O time do Renato e a força da torcida

Se reunirmos dez gremistas (ou colorados), não encontraremos duas opiniões completamente iguais sobre qualquer assunto a respeito de suas equipes.

Há muito tempo estou convencido disso. Claro, pode haver exceções.

Na ZH de hoje, dia 5, colunistas e convidados do jornal opinam sobre qual seria o seu time ideal para enfrentar o Atlético Paranaense. Há diferenças de esquemas e de nomes tanto na defesa, como no meio e no ataque.

Mas de um modo geral todas escalações se aproximam do time que irá entrar em campo na Arena para buscar à classificação à final da Copa do Brasil.

O fato é que se nós aqui de fora não chegamos a um acordo, como cobrar de Renato que nos ouça? Ele tem mais é que decidir por sua cabeça, que é a que pode rolar em caso de fracasso. Não será a minha nem a sua. No máximo, ficaremos com uma baita dor de cabeça. E ainda de cabeça inchada, como se dizia antigamente.

Assim, dou meu apoio ao time que Renato irá escalar, e que dificilmente será diferente desse:

Dida; Pará, Werley, Rodolpho e Alex Telles; Souza, Ramiro e Riveros; Vargas, Kleber e Barcos.

Afinal, essa formação no 4-3-3 (agora com Pará e Werley – pode ser que Bressan seja mantido) foi bem contra o Bahia.

O adversário nunca ameaçou o goleiro Dida e o sistema ofensivo funcionou, dando muito trabalho ao goleiro Marcelo Lomba, que parecia estar de aniversário.

O que faltou contra o Bahia e não pode faltar nessa decisão é esse artigo tão raro no Grêmio, o gol.

Mas o caminho para chegar ao gol foi redescoberto.

Só falta esse detalhe que faz toda a diferença, que consagra ou afunda: a bola na rede.

Então, duvido que Renato vá arriscar mudanças de última hora, como Zé Roberto e/ou Elano começando o jogo.

Cabe ao torcedor confiar no treinador que chegou aqui desacreditado por muitos, herdeiro de um time montado por outros.

Renato em pouco tempo conseguiu devolver ao Grêmio a bravura, a determinação e a indignação do time diante da adversidade.

Um Grêmio com a cara do Grêmio.

Houve uma queda de rendimento, é verdade. O crédito de Renato com a torcida está evaporando velozmente, porque no futebol tudo é muito rápido. No futebol, o céu e o inferno estão muito próximos. O herói de hoje é o vilão de amanhã. E vice-versa.

O importante nessa hora é confiar em Renato e no time que ele montou. Será um jogo de paciência. O Grêmio deve entrar em campo pensando em vencer por 1 a 0. Nunca com a obrigação na cabeça de vencer por 2 a 0. O 1 a 0 basta.

O segundo gol será consequência, mase se não acontecer ainda há Dida para garantir nos pênaltis. Os batedores do Atlético vão pensar nas defesas de Dida contra o Corinthians, e irão tremer.

O Atlético Paranaense vai sentir hoje o peso de uma Arena lotada e de uma torcida ainda mais vibrante e incansável quanto esse time do Renato.

Quem for à Arena predisposto a vaiar e a pedir por jogadores que estão no banco, por favor, que fique em casa.

Se não pode ajudar, ao menos não atrapalhe.