A lei da inércia e o beijo na novela das 9

Por inércia, um corpo em repouso tende a continuar em repouso”

De vez em quando, por inércia, me flagro assistindo a um capítulo de Em Família, novela um tanto monótona, mas que tem as belas Giovana Antonelli e Tainá Muller vivendo um romance.

Diante de mim, tenho o controle remoto, uma das grandes invenções da humanidade. Se uma coisa na TV te incomoda e te irrita – como a maioria dos jogos do Grêmio já faz um bom tempo -, é só estender o braço e mudar de canal.

Mas eu estou numa fase que lembra muito a da direção do Grêmio desde a eliminação prematura da Libertadores.

Hoje me toquei que eu, Rui Costa e Chitolina estamos seguindo a primeira lei de Newton, que em resumo diz mais ou menos o seguinte: “Por inércia, um corpo em repouso tende a continuar em repouso”.

Então, fico eu ali acomodado, vendo um programa que não me interessa, a não ser pelas presenças das duas beldades já referidas. Poderia usar o controle e mudar de canal. Mas e se nos outros canais não tiver nada melhor? Então, por inércia, deixo fico ali entediado com os dramas da novela, tendo como consolo a possibilidade de ver Giovana e Tainá juntas na tela, trocando olhares maliciosos, sorrisos arteiros e carícias sutis para não assustar os moralistas de plantão.

No fundo, no fundo, ou nem tão no fundo assim, meu estado de inercia é turbinado pela esperança de ver as duas lindas trocando um beijão daqueles, seja beijo técnico ou não.

Desconfio que a inercia dos dirigentes do Grêmio diante da visível decadência técnica e tática do time se deve à esperança de que Enderson Moreira arrume a casa durante a Copa e o Grêmio, no segundo semestre, volte a ser aquele time aguerrido, vibrante e vencedor que vimos poucas vezes nos últimos doze anos.

Será mais fácil, no entanto, rolar um beijo das duas meninas do que Enderson ajustar a equipe e conquistar um título nacional com o Grêmio.

Por inercia, eu deixo de trocar de canal e a direção deixa de trocar de treinador, talvez porque acredite que não há nada melhor em outro canal.

O JOGO

O Grêmio foi mal de novo. Criou poucas chances de gol contra um Palmeiras. Era jogo para somar três pontos em cima do time que havia perdido para a Chapecoense. Mas acho que não alertaram os jogadores sobre isso. Jogo em casa contra adversário tão instável é para vencer. O empate, portanto, foi ruim.

O Grêmio foi previsível, errou passes demais e continuou sem aproveitar as bolas paradas, que era ponto forte da equipe em passado recente.

As individualidades estão afundando. Afundam por causa do esquema ou o esquema afunda por causa das individualidades. Dudu, que nunca foi craque, vive agora fazendo um vai e vem sem fim pelo setor esquerdo, de uma área para a outra. Virou um peladeiro. Culpa dele? Rodriguinho a mesma coisa. São dois jogadores que num esquema ajustado rendem muito mais.

Na frente, Barcos continua se posicionando mal na área. Hoje, errou passes em excesso.

Alan Ruiz foi o melhor do meio para a frente. A dupla de volantes foi eficiente de um modo geral. A zaga salvou. Rodolpho tirou um gol de cima da risca. Marcelo Grohe não chegou a ser muito exigido, o que já é um avanço.

Por outro lado, o goleiro do Palmeiras quase não trabalho, algo comum para os goleiros que enfrentam o Grêmio e seu ataque inofensivo.

A arbitragem deixou de marcar um pênalti sobre Barcos no começo do segundo tempo. Eu ouvi gente dizendo que Barcos se atirou, quando todos viram que o zagueiro se jogou à frente do argentino para impedir que ele alcançasse a bola.

Depois, Diogo teve um gol anulado. Ele estava em posição legal, mas havia dois em impedimento, o que serviu para confundir Grohe. Os palmeirenses reclamam muito, mas não falam da falta sobre Barcos.

Não gostei das substituições. Enderson trata de colocar em campo os medalhões. A substituição de Barcos foi correta, mas o melhor seria colocar Lucas Coelho, não o Kleber.

Suspeito que se Enderson cair, não será pelos maus resultados e futebol ruim, mas porque ele cometeu a ‘ousadia’ de sacar o capitão e líder do time, o intocável Barcos.

INTER

Assim como o Grêmio, faltou competência ao Inter para vencer o Fluminense, que foi batido pelo Grêmio, um resultado que não foi devidamente valorizado por setores da imprensa na ocasião.

O Flu é candidato ao título, que, na real, deve ficar mesmo é com o Cruzeiro.

O empate do Inter fora de casa contra adversário tão forte pode ser considerado bom resultado.