Grêmio e as leis de Murphy

Nada é tão ruim que não possa piorar. É uma das leis de Murphy.

No caso do Grêmio se aplica há muito tempo.

Por isso, ao contrário de muitos, ainda vejo algumas coisas positivas no Grêmio. Por exemplo, a permanência de Felipão.

Se Felipão não ficasse – dizem que haveria uma proposta da China, onde ele ganharia muito mais dinheiro e não teria nem imprensa nem torcida para pegar no seu pé -, estaríamos agora especulando nomes.

E aí teríamos várias correntes, mais do que as do PT. Já cansei de ler e ouvir gente sugerindo o Cristóvão, do Fluminense. Gente garantindo que esse é o cara certo para o Grêmio. Não sei de onde tiram tanta certeza, mas é o que acontece. Além do mais, Cristóvão andou levando umas goleadas sonoras.

Há também os fãs de Ney Franco, se bem que esses andam meio quietos depois que a carreira dele entrou um curto circuito. Mas já vi muita gente boa exaltando esse treinador. Também não sei por que, talvez pelo rosto rechonchudo semelhante ao de Enderson Moreira.

Não faltaria gente para indicar o Mano Menezes. Nem vou comentar.

Ah, claro, tem a corrente dos que apoiam os noviços, de preferência gaúchos, com ou sem bombacha. Já li gremistas sugerindo o Lisca, de forte ligação com o Inter. Se ele é tão bom por que o Inter não o contrata?

Facilita apareceria alguém sugerindo o Luis Carlos Winck, de recente sucesso no meu Lajeadense.

Outro nome: Gilmar dal Pozzo, que já esteve bem cotado. Tem ainda o Rogério Zimermann, de bom trabalho no Brasil de Pelotas. São técnicos de bom potencial, mas precisam passar por clubes de porte médio antes.

Então, felizmente o Grêmio tem o seu treinador. Devemos todos agradecer, mesmo aqueles que por ‘ene’ motivos rejeitam o Felipão. Aliás, o que tem de gremista que abomina os maiores vencedores na história do clube.

Felipão comete seus erros, claro. Ou erros que a gente imagina que são erros, porque na verdade, nós aqui de fora, temos menos conhecimento das coisas internas do que o Felipão.

Como eu acredito na capacidade – e na honestidade – de Felipão como treinador, tenho muito cuidado em criticar grande parte de suas decisões.

No caso Alan Ruiz, se Felipão decidiu não ficar com ele penso que ele tem razões fortes para isso. Felipão já administrou jogadores mais complicados e mais talentosos. Deve ter avaliado que seria perder tempo insistir com o argentino. Não tenho dúvida de que o Grêmio pagaria o valor solicitado se tivesse convicção de que seria um bom investimento.

Agora, se fosse um Enderson, um Julinho Camargo ou um Caio Jr tomando a decisão de não utilizar Ruiz, eu já veria a situações de forma diferente. Pela simples razão de que eles não possuem a credibilidade de Felipão, ao menos para mim.

Então, lamento muito esse final de campeonato tão melancólico, mas comemoro que ao menos temos um treinador de alto nível.

Sempre lembrando que Felipão pegou um time montado por outros treinadores, assumindo no meio da temporada. Agora é diferente, ele começa a temporada no Grêmio.

Pode não ser muito pra muitos gremistas, mas eu saúdo o fato de estar livre da ameaça de aparecer outro pouca prática para comandar o time.

Para encerrar, outra lei de Murphy, e esta também cabe perfeitamente para o Grêmio dos últimos anos:

Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior
maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.