Grêmio: mais do mesmo

O Ano Novo do Grêmio tem mais cara de 2014 do que de 2015. O ano começa com jeito de filme já visto, clima de fim de festa, quase de velório.

A grande notícia sobre o clube que li no sábado, chegando do litoral catarinense, tinha esse título:

‘Clube divulga mais um detalhes da nova camisa’.

Hoje, além da estimulante vitória do time na Copa São Paulo – 4 a 1 sobre o Rio Preto -, saiu outra bombástica informação, que, sem dúvida, irá elevar a auto-estime da torcida gremista:

‘Grêmio mostra distintivo da nova camisa’.

É ou não é de vibrar, de sentir um sopro de esperança?

Só falta anunciar que clube tem o melhor site, o ônibus mais confortável e bonito, e por aí vai.

Sei que o clube passa por dificuldades financeiras, resultado de um contrato danoso à instituição para erguer a Arena e de contratações caras e ruins.

Não digo que o Grêmio deveria fazer como o Inter, que desde o final da temporada acena com grandes nomes que nunca chegam. Mas a direção gremista deveria ao menos fazer o mesmo que o rival, deixar vazar nomes de algum grande jogador. Por exemplo, o Conca, que o Flamengo tenta tirar do Fluminense.

O Grêmio precisa pensar grande ou ao menos dar a impressão ao seu torcedor que 2015 não terá essa cara feia e já conhecida que está sinalizando desde o final do Brasileirão.

A melhor notícia, tirando as espetaculares informações sobre a nova camisa, até agora foi a saída de Pará. Que só não é melhor porque se sabe que o clube irá pagar o salário do seu ex-lateral por conta da dívida referente a Rodrigo Mendes. Aliás, a história dessa dívida precisa ser contada direitinho.

Agregada a esse fato, outra notícia com gosto de marmita requentada: Ramiro pode ser o lateral-direito. Ramiro começa a dar ares de ser um novo Pará: é preciso arrumar um lugar para ele. Ramiro até pode dar certo na lateral, ideia que eu e muitos aqui sugeriram ao longo do ano passado, e que só foi considerada em um ou outro jogo – claro, quando Pará não podia jogar. Quer dizer, Ramiro não servia para ocupar o lugar de Pará e agora pode ser solução, mas só porque Pará foi embora.

É por essas e outras que vejo este começo de ano como frustrante, pálido, amorfo e outros adjetivos que servem para definir um pouco o que sinto diante de notícia não dão alento e esperança ao torcedor.

No futebol, pode vezes é preciso vender ilusão, que tem sido uma especialidade colorada, principalmente na gestão Luigi. Tática, aliás, que parece ter seguimento com a nova diretoria.

O caso da contratação do treinador é um exemplo vigoroso. Depois de escorregar informações de que buscava grandes técnicos, acabou ficando com uma aposta, Diego Aguirre. O sétimo nome da lista, fato que o próprio Aguirre reconheceu em entrevista à imprensa uruguaia.

Mesmo sendo o sétimo nome, Aguirre foi festejado por setores da crônica esportiva, na contramão da torcida. Aguirre virou o estrangeiro mais brasileiro e um especialista em Libertadores.

Ainda sobre o Grêmio, é apavorante constatar que aquela grande notícia de que Barcos seria negociado e que entraria um bom dinheiro em caixa foi apenas um sonho de uma noite de verão. Barcos continua, e com ele Kleber e Moreno. Junte os três e aí sim pode resultar num camisa 9 à altura do Grêmio.

Não dá para colocar os três numa impressora 3-D e imprimir para sair um só. Agora, infelizmente dá para somar a remuneração deles e ver que não fica longe de R$ 2 milhões mensais.

Com metade disso o Grêmio contrataria Conca para resolver o problema de criação e articulação do time. Ah, mas tem o Douglas. Tem mesmo?

Enfim, o Grêmio de 2014 está impregnado na temporada que começa. Até Rui Costa continua. Por favor, uma boa notícia de verdade!

O Grêmio é, por enquanto, mais do mesmo.

ANO NOVO

Pessoal, muito grato pelas mensagens e comentários. Eu os li durante a minha folga, apesar da dificuldade de acessar a internet.

Fiquei emocionado com algumas palavras.

Bom saber que estamos juntos, resistindo bravamente.