Libertadores: hora de esticar o elástico financeiro

A fábula de Esopo “A Raposa e as Uvas” volta a se encaixar plenamente no atual momento do futebol gaúcho. Já aconteceu outras vezes, mas agora a historieta cai como uma luva.

Um colunista, do alto de sua responsabilidade, escreveu que a Libertadores é deficitária e sobrevive do glamour. Ou seja, é charmosa. Seria um ‘Charmoso Gauchão’ com grife?

Não lembro de ter lido algo sequer parecido no ano passado quando o Inter classificou-se para essa competição ‘deficitária’.

A vaga na Libertadores foi festejada nas ruas, nos bares, nos lares e nas redações. Normal.

Teria a Libertadores perdido seu encanto em apenas um ano? Ou a dor-de-cotovelo é tão grande que faz qualquer um perder o bom senso?

Lembro-me de outro colunista afirmar que a insossa Copa Sul-Americana era mais importante que a Libertadores porque havia nela, naquele ano, clubes mais fortes e tradicionais. Claro, o Grêmio estava na Libertadores e o Inter na Sul-Americana. No fim, os dois foram eliminados precocemente.

A inveja é uma merda, li certa vez na traseira de um caminhão caindo aos pedaços.

O que dói em muita gente – mesmo em gente compromissada com a ética e a isenção – é que esse torneio que só dá prejuízo é uma baita vitrine.

A Libertadores pode não dar dinheiro, mas é o único caminho para aquilo que o torcedor mais quer: a chance de disputar o Mundial de Clubes.

Ah, mas isso, para a raposa que não alcançou as uvas maduras e suculentas, é um mero detalhe.

GRÊMIO

Por falar na Libertadores, espero que a direção gremista se esforce ao máximo, estique o elástico financeiro o suficiente para formar uma equipe capaz de brigar pelo título. Claro, sem cometer loucuras.

Penso que existe uma base boa o suficiente para superar a primeira fase. E só.

É importante renovar com Geromel e Maicon. O tempo é curto para encontrar principalmente um substituto para Maicon, que encaixou de forma admirável no esquema do técnico Roger. 

Fora isso, entendo que o Grêmio será candidato ao título se contratar três jogadores de alto nível: um zagueiro, um meia e um goleador.

Estou particularmente entusiasmado com a investida por Henrique.

Esse zagueiro, que joga também de volante, é a liderança que falta ao time dentro de campo. No Palmeiras de Felipão, campeão da Copa do Brasil, ele jogou demais. Um guerreiro incansável, um jogador que contagia todo o time com seu entusiasmo e dedicação. Além de bola técnica e vocação para fazer gols de cabeça.

O meia que eu considero o ideal, ou quase isso, é Tiago Ribeiro (ERRATA: ÉVERTON RIBEIRO). Ele chega e Douglas sai. Douglas não pode ser titular nem reserva. Na reserva, ele vai se acomodar e quando Roger precisar dele não obterá a resposta desejada.

Na frente, um goleador. Indico o atacante do Tigres, o francês Gignac.

Desconfio que estou pedindo demais.