Grêmio cai por erros próprios e também do árbitro

É assim que aos poucos se deixa de disputar título para lutar por vaga.

O Vitória, que é um time mediano, conseguiu três pontos na Arena. Três pontos que deveriam ser do clube que almeja quebrar jejum de 15 anos.

A derrota por 2 a 1, dentro de casa, onde se mantinha com 100% de aproveitamento, sinaliza que mais uma vez o Grêmio acabará se limitando a um prêmio consolação, transferindo o sonho para o ano seguinte. Aliás, tem sido assim faz tempo.

No futebol sempre procuramos culpados. Mas não responsabilizo ninguém pela perda dos três pontos.

O time jogou desfalcado de alguns jogadores importantes. Pior, jogou sem sua dupla de área titular. Pode ser pior? Sim, jogou com Fred e Bressan na zaga. É o que a casa oferece. Mas nenhum clube brasileiro dispõe de quatro zagueiros de nível assemelhado. 

Alguém pode lembrar Thiery. Está bem, mas por que Roger não o escala? Penso que é porque o considere inferior aos que foram escalados, mas se ele, Thiery, consegue ser pior que os dois que jogaram, em especial Bressan, então ele decididamente não serve para o Grêmio.

Assim como Bressan não serve. Confesso que torci muito por Bressan, jogador formado no interior, valente, sempre disposto a jogar e a dar tudo de si. Um exemplo de abnegação, dedicação.

Mas um exemplo, também, de como não pode jogar um zagueiro de clube grande.

Bressan tem como seu principal defeito, a meu ver, a afoiteza. Ele é um ‘viamão lotado’.

Minutos antes do pênalti que não existiu, mas que o juiz marcou, Bressan deu uma entrada por trás no Kieza no meio do campo, no lado do adversário. Levou cartão amarelo.

Se tivesse sido menos aloprado – sim, ele é aloprado quase sempre -, não teria levado o amarelo.

Na jogada seguinte, ele viu Dagoberto invadir a área pela direita. Mais uma vez foi um ‘viamão lotado’, facilitando tudo para Dagoberto, que sempre joga bem contra o Grêmio. Levou um lençol mais do que previsível. Deixou o corpo e Dagoberto chocou-se contra ele, que estava imóvel. O juiz, perto do lance, marcou pênalti, um erro inaceitável.

Bressan, que havia recebido aquele amarelo minutos antes, levou o segundo. Foi expulso.

Antes, o Vitória havia marcado de cabeça com Kieza, num cruzamento na medida de Diego Renan, que era destaque no time junior do Grêmio uns anos atrás e, como tantos, nunca teve chance entre os titulares.

Bressan, claro, estava no lance. Mas não atribuo a ele alguma falha no gol. Nem ao Grohe. As vezes o adversário tem seus méritos. Não devemos nos esquecer disso.

Com a desvantagem de um homem em campo e levando dois gols, o Grêmio voltou a mostrar capacidade de indignação.

É importante frisar que o time não se entregou. Lutou com todas as suas forças para buscar um resultado melhor. 

No segundo tempo, após cruzamento de Edilson, o goleiro se atrapalhou e socou a bola na cabeça de um zagueiro. Gol contra.

O Grêmio seguiu pressionando, enquanto os baianos exploravam contra-ataques.

No finalzinho, Luan, de grande atuação, mostrando liderança e chamando a responsabilidade, perdeu um gol imperdível. Lançamento de Giuliano (outro de grande atuação), a zaga falhou e Luan ficou sozinho para correr em direção ao gol e desviar com categoria do goleiro. Mas a bola saiu, passou rente à trave.

O futebol também tem disso. O grito de gol ficou abafado na garganta de cada torcedor.

A realidade, dura e cruel, é que é assim que um time de bom potencial vê cada vez mais reduzidas suas chances de título. 

Cabe à direção do Grêmio providenciar reforços urgentemente.

Só assim a esperança de título será mantida. Futebol sem esperança é triste, sem graça e desestimulante.

O clube precisa neste momento é de um torcedor animado e confiante, mas para isso é preciso reforçar o time. Pra ontem.