Aranha dá 'mãozinha' ao Inter

O Grêmio não faz mais de um gol seja com que esquema for. Com três ou quatro volantes, tem sido difícil. Aí, todos jogam a culpa no esquema, desprezando muitas vezes o fato de qual qualquer esquema é formado por jogadores, alguns bons, outros nem tanto. Então, pode ser que o problema não seja mesmo o esquema, mas a qualidade individual, tecla em que venho batendo há tempo.

Neste sábado nublado e chuvisquento, o Grêmio foi ousado, por certo alegrando aqueles que abominam um time com mais de dois volantes. Pois Felipão colocou dois volantes apenas, sendo que um deles é quase um articulador, o Felipe Bastos – aliás, esse jogador chegou aqui precedido de fama de bom batedor de falta, chutador de longa distância, algo que decididamente ele não é.

No esquema atrevido de Felipão, o simplismo de acumular atacantes: Lucas Coelho, Barcos, Luan e Dudu. Desses quatro, apenas Barcos ficou realmente adiantado. Eu achava melhor colocar o Lucas dentro da área, recuando o Barcos para articular. Luan e Dudu cercavam o adversário e marcavam até a intermdiária defensiva do Grêmio, de onde saíam com a retomada da bola.

O início foi aterrorizante, ainda mais pra mim que tenho trauma de futebol nas noites de sábado, como já escrevi. O Vitória saiu controlando o meio e marcando em cima. Aos 4 minutos Grohe salvou num cabeceio de Edno, com a bola ainda batendo na trave. Um momento de pavor para um time que foi todo armado para atacar. E que custou a atacar e a levar perigo.

No primeiro tempo, foram duas chances de gol do dito esquema ofensivo: uma com Barcos em boa jogada sozinho contra a zaga e outra com Luan – recebendo metida de bola perfeita do Lucas, que está confirmando aos poucos que aí está um belo jogador. Luan desviou do goleiro e um zagueiro salvou de cima da risca, na verdade, pra mim, foi gol. Mas como a minha opinião não conta, e sim a da arbitragem…

Felipão começou o segundo tempo com o mesmo time. O Vitória pouco ameaçou. Grohe foi um mero assistente de um modo geral, prova de que os três volantes não fizeram falta. Claro que é preciso considerar a baixa qualidade ofensiva do time baiano.

Teses à parte, o fato é que o Grêmio mais uma vez criou boas chances de gol e não as aproveitou. Isso é inegável. Ao mesmo tempo, dessa vez permitiu poucas oportunidades ao adversário. Novidade: Grohe não precisou ser o melhor em campo.

O melhor pra mim foi o Felipe Bastos. Foi dele o lançamento que Pará aparou na direita, de primeira, com Richarlyson desviando para a rede. Gostei do próprio Pará. Podem me vaiar. Geromel também se destacou, assim como Bressan. Podem me vaiar de novo. Ramiro e Dudu foram incansáveis. Dudu não vale 5 milhões de euros, mas é um jogador útil e por vezes até efetivo, o que já é mais raro. Gostei também do Lucas Coelho. Barcos foi de novo aquela coisa gosmenta que me irrita. Ah, Breno foi razoável. Mas merece investimento.

O importante disso tudo é que o Grêmio venceu e segue na disputa.

Vamos ver se Felipão vai repetir essa escalação contra o Inter. Penso que ele irá começar com Matheus Biteco no lugar de Lucas Coelhos.

ARANHA

O goleiro Aranha não poderia ter encontrado maneira melhor para vingar-se dos gremistas.

Cometeu um erro ridículo – involuntário, claro – ao pegar com a mão a bola recuada pela zaga. Na cobrança de falta, Aranguiz fez o gol da vitória. Ele que já havia feito o primeiro gol. Gabriel recém havia empatado.

Com uma ‘mãozinha’ de Aranha, o Inter acabou obtendo sua primeira vitória na Vila Belmiro. Sobre o time de quem? Ele, Enderson ‘normal’ Moreira.

Com a vitória, o Inter vai para o Gre-Nal como integrante do G-4, dois pontos a mais que o Grêmio.

Sobre o jogo em si, o Santos foi muito superior. Robinho teve pelo menos três ótimas chances de marcar, e desperdiçou.