio é mais um que contribui para prejudicar a imagem do Inter nacionalmente.

E tudo por causa de um treinador mediano, que talvez nem dure três ou quatro meses, a exemplo de outros.

Agora, uma coisa é certa: o presidente colorado não tem nem terá o mesmo tratamento violento e desrespeitoso que teve Romildo Bolzan.

Afinal, gremista não tem a sorte dos colorados perante a maior parte dos cronistas esportivos da aldeia.

PEÇAM AO D’ALESSANDRO

Não vejo maior problema em conversar com o treinador com contrato em vigor com outro clube.

O Euricão abriu um bocão contra Romildo. Logo ele.

O treinador tem o direito de buscar o que é melhor para si.

Quando se trata de demitir o treinador, o clube nem pensa duas vezes. O técnico é sempre o culpado da vez.

Doriva durou só mais algumas semanas no Vasco. Guto provavelmente não duraria muito no Bahia.

Vir para um clube que só precisa ficar entre os quatro primeiros de uma segundona é uma opção natural.

Está certo o Guto. Assim como está certo o presidente do Bahia em cobrar multa rescisória.

É pouco mais de 500 mil reais. Parece que o Inter não quer ou não pode pagar isso, quer parcelar.

Peçam pro D’Alessandro, ele deve ter isso no bolso neste momento.