Argentino marqueteiro, quase uma redundância

Só pela reação de colorados que conheço eu me esforçaria para contratar Alán Ruiz. Os colorados, assim como D’Alessandro, não querem o meia argentino de volta ao Grêmio.

Ok, tem gremistas que não também não querem Alán Ruiz. Mas são poucos. Nenhum deles, por certo, estava na Arena naquele Gre-Nal dos 4 a 1, em que Ruiz encarou o ídolo vermelho e ainda fez dois gols, um deles primor de técnica e força. 

Faz tempo que um dos critérios que uso para saber o que é bom ou ruim para o Grêmio é verificar o que dizem por aí meus amigos colorados. Eles funcionam como bússola.

É claro que não me limito a isso, mas já é um começo.

Bem, a favor de Alán Ruiz, então, o fato de ele preocupar os colorados. A favor, também, o fato de que ele não cansa de se oferecer para voltar à Arena.

A última contra ele é de que não passa de marqueteiro. Curioso, todo jogador que demonstra um certo carinho pelo Grêmio é considerado marqueteiro. Lembro do André Lima, apontado como marqueteiro até por alguns gremistas que caem nessa esparrela. O fato é que André Lima gosta do Grêmio, mas, evidente, é profissional. Vale o mesmo para Ruiz.

Nenhum deles trabalharia de graça no Grêmio.

Nem mesmo o marqueteiro Barcos, este sim um sujeito que sabe trabalhar sua imagem. Tanto que tem gente que o considera um grande centroavante.

Outro marqueteiro de primeira grandeza: D’Alessandro. Este talvez o maior marqueteiro que surgiu no futebol gaúcho em todos os tempos. Mas é um marqueteiro que joga (jogava) bola, e que marcou seu nome por aqui.

Não há problema em ser marqueteiro, desde que corresponda em campo. Não é o caso de Barcos.

Voltando ao Alán Ruiz, que, entraria fácil na minha lista de meias para o Grêmio. Há melhores que ele, sem dúvida, mas desses melhores quantos estão ao alcance do Grêmio, um clube com reduzida capacidade de investimento fruto, principalmente, do contrato mal feito com a empreiteira para erguer a monumental Arena?

Jogadores como Alán Ruiz são raros. 

Penso que vale investir nele mais uma vez. Quem contratou Vitinho contrata Alán Ruiz de olhos vendados. 

Agora, dentro de padrões salariais compatíveis à realidade do clube e ao tamanho do futebol do argentino, que até hoje não se afirmou em lugar algum.

Conclusão: defendo a contratação de Alán Ruiz – mas mantendo a busca de um meia titular para o lugar de Douglas – como uma aposta com chance de dar certo na Libertadores.

Na pior das hipóteses será mais um argentino marqueteiro na praça.