Um Grêmio como Renato: destemido e ousado

Este final de ano tá me saindo melhor que a encomenda. Ok, nada está ganho. Nem o Inter está realmente rebaixado (já descrevi meus temores no comentário anterior), nem o Grêmio é campeão da Copa Brasil, interrompendo 15 anos de uma seca típica dos piores tempos do sertão.

Mas só essa sensação de ser de novo centro das atenções, com o nome Grêmio ecoando mundo afora, ver a torcida comprando todos os ingressos para o jogo do dia 30 em pouco mais de 24 horas, ver o sorriso dos gremistas de orelha à orelha, ver o clube a 180 minutos de um título condizente com sua grandeza. Tudo isso já me anima, me conforta e, confesso, me faz mais feliz.

Não sei se o Grêmio vai chegar lá, lá onde merece, no topo. Só sei que estou com a alma lavada e enxaguada – como diria um personagem famoso da Tv – com a alegria dos gremistas e também, admito, com o desespero e o desânimo dos colorados.

Digo isso tranquilamente, porque os colorados viveram os últimos anos acometidos de uma soberba e de uma arrogância que parecem ser inspiradas em seu atual presidente, hoje uma figura tão patética como certos analistas da crônica esportiva gaúcha. Um pessoal que já não disfarça a dor com o virtual rebaixamento colorado e com a possibilidade de o Grêmio retomar a hegemonia no Estado e ser o único representante do futebol gaúcho na Série A/2017.

Bem, o destino do Grêmio na CB começa a ser definido neste noite de quarta-feira. Espero que Renato arme seu time não para garantir o empate, resultado mais próximo da derrota.

O Grêmio já provou que, compenetrado, forte na marcação e insistente no ataque, é um time poderoso. O próprio Atlético já sentiu o peso desse futebol que por vezes encanta, inclusive fora de casa. 

Concordo com Renato, que mantém o time e a estrutura que o levou à fase final da CB. Sim, Éverton merece ser titular. Mais ainda o Bolanos, de grande atuação no domingo. Mas se Renato mantém Pedro Rocha é porque tem seus motivos, um deles é de ajudar a fechar o meio de campo, a tal de recomposição. 

Só espero que o Grêmio não se encolha, não se intimide, ou se acadele, como dizem alguns. Não há motivo pra isso.

O Atlético não é melhor, embora tenha alguns nomes reluzentes, como Robinho, sempre perigoso com a bola nas imediações da área ou dentro dela.

A ausência do rápido e insinuante Luan, sim, é algo positivo. Luan, o deles, claro.

O Grêmio tem um time maduro, capaz de enfrentar qualquer adversário em qualquer lugar.

Há problemas em duas ou três posições, mas nada que não possa ser superado com o time jogando a 110%, sem temor e com ousadia.

Mais ou menos como era Renato jogador. Destemido e ousado.